
Deem-me as palavras...
As que quero ouvir brotando do fundo de mim
e as que emergirem sem querer.
Deem-me as significações que sei,
as que pensava saber,
as que andam meretrizes nos escuros da vida
e as que não me permito acender.
Está dolorida a ponta da língua
pelas palavras proferidas.
Vocábulos assassinados.
Doem-me as pontas dos dedos
na escrita arremessada
de um poema natimorto no parir das palavras
perdidas nos significados adulterados.
Dói-me o verbo de expressão moral máxima
na sentença prometida.
Dói-me profundamente o que digo,
mas, principalmente, o que não sei dizer.
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