sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 30/01/2009


Billy Powell, teclista dos Lynyrd Skynyrd, faleceu na quarta-feira na sua casa na Flórida. Segundo os médicos que o assistiram, a causa do falecimento foi um ataque cardíaco fulminante. O músico de 56 anos tinha história de problemas cardíacos, tendo mesmo falhado uma avaliação cardíaca no passado dia 27.
Powell passou a integrar os Lynyrd Skynyrd em 1970, depois de trabalhar como roadie da banda. Foi também um dos sobreviventes do fatal acidente de avião, que em 1977 matou os irmãos Steve e Cassie Gaines, o vocalista Ronnie Van Zant, o manager Dean Kilpatrick e os dois pilotos. O teclista sofreu ferimentos graves na zona facial, tendo quase perdido a totalidade do nariz, mas acabou por ser o primeiro a sair do hospital, o que levou a que fosse o único membro da equipa a assistir ao funeral dos seus colegas.
O músico acabaria por voltar aos Lynyrd Skynyrd para uma digressão de tributo em 1987, permanecendo na banda até ao seu falecimento.

No Verão de 1964, os amigos adolescentes Ronnie Van Zant, Allen Collins e Gary Rossington formaram a banda "The Noble Five", que em 1970 passou a chamar-se Leonard Skinnerd, em homenagem ao professor de educação física Leonard Skinner, conhecido por cumprir rigidamente a regra da Robert E. Lee High School que proibia os jovens de usarem cabelo comprido. O nome definitivo foi adoptado pouco antes do lançamento do seu primeiro álbum.
Em 1972, o baixista Leon Wilkeson e o teclista Billy Powell, ex-roadie, passaram a integrar o grupo, pouco antes do lançamento do primeiro álbum. O disco foi muito bem sucedido, tendo os hits "Free Bird" e "Gimme Three Steps" como principais destaques. Foram convidados para abrirem a turnê do The Who nos Estados Unidos, ficando famosos em todo o país.
O segundo trabalho, Second Helping, saiu logo em 1974 e "Sweet Home Alabama", o carro-chefe, levou-os à conquista do disco de ouro. O baterista Robert Burns é substituído por Artymus Pyle e o próximo álbum Nuthin' Fancy trazia o clássico "Saturday Night Special", mantendo o Lynyrd nas paradas.

Após Gimme Back My Bullets, de 1976, mais algumas mudanças ocorreram na formação dos Lynyrd Skynyrd: o guitarrista Steve Gaines entra para o lugar de Ed King, e as backing vocals The Honkettes são adicionadas, com Jo Jo Billingsley, Leslie Hawkins e Cassie Gaines, irmã de Steve.
Gravam o duplo ao vivo One More From The Road, um dos maiores sucessos comerciais de toda a carreira, e "Free Bird", em versão ao vivo, volta a estourar nas rádios. Aproveitando o bom momento, gravam o inédito Street Survivor, em 1977, que ganhou disco de ouro já no lançamento. As faixas "That Smell" e "What's Your Name" tornaram-se verdadeiros hinos na época.
Porém, quando tudo parecia correr bem, um trágico acidente condicionou a carreira da banda: no dia 20 de Outubro de 1977, 26 pessoas, incluindo os músicos, roadies e tripulação, partiram em direcção ao estado de Lousiana no avião particular da banda. O avião caiu numa floresta perto de Mississipi. O vocalista Ronnie Van Zant e o guitarrista Steve Gaines morreram na hora, enquanto Cassie Gaines, a sua irmã, com a garganta cortada de ponta a ponta, chorou e agonizou até morrer no colo de dois dos músicos sobreviventes. Apenas uma semana antes do acidente havia sido lançado o álbum Street Survivors.
Três anos depois os sobreviventes do desastre aéreo formaram outro grupo, a Rossington-Collins Band, que não obteve grande repercussão.
Allen Collins decide então seguir uma carreira a solo, interrompida em 1986, após um grave acidente automobilístico que o deixou paralítico, vindo a morrer em 1990 de pneumonia.

Em 1991 os Lynyrd Skynyrd reuniram-se novamente e fizeram shows sempre com lotação máxima, mais pelo nome imortalizado no passado do que pelos álbuns dessa nova fase.
No dia 27 de Julho de 2001, mais uma triste notícia para os fãs: o baixista Leon Wilkeson faleceu "de causas naturais", em Jacksonville, aos 49 anos.
No dia 14 de Março de 2006, os Lynyrd Skynyrd entraram para o Hall da Fama do Rock and Roll com direito a uma apresentação especial com a música "Sweet Home Alabama".
Em 2008 anunciaram no seu site oficial que estava em processo de gravação um novo álbum. O lançamento estava programado para os primeiros meses deste ano, só que a banda continua a ser perseguida pelo infortúnio. Esta quarta-feira faleceu o seu teclista, Billy Powell.

Alinhamento
Lynyrd Skynyrd – Gimme back my bullets
Lynyrd Skynyrd – That smell
ZZ Top – Gimme all your lovin
Boston - Amanda
Jimi Hendrix – Purple haze
Lynyrd Skynyrd – Simple man
Led Zeppelin – Whole lotta love
Lynyrd Skynyrd – Sweet home Alabama

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 29/01/2009


Não é seguramente todos os dias que se ouve um álbum de qualidade tão eloquente quanto "Working on a Dream". O longo mais recente de Bruce Springsteen habilita-se ao pleno raro de conseguir agradar a gregos e a troianos. Se por um lado, este se afigura como o álbum mais disponível para conquistar o grande o público desde "Born in the USA" (de 1984); por outro, tem uma elaboração comparável a "Born to Run" (de 1975). A colheita de grandes canções com capacidade de projecção popular é fértil; mas também o é a imaginação fílmica de Springsteen que toma conta de cada canção ou o número de pistas musicais que o tabuleiro completíssimo da E Street Band oferece, de guitarras tão bem dedilhadas, de órgãos e pianos tão bem tratados, e de percussão tão eficiente, a que se acrescenta a assiduidade de arranjos de cordas que se identificam com a grandeza do disco.

De uma forma geral, "Working on a Dream" é uma obra de 12 canções (além do tema-bónus 'The Wrestler' para o filme do mesmo nome) de música americana à mais larga escala (meltdown de rock & roll, country e blues), de refrões épicos e de execuções gloriosas, com camadas de coros a virem de mil e uma direcções. Claro que estamos a falar de mais um álbum de Bruce Springsteen. Ou estaríamos. Raramente, o lado físico de ex-trabalhador das docas esteve tão coordenado com o intelecto bem trabalhado de homem culto e cavalheiresco, como neste disco.

A faixa de abertura 'Outlaw Pete', é um exemplo de serpenteado, tão grande de duração quanto de dimensão, servido por uma letra de narrativa western que demonstra as potencialidades de grande escritor que é Springsteen. 'My Lucky Day' é a canção rock optimista de estádio, que mobiliza quaisquer tropas. 'Queen of the Supermarket' é a balada grandiloquente, no espírito poético de 'Rosalita' (clássico antigo de Springsteen, ainda hoje muito reconhecido), com uma letra insólita que estabelece uma proporção exacta entre o absurdo de uma situação banal - o enamoramento do cliente pela mulher da caixa - e a beleza emocional da paixão que daí advém; ou Bruce Springsteen novamente em alta, do peso do seu enorme talento de compositor.

No melhor rock sem rodriguinhos, 'Working on a Dream' e 'What Love Can Do' têm a magia para espicaçar o nosso lado mais rebelde. E nos melhores momentos de meditação mais íntima, 'This Life' e 'Kingdom of Days' são bilhetes amorosos para longas viagens românticas de quatro minutos cada. E quando se desliga a máquina rockeira de Bruce Springsteen e da sua E Street Band (que, curiosamente, não está creditada na lombada do disco), ouve-se, sem filtros e em estado puro, o blues citadino e raivoso de 'Good Eye' ou a americana de 'Tomorrow Never Knows'. Tudo sempre em grande estilo.
Em jeito de remate final, 'The Last Carnival' é uma especialidade sua, a canção rústica atmosférica, que se converte no espelho do músico e deste álbum: um monumento de agigantamento e de transcendência humanos. Muito humanos.

Alinhamento
Bruce Springsteen – Working on a dream
Bruce Springsteen – Kingdom of days
Bob Dylan – You belong to me
Neil Young - Stringman
Bruce Springsteen – Outlaw Pete
Van Morrison – Brown eyed girl
Tom Petty – Into the great wide open
Bruce Springsteen – The wrestler

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 28/01/2009


A sua estreia discográfica remonta a 1988, com o álbum "Touch", mas a música já fazia parte da vida de Sarah McLachlan desde criança. Natural de Halifax, no Canadá, em 1968, Sarah começou a ter aulas de canto, piano e guitarra clássica em pequena.
Enquanto estudava na Escola de Design de Nova Scotia - e ao mesmo tempo liderava uma banda new wave intitulada October Game - a jovem foi descoberta pela Nettwerk Records. Inicialmente, Sarah recusou um contrato a solo para continuar os estudos, mas bateu à porta da editora para cobrar a oferta em 1987.
Nesta altura, a artista mudou-se para Vancouver e começou a gravar o seu primeiro trabalho, distribuído a nível internacional pela Arista Records. O álbum atingiu a marca de Disco de Ouro no Canadá e foi reeditado em 1989.
Esta quarta-feira, Sarah McLachlan completa 41 anos.

Em 1991, Sarah McLachlan regressou aos discos com "Solace", que se tornou um álbum de culto nos Estados Unidos. Seguiu-se uma digressão promocional de 14 meses, após a qual rumou ao Cambodja e Tailândia para colaborar num documentário canadiano sobre a pobreza e a prostituição infantil, chamado "World Vision".
Inspirada pela sua experiência, Sarah refugiou-se numa casa isolada perto de Montreal para escrever aquele que seria o seu álbum mais aclamado. Gravado em seis meses com a ajuda do produtor Pierre Marchand, "Tumbling Toward Ecstasy" chegou às lojas em 1993 e alcançou o estatuto de platina nos EUA. O primeiro single retirado deste álbum, 'Possession', foi sucedido por 'Good Enough' e 'Hold On', este último inspirado no documentário "A Promise Kept", sobre uma mulher que descobre que o seu noivo tem Sida. Bem a propósito, as receitas adquiridas com a venda deste single reverteram a favor de instituições de luta contra a Sida.

Em 1997, Sarah McLachlan lançou o quarto álbum de originais, "Surfacing", que reúne alguns dos seus maiores êxitos: 'Building a Mistery', 'Sweet Surrender' e ainda 'Angel', catapultado para o sucesso pela inclusão na banda-sonora do filme "Cidade dos Anjos", com Nicholas Cage e Meg Ryan.
No rescaldo da fama, McLachlan aproveitou para fundar o festival itinerante Lilith Fair em 97, dedicado à divulgação de música criada por mulheres cantoras e compositoras, que se prolongou por mais dois anos. Por esta altura, Sarah arrecadou três Grammys: Melhor Actuação Pop Vocal por 'Building a Mistery' (1998) e 'I Remember You' (1999) e Melhor Actuação Pop Instrumental por 'Last Dance' (1998).

Em 1999, a última edição da Lilith Fair coincidiu com o lançamento do álbum ao vivo de Sarah McLachlan, "Mirrorball", seguido por um álbum de misturas intitulado "Remixed", em 2001.
Com 25 milhões de discos volvidos, o muito aguardado álbum "Afterglow" chegou a Portugal em Fevereiro de 2004.
Em outubro de 2006, Sarah lançou um disco de canções natalícias, Wintersong, onde figuram regravações de John Lennon e Joni Mitchell, bem como composições próprias. Nesse mesmo ano, gravou ainda a canção Ordinary Miracle para a banda sonora do filme Charlotte's Web.
Já com mais de 30 milhões de discos vendidos e nomeada oficial da Ordem do Canadá, Sarah abriu uma instituição dedicada ao ensino de música a crianças que, de outra forma, não possuiriam acesso à educação musical, denominada Sarah McLachlan Music Outreach Project.

Alinhamento
Sarah McLachlan – Building a mistery
Sarah McLachlan - Fallen
Enya - Amarantine
Norah Jones – The long day is over
Dido – White flag
Sarah McLachlan - Angel
Enigma – Age of loneliness
Alanis Morissette – King of pain
Sarah McLachlan – Sweet surrender

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Recomeço


Volto para casa com os olhos cansados
de rectângulos brancos com nomes e datas.
Marcos de fúnebres latifúndios da saudade.
O dia natimorto cobriu o céu de cinzas...

Sinto-me enjoado de café e cheiro de cigarros,
e piadas sem graça contrapondo a desgraça.

Estranha procissão de cabeças abaixadas...
Estranho ressoar de passos trôpegos no
silêncio profundo e santo.

O som de roldanas e orações que desconheço...
Uma cova vermelha... Um brilho enterrado...

Volto para casa com os ouvidos cansados
de tantas ladainhas vergadas por bocas esquálidas
e distantes na noite sem dormir,
prometendo recomeço e esperanças.

Volto com a alma sem sorrir, diante da verdade,
de que só pode haver um vencedor.

Volto com a dor dos derrotados.
Quero mergulhar num longo sono de criança,
que sufoque a mudez que está em mim.

Porquê um poema se não há dilema?

Barco Ancorado 27/01/2009


Há quem o compare com o vinho, justificando que com o tempo "vai ficando cada vez melhor", e o certo é que, à primeira vista, ninguém suspeitaria sequer que esta terça-feira complete a respeitável idade de 60 anos.
Djavan Caetano Viana, ou simplesmente Djavan, nasceu em Maceió, Alagoas, no seio de uma família pobre, que lhe transmitiu a paixão pela música. Foi aí que, ainda muito jovem, formou a banda LSD, que é como quem diz, Luz, Som, Dimensão, cujo repertório era constituído por versões de temas dos Beatles.
Corria o ano de 1973 quando o músico partiu em direcção ao Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar como crooner numa discoteca, actividade que desempenhou durante quatro anos. Foi no Rio que travou conhecimento com um locutor de desporto da Rádio Globo chamado Edson Mauro, que o apresentou ao produtor da editora Som Livre, João Mello. Demorou um mês até Djavan ser contratado como cantor de temas de novelas e, dessa época, resultaram canções como "Presunçosa", de António Carlos e Jocafi para "Super Manuela"; "Calmaria e Vendaval", de Toquinho e Vinicius, para "Fogo Sobre Terra"; e "Alegre Menina", de Dori Caymmi e Jorge Amado, para "Gabriela".

O salto para a fama aconteceu finalmente através de uma participação no festival "Fato Consumado" da TV Globo, em 1975, onde o cantor apresentou o tema "Abertura", deixando transparecer os seus dotes de compositor, ao conquistar um segundo lugar. O primeiro single, foi editado quatro meses depois, e incluiu os temas "E Que Deus Ajude", "Um Dia", "Rei do Mar" e "Fato Consumado". O primeiro álbum, "A Voz, o Violão, a Música de Djavan", viu a luz do dia em 1976 e, do alinhamento, fez parte o grande êxito "Flor de Lis".
Depois da gravação do single, que incluiu as faixas "É Hora" e "Romeiros", o músico abandonou a Som Livre para se juntar ao catálogo da editora Odeon, para a qual gravou os álbuns "Djavan" (1979), "Alumbramento" (1980) e "Seduzir" (1981). "Luz", de 1982, foi gravado nos Estados Unidos, onde Djavan conheceu Quincy Jones, que adquiriu os direitos de distribuição de uma série de temas do compositor brasileiro.

Seguiu-se "Lilás", em 1984, cuja produção ficou a cargo de Eric Bulling e, no mesmo ano, o cantor trabalhou igualmente no filme "Para Viver Um Grande Amor".
O resto da década de 80 foi preenchido com a edição dos álbuns "Brazilian Knights And A Lady" (1985), "Meu Lado" (1986), "Não É Azul Mas É Mar" (1987), "Bird Of Paradise" (1988) e "Djavan" (1989). Neste último registo, o músico contou com a colaboração do guitarrista de flamenco Paco de Lucia na faixa "Oceano".
Caetano Veloso foi mais um músico de referência do panorama musical brasileiro, que colaborou com Djavan, desta feita na faixa "Linha do Equador", incluída no registo de 1991, "Coisa De Acender". O disco de 1996, "Malásia", contou no alinhamento com o tema de Tom Jobim, "Linha do Equador", posteriormente incluído em "Bicho Solto o XIII", de 1998.

O registo "Ao Vivo", editado em formato duplo, chegou ao mercado em 1999 e vendeu cerca de 1,2 milhões de unidades e foi nomeado para três categorias dos prémios Multiprize, nomeadamente "Best CD", "Best Show" e "Best Singer".
Ao longo da sua carreira, Djavan viu as suas canções serem imortalizadas na voz de grandes nomes da música brasileira, tais como Chico César, Paralamas do Sucesso, Lenine, Elba Ramalho, Chico Buarque, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, entre muitos outros.

Alinhamento
Djavan – Flor de Lis
Djavan – Meu bem-querer
Elis Regina - Romaria
Maria Bethânia – Onde estará o meu amor
Gal Costa - India
Djavan – Se acontecer
Tim Maia e Marisa Monte – Ainda lembro
Tom Jobim – Chega de saudade
Djavan - Lilás

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 26/01/2009


O músico norte-americano John Vesely, que dá pelo nome artístico de Secondhand Serenade, vai estar em Portugal no próximo mês de Fevereiro.
Considerado a revelação do rock acústico norte-americano, Secondhand Serenade conquistou o primeiro lugar na MTV americana e o oitavo lugar no top da Billboard, com o seu disco "A Twist In My Story" e alguns dos singles que o compõem: 'Fall For You' e 'Your Call'.

O registo é lançado em Portugal a 16 de Fevereiro e o cantor vai estar em território nacional de 17 a 22 do mesmo mês. No dia 20, Secondhand Serenade actua no hotel Pestana Palace, em Lisboa, para um número limitado de ouvintes da Rádio Comercial, no "Concerto Mais Pequeno do Mundo". Um dia depois o músico apresenta um showcase na FNAC do Colombo.

A edição portuguesa de "A Twist In My Story", que foi produzido por Butch Walker (Pink, Avril Lavigne, Fall Out Boy e Simple Plan), inclui ainda temas acústicos extra e uma versão de 'Fix You' dos Coldplay, sendo acompanhada por um DVD com os vídeos de 'Fall For You' e 'Your Call', bem como imagens dos making-of.

Alinhamento
Secondhand Serenade – Like a knife
Secondhand Serenade – Stay close, don´t go
Making April – These are the nights
Boys Like Girls – Up against the wall
Mayday Parade – Miserable at best
Secondhand Serenade – A twist in my story
Dashboard Confessional - Vindicated
The Spill Canvas – Lullaby
Jamestown Story – Goodbye I´m sorry
Coldplay – Fix you
Secondhand Serenade – Fall for you

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 23/01/2009


Esta sexta-feira, ainda que por antecipação, prestamos tributo a Neil Diamond no Barco Ancorado. O cantor norte-americano completa amanhã o seu 68º aniversário. Neil Leslie Diamond nasceu numa família judaica no bairro de Brooklyn, Nova Iorque, em 24 de Janeiro de 1941. Cantor e compositor que compôs inúmeros hits nos anos 60, 70 e 80, Diamond mantém até hoje uma multidão de fãs.

Neil Diamond estudou com Barbra Streisand na escola secundária Abraham Lincoln e chegou a cantar com ela no coro de escola. Aprendeu a tocar guitarra após receber uma de presente no seu 16º aniversário.
Iniciou a sua carreira como escritor para Brill Building e teve sucesso com canções como "I'm a Believer" e "A Little Bit Me, a Little Bit You" nos The Monkees. Frequentemente, Neil canta a história da sua vida, vivida essencialmente em Nova Iorque e Los Angeles. Alguns dos seus maiores êxitos são: Sweet Caroline, Crackli´Rosie, Song Sung Blue, You Don´t Bring Me Flowers, Play Me, Be, September Morn, Love on the Rocks, Hello Again, America e Heartlight, entre outros.

Ao nível sentimental, o primeiro casamento de Neil Diamond foi com a sua professora Jaye Posner, com quem teve duas filhas, Marjorie e Elyn. O segundo casamento foi com Marcia, com quem teve mais dois filhos, Micha e Joshua.

Muitos dos discos de Neil Diamond ganharam certificados de ouro e platina. O cantor americano recebeu também diversos Grammys ao longo da sua carreira e actuou no filme 'The Jazz Singer', com Sir Lawrence Olivier, em 1980. O seu trabalho mais recente foi lançado em 2008 e intitula-se 'Home Before Dark'.

Alinhamento
Neil Diamond – September morn
Neil Diamond – You don´t bring me flowers
Carly Simon – Coming around again
The Mamas & The Papas – My girl
Barbra Streisand – Woman in love
Don McLean - Crying
Neil Diamond – Song sung blue
Roy Orbison – California blue
The Righteous Brothers – You´ve lost that loving feeling
Christopher Cross - Sailing
Neil Diamond – I´m a believer

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 22/01/2009


Os Faces, grupo que, entre 1969 e 1975, uniu Ronnie Wood, dos Rolling Stones, e Rod Stewart a Kenney Jones, Ian McLagan e ao entretanto falecido Ronnie Lane, vão juntar-se este ano.
Ronnie Wood e Rod Stewart estão a planear uma tournée para o próximo Verão com os restantes elementos que fizeram parte da formação, à excepção, naturalmente, de Ronnie Lane, que será substituído por um baixista convidado, segundo revela o jornal The Sun.
Além da digressão, os Faces já terão, de acordo com o mesmo jornal, gravado novo material, depois de uma viagem pela Costa Rica, Bermudas e Miami.

Os Faces foram uma banda de rock and roll formada das cinzas dos The Small Faces, quando Steve Marriott os deixou para formar a Humble Pie; os novos integrantes Ron Wood (guitarra) e Rod Stewart (vocais) juntaram-se a Ronnie Lane (baixo), Ian McLagan (teclados) e Kenney Jones (bateria).
As canções de maior sucesso foram "Stay With Me", "Had Me a Real Good Time", "Cindy Incidentally" e "Richmond". Como a carreira a solo de Rod Stewart começou a ganhar mais importância que os Faces, a banda passou a ser subordinada ao seu vocalista. O último álbum de estúdio seria 'Ooh La La' e o grupo terminou em 1975.

Os integrantes da banda seguiram em direcções distintas: Wood entrou para os Rolling Stones; Lane formou a Slim Chance e começou uma modesta carreira a solo, que teve fim prematuro quando lhe foi diagnosticada esclerose múltipla; Jones entrou para os The Who depois da morte de Keith Moon; McLagan tornou-se músico de sessão e mais tarde entraria para a banda The Blokes de Billy Bragg; e, obviamente, a carreira solo de Stewart obteve enorme sucesso.

Embora tenham obtido pouca notoriedade em relação aos seus contemporâneos The Who e Rolling Stones, os Faces tiveram um papel primordial no nascimento do que mais tarde se tornaria o punk. As suas apresentações explosivas e os álbuns de estúdio abriram espaço para o desenvolvimento de bandas como os The Damned, The New York Dolls e particularmente os Sex Pistols, que citavam os Faces como a principal influência tanto nas suas canções como nas suas personalidades. Na sequência do colapso do movimento punk, a influência dos Faces surgiria em grupos como The Replacements, The Black Crowes e, mais recentemente, nas bandas Pearl Jam, The Charlatans e The Stereophonics.

Alinhamento
The Faces - Debris
The Faces – Cindy incidentally
Roxy Music – Love is the drug
Joan Baez – The night they drove old Dixie Down
The Byrds – Turn, turn, turn
Donovan – Atlantis
The Faces – Ooh La La
The Who – Teenage wasteland
Jeff Beck – Freeway Jam
The Faces – Flowers in the rain

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 21/10/2009


Foram anunciadas esta última terça-feira as nomeações para os Prémios Brit 2009. Coldplay e Duffy lideram a lista dos indicados com quatro nomeações cada um, incluindo Melhor Álbum Britânico para ambos, por "Viva La Vida or Death And All His Friends" no caso de Chris Martin e companhia e "Rockferry" para a gaulesa. Os Coldplay estão ainda nomeados como o Melhor Grupo Britânico e Duffy como a Melhor Artista Feminina Britânica. "In Rainbows" dos Radiohead, "We Started Nothing" dos Ting Tings e "The Seldom Seen Kid" dos Elbow, são os restantes nomeados para o Melhor Álbum Britânico.

"Black Ice" dos AC/DC, "Fleet Foxes" dos Fleet Foxes, "Day & Age" dos Killers, "Only By the Night" dos Kings of Leon e "Oracular Spectacular" dos MGMT, são os cinco indicados para o Melhor Álbum Internacional do ano, numa lista de nomeados que conta ainda com Adele, Beck, Neil Diamond, Kanye West, Beyoncé, Last Shadow Puppets, Katy Perry e Santogold, entre muitos outros.

A cerimónia de entrega dos Prémios Brit 2009 está marcada para o dia 18 de Fevereiro em Londres, com a apresentação a cargo de Kylie Minogue e dos cómicos James Corden e Matthew Horne. As actuações ao vivo vão estar a cargo dos homenageados com o Prémio Carreira da noite, os Pet Shop Boys, junto dos U2, Coldplay, Take That, Kings of Leon, Girls Aloud e Duffy.

Alinhamento
Coldplay – Vila la vida
Duffy - Rockferry
Radiohead – High and dry
The Killers - Human
Kings of Leon – Sex is on fire
Beck – Devil´s haircut
Kanye West – All falls down (ft Syleena Johnson)
Katy Perry – Hot ' n cold
U2 – The hands that build America

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Silêncio das palavras


O silêncio das palavras, às vezes, também nos faz irremediavelmente falta. Quando nos impele a vontade de subirmos a montanha para nos encontrarmos a sós, regressando com o espírito mais claro, retirada que foi a poeira dos dias.

Barco Ancorado 20/01/2009


Neil Young prepara-se para lançar um novo álbum. O disco chama-se "Fork In The Road" e tem lançamento previsto para a próxima Primavera.
A nova edição poderá pôr em causa a data anunciada para o lançamento do primeiro volume da colectânea "Archives", que compreende a reedição de discos ao vivo, bem como demos e inéditos. "Archives Vol 1" deveria chegar às lojas em Fevereiro, mas Neil Young deverá dar agora prioridade ao lançamento de "Fork In The Road". No entanto, a pré-encomenda do primeiro volume do projecto já pode ser feita através do site oficial do músico.
No mesmo site é possível ouvir a faixa que dá título ao novo disco de estúdio do cantor, que, de resto, mostrou temas do novo registo na sua última tournée pela América do Norte. 'Cough Up the Bucks', 'Fuel Line', 'Hit The Road' e 'Get Around' foram algumas das novas canções apresentadas..

Neil Young nasceu a 12 de Novembro de 1945 em Toronto, Canadá. Depois dos seus pais se terem divorciado, muda-se para Winnipeg com a mãe. O seu interesse pela música manifesta-se desde os tempos de Liceu. Participa, nessa altura, em algumas bandas de garagem e toca também em vários clubes de folk, onde conhece Joni Mitchell e Stephen Stills.
A meio da década de 60 regressa a Toronto, onde dá alguns espectáculos, desta feita, a solo. Em 1966, ingressa nos Mynah Byrds, que incluíam o baixista Bruce Palmer e Rick James. O grupo chega mesmo a gravar um par de singles para a Motown, mas a receptividade foi tão fraca que Neil decide partir para nova aventura. Muda-se então para Los Angeles, levando Palmer consigo. Aí chegados, travam conhecimento com Stills e formam, passado pouco tempo, os Buffalo Springfield, que rapidamente se tornam numa das principais bandas folk-rock californianas.
Após alguns desentendimentos, Neil abandona o grupo em 1968, ingressando numa carreira a solo. Contrata Elliot Roberts para seu manager e assina pela Reprise Records, editando o seu álbum de estreia homónimo, no início de 1969.

É já com os Crazy Horse que Neil Young grava o seu segundo álbum, "Everybody Knows This Is Nowhere", editado em 1969. O disco, que incluía os temas "Cinnamon Girl" e "Down By The River", chega ao Ouro. Em seguida, começa a ensaiar com Crosby, Stills e Nash, acabando por se juntar a eles para a gravação do álbum "Deja Vu" de 1970. Mantém-se na banda mas não abdica da sua carreira a solo, editando no mesmo ano, "After The Gold Rush", cujo single, "Only Love Can Break Your Heart", o eleva ao estatuto de estrela.
Embora o sucesso de Crosby, Stills, Nash and Young, fosse evidente, foi também efémero, e, na Primavera de 1971, a banda põe um ponto final na sua carreira. No ano seguinte, Neil chega ao número um de vendas com "Harvest", um álbum country-rock, que incluía o êxito "Heart Of Gold" (tema que também chegou ao lugar cimeiro dos tops).
Entre 1972 e 1977, edita uma sequência de seis discos de cariz mais introspectivos. Este período prolífico corresponde também a uma época obscura da sua vida, tendo sido bastante afectado pela morte por abuso de droga do guitarrista dos Crazy Horse, Danny Whitten, e do respectivo roadie Bruce Berry.

A partir da década de 80 Neil percorre variadíssimos estilos musicais, até que 1989 marca o regresso às suas raízes com "Freedom". Muitos trabalhos depois, um aneurisma cerebral ia tirando a vida ao cantor, o que o aproximou dos espirituais negros do gospel com "Prairie Wind". O disco seguinte, "Living with War", coloca Neil Young numa posição panfletária anti-Bush.
Em 2007, recupera um projecto antigo de canções, que tinha ficado perdido, que lançou como álbum, sob o título "Chrome Dreams II".

Alinhamento
Neil Young – Keep on rockin in the free world
Neil Young - Stringman
Bob Dylan -Things have changed
Robert Plant – I believe
Van Morrison – Brown eyed girl
Neil Young – Unknown legend
Cat Stevens – Father and son
Simon & Garfunkel – Bridge over troubled water
Neil Young – Harvest moon

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 19/01/2009


Apesar da efemeridade da sua carreira, provocada pelo seu, também muito breve, percurso de vida tragicamente interrompido, Janis Joplin é ainda hoje vista como a pioneira das cantoras rock que, durante a década de 60, abriu caminho para muitas das artistas, como Melissa Etheridge, Alannah Myles, Tori Amos, Sheryl Crow, Alanis Morissette ou Fiona Apple, que dominaram o rock feminino nas décadas seguintes.
Janis Joplin cresceu numa pequena cidade de Port Arthur, no Texas, onde nasceu no dia 19 de Janeiro de 1943, e onde armazenou toda a tristeza, cujas raízes jazíam nas profundas dificuldades de integração naquela comunidade conservadora e, das quais se libertou mais tarde, através da música.
A cantora começou a ganhar notoriedade quando se juntou à banda psicadélica Big Brother & The Holding Company. Já cantava blues e folk desde a adolescência, e durante a década de 60 começou a actuar pontualmente com o futuro baterista dos Jefferson Airplane, Jorma Kaukonen.
A influência que certas cantoras de blues, como Bessi Smith, tiveram na sua música, reflectiram-se em algumas das suas gravações, que datam dos tempos que antecederam a sua passagem pelo projecto Big Brother, e que só foram editados após a sua morte.
Caso fosse viva, esta segunda-feira Janis Joplin completaria 66 anos.

A cantora mudou-se definitivamente para a Califórnia e a sua entrada para os Big Brother & The Holding Company aconteceu em 1966, numa altura em que Janis já tinha desenvolvido uma atitude artística muito própria, e que permitiu ao grupo reconquistar o destaque há algum tempo perdido.
Corria o ano de 1967, quando Janis fez da banda o alvo das atenções do Monterey Pop Festival, em grande parte graças à extraordinária versão com que apresentou o tema "Ball And Chain", e que foi inclusivamente registada em filme.
Depois do primeiro álbum ter sido editado para a Mainstream, o grupo mudou de editora para a Columbia, já responsável pela distribuição de "Cheap Thrills", que chegou ao cimo das tabelas de vendas durante o ano de 1968. Pouco tempo depois, Janis abandonou o projecto, seduzida pela grandes perspectivas de uma vida de estrelato, proporcionadas por uma carreira a solo.
O seu álbum de estreia, lançado em nome próprio, "I Got Ol'Kozmic Blues Again Mama!", foi gravado com a Kozmic Blues Band, da qual fazia parte um dos membros do projecto Big Brother, o guitarrista Sam Andrew. O registo data de 1969, e apesar de ter sido muito bem recebido, não ficou nem perto de ser o seu melhor trabalho.

A carreira da cantora começava a descolar quando, num hotel de Hollywood, em Outubro de 1970, a sua vida foi bruscamente interrompida por uma dose excessiva de heroína. A morte precoce de Janis Joplin impediu-a de gozar do destaque que o sucesso da sua carreira lhe proporcionou. A par de uma vida sempre muito marcada pelo consumo de álcool e drogas, Janis Joplin editou álbuns que sempre reuniram a aclamação da crítica especializada e do público.
O seu último trabalho, "Pearl", já editado após a sua morte, contou com a colaboração da banda suporte "Full Tilt Boogie Band" e com a produção do produtor Paul Rothchild, tendo apresentado uma evolução na sonoridade e na composição, através da conciliação de géneros musicais tão diversos como blues, soul e folk-rock, e que se notou especialmente em faixas como "Mercedes Benz", "Get It While You Can" ou "Me And Bobby McGee", de Kris Kristofferson, tendo este último chegado a número um em 1971.

Durante o ano de 2001 foi editado um novo álbum de originais da cantora, intitulado "This is Janis Joplin", que foi compilado pelo seu antigo namorado, James Gurley, ex-guitarrista dos Big Brother & the Holding Company, a quem a cantora ofereceu, em 1966, uma cassete com os registos vocais que foram incluídos no disco.

Alinhamento
Janis Joplin – To love somebody
Janis Joplin – Mercedes Benz
Jimi Hendrix – Hey Joe
The Animals – The house of the rising sun
The Doors – Riders on the storm
Janis Joplin – Me and Bobby McGee
Led Zeppelin – All my love
Peter Frampton – Baby I love your way
Janis Joplin - Summertime

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 16/01/2009


Os Nouvelle Vague regressam a Portugal no próximo mês de Fevereiro para uma mini-digressão pelo país.
Depois do concerto no Campo Pequeno a banda francesa de versões de músicas dos anos 80 volta para actuar em Guimarães (no São Mamede), no Barreiro, em Portalegre, Estarreja e Alcobaça.

Recorde-se que o projecto de Marc Collin e Olivier Libaux se encontra a preparar um novo disco de duetos, no qual as versões recriadas serão partilhadas por alguns dos seus cantores originais, como é o caso de Ian McCulloch, dos Echo and The Bunnymen, ou dos israelitas Minimal Compact, e novos intérpretes menos conhecidos, que têm acompanhado o colectivo.

Actualmente os Nouvelle Vague têm como vocalistas Nadeah Miranda (na foto) e Marianne Elise, em substituição de Phoebe Killdeer e Mélanie Pain. No concerto do Campo Pequeno a formação já se apresentou com as novas cantoras, embora Mélanie Pain, agora numa carreira a solo, tenha sido convidada para dar voz a alguns temas e fazer a primeira parte do espectáculo.

As novas datas dos Nouvelle Vague em Portugal são as seguintes:
4 de Fevereiro - Teatro São Mamede, Guimarães
5 de Fevereiro - Auditório Municipal Augusto Cabrita, Barreiro
6 de Fevereiro - Centro de Artes e Espectáculos de Portalegre
7 de Fevereiro - Cine-Teatro de Estarreja
8 de Fevereiro - Cine-Teatro de Alcobaça

Alinhamento
Nouvelle Vague – This is not a love song
Nouvelle Vague – Love will tear us apart
Bebel Gilberto – So nice
Smoke City – Underwater love
Astrud Gilberto – Who needs forever
Nouvelle Vague – Dancing with myself
Feist – One evening
Charlotte Gainsbourg – The songs that we sing
Cibelle – Sereia amor d´água
Adriana Calcanhoto – Ser de Sagitário
Nouvelle Vague – Sweet & tender hooligan

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 15/01/2009


O concerto dos Stranglers no dia 31 de Janeiro vai realizar-se no Cinema Batalha no Porto e não no Pavilhão Municipal de Gaia, como antes anunciado.
A veterana banda britânica regressa ao nosso país no dia anterior (30), para um espectáculo na Aula Magna em Lisboa. Os dois concertos integram-se na Greatest Hits Tour, uma digressão onde os autores de 'Golden Brown' recuperam os êxitos dos seus trinta anos de carreira, sem esquecer a mais recente edição, "Suite XVI".
Os bilhetes para o concerto do Porto custam 20 euros. Para Lisboa variam entre os 20 e os 30 euros.

O percurso musical dos britânicos Stranglers teve duas fases distintas. Deram o pontapé de saída da sua carreira em 1974, sob o impulso de uma faceta punk, que fez da banda uma das mais populares dentro daquele movimento, que dominou a Inglaterra durante os anos de 1976 e 77.
No entanto, e a dar razão aos críticos, que acusavam os Stranglers de não se enquadrarem no círculo preenchido por bandas como os Sex Pistols e os Clash, a banda decidiu deixar adormecer o seu lado mais irreverente, depois do falhanço comercial do álbum de 1978, "Black and White", que levou a editora A&M a retirá-los do seu catálogo, e passou a dedicar-se à produção de canções mais próximas da pop.

Conscientes de que o público norte-americano tinha, de certa maneira, perdido o interesse na sua música, os Stranglers decidiram concentrar a sua atenção nos seus fãs europeus. Assinaram, entretanto, contrato com a Epic Records e deram início a uma nova fase da sua carreira. No entanto, nunca chegaram a conseguir sequer uma aproximação ao sucesso que viveram no arranque da sua actividade musical.

Optaram por tentar nova aproximação aos fãs através da gravação de versões de temas como "All Day and All of the Night" dos Kinks, mas o resultado não foi bem o pretendido.
Apesar de todas as dificuldades encontradas ao longo da sua carreira, os Stranglers continuaram a editar discos durante as décadas de 80 e 90, e fizeram inclusivamente chegar às lojas em 2001 um registo ao vivo, intitulado "5 live 01".

Alinhamento
The Stranglers – Hanging around
The Stranglers - Peaches
Buzzcocks – Ever fallen in love
Roxy Music – Love is the drug
Alison Moyet – Is this love
The Stranglers – Golden brown
Kate Bush - Babooshka
Kim Wilde – Kids in America
Talk Talk – It´s my life
Kajagoogoo – Too shy
The Stranglers – Always the sun

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 14/01/2009


Os Pavement podem vir a reunir-se este ano. De acordo com declarações do guitarrista Scott Kannberg à revista Loud and Quiet, a banda de 'Range Life' não coloca de lado o regresso mas não promete que seja nos próximos tempos.
O guitarrista revelou ainda que os organizadores do festival de Coachella têm estado em contacto com a banda para uma possível presença no evento.
Além dos Pavement, também os regressados Blur são apontados para a edição de 2009 do maior festival de música da Califórnia, a ter lugar entre 17 e 19 de Abril.
A confirmar-se a reunião de Stephen Malkmus e companhia seria a primeira vez que os Pavement se juntam para tocar desde 1999.

Os mais fiéis fãs do grupo que só trouxera novidades à música nova americana desde 1989, não queriam acreditar que o tal álbum chamado "Terror Twillight" fosse mesmo o último. O grupo chamava-se Pavement e editava em 1999 o derradeiro disco de originais. O que se passava na cabeça dos mentores do grupo ficou bem patente quando os Pavement, no seu último concerto em Londres, apareceram com o vocalista Stephen Malkmus algemado ao microfone e berrando "...isto é o que sentimos quando pertencemos a uma banda."
Este mesmo Stephen e Scott Kannberg fundaram os Pavement à beira do início da década de 90 em Stockton, gravando o primeiro single, "Slay Tracks", no único estúdio disponível no local e com a colaboração do dono do estúdio na bateria. Scott (que durante a gravação se rebaptizou Spiral Stairs) voltou à loja de discos punk onde trabalhava e Malkmus viajou até à Alemanha onde, para sua surpresa, encontrou o seu single nas importações. Nasciam os Pavement.

A carreira de dez anos foi bem cheia de eventos. Editaram 5 álbuns, umas boas dezenas de singles, calcorrearam o mapa dos Estados Unidos da América com a sua música descomprometida, desgarrada, inovadora, saíram também para o mundo, tendo fatalmente falhado um palco português, chegaram a gravar o single "Cut your hair" em pleno show de Jay Leno e ganharam certamente forte notoriedade no circuito das Universidades.
Depois acabaram... muita gente adiantou zangas, mas tudo indica que foi principalmente o cansaço a causa principal, ou não viesse claramente numa informação da editora Domino que o grupo parava a partir de 2000 para reflectir, refazer vidas e constituir famílias ou mesmo para velejar placidamente à volta do Mundo.

No entanto não é de ignorar que as críticas a "Terror Twillight" lhes desagradaram ao ponto de declararem: “após dez anos os nossos discos começaram a ser criticados por putos que não cresceram connosco ou por tipos que já não são novos o suficiente para perdoarem o ainda andarmos por cá!"
Stephen Malkmus foi o primeiro a reaparecer a solo e a conseguir resultados de exposição e vendas iguais ou superiores aos conseguidos pelos Pavement.
Agora, o Scott que se chama Spiral Stairs e que voltou para a sua Califórnia, aparece com o seu projecto Preston School Of Industry.

Alinhamento
Pavement - Here
Pavement - Stereo
Sonic Youth – Diamond sea
Siouxsie & The Banshees - Israel
The Jesus & Mary Chain – Just like honey
Pavement – Summer babe
Peter Murphy – Seven veils
Joy Division - Decades
Pavement – The killing moon

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Adeus


O adeus entre eles foi adeus de despedida.
Adeus de separação não pronunciado,
como o é entre enamorados.

Ficou espaço para possível arrependimento,
deixado entre os adeuses silenciosos e repetitivos.

Nenhum tremor anunciou o fim do mundo.
A brisa não se fez vendaval para criar bocas negras
no mar com fome de engolir naus e marujos,
e depois regurgitar os destroços em terra.

Nenhuma nova desgraça,
as mesmas bruxas rogando as velhas pragas.
Ninguém declarou guerra além das de sempre.

As árvores verdes ao redor não se agitaram,
os sinos da igreja não dobraram em luto,
os girassóis não deixaram de namorar o sol,
e os lírios beijados pelo orvalho exalam
o mesmo perfume delicado por todo o vale.

Os poemas de amor não se perderam tristes,
nem se escreveram com lágrimas de sangue.
Tudo igual no dinamismo de acomodação da vida.

Ele e ela regressaram ao que os aguardava
no mesmo lugar durante a ausência.
Ambos de volta aos amigos e ao tempo que era.

O pedaço de cada um que amou o outro,
doeu profundo e ficou entristecido,
vivendo a falsa liberdade que não devia ter sido.
E foi muito estranho sentirem-se sozinhos,
estando mais acompanhados.

Depois, no fluir do tempo, a distância se fará.
Menos nítida... cada vez mais longe...
As imagens físicas, dele e dela, serão desvanecidas,
e substituídas por mentiras menos verdades,
por falsidades menos mentiras...

O horror do amor transformando-se em desculto.
Os espaços que o bem querer deles ocupava
desaparecerão nas lembranças,
e as palavras de amizade serão mais difíceis.

Uma vez ou outra voltarão como fantasmas.
Difícil o desapego amante querendo a devolução
do amigo dentro do peito...
Como um vício do qual decidiram livrar-se...
ainda com desejos insatisfeitos.

Mas com o tempo, embora a paixão subsista tatuada
nas profundezas da alma,
a razão nem saberá lembrar o porquê.

Barco Ancorado 13/01/2009


Bruce Springsteen ganhou o Globo de Ouro para a Melhor Canção pelo tema título do filme "The Wrestler". Um filme que pode dar o Óscar de Melhor Actor a Mickey Rourke.
Na cerimónia que teve lugar em Los Angeles, Springsteen recebeu o galardão das mãos do britânico Sting e brincou com o facto de estar a concorrer pela primeira e última vez na mesma categoria que Clint Eastwood, nomeado pelo tema que compôs junto a Jamie Cullum para o filme "Gran Torino". Beyoncé, Peter Gabriel e Miley Cyrus eram os restantes indicados.

Esta é a segunda vez que Springsteen conquista o prémio, depois de ter vencido pela canção 'Streets of Philadelphia', do filme "Philadelphia", em 1994. Recorde-se que, já este ano, 'The Wrestler' foi escolhida como a Melhor Canção pela Associação de Críticos nos EUA.
"The Wrestler" é realizado por Darren Aronofsky (o mesmo realizador de "A vida não é um sonho" e "The Fountain") e protagonizado por Mickey Rourke.

Quanto ao galardão para a Melhor Banda Sonora foi parar às mãos de A.R. Rahman, pelo trabalho no filme surpresa do ano, "Slumdog Millionaire", distinguido pelos Globos de Ouro como o Melhor Filme Dramático do Ano. Entre os colaboradores desta banda sonora podemos encontrar a britânica M.I.A.


Recorde-se que os galardões entregues pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood são os primeiros grandes prémios do ano a serem distribuidos pela indústria cinematográfica e um dos mais fortes indicadores para os Óscares.

Alinhamento

Bruce Springsteen – The wrestler
Bruce Springsteen – Streets of Philadelphia
Peter Gabriel – Don't give up
Bruce Springsteen -My city of ruins
Miley Cyrus – See you again
M.I.A. - Paper planes
Beyoncé - Irreplaceable
Bruce Springsteen - Paradise
A.R. Rahman – Latika's theme (ft Suzanne)
A.R. Rahman – Mumbai theme

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 12/01/2009


A sporty spice faz hoje anos. Precisamente 34. Melanie C cedo começou a destacar-se no colectivo das Spice Girls, dada a indiscutível qualidade da sua voz. Melanie Chisholm, o seu verdadeiro nome, começou por ser bailarina e cantora ocasional, antes de entrar no projecto das Spice Girls juntamente com as outras quatro famosas representantes do girl power.

Melanie C é uma entusiástica fã de futebol, particularmente da equipa do Liverpool, e os seus gostos musicais vão desde os Blur aos Red Hot Chili Peppers. O sonho em gravar um álbum a solo esteve presente desde que começou a cantar com as Spice. No entanto, a sobrecarregada agenda do agrupamento feminino ia consecutivamente adiando o projecto individual. Melanie, sempre referida como a mais talentosa das cinco (agora quatro) Spice participou em duetos com Bryan Adams e com Lisa Left Eye das TLC. O tema gravado com o canadiano, "When You're Gone", foi editado em single por Adams, enquanto "Never Be The Same Again" é parte integrante do primeiro longa duração de Melanie C, "Northern Star".

Melanie contou com a colaboração de um sem número de produtores de renome para a gravação do seu primeiro álbum. Assim, entre eles, estavam William Orbit, Rick Nowels (produtor dos Red Hot Chili Peppers e dos Beastie Boys), dois membros da banda de Beck, e ainda colaboradores de Madonna. O longa duração constituíu a concretização de um projecto longamente acalentado pela cantora.
A carreira a solo da inglesa começou a dar os primeiros passos, mas dada a constante actividade das Spice Girls, o seu trabalho individual poderá ficar por algum tempo adiado.
Em 2002 a cantora editou "Reason", um registo que deu a conhecer os temas 'Here It Comes Again', 'On The Horizon', 'Melt' e 'Yeh Yeh Yeh'.

Três anos mais tarde a britânica lança "Beautiful Intentions", um registo que se revelou um êxito comercial no nosso país e na Europa, muito por culpa das baladas 'Better Alone' e 'First Day Of My Life'. O sucesso do disco deixou a cantora surpreendida e serviu de mote para diversas visitas a Portugal, nomeadamente para actuar no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
"This Time", o quarto disco a solo de Melanie C, chegou ao mercado em 2007, acompanhado pelos singles 'From This Moment' e 'Carolyna'.

Alinhamento
Melanie C - Understand
Melanie C – Better alone
All Saints – Never, ever
Atomic Kitten – Eternal flame
Take That – How deep is your love
Melanie C – The moment you believe
Westlife – Against all odds
Anastacia – One more chance
Robbie Williams - She´s the one
Melanie C – First day of my life

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 09/01/2009


Figura gigante e controversa da música popular, David Bowie dita modas desde os anos 70, mas percorreu um caminho acidentado até adquirir o estatuto de mega star. Teve uma infância difícil, onde a música funcionou como um género de escape. Aprendeu a tocar guitarra, mais tarde saxofone, e acabou por se juntar à banda de R&B, David Jones and the King Bees.
David Jones é o nome de família de David Bowie, que acabou por deixar para trás, em 1966, com o intuito de não ser confundido com o vocalista da banda norte-americana The Monkees, Davy Jones, que então se tornara internacionalmente conhecido.
Descontente com a falta de sucesso da banda onde estava inserido, Bowie largou o projecto e aventurou-se na edição do seu primeiro álbum a solo, "The World Of David Bowie", em 1967, com o qual o músico não viu melhor sorte. Desiludido, deixou a música, mas acabou por regressar, dois anos mais tarde, com o single "Space Oddity", que deu título ao álbum editado no mesmo ano. Na base desse regresso está Angela Barnet, com quem viria a casar anos mais tarde. A senhora tinha um amigo na Mercury Records, a quem pediu para ouvir a música do cantor e o resto é previsível.
David Bowie é destaque no Barco Ancorado desta sexta-feira, a propósito do seu 62º aniversário.

O sucesso alcançado com “Space Oddity” provocou em Bowie uma motivação tal, que o músico começou a editar discos todos os anos, às vezes até mais do que um por ano, sem dar ao público tempo suficiente para digerir o grande conteúdo dos álbuns.
Em 1970, surgia "The Man Who Sold the World", que levou Bowie aos EUA com o objectivo de promover o disco. No ano seguinte, era a vez de "Hunky Dory", uma espécie de disco homenagem a Bob Dylan e Andy Warhol, ao qual sucedeu o emblemático "The Rise and Fall of Ziggy Stardust".
A edição regular do "Camaleão" e as suas personagens prosseguiram com "Aladdin Sane" e "Pin-Ups", ambos de 1973; depois, foi a vez de "Diamond Dogs", "Young Americans" e a trilogia berlinense, "Station to Station", "Low" e "Heroes".
Ainda nesse ano, Bowie enveredou pela arte cinematográfica, tendo participado em "The Man Who Fell To Earth", e em 1979 retomava as edições discográficas com "Lodger", disco que ganhou forma sob a direcção do mestre da electrónica Brian Eno.

Chegava a década de 80, e Bowie conquistava uma nova legião de fãs com o álbum «Let's Dance», mas a popularidade que conquistara ao longo de vários anos decresceu quando os álbuns seguintes, "Tonight" e "Never Let Me Down", não foram muito bem acolhidos pelo público. No entanto, o cantor remediou a situação com grandiosas apresentações ao vivo dos discos incluídas na digressão "Glass Spider" que, de acordo com alguns boatos, custou cerca de vinte milhões de dólares.
Com o aproximar da década de 90, Bowie abandonou a carreira a solo e formou o quarteto Tin Machine que, após o lançamento de dois álbuns homónimos em 1989 e 1991, interrompeu a actividade, tendo o músico retomado o projecto a solo. Editou em 1993«Black Tie White Noise» e, dois anos depois, voltava a contar com a colaboração de Brian Eno, desta vez para o álbum «Outside». Nenhum dos trabalhos conseguiu grande volume de vendas, no entanto, o talento de Bowie não era posto em causa, como confirmavam os seus espectáculos. Na digressão de apresentação de «Outside», o músico contou com a participação dos Nine Inch Nails, incluídos no concerto com o objectivo de atrair a atenção do público mais jovem. O que Bowie não esperava era que o público em questão abandonasse o recinto após a actuação dos Inch Nails...

«Earthling» (1997), dominado por sonoridades drum n' bass e tecno, recebeu grandes elogios por parte da crítica, mas voltou a não convencer o público, suscitando até apreciações negativas por parte dos fãs da música tecno.
Em 1999, surgiu «Hours...», um álbum despido de artifícios, no qual o músico parece ter absorvido todas as influências que marcaram a sua carreira. Três anos depois, no mês de Junho, Bowie regressa aos escaparates com novo trabalho de originais, intitulado "Heathen".
Em Outubro de 2002 foi editado um álbum de revisão de carreira, "Best of Bowie", com 38 temas, sucedido por uma edição em DVD, onde foram incluídos todos os telediscos da carreira de Bowie.
Depois do aclamado álbum "Reality" (de 2003), David Bowie vive um invulgar hiato que dura há mais de 5 anos.

Alinhamento
David Bowie – Let´s dance
David Bowie – China girl
Sting - Fragile
Madonna - Frozen
David Bowie – This is not America
Bryan Ferry – Slave to love
Fleetwood Mac – Silver springs
David Bowie – Thursday´s child

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 08/01/2009


Tem com a música uma relação de tão grande verdade e paixão que se confunde com um sofrimento que o muda e o torna mais próximo de quem gosta de si e do seu trabalho, ao mesmo tempo que lhe alimenta o desejo de resistir a pressões e imposições descabidas. É assim que André Sardet define o que sente pela actividade que lhe ocupa os dias.
Natural de Coimbra, onde nasceu no dia 8 de Janeiro de 1976, o músico que ficou conhecido pelo tema "O Azul do Céu", nem sempre quis escrever canções e tocar guitarra. Reza a lenda que sempre foi uma criança esperta, e talvez isso lhe despertasse o interesse pela montagem e desmontagem dos brinquedos que lhe ofereciam. Queria ser mecânico porque gostava muito de carros, mas a música, que na altura também já lhe rondava as ideias, acabou por vir ao de cima com mais intensidade.
Esta quinta-feira, André Sardet completa 33 anos.

Fez parte de uma banda durante a adolescência, mas pouco depois abandonou o projecto e começou a compor por conta própria, e quando se apercebeu que tinha material suficiente para gravar um disco, colocou as cartas nas mesa e em 1996 editou o seu álbum de estreia, a que chamou "Imagens". Para além de "Azul do Céu", o registo incluiu ainda canções como "Frágil", "Não Mexas no Tempo" e "Um Minuto de Prazer".
Dois anos mais tarde, estava nas lojas novo álbum de originais, desta feita intitulado "Agitar Antes de Usar", que teve por single de apresentação o tema "Perto, Mais Perto".
Sem pressa de chegar ao centro das luzes da ribalta, André Sardet optou então por fazer uma pausa mais alongada no que tocava à edição de um novo disco, tendo aproveitado para reflectir sobre os seus objectivos, estudar e viajar. Começou então a compor um álbum autobiográfico, a que chamou "André Sardet", e onde contou nas letras alguns dos bons e maus momentos da sua vida. O disco foi editado em Setembro de 2002 e contou com a colaboração de Rui Veloso, Luís Represas e Mafalda Veiga.

Em 2006 o músico comemorou 10 anos de carreira com o álbum "Acústico". O registo inclui 15 músicas gravadas ao vivo no Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, e uma nova versão do tema 'Quando eu te falei de Amor'.
Poucas semanas depois de chegar ao mercado, "Acústico" alcança o primeiro lugar do top de vendas nacional, onde permanece 55 semanas, 12 das quais em primeiro lugar. Entre 2006 e 2007, ultrapassa as 150 mil cópias vendidas e alcança o galardão de séptupla platina.
Sardet dá mais de 130 espectáculos ao vivo, aplaudidos de Norte a Sul em salas e recintos esgotados, desde que lançou o quarto álbum.

Em Fevereiro de 2008, iniciou uma digressão ecológica. A Eco Tour 2008 antecedeu o lançamento do novo disco "Mundo de Cartão", um projecto dedicado às famílias, que conta com a participação de Mafalda Veiga, Carlos Tê e integra uma versão de 'Anjinho da Guarda' de António Variações. O registo é avançado pelo single 'Adivinha Quanto Gosto de Ti' e vendido numa embalagem amiga do ambiente.

Alinhamento
André Sardet – Foi feitiço
André Sardet – Perto mais perto
Mafalda Veiga – Uma gota
João Pedro Pais – Não há
Luís Represas – Sinais de afecto
André Sardet – Alma devolvida
Paulo Gonzo – Dei-te quase tudo
Rita Guerra – À espera do sol
João Afonso – Cheiro a café
André Sardet – Adivinha quanto gosto de ti

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Isso basta-me!


Não sei mais o teu nome. Não sei os redemoinhos que te sopram, nem os teus segredos, os caminhos desfeitos. Não sei onde dormes, nem que nomes a tua boca já chamou. Não conheço as tuas rendições, mas confio no invisível fio das amarras quando dizes prometo. Lavo-me no leite dos teus olhos milenares como quem se lava de esperanças e sabe que o amanhã, ali, é apenas uma outra ilusão. Não sei onde será, mas saber da tua vinda basta-me.

Não sei das tuas fomes, nem se te deixas morrer nos braços de um homem, mas sei que te tomarei nos meus, um dia, como quem sacia todas as fomes ancestrais e embala o sono no balanço doce do vento do litoral, e isso basta-me. Não sei a tua duração, mas sei que os séculos da tua permanência serão feito incenso, linho, navegação de caravela em mar aberto, oração, sânscrito divino, e isso basta-me.

Não sei como te vestes, mas sei que a roupa que usas para mim é a tua nudez, de milagre do belo, de orações, de fêmea húmida, como um véu, um manto, no qual me escondes, e isso basta-me.

Não te toco, nem sei onde gostas que a mão te dome, mas sei que te abrirás, não como se te desses a outro homem, mas como se fosse o mover de tuas coxas e a salivação de teu corpo a passagem do Mediterrâneo, e o definitivo e único morrer do nosso destino... e isso basta-me!

Barco Ancorado 07/01/2009


O novo disco dos Röyksopp chama-se "Junior" e chega em Março. Apresentado pelo single, 'Happy Up Here', o mais recente trabalho da dupla norueguesa, é lançado meses depois da banda ter celebrado o seu décimo aniversário.
O novo álbum tem edição prevista para 23 de Março e inclui as participações vocais de Lykke Li, Robyn e de Karin Dreijer-Andersson, dos The Knife. Quanto ao single, 'Happy Up Here', é lançado no dia 9 do mesmo mês.

Torbjørn Brundtland e Svein Berge começaram por se dedicar à música em regime de colaboração com alguns dos vísíveis nomes da cena musical norueguesa, tais como os Kings of Convenience, Drum Island e Those Norwegians. Pouco tempo depois, já numa altura em que esta nova vaga de talentos nórdicos começavam a dar nas vistas em paragens mais mediterrânicas, também com a ajuda de Sondre Lerche, a dupla Brundtland/Berge apresentou finalmente o seu primeiro trabalho por conta própria.

Juntos dão forma aos Röyksopp, um dos muitos projectos de electrónica surgidos à sombra do novo milénio, e também um dos que maior aclamação da crítica recebeu à conta de "Melody A.M.", o álbum de estreia, editado em 2001.
Brundtland e Berge conheciam-se desde o início da década de 90, e foi devido à insistência de Geir Jenssen, a cabeça por trás do projecto norueguês Biosphere, que avançaram com as primeiras gravações.

Depois de alguns anos anos afastados, os músicos voltaram a encontrar-se em 1998 e foi então que, já com o nome Röyksopp escolhido, começaram a trabalhar no primeiro álbum. As primeiras amostras foram "Eple" e "Poor Leno", que valeram à dupla a conquista do espaço além-fronteiras norueguesas, e tiveram inclusivamente direito a apresentação ao vivo entre nós, na primeira parte do concerto de Moby, no Pavilhão Atlântico, em Outubro de 2002.
Depois disso, os Röyksopp editaram mais três álbuns: “The Understanding” (2005), “Röyksopp's Night Out” (ao vivo) (2006) e “Back to mine” (2007).

Alinhamento
Röyksopp - Only this moment
Röyksopp - Sparks
Groove Armada – Dusk you & me
Thievery Corporation – Will folow you
Röyksopp – Poor Leno
Massive Attack - Protection
Morcheeba – The sea
Röyksopp – Remind me

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Entrega


O que extasia e enlouquece não é a nudez do teu vestido dissolvendo-se em chamas - quando o teu corpo antecipa a possibilidade do meu - mas o arrebatamento de ver a tua alma desabotoando as defesas por um encontro inesperado.
Não são os desejos que fazem da tua pele de trigo e teu ventre, pergaminho para alfabetos imaginários e irrepetíveis, mas a entrega sem pudores, negada a todos e tantos. A tua luta de ceder ao milagre da revelação, mulher, dançarina, fêmea, sargaço ancorado para sempre no barco de todos os meus mares.

O que cativa e fascina é ter tanto sem ter tido. Esse orvalho de olhar, que cai como quem dá um suspiro e se rende ao destino, os gozos infinitos de quem sacia vontades desconhecidas, contidos num abraço, a boca desenhando-se na medida exacta da outra, sem se tocarem, como se pudessem refazer o génesis, e falassem um só dialeto e os corpos uma única linguagem dos sinais.

O que apaixona e abisma, é a tua promessa de cuidados, artesã tentando tecer o mundo para me fazer feliz, para andarmos juntos nas mesmas ruas, e acordarmos no mesmo sono.

Barco Ancorado 06/01/2009


Prince acaba de revelar que pretende editar três novos álbuns ao longo deste ano. Segundo o NME, dois dos discos, com os títulos "Lotus Flower" e "MPLSOUND", já estão concluídos e prontos a editar.
O terceiro álbum, de nome "Elixir", também se encontra em fase de produção e conta com a colaboração da jovem "protegida" do intérprete de 'Purple Rain', Bria Valente.
Apesar de estar previsto que todos os álbuns sejam lançados pela editora de Prince, o jornal LA Times avança que o músico está a tentar negociar a distribuição dos mesmos com uma grande editora.
Recorde-se que no passado dia 22 de Dezembro o cantor deu a conhecer uma nova canção, intitulada 'There Will Never B Another 1 Like Me'.

A obra de Prince é feita de mais de vinte álbuns de originais e um número considerável de compilações e participações em discos de outros nomes cintilantes como Madonna ou Patti Labelle.
O começo foi difícil, como para tantos outros, mas o tiro de sorte aconteceu com a apresentação de uma demo de três temas a representantes da Warner Bros. Prince ficou com 100 mil dólares e liberdade total para fazer o seu primeiro longa duração. É assim que, em 1978, é editado "For You". A versatilidade do showman ficou provada, Prince tocou todos os instrumentos do disco. "Prince", de 1979, deu-lhe alguma notoriedade, mas foi com "Dirty Mind", de 1980, que conquistou de vez as hostes no mundo da música. A sua genialidade foi reconhecida, com a crítica a deixar-se embriagar pelas melodias híbridas do álbum, entre a soul, o funk e o pop. No ano seguinte, foi a vez de "Controversy", evolução do longa duração anterior.

Foi em 1983 que se deu a consagração total de Prince. "1999", um duplo LP, produziu três singles: "1999", "Little Red Corvette" e "Delirious". A MTV, as rádios e o os tops foram fãs e divulgadores da obra. O álbum figurou nos tops da Billboard durante três anos. Mas as reais virtudes do sucesso estavam ainda para vir. "Purple Rain" foi a elevação de Prince ao estatuto de super estrela. O álbum ficou durante 6 meses em número 1. O filme teve igual sucesso e acabou por vencer o Oscar de melhor banda sonora.
O trabalho que se seguiu, "Around The World In A Day", voltou a comprovar a versatilidade e o génio de Prince. 'The Black Album', não fosse o conteúdo considerado imoral, teria sido o passo seguinte. "Parade" foi o álbum que se seguiu, composto como banda sonora de um filme que acabaria por ser um fiasco de bilheteira. O duplo "Sign O'The Times", de 1987, foi definido como mais uma obra-prima. Entre o funk, a dança, o pop psicadélico ou incursões no gospel, Prince deu largas à sua imaginação e o resultado foi uma obra memorável. Já 'Lovesexy', de 1988, não conseguiu atingir os resultados comerciais dos álbuns anteriores, mesmo apoiado por uma digressão nos Estados Unidos.

“Batman” foi uma nova incursão de Prince no mundo do cinema. Já “Graffiti Bridge” antecedeu "Diamonds and Pearls", feito com a New Power Generation, que o ajudou a aparecer novamente nos charts. O single "Cream" foi o quinto número 1 conseguido por Prince.
O álbum seguinte, "Love Symbol Album", deu início a uma queda inequívoca na popularidade do compositor. Em Junho de 1993, Prince mudou o seu nome artístico para um símbolo impronunciável. Aquilo que pretendia ser uma mudança de atitude, acabou por ser motivo de gozo no meio musical. Foi então que começou a batalha com a Warner. Prince queria libertar-se do contrato e acabou por editar "The Most Beautiful Girl In The World" no catálogo da NPG. Seguiram-se trabalhos mais ou menos significativos do ponto de vista das vendas e, por fim, em 1999 é editado o seu último conjunto de originais "Rave Un2 The Joy Fantastic", já na Arista Records.
Seguem-se, este ano, segundo Prince anuncia, mais três álbuns de uma assentada.

Alinhamento
Prince - Kiss
Prince - 1999
Lenny Kravitz – Calling all angels
Madonna - Secret
Prince – Purple rain
Beck – Lost cause
Prince – Diamonds and pearls

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 05/12/2009


Os Depeche Mode já terminaram as gravações do seu novo e vindouro álbum, o seu 12º disco de estúdio. O vocalista, Dave Gahan, revelou que faltam apenas uns retoques, mas que no essencial o sucessor de "Playing the Angel" está pronto. «Penso que fizemos um grande disco (...). Gravámos mais canções para ele do que para qualquer outro», afirma o cantor.

Ainda sem título, o registo é composto por 12 temas, onde se incluem canções como 'Wrong', ' Peace Will Come to Me', 'Hole to Feed', 'Comeback' e 'In Chains'.
O sucessor de "Playing the Angel" foi gravado entre Santa Bárbara, na Califórnia, e Nova Iorque, cidade onde o grupo realizou, no mês passado, o vídeo do seu primeiro single de apresentação ao novo álbum. Gahan revelou esperar lançá-lo nos primeiros dias do novo ano.

Recorde-se que a edição do novo trabalho dos Depeche Mode será acompanhada de uma tournée mundial, que passa por Portugal a 11 de Julho. O concerto realiza-se no Estádio do Bessa, no Porto, integrando-se no cartaz de 2009 do Super Bock Super Rock.
Os bilhetes encontram-se à venda e custam 40 euros.

Alinhamento
Depeche Mode – Strange love
Depeche Mode – Just can´t get enough
Erasure - Sometimes
New Order - Regret
Pet Shop Boys – West end girls
Depeche Mode – Dream on
A-Ha – Hunting high and low
Duran Duran - Someone else not me
Soft Cell - Tainted love
Depeche Mode – Enjoy the silence

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 02/01/2009


2008 foi um ano bem recheado em matéria de concertos e 2009 promete não ser diferente. O primeiro mês traz a estreia dos Kaiser Chiefs em nome próprio nos palcos nacionais, a 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro, nos Coliseus do Porto e Lisboa, respectivamente. "Off With Their Heads", o seu novo disco, é o pretexto.
Também em Fevereiro, outras bandas de culto retornam ao nosso país, com os seus mais recentes trabalhos na bagagem: Mogway, dia 5, na Aula Magna; Tindersticks, dia 13, no Coliseu de Lisboa; Oasis, dia 15, no Pavilhão Atlântico; e Soulfly, dia 16, no Coliseu de Lisboa.

Para os fãs do metal é com Março que chega a grande celebração. O Priest Feast instala-se no Pavilhão Atlântico, a 17 de Março, com os Judas Priest, Megadeth e os Testament. No mesmo mês, mas noutros palcos e noutros pólos sonoros, estarão Jason Mraz (a 19 no Campo Pequeno, em Lisboa, e um dia depois, no Coliseu do Porto) e Lenine (a 21 na Aula Magna, em Lisboa, e a 22, no Porto).

No Coliseu de Lisboa, há ainda a destacar Nithin Sawney (24 de Fevereiro), Maria Bethânia (27 e 28) e The Script (4 de Março). Madcon, em Abril, e Antony and The Johnsons, em Maio, dividem-se entre a sala da capital e a sua homónima do Porto.

O Pavilhão Atlântico guarda para 6 de Abril nova recepção ao fenómeno de massas que são os Il Divo. Não menos que isso, são também Beyoncé, que regressa à mesma sala, no dia 18 de Maio, e os veteranos Eagles, que se apresentam no Atlântico a 22 de Julho.

Alinhamento
Kaiser Chiefs – I predict a riot
Mogway – Acid food
Tindersticks – The other side of the world
Oasis – Sunday morning call
Judas Priest – Fever
Jason Mraz – I´m yours
Nithin Sawney - Sunset
Antony and The Johnsons – Hope there´s someone
Eagles – Wasted time