terça-feira, 30 de junho de 2009

Barco Ancorado 30/06/2009


Elton John passou por Lisboa para uma noite de celebração dos seus mais de 40 anos de carreira e para um concerto que quase encheu o Pavilhão Atlântico no máximo da sua capacidade de recepção de espectáculos musicais. Uma multidão de fãs ávidos e mais velhos que o normal nestas andanças do rock, que pouco mais pedia além dos muitos sucessos que a faceta artística de Reginald Kenneth Dwight dá ao mundo desde que pegou no piano nos anos 60. E foi isso mesmo que receberam.

No alto dos seus 62 anos, Elton John é um letrado em plateias e fora baladas obrigatórias como 'Candle In the Wind', 'Sorry Seems to be the Hardest Word' ou 'Don´t let the Sun Go Down on Me', brindou os admiradores portugueses com um alinhamento de homenagem ao bom e velho rock n´roll, que aqueceu e bem a moldura humana que encheu a sala lisboeta, ela própria uma das protagonistas da noite.
De cor-de-rosa como só ele, Elton John passa todo o tempo sentado ao piano, levantando-se sempre entre cada tema para agradecer e pedir mais palmas. As canções sucedem-se ao ritmo de greatest hits, não estivesse esta passagem por Portugal inserida na 'Rocket Man Tour', nome retirado da canção de 1972 que em concerto espelha bem o que ainda mantém a vitalidade na expressão ao vivo de Elton John e a recaída ora no blues ora no country que em muito se deve aos músicos que o acompanham, também veteranos e quase todos norte-americanos, terra que tão bem adoptou John.

Os temas mais antigos e animados fazem as delícias dos fãs, que acompanham na ponta da língua 'Daniel', 'Honky Cat', 'Sad Songs' e o óbvio 'Crocodile Rock', que levantou literalmente toda a gente da cadeira como se fosse o momento mais esperado do concerto. Não faltaram também temas menores dados ao swing como 'Sacrifice', 'Bennie and the Jets' e 'Tiny Dancer', esta última dedicada às meninas da sala.
A verdade é que neste regresso ao nosso país, Elton John não deu os ares de diva com que muitas vezes é retratado.

Genuinamente contente com a reacção do público e dando mostras de velha raposa, Elton John começou o encore a assinar autógrafos à boca de palco, numa proximidade com os fãs que deixa bem longe a impressão causada há uns anos atrás quando cancelou um espectáculo no Casino do Estoril devido a um arrufo amoroso. De volta ao piano, fechou com 'I´m Still Standing' e 'Your Song' para o coro final para trautear na saída da sala lisboeta, pelo meio das expressões de contentamento que se foram ouvindo entre os assistentes. Um dos catedráticos da música ligeira a não desiludir nesta passagem pela capital portuguesa.

Alinhamento
Elton John - Can you feel the love tonight
Elton John - Sacrifice
Paul McCartney – Jenny wren
Rod Stewart - Sailing
Eagles - Desperado
Elton John - Nikita
Chicago - If you leave me now
Phil Collins – True collors
Elton John – Your song

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Barco Ancorado 29/06/2009


Os Editors acabaram de anunciar o título e a data da edição do seu terceiro disco. “In This Light and On This Evening” chega às lojas no dia 21 de Setembro. Segundo um comunicado de imprensa da banda, o sucessor de “An End Has a Start” é mais virado para a electrónica, traduzindo aquilo que o quarteto chama “dar às máquinas um toque humano”. O álbum foi gravado na íntegra em Londres, cidade que de acordo com o vocalista Tom Smith “está em todas as canções”.
A nova edição vai ser também pretexto para uma digressão dos britânicos prevista para começar em Novembro.

Os Editors nasceram na Inglaterra em 2002 formados por quatro estudantes de Tecnologia da Música, depois de chegarem à conclusão de que o seu talento andava mais perto da música do que da tecnologia.
Antes de assinarem o primeiro contrato discográfico em 2004, Tom Smith, Chris Urbanowicz, Russell Leetch, Geraint Owen e mais tarde Ed Lay, que substituiu Owen, já tinham percorrido grande parte da Inglaterra em concerto, mostrando as canções originais que em 2005 viriam a compor "The Back Room", o registo de estreia que mostrou ao mundo o rock recheado de referências New Wave que os caracteriza.
Antes da edição do disco de estreia, os Editors já tinham mostrado os singles 'Bullets', 'Munich' e 'Blood'. "The Back Room" chega em Julho de 2005 e atinge o número 2 da contagem britânica de álbuns em Janeiro de 2006.

A banda parte numa digressão conjunta com os Stellastarr* pelos EUA, que inclui passagens pelos festivais de Coachella e Lollapalooza, além da presença em programas de televisão como Late Night With Conan O'Brien, que contribuem em muito para a crescente popularidade naquele país. "The Back Room" é também o pretexto para a estreia em Portugal, com um muito comentado concerto ainda durante a tarde no Super Bock Super Rock em Lisboa.
No final desse ano, Tom Smith e companhia revelam que estão a trabalhar no segundo disco. "An End Has a Start" chega em Junho de 2007 e entra directamente para o topo da contagem britânica de álbuns, depois de ser apresentado pelo single 'Smokers Outside the Hospital Doors'. O registo conta com a produção do aclamado Jacknife Lee, responsável por discos dos U2 e Bloc Party, entre muitos outros.

O novo registo dá o mote para mais uma digressão mundial, que conta com passagens nos festivais de Glastonbury, Oxegen e mais uma sequência de presenças em talk shows na América, além do regresso ao nosso país para um concerto em nome próprio no Pavilhão do Restelo e a estreia em Paredes de Coura. Pelo meio foram nomeados como Melhor Banda Britânica nos Brit Awards de 2008, o que levou ao cancelamento de uma das datas nos EUA para poderem estar presentes na cerimónia.
Nos espectáculos da tournée de promoção a "An End Has a Start", os Editors apresentam ao vivo dois inéditos intitulados 'Banging Heads' e 'No Sound But The Wind'. Em Julho de 2008 revelam que têm cerca de dez temas escritos para o terceiro disco. Nas suas palavras, estas são as «mais sintéticas, cruas e negras canções que algumas vez escreveram».

Alinhamento
Editors – An end has a start
Editors - Bones
Interpol - Specialist
Bloc Party – Blue light
Kasabian – Shoot the runner
Editors - Spiders
Kaiser Chiefs - Ruby
The National – Squalor Victoria
Franz Ferdinand – This fire
Editors – Smokers outside the Hospital doors

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Barco Ancorado 26/06/2009


Inevitável. Esta sexta-feira, o Barco Ancorado presta tributo ao “Rei da Pop”. Michael Jackson morreu ontem, aos 50 anos, vítima de uma paragem cardíaca. Os serviços de emergência médica foram chamados à sua residência para socorrer o cantor, aparentemente em paragem respiratória — poucas horas mais tarde, já a partir do hospital universitário UCLA, para onde foi transportado, surgia a confirmação da morte.
Aparentemente, Jackson terá sofrido um colapso em casa. Foi socorrido por uma equipa de paramédicos, que o encontraram sem pulso e não lograram reanimá-lo. Segundo as autoridades, chegou ao hospital em estado de coma profundo e foi pronunciado morto. Desconhece-se qual seria o seu estado de saúde antes do episódio fatal.

A música de Michael Jackson marcou de forma indelével os anos 80 e influenciou toda uma geração de músicos. O seu álbum “Thriller”, lançado em 1982, é um ícone da música pop e continua a ser o disco mais vendido da história da música. E os vídeos que acompanharam os seus sucessos transformaram a indústria, abrindo a porta ao sucesso dos canais televisivos musicais como a MTV.
A carreira de Michael começou precocemente, acompanhando os seus irmãos no bem sucedido grupo “Jackson 5” logo aos cinco anos de idade. A sua canção “I want you back” está entre as melhores melodias da pop. Aos treze anos, e enquanto ainda actuava com os irmãos, iniciou a carreira a solo.
Depois de se rebelar contra a Motown, aos 17 anos, Michael enveredou para um som disco. Era a transição para a idade adulta e para a independência - com Quincy Jones como produtor, “Don’t Stop ‘Til You Get Enough” projectou Jackson para o topo das tabelas.

Com “Thriller” - o disco mais vendido da tabela americana durante 37 semanas consecutivas - e “Bad”, Michael Jackson tornou-se o músico mais famoso do mundo.
Foi por duas vezes reconhecido no “Rock’n Roll Hall of Fame” e venceu 13 Grammys. O seu trabalho humanitário - foi o responsável pelo “single” de ajuda a África “We Are the World” - foi reconhecido pelo Presidente Ronald Reagan.
Tão espectacular como o seu fulgurante sucesso foi o seu colapso: há doze anos que Jackson se mantinha afastado dos palcos.
A sua vida quotidiana, misteriosa e excêntrica, foi motivo de especulação durante décadas - alegadamente, Jackson dormia numa câmara de oxigénio, tratava o chimpanzé Bubbles como seu filho e queria transformar o seu rosto numa cópia do de Diana Ross, que idolatrava. O músico morava em reclusão num rancho chamado “Neverland”, uma propriedade de dez quilómetros quadrados que mais parecia um parque de diversões - e que esteve recentemente em hasta pública.

Jackson procurava agora reavivar a sua carreira com uma série de 50 concertos na O2 Arena de Londres, cujos bilhetes esgotaram poucas horas depois de serem postos à venda. De acordo com a imprensa norte-americana, esses espectáculos seriam uma espécie de pontapé de saída para uma tournée mundial de três anos e um novo álbum de originais. Além disso, Jackson tinha planos para transformar o seu mítico “Thriller” numa espécie de musical para casino, a apresentar em Las Vegas e Macau.

A notícia da sua morte foi recebida com choque e consternação nos Estados Unidos - e em particular pela comunidade afro-americana que via Jackson como um emblema da cultura negra nos Estados Unidos. Minutos depois da confirmação da notícia, o reverendo Al Sharpton classificava Michael Jackson como um ícone mundial e elogiava o seu génio musical e talento artístico, a sua generosidade e humanitarismo. “O mundo nunca deixará de escutar Michael Jackson”, declarou.

Alinhamento
Michael Jackson – One day in your life
Michael Jackson - Cry
Janet Jackson – Because of love
Prince - Kiss
Michael Jackson – Heal the world
George Michael – Jesus to a child
Whitney Houston – One moment in time
Michael Jackson – You are not alone

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Barco Ancorado 25/06/2009


Os Kinks são o próximo 'alvo' da objectiva do realizador de documentários Julien Temple. Foi o próprio mentor dos Kinks, Ray Davies, quem o confirmou numa entrevista ao The Independent. Há cerca de dois anos, Temple, popularizado desde os anos 70 pelo trabalho de registo em vídeo que fez junto dos Sex Pistols, revelou que o seu próximo projecto seria um documentário sobre os autores de “Victoria' chamado “Kingdom Come”.

Temple e os Kinks são velhos conhecidos, já que o realizador assinou os vídeos para “Come Dancing” e “Don´t Forget to Dance” nos anos 80. O último filme assinado pelo cineasta britânico foi o rockumentário sobre o desaparecido vocalista dos Clash: “Joe Strummer: The Future is Unwritten”, estreado em 2007.

Na entrevista ao The Independent, Ray Davies desmentiu também os boatos que davam como certa uma reunião da veterana banda. O músico confirmou que tem tocado com o seu irmão mais novo, Dave Davies (ainda a recuperar do AVC sofrido em 2004) e o baterista Mick Avory, mas nas suas palavras um regresso efectivo da banda é “altamente improvável”, embora ainda sinta muitas “saudades” dos Kinks. A última vez que os Kinks tocaram juntos de forma oficial foi em 1996.

Alinhamento
The Kinks - Victoria
The Kinks – Got love if you want it
The Faces – Ooh La La
The Beatles – A day in the life
The Birds – Turn, Turn, Turn
The Kinks – I took my baby home
The Beach Boys - Kokomo
The Rolling Stones – Anybody seen my baby
The Animals - The house of the rising sun
The Kinks – You really got me

terça-feira, 23 de junho de 2009

Barco Ancorado 23/06/2009


Sting vai editar um novo álbum, “If On a Winter´s Night...”, na sua estação preferida do ano, o Outono. O disco sai a 27 de Outubro, traz o selo da Deutsche Grammophon, dois inéditos e canções tradicionais das ilhas britânicas. Em comunicado, Sting diz que «o Inverno é uma inspiração».
Robert Sadin é o responsável pela produção. Entre os músicos convidados, está o guitarrista que habitualmente acompanha Sting, Dominic Miller.

“O Inverno é uma grande fonte de material e inspiração. Ao condensar todos estes diferentes estilos num só disco espero criar algo de novo e refrescante”, explica Sting no seu site oficial, relativamente a “If On a Winter´s Night...”, o seu novo trabalho a editar em Outubro.

Os dois originais do novo disco de Sting chamam-se “Lullaby for an Anxious Child” e “The Hounds of Winter”, a primeira faixa do disco de 1996, “Mercury Falling”. “Gabriel´s Message”, canção escrita no século XIV, “Now Winter Comes Slowly” de Henry Purcell e “Hurdy Gurdy Man”, uma versão em inglês de “Der Leiermann” de Schubert, são outros dos temas do alinhamento da nova edição a solo do vocalista e baixista dos Police.

Alinhamento
Sting – Fields of gold
Sting – Desert rose
Peter Gabriel – Don´t give up
Phil Collins – One more night
Simply Red – If you don´t know me by now
Sting - Fragile
Elton John – Your song
Bryan Adams – Please forgive me
Sting – When we dance

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Barco Ancorado 22/06/2009


Os Air editam novo disco no dia 6 de Outubro. O sexto disco de estúdio do duo francês chama-se “Love 2” e traz 12 novos temas, incluindo “Do The Joy”, previsto para ser lançado online no dia 7 de Julho. “Sing Sang Sung”, o single oficial, chega às lojas no dia 25 de Agosto. Este é o primeiro disco gravado pela dupla no seu próprio estúdio, o Atlas Studio, e o sucessor de “Pocket Simphony”, de 2007.

Nicolas Godin e Jean-Benoît Dunckel são a alma dos Air, um dos muitos colectivos surgidos em França no final da década de 90, responsáveis por um crescendo constante das produções francófonas no campo da música electrónica. A reunião da dupla ocorreu quando Dunckel, que pertencia na altura a um conjunto chamado Orange, conheceu Godin através de Alex Gopher, quando este, também parte integrante dos Orange, convidou Nicolas a juntar-se ao conjunto.
Os caminhos entretanto cruzados provaram ser os ideais, e o que é facto é que Gopher partiu em busca da carreira a solo e Godin juntou-se a Dunckel para formar os Air em 1995. As primeiras movimentações ocorreram nos dois anos seguintes, quando gravaram uma série de singles, despertando desde logo o interesse de vários catálogos, acabando por assinar com a Virgin. "Moon Safari" editado em 1998 indicou claramente os preferenciais desejos criativos do duo, embalado pela melhor música disco, mas igualmente com uma série de outras influências, desde a música francesa, aos mais contemporâneos ritmos electrónicos.

"Sexy Boy" foi um dos singles vencedores do disco, promovendo mais ainda a imagem de um grupo singular. No ano 2000 o agrupamento francês foi o responsável pela banda sonora do filme "As Virgens Suicidas", realizado por Sofia Coppola, antes de, em 2001, editarem "10 000 Hz Legend", onde partilharam temas com nomes como Beck, entre outros. O disco teve inclusivamente direito a apresentação ao vivo em Portugal em Novembro de 2001, num concerto realizado no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
Já em Fevereiro de 2002, a dupla francesa editou um mini álbum de remisturas de temas originalmente incluídos em "10 000 Hz Legend", a que chamou "Everybody Hertz".
No Verão do mesmo ano, o escritor italiano Alessandro Baricco convidou JB Duncknel e Nicolas Godin para actuar num teatro enquanto o poeta declamava algumas composições de sua autoria, incluídas na obra "City". O espectáculo foi para a frente e teve lugar no Teatro Valle, em Roma, em Novembro de 2002. Os Air gravaram mais de uma hora de música original, misturada pelo produtor dos Radiohead Nigel Godrich, e os textos de Baricco, sobre histórias do Oeste, foram adaptados à peça.

Em Janeiro de 2004, chegou às lojas o terceiro trabalho de originais dos Air, "Talkie Walkie", com a produção de Nigel Godrich (Radiohead). Do alinhamento deste álbum há a destacar o tema "Alone In Kyoto", incluído na banda-sonora de "Lost In Translation - O amor é um lugar estranho", de Sofia Coppola.
Para promover este trabalho, os Air agendaram uma passagem por Portugal em Agosto de 2004, inserida no Festival Sudoeste.

Alinhamento
Air - Playground
Air - Venus
Goldfrapp - Happiness
Thievery Corporation - Defenceless
Air – Cherry blossom girl
Lamb - Wonder
Massive Atack - Protection
Moby – Natural blues
Air – Alone in Kyoto

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Barco Ancorado 19/06/2009


As CocoRosie estão de regresso a Portugal para dois concertos. O primeiro é já este sábado, em Guimarães, no Centro Cultural Vila Flor, e promete ser, no mínimo, imperdível. O outro concerto é no domingo no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Na bagagem, as irmãs americanas trazem o seu novo disco, “Coconuts, Plenty of Junkfood”, que estará disponível exclusivamente nos seus concertos.

Sierra-Rose e Bianca-Leilani Cassady são duas irmãs nascidas em território americano e inspiradas desde cedo pela liberdade oferecida pelo sonho americano. Terceira e quarta filha de um casal de espiritualistas/artistas, o seu percurso para a idade adulta nunca esteve sintonizado com os vulgares métodos do ensino tradicional, optando desde logo pela aprendizagem através da experiência. Afastadas poucos anos após a nascença, quando os pais se separaram – cada um criou uma filha –, Sierra e Bianca Cassady reencontraram-se, em Paris, em 2003, altura em que formaram as CocoRosie.
Sierra-Rose tem na sua voz uma arma com poucos inimigos à altura. Em Paris, recebeu suficientes aplausos para que a sua carreira na ópera seguisse em frente como soprano. Bianca-Leilani, também conhecida por “Red Bone Slim”, deixa antever uma independência romântica apenas visível ao escutar um concerto destas enternecedoras irmãs.

Surgiram como CocoRosie em 2003 e foi a partir desse ano que o delicado mundo das belas irmãs acoplou com ternura nos corações desprevenidos. O primeiro disco, acarinhado pela editora Touch And Go, foi editado em 2004. O primeiro concerto dado em Portugal no final desse ano serviu para apresentar “La Maison De Mon Rêve” originando desde logo uma verdadeira legião de fãs que se revê nas vozes femininas de Joanna Newson, Billie Holiday e outras divas com timbres distintos. Durante as inúmeras digressões de apresentação do primeiro disco, as CocoRosie colaboraram com alguns dos maiores músicos da actualidade - Davendra Banhart, Anthony, Diane Cluck -, conquistando uma identidade inconfundível e um estatuto inabalável no cenário artístico internacional.
Ao vivo apresentam-se tão frágeis quanto delicadas e em palco incorporam naturalmente instrumentos reais como piano, harpa e teclados, com uma variedade de objectos, instrumentos infantis, brinquedos que debitam ritmos lo-fi, criando uma atmosfera encantadora que cativa a audiência com uma música expressiva e emocionalmente colorida, que nos desperta os sentidos e nos eleva para um mundo onírico.

Com uma ainda breve mas indiscutivelmente intensa carreira que resultou já no lançamento de quatro trabalhos discográficos, Sierra e Bianca Cassady – as CocoRosie - conquistaram o público e crítica internacionais pelas sonoridades únicas que resultam da pouco provável, mas bem sucedida, fusão de formações tão opostas aliada a uma imagem, no mínimo, pouco comum no estereotipado universo artístico actual. Nesta viagem pela América profunda que se pretente bem demorada, podem acontecer momentos de verdadeira invasão. É essa a proposta que o CCVF lhe faz para a noite deste sábado. Os bilhetes custam 15 e 20 euros.

Alinhamento
CocoRosie - Animals
CocoRosie - Houses
Antony and The Johnsons – The atrocities
Cat Power – The greatest
Bjork – Hidden place
CocoRosie - Japan
Patrick Wolf – Running up that hill
Lykke Li – Window blues
PJ Harvey – The letter
CocoRosie - Rainbowarriors

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Barco Ancorado 18/06/2009


O mais recente disco de Kátia Guerreiro, 'Fado', recebeu uma crítica muito positiva no site da BBC. O artigo assinado por Johnny Lais caracteriza o álbum como “um disco estelar, tanto musicalmente como liricamente”. O texto continua com um elogio à voz de Guerreiro, descrita pelo crítico como “épica e capaz de trazer emoção e ancestralidade sonora a um disco tradicional de fado”.

“As canções de 'Fado' são todas de uma tal entrega cheia de paixão e intensidade que este será provavelmente um dos discos de vanguarda do recente reviver do gosto pelo fado, um pouco por toda a Europa. Como fadista, Guerreiro é sem dúvida o nome maior da sua geração. A sua voz é reconhecida quase de imediato devido à profundidade, timbre quente e a simplicidade com que interpreta as canções, umas vezes mais sedutoras e suaves, outras vezes mais apaixonadas”, pode ler-se no artigo da BBC assinado por Johnny Lais.

Kátia Guerreiro nasceu na África do Sul. Aos 11 meses foi para os Açores, onde viveu até aos18 anos. Em 1994 ingressou na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, tendo concluído a licenciatura em medicina em 2002. Actualmente faz o Internato Geral no Hospital de Évora.
Foi precisamente nos Açores que ganhou o gosto pela música tendo começado a cantar e a tocar viola da terra no Rancho Folclórico de Santa Cecília. Em Lisboa entra para vocalista dos "Charruas" e durante os anos de licenciatura integra a Tuna Médica de Lisboa.
O encontro com o fado surgiu por acaso. Uma noite estava numa casa de fados e foi convidada para cantar. Kátia cantou de tal forma que impressionou a assistência e os músicos que a acompanhavam. Começava aí uma nova fase da sua vida. Sem abdicar da carreira médica, aventurou-se nos meandros do fado e sucederam-se os ensaios, os concertos, os programas de televisão e o preparar do seu primeiro CD, 'Fado Maior', editado pela Ocarina em Junho de 2001.

O primeiro disco de Kátia Guerreiro foi muito bem recebido pela crítica e pelo público, tendo sido nomeado para o prémio José Afonso de 2002 e alcançado o galardão de Disco de Prata em Setembro do mesmo ano.
Em 2003, a fadista portuguesa passou por França (com actuações no prestigiado Théatre de la Ville), Espanha, Coreia, Japão, USA e Áustria e editou o seu segundo álbum de originais, intitulado 'Nas Mãos do Fado'. Mais recentemente surgiu 'Fado', o tal disco bem recebido pela BBC e do qual extraímos quatro temas para apresentar no Barco Ancorado desta quinta-feira.

Alinhamento
Kátia Guerreiro – A cidade saudade
Kátia Guerreiro – Pranto de amor ausente
Cristina Branco – Bomba relógio
Ana Moura – Os búzios
Carlos do Carmo - Retalhos
Kátia Guerreiro – Estranha paixão
Mariza - Retrato
Camané – A cantar é que te deixas levar

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Barco Ancorado 17/06/2009


Tinariwen, Tcheka, Legendary Tiger Man, Mazgani e Sun Ra Arkestra são os protagonistas da primeira edição do Arrábida World Music Festival, no Castelo de S. Filipe, em Setúbal. O novo evento promete levar música dos quatro cantos do mundo à mítica paisagem da Arrábida entre 3 e 4 de Julho. Os concertos vão estar divididos em três palcos: o World, o Blues e o Lounge Café del Mar, que vai contar durante os dois dias do festival com Djs do popular Café del Mar, de Ibiza.
No Barco Ancorado desta quarta-feira destacamos os Tinariwen.

Os malianos Tinariwen levam a Setúbal a sua música de guerrilha dedilhada a guitarras eléctricas. Já os portugueses Mazgani e Legendary Tiger Man têm ambos novo disco na bagagem para apresentar. Além da música, o espaço apresenta também uma área lúdica com artesanato e restauração, aberto até ao dia 5 de Julho.

Os Tinariwen são um grupo de Tuaregues, berberes nómadas do Sahara, mais propriamente da fronteira entre o Mali, o Níger e a Líbia. Provenientes da região de Kidal, a leste do Mali, os Tinariwen, liderados pelo músico Ibrahim Ag Alhabib, constituíram-se em 1979 num campo de treino militar, entre as populações refugiadas. As suas primeiras composições funcionaram como propaganda política dos rebeldes, e só em 2001 os Tinariwen ganharam identidade artística com a edição de “The Radio Tisdas Sessions”. Em 2004 a banda surpreendeu o mundo com a edição de “Amassakoul”, um registo que mistura com sabedoria as sonoridades tradicionais tuaregues, mandingas, gnawas e árabes com os legados de gente como Chuck Berry, John Lee Hooker, Jimi Hendrix e Mick Jones.

A música norte africana das regiões próximas do Sahara surge-nos através dos Tinariwen injectada com blues, psicadelismo e acidrock em doses suficientes para que as guitarras e as fabulosas vozes masculinas e femininas que cantam manifestos políticos pareçam saídas de um outro planeta.
Os Tinariwen já tiveram uma breve passagem por Portugal (Porto, Lisboa e Torres Novas) para promoverem “The Radio Tisdas Sessions” e “Amassakoul”.
Agora, regressam para uma actuação em Setúbal e, seguramente, trazem na bagagem temas do seu último álbum, “Aman Iman”, de 2007.

Alinhamento
Tinariwen – Aldachan manin
Tinariwen - Ahimana
Ali Farka Touré - Karaw
Rokia Traoré - Tchamanché
Oumou Sangare - Wayena
Tinariwen – Cler achel
Adama Yalomba - Politique
Tidawt - Ariyalan
Baba Salah – Fady Yeina
Tinariwen - Imidiwan

terça-feira, 16 de junho de 2009

Barco Ancorado 16/06/2009


Os Nouvelle Vague lançaram esta última segunda-feira o seu terceiro disco. Chama-se exactamente '3'. A banda de Marc Collin está a assinalar o lançamento ao disponibilizar 13 das 16 versões que fazem parte do alinhamento do novo disco no MySpace.
O terceiro álbum do projecto francês traz como novidade a participação de três dos compositores originais das canções revisitadas sob a sua lupa de bossa nova e blues, neste caso, Martin Gore dos Depeche Mode em 'Master & Servant', Ian McCulloch dos Echo & the Bunnymen em 'All My Colours' e Barry Adamson dos Magazine em 'Parade'.

Também Terry Hall, dos Specials, dá uma ajuda para a rendição de 'Our Lips Are Sealed' das Go-Go´s. Sex Pistols, Talking Heads, Police e Soft Cell são outros dos artistas revisitados no novo disco dos Nouvelle Vague.

Os Nouvelle Vague anunciaram novas datas ao vivo no nosso país para o final do ano. Depois de confirmada a presença na etapa portuense do Super Bock Super Rock, no dia 11 de Julho, os franceses indicam no MySpace concertos na Aula Magna, em Lisboa, e no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, a 3 e 5 de Dezembro, respectivamente.

Alinhamento
Nouvelle Vague – All my colours
Nouvelle Vague – Aussi belle ou une balle
Charlotte Gainsbourg – The songs that we sing
Bebel Gilberto – So nice
Smoke City – O cara lindo
Nouvelle Vague – Master & servant
Feist - Mushaboom
Cibelle – Sereia amor d´água
Cat Power – Good woman
Nouvelle Vague – Say hello wave goodbye

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Barco Ancorado 15/06/2009


Depois da passagem em Lisboa como uma das atracções do espectáculo revivalista Here and Now, Rick Astley tem regresso marcado para o nosso país no dia 2 de Agosto. O cantor de 'Never Gonna Give You Up' é a estrela principal da Gala de Verão do Pine Cliffs Resort, em Albufeira, no Algarve.
Esta será a 13ª edição da gala estival do hotel de luxo algarvio, uma festa que já trouxe a Albufeira nomes como George Benson, Dionne Warwick, Gloria Gaynor, Al Jarreau, Bryan Ferry, Roberta Flack e Lionel Richie.
As entradas para o jantar-concerto variam entre os 150 e os 250 euros.

Rick Astley começou a sua carreira em 1985 influenciado pelo soul e pela disco music. Era baterista de um grupo de soul chamado FBI quando foi descoberto pelo produtor musical Peter Waterman, que o convenceu a mudar-se para Londres.
Astley alcançou o topo das tabelas com o single Never Gonna Give You Up, que o deixou internacionalmente conhecido aos 21 anos, em 1987. O single foi o mais vendido no Reino Unido naquele ano. O seu álbum de estreia, intitulado 'Whenever You Need Somebody', também chegou ao número 1 na Grã-Bretanha e, no ano seguinte, ao topo das tabelas norte-americanas ao mesmo tempo que outro single, "Together Forever", também conquistava o primeiro lugar.

Em 1988, Rick Astley lança "Hold Me in Your Arms", álbum que continha as canções 'She Wants To Dance With Me', 'Dial My Number', 'Take Me To Your Heart' e o single de maior sucesso, 'Hold Me In Your Arms'. Em 1991, Rick lança o seu terceiro álbum, intitulado "Free", com um ritmo mais soul, mas que não repetiu o estrondoso êxito de 'Whenever You Need Somebody'. O álbum, porém, obteve sucesso graças a canções como 'Cry For Help', 'Never Knew Love' e 'Behind the Smile'.
Em 1989, Rick foi indicado ao Grammy Award na categoria Melhor Novo Artista do Ano, mas perdeu para Tracy Chapman. Após dois álbuns de muito sucesso, na Europa e Estados Unidos, Astley passou a compor e a produzir os seus próprios discos, abandonou um pouco o lado dançante e mergulhou fundo na sua verdadeira paixão musical, a soul music.

Rick Astley ficou sem lançar material inédito até 1993, quando editou 'Body And Soul', álbum mais carregado de soul e que não fez sucesso como os demais, mas que apresentou dois hits: 'The Ones You Love' e 'Hopelessly'. Após o lançamento de 'Body And Soul', Rick entrou num hiato de quase 10 anos. O regresso ao mundo da música deu-se em 2002 com o álbum de estúdio carregado de remixes 'Keep It Turned On'.
Em 2005, Rick lançou 'Portrait', álbum em que fez covers dos seus clássicos preferidos do soul, como 'Vincent', de Don McLean, 'Close to You', de Burt Bacharach, mas que ficou mundialmente conhecida na voz da dupla 'The Carpenters', e 'Nature Boy', de Eden Ahbez.
Em 2008 Rick Astley foi indicado pela primeira vez nos Europe Music Awards, da MTV, e venceu a categoria Best Act Ever, mas não compareceu à entrega do prémio.

Alinhamento
Rick Astley – Never gonna give you up
Rick Astley – Togheter forever
Bananarama - Venus
Jason Donovan – Too many broken hearts
Wham! - Everything she wants
Rick Astley - Sleeping
Paul Young – Every time you goes away
Culture Club – Karma Chamaleon
Rick Astley – Cry for help

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Barco Ancorado 12/06/2009


O jornal britânico 'The Times' elogiou a actuação dos portugueses Deolinda, em Londres, destacando a presença em palco de Ana Bacalhau e as canções que preenchem o álbum Canção ao lado.
Os Deolinda actuaram no passado dia 4 no Institute of Contemporary Arts, em estreia em solo britânico, e a crítica do 'The Times' foi agora divulgada.
O grupo tem estado em digressão pela Europa a apresentar o álbum de estreia, "Canção ao lado", que para o jornal britânico, de uma forma surpreendente, é um dos mais estimulantes lançamentos do ano.
"Ana Bacalhau e os seus companheiros poderão acabar por dar alguma luta à rainha do fado, Mariza", escreveu o jornal britânico.

Para o 'The Times', a música dos Deolinda é alegre e travessa, afastando-se da imagem melodramática do fado e alguns dos temas têm um "subtil recorte indie-rock" a par de ritmos da música brasileira e cabo-verdiana.
Destaque para a presença em palco da vocalista, Ana Bacalhau, que encarna a personagem Deolinda, uma "figura sensual abençoada por um infinito movimento de ancas e um contagiante sentido de humor".
Da actuação, o "The Times" fez referência a canções como "Clandestino", que evidencia o lado mais melancólico de Ana Bacalhau, "Fon fon fon" e o satírico "Movimento Perpétuo Associativo".

No âmbito da digressão europeia, os Deolinda já actuaram, igualmente com êxito, em Paris, Madrid, Roma, Amesterdão, entre outras cidades.
Nos próximos meses, têm agendados vários concertos, sobretudo em Portugal, destacando-se passagens pelos Açores e Madeira, pelo festival Delta Tejo e por um regresso a Itália.

Os Deolinda, que se estrearam no ano passado com o álbum "Canção ao lado", já duplo platina, são constituídos por Ana Bacalhau (voz), Pedro Martins e o irmão Luís Martins (guitarras clássicas) e José Pedro Leitão (contrabaixo).
Em 2010, os Deolinda deverão editar um novo álbum de originais, com alguns dos inéditos que têm incluído no alinhamento dos seus espectáculos, como "Entre Alvalade e as Portas de Benfica" e "Fado Notário".

Alinhamento
Deolinda – Canção ao lado
Deolinda - Fon-Fon-Fon
Clã – Bairro do Oriente
Ornatos Violeta – Capitão Romance
Jorge Palma – Frágil
Rádio Macau – Cantiga d´amor
Deolinda – Fado Toninho
Mesa – Luz vaga (ft Rui Reininho)
Humanos - Rugas
Rui Veloso - Logo que passe a monção
GNR – Homens temporariamente sós
Deolinda – Mal por mal

terça-feira, 9 de junho de 2009

Barco Ancorado 09/06/2009


Os Pretenders vão estar em digressão este Verão e levam na bagagem as convidadas Cat Power e Juliette Lewis. O périplo vai levar Chrissie Hynde e companhia a grandes palcos um pouco pela América do Norte, entre Agosto e Setembro, para mostrar o nono disco da sua carreira, “Break Up The Concrete”.
Já Cat Power está na estrada a apresentar o mais recente disco de versões, “Jukebox”, editado o ano passado. Por seu lado, Juliette Lewis lançou-se este ano a solo, sem os Licks, com o álbum “Terra Incognita”. A digressão dos Pretenders começa no dia 4 de Agosto, no estado canadiano de Ontário.

Ao longo dos anos, os Pretenders têm-se tornado um veículo para o talento da compositora, guitarrista e vocalista, Chrissie Hynde: uma cantora refrescante e sexy que distorceu os papéis masculinos do rock & roll a seu belo prazer. Por seu turno, o guitarrista Honeyman-Scott criava uma paleta sónica riquíssima de ritmos e efeitos que se revelaram muito influentes nas duas décadas seguintes. Desde o seu começo, no final dos anos 70, o grupo fazia a ponte entre o punk/new wave e pop mais do que qualquer outra banda, editando uma série de temas pop/rock de imediata acessibilidade
Chrissie Hynde mudou-se para Inglaterra no início dos anos 70. Após algumas experiências noutras bandas, forma, em 1978, os Pretenders, com Honeyman-Scott (guitarra), Pete Farndon (baixo) e Martin Chambers (bateria). Nesse mesmo ano, editam os primeiros singles que têm uma boa aceitação na Grã Bretanha. O seu álbum de estreia homónimo é lançado em 1980 e acaba por chegar ao primeiro lugar do top britânico. Nos EUA, o sucesso do disco é idêntico, entrando para o restrito top ten.

Numa tournée pela América, em 1980, Hynde conhece o musico Ray Davies (guitarrista dos Kinks) pelo qual se apaixona. Após o EP "Extended Play", editado na Primavera de 1981, o grupo lança o seu segundo álbum, "Pretenders II". Embora o disco tenha tido boas vendas, repete as ideias do trabalho anterior. Em Junho de 1982, Pete Farndon é expulso do grupo devido ao abuso de drogas. Passados apenas dois dias, a 16 de Junho, James Honeyman-Scott é encontrado morto devido a overdose. Grávida, Hynde entra em retiro. Em 1983, dois meses após a cantora ter dado à luz, Farndon morre também devido a overdose.
No final do ano, Chrissie Hynde volta a agrupar os Pretenders, adicionando novo guitarrista, Robbie McIntosh, e baixista, Malcom Foster. O seu primeiro trabalho é "Learning To Crawl", no início de 1984, que é coroado com críticas positivas e êxito comercial. Hynde acaba o romance com Ray Davies e casa com Jim Kerr (vocalista dos Simple Minds), em Maio de 1984.
Em 1985, destaca-se a presença do grupo no Live Aid (espectáculo de solidariedade para com a Etiópia), e da sua vocalista num dueto com os UB 40, em "I Got You Babe".

No grupo que gravou "Learning To Crawl" para os Pretenders, restavam apenas Hynde e McIntosh, sendo os restantes músicos contratados. Em 1986, sai "Get Close ". Do álbum, retiram o single (que viria a ser talvez o seu maior êxito) "Don't Get Me Wrong", que entra para o top ten norte-americano, em 1987.
O casamento de Hynde com Kerr desmorona-se em 1990, ano em que os Pretenders lançam "Packed!", que falha tanto os tops britânicos como os americanos. O grupo fica então parado durante os anos seguintes, emergindo em 1994 com "Last Of The Independents", um álbum que os levou de novo ao top 40 graças à balada "I'll Stand By You".
No final de 1995, editam um álbum ao vivo: "Isle Of View". Depois disso, seguiu-se novo interregno. 1999 marca o regresso dos Pretenders depois de quatro anos sem gravar. "Viva El Amor" era mais um capitulo da já respeitável história do grupo. Seguiram-se “Loose Screw”, de 2002, e “Break Up the Concrete”, este no ano passado.

Alinhamento
The Pretenders - Human
The Pretenders – Don´t get me wrong
The Cars - Drive
The Bangles – Eternal flame
Elvis Costello - Alison
The Pretenders – I´ll stand by you
Eurythmics – There must be an angel
The Police - Message in a bottle
INXS - Disappear
The Pretenders – My baby

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Barco Ancorado 08/06/2009


A canção “Love Will Tear Us Apart”, dos Joy Division, foi votada o hino de Manchester pelos utilizadores do site NME. O tema de 1980 é um dos três da banda de Ian Curtis na lista de músicas representativas da cidade inglesa. Os outros dois são “Atmosphere” (em 10º lugar) e “She´s Lost Control” (em 15º).

Os Stone Roses e os Oasis são as formações mais representadas na lista do NME, com cinco entradas cada uma, sendo seguidas pelos Smiths com quatro. Os New Order, os Buzzcocks e Ian Brown são os outros artistas que figuram na lista. A votação decorreu durante cinco semanas e foram contabilizados 300 mil votos.

No site www.nme.com pode ser conferida a lista completa e descarregado o podcast do programa da NME Radio, co-apresentado pelo ex-Smiths Johnny Marr, com a contagem decrescente das músicas mais representativas da cidade de Manchester.

A lista encabeçada pelos Joy Division, é seguida pelos Stone Roses, Oasis e The Smiths. São estas as bandas que ocupam o top ten, algumas delas com mais que um tema. Há ainda, até ao 20º lugar, New Order, Buzzcocks e Ian Brown a fechar, com F.E.A.R.

Alinhamento
Joy Division – Love Will Tear Us Apart
Stone Roses – I wanna be adored
Oasis – Don´t look back in anger
The Smiths – How soon is now
Joy Division – Atmosphere
The Smiths – Heaven knows I´m miserable now
Oasis – Sunday morning call
Buzzcocks – Ever fallen in love
Ian Brown (ft Noel Gallagher) – Keep what ya got
Joy Division – She´s lost control

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Barco Ancorado 05/06/2009


Os Yo La Tengo preparam-se para lançar um novo álbum, “Popular Songs”, no dia 8 de Setembro. O sucessor de “I am not afraid of you and I will beat your ass”, editado em 2006, sairá pela Matador, a etiqueta que lançou todos os discos do trio desde “Painful”, de 1993.
Segundo a editora, o novo registo foi gravado no início do ano em Hoboken, a terra natal dos Yo La Tengo, com o produtor e colaborador de longa data, Roger Mountenot.
A Matador está a oferecer uma das faixas do disco, intitulada “Periodically double or triple”, para download gratuito.

Os Yo La Tengo formaram-se em New Jersey, no início da década de 80, mais precisamente em 1984, por iniciativa do vocalista e guitarrista Ira Kaplan, e da sua mulher, Georgia Hubley (bateria/voz). Em seguida, a dupla iniciou a busca por outros músicos, nomeadamente um baixista, através de anúncios em várias publicações. A estabilização do núcleo do colectivo consumou-se um ano mais tarde, depois da edição do primeiro single, "The River Water", com as entradas do guitarrista Dave Schramm e do baixista Mike Lewis. Mas, a formação, claramente inspirada pelo som de bandas como os Velvet Underground, haveria de sofrer ainda mais alterações durante os anos seguintes.

A edição do primeiro álbum dos Yo La Tengo, "Ride the Tiger", foi antecipada pela saída de Schramm e Lewis. O segundo álbum, "New Wave Hot Dogs", contou com a participação de Stephen Wichnewski (baixo). As semelhanças entre a música criada pelos Yo La Tengo e a dos Velvet Underground ficou, com este disco, consideravelmente mais marcada. "President Yo La Tengo", o terceiro longa duração chegou em 1989, um ano antes de "Fakebook", um álbum de versões e de originais, que voltou a contar com o contributo do regressado Dave Schramm.

Em 1992, os Yo La Tengo regressaram aos discos com "May I Sing With Me", um disco que contou com a participação de James McNew, o novo baixista. Um ano depois, e já na editora Matador, o grupo editou "Painful". "Electr-o-Pura" chegou às lojas em 1995, e doze meses depois foi a vez de "Genius + Love Equals Yo La Tengo", um disco em jeito de compilação, que incluiu uma série de faixas nunca antes editadas. "I Can Hear the Heart Beating as One", de 1997, precedeu "And the World Turned Itself Inside Out" em 2000. Em 2002, surgiu "The Sounds of the Sounds of Science", um registo que "serviu" como banda sonora para uma série de documentários subaquáticos do cineasta francês Jean Painleve. "Summer Sun", um novo álbum de originais, chegou ao mercado em Abril de 2003. Três anos depois seria a vez de “I am not afraid of you and I will beat your ass”. Para Setembro está previsto o lançamento do novo disco dos Yo La Tengo.

Alinhamento
Yo La Tengo – Black flowers
Yo La Tengo – I feel like going home
Belle and Sebastian – I´m waking up to us
Mercury Rev – Butterfly´s wings
Lambchop – Up with people
Yo La Tengo -Mr. Tough
The Jesus and Mary Chain – Just like honey
The National - Slow show
Camera Obscura – Tears for affairs
Yo La Tengo – The race is on again

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Barco Ancorado 04/06/2009


O clássico álbum dos Pavement, “Brighten the Corners”, de 1997, vai ser novamente reeditado numa versão de luxo já no próximo dia 23. A edição especial, a sair pela etiqueta Matador, é composta por quatro vinis com versões ao vivo, lados B e ainda oito temas não incluídos na reedição do ano passado.
Segundo a loja online Insound, cinco desses temas nunca foram editados anteriormente. Entre eles, conta-se “Agony of the Stars”, que fez parte do filme “Sweethearts”, de 1996, com o próprio líder dos Pavement, Stephen Malkmus, no elenco.

Os mais fiéis fãs do grupo que só trouxera novidades à música nova americana desde 1989, não queriam acreditar que o tal álbum chamado "Terror Twillight" fosse mesmo o último. O grupo chamava-se Pavement e editava em 1999 o derradeiro disco de originais. O que se passava na cabeça dos mentores do grupo ficou bem patente quando os Pavement, no seu último concerto em Londres, apareceram com o vocalista Stephen Malkmus algemado ao microfone e berrando "...isto é o que sentimos quando pertencemos a uma banda."
Este mesmo Stephen e Scott Kannberg fundaram os Pavement à beira do início da década de 90 em Stockton gravando o primeiro single "Slay Tracks" no único estúdio disponível no local e com a colaboração do dono do estúdio na bateria. Scott (que durante a gravação se rebaptizou Spiral Stairs) voltou à loja de discos punk onde trabalhava e Malkmus viajou até à Alemanha onde, para sua surpresa, encontrou o seu single nas importações. Nasciam os Pavement.

A carreira de dez anos dos Pavement foi bem cheia de eventos. Editaram 5 álbuns, umas boas dezenas de singles, calcorrearam o mapa dos Estados Unidos da América com a sua música descomprometida, desgarrada, inovadora, saíram também para o mundo, tendo fatalmente falhado um palco português, chegaram a gravar o single "Cut your hair" em pleno show de Jay Leno e ganharam certamente forte notoriedade no circuito das Universidades.
Depois acabaram... muita gente adiantou zangas, mas tudo indica que foi principalmente o cansaço a causa principal, ou não viesse claramente numa informação da editora Domino que o grupo parava a partir de 2000 para reflectir, refazer vidas e constituir famílias ou mesmo para velejar placidamente à volta do Mundo.

Não é de ignorar que as críticas a "Terror Twillight" desagradaram aos Pavement a ponto de declararem: “Após dez anos os nossos discos começaram a ser criticados por putos que não cresceram connosco ou por tipos que já não são novos o suficiente para perdoarem o ainda andarmos por cá!"
Stephen Malkmus foi o primeiro a reaparecer a solo e a conseguir resultados de exposição e vendas iguais ou superiores aos conseguidos pelos Pavement. Agora, o Scott que se chama Spiral Stairs e que voltou para a sua Califórnia, aparece com o seu projecto Preston School Of Industry.

Alinhamento
Pavement - Here
Pavement - Stereo
Sonic Youth - Superstar
Pixies – Bone machine
Tindersticks – The other side of the world
Pavement – The killing moon
The Divine Comedy – Come home Billy Bird
Antony and The Johnsons – Hope there´s someone
Nick Cave and The Bad Seeds – The ship song
Pavement – Summer babe

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Barco Ancorado 03/06/2009


Os James passam pelo Festival Rock One, no Algarve, no dia 7 de Agosto. Tim Booth e companhia são a nova confirmação do evento do Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, depois de também terem sido anunciados os Offspring para a programação do dia 8 de Agosto.
Bloc Party e James Morrison são os outros artistas confirmados para a primeira edição do Rock One, a decorrer entre 5 e 8 de Agosto.
Os bilhetes já estão à venda por preços que variam entre os 5 euros (para crianças) e os 1.500 euros (bilhete VIP).

Desde o seu início que os James foram comparados aos Smiths. Hoje são uma instituição da música britânica dos anos 80 e 90, graças à sua música de cariz pop, que faz uma fusão bem conseguida e harmoniosa com a folk. No começo da sua carreira foram abençoados pelo seu ídolo Morrisey e logo considerados os sucessores dos Smiths. Os álbuns e os concertos sucederam-se, conferindo-lhes dimensão internacional e estatuto. No final dos anos 80, como muitas outras bandas britânicas, fizeram uma ingressão na cena acid-house. Com o tema "Sit Down", chegam ao mainstream. Logo depois, trilham um caminho mais experimental que culmina com uma colaboração com Brian Eno, que resultou num dos seus álbuns mais bem sucedidos, "Laid", em 1993. Ficam quatro anos sem gravar, mas quando voltam têm à sua espera uma extensa massa adepta. O culto estava instalado.

O segundo trabalho dos James, editado em 1988, é de cariz mais folk e dá pelo nome de "Strip Mine". No entanto, não conseguiu captar a energia dos concertos ao vivo. Já o álbum ao vivo "One Man Clapping" chegou ao primeiro lugar das tabelas independentes. Com a formação renovada, em 1990 os James editam "Gold Mother", que gerou "Sit Down", tema que galgou até ao segundo lugar dos tops britânicos. "Seven", "Laid","Wah Wah", "Whiplash", "Millionaires" e "Pleased To Meet You" foram os trabalhos seguintes, até que o vocalista Tim Booth anunciou a sua intenção de abandonar a banda para se dedicar à escrita e à representação.

No final de 2001, os James editaram um conjunto de lados B e raridades, intitulado "Ultra: B Sides".
Tim Booth já se tinha estabelecido a solo e lançou o álbum de estreia "Bone". No início de 2007, Booth anuncia no seu site que vai reunir-se com os James para um série de concertos. Em entrevistas subsequentes, o vocalista anuncia mesmo que a banda tem novo material. Quando voltam aos palcos no final de Janeiro, os James são a formação que gravou "Laid". A digressão acaba por passar por grandes eventos como o T in The Park, V Festival ou o Summercase de Barcelona.
Em Abril de 2008, é editada uma nova colectânea intitulada "Fresh As a Daisy - The Singles", acompanhada de um DVD com todos os vídeos de promoção da banda. Esta edição antecedeu o lançamento do décimo registo de estúdio dos James, "Hey Ma", o pretexto para o regresso ao nosso país e a passagem por várias semanas académicas em todo o país em Maio e pelo Super Bock Super Rock no Porto, em Julho.

Alinhamento
James - Sometimes
James - Laid
Morrissey – Everyday is like sunday
REM - Nightswimming
Simple Minds – Don´t you forget about me
The Cure – Love cats
James – Sit down
The Housemartins – Caravan of love
The Smiths – Ask
U2 – No line on the horizon
James – Born of frustration

terça-feira, 2 de junho de 2009

Barco Ancorado 02/06/2009


Segundo o ex-roadie James 'Tappy' Wright, a morte do guitarrista norte-americano Jimi Hendrix em Setembro de 1970 por asfixia com o próprio vómito foi causada por Michael Jeffrey, empresário do músico.
O jornal britânico 'Mail on Sunday' diz que a revelação é feita em 'Rock roadie', livro inédito de Wright. Segundo o ex-roadie, Jeffrey estava bêbado quando confessou ter entrado no quarto de hotel onde o guitarrista dormia e ter forçado Hendrix a engolir comprimidos para dormir e uma garrafa de vinho tinto.

Wright conta que a confissão aconteceu em 1971, durante uma conversa com o empresário embriagado. Jeffrey disse que Hendrix “morto valia mais para ele do que vivo”, porque seria o beneficiário de um seguro de vida do músico no valor de 2 milhões de dólares. Jeffrey acreditava que o guitarrista o trocaria por um novo empresário.
“Ainda me lembro como se fosse hoje dessa conversa”, diz Wright no livro. O ex-roadie chega mesmo a citar Jeffrey na altura da confissão: “Estava em Londres na noite da morte do Jimi, junto a velhos amigos. Fomos até ao quarto de hotel da Monika (a namorada de Hendrix na altura), juntámos uns quantos comprimidos e empurrámo-los para dentro da boca do Jimi, junto a algumas garrafas de vinho tinto que despejámos para dentro da sua traqueia.

o empresário de Jimi Hendrix morreu dois anos depois da suposta revelação, num acidente de avião. Segundo Wright escreve agora, o empresário estava preocupado com um possível despedimento. Jimi Hendrix morreu no dia 18 de Setembro de 1970, em Londres. A porta do seu apartamento estava aberta, e não se sabe quem teria chamado a ambulância e quem encontrou o guitarrista.

A morte de Hendrix num quarto de hotel em Londres, sempre foi acompanhada da suspeita de assassinato, na altura com a namorada Monika Dannemann como alvo de todas as acusações. O relatório final da autópsia declarou que Hendrix faleceu devido a asfixia com o próprio vómito, depois de uma intoxicação com barbitúricos. O guitarrista tinha apenas 27 anos.

Alinhamento
Jimi Hendrix - Voodoo child
Jimi Hendrix - Cocaine
Led Zeppelin - Whola lotta love
The Doors - Five to one
The Who - Teenage wasteland
Jimi Hendrix - Hey Joe
Rolling Stones - Like a rolling stone
Creedence Clearwater Revival - Up around the bend
Janis Joplin - Me and Bobby McGee
Jimi Hendrix - Purple haze

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Barco Ancorado 01/06/2009


Rokia Traoré passou por Portugal e, como se previa, encantou. Perante um público tão diverso como a sua música, a cantora, letrista e guitarrista do Mali entrou suave e apaziguadora, mas cedo empregou a sua voz de comando, espécie de toque de despertar das tribos reunidas. Ao longo de mais de duas horas de concerto no Lux Frágil, Rokia foi guerreira e pacifista, cantou a mulher negra e as dores da tradição, com o público a corresponder quase sempre.
O Barco Ancorado desta segunda-feira propõe-se dar a conhecer a música de Rokia Traoré.

Rokia Traoré abriu o concerto de Lisboa com “Yaafa N´ma” numa atitude muito zen e num movimento ondulante dos braços. Mas foi ainda no início que soltou um grito libertador e imprimiu mais violência ao jogo de ancas. Como que a tactear a audiência, a cantora foi prolongando os intervalos entre as músicas, falando ora um inglês macarrónico ora um francês francamente melhor.

Foi justamente na língua do amor que Rokia cantou “Aimer” e depois o verso “je suis zen”, pondo leveza nos corpos transpirados que enchiam a sala do Lux Frágil e já não paravam de dançar. Pelo meio, serviu-se de chocalhos para pontuar as palavras, acrescentar vírgulas ritmadas e exibir as suas notáveis qualidades de performer. Em absoluto transe vocal e físico, rendeu homenagem a Billie Holiday com “The Man I Love” e arrancou sorrisos abertos por causa dos sublinhados na voz. Terminou a dizer “I am a wonderful modern woman”, debaixo de fortes aplausos.

De guitarra ao ombro, Rokia trouxe para Lisboa a África das mantras e dos rendilhados musicais, mas também a África magoada que emigra à procura de melhor sorte. Num tom pausado, uniu a tradição à modernidade e deixou claro que a mulher africana também é uma senhora. No primeiro regresso ao palco, recordou a infância passada nas ruas de Kamako em atmosfera de 'disco sound' improvisado e cedeu o lugar de destaque à sua voz de apoio.
Na sua passagem por Lisboa, Rokia mostrou o que é isso de ser young, gifted and black, um pouco à semelhança da mítica canção de Nina Simone.

Alinhamento
Rokia Traoré - Kounandi
Rokia Traoré - Koronoko
Baba Salah – Fady Yeina
Oumou Sangaré - Wayena
Ali Farka Touré - Karaw
Tidawt - Ariyalan
Rokia Traoré – Aimer
Adama Yalomba – Politique
Tinariwen – Aldachan manin
Sedoum EhlAida – Ya moulana
Rokia Traoré - Tchamanché