segunda-feira, 31 de março de 2008

Barco Ancorado 31/03/2008


A cantora norte-americana Norah Jones completou no domingo 29 anos. Nasceu no Brooklyn, a 30 de Março de 1979, é pianista, cantora e compositora. Nascida Geetali Norah Jones Shankar, mudou o nome aos dezasseis anos simplesmente para Norah Jones.

Filha do citarista indiano Ravi Shankar, Norah viveu a infância com a mãe, Sue Jones, que se mudou para Dallas, no Texas, quando aquela tinha apenas quatro anos. A cantora estudou no Booker T. Washington High School for the Performing and Visual Arts e na University of North Texas, onde se formou em jazz-piano. Em 1999, após dois anos no programa, Norah mudou-se para Nova Iorque, onde começou a tocar com a sua banda, a Wax Poetic.
Norah apresenta-se frequentemente com o guitarrista Charlie Hunter e a sua música é frequentemente comparada com a de Billie Holiday e Nina Simone.

Aos 29 anos é já uma artista imensamente premiada, cuja carreira foi impulsionada pelo seu álbum de estreia em 2002, Come Away With Me, um álbum de jazz-piano com um toque de soul/folk, que obteve um grande êxito vendendo 18 milhões de cópias em todo mundo e pelo qual recebeu oito prémios Grammy, incluindo o de "Best New Artist".
No seu álbum 'Feels Like Home', lançado a 9 de Fevereiro de 2004, ao invés de repetir o estilo suave de 'Come Away With Me', foi mais influenciado pela música country. Com uma semana de lançamento, 'Feels Like Home' já havia vendido um milhão de cópias. Naquele mesmo ano, a revista TIME colocou Jones entre as "pessoas mais influentes de 2004". A cantora recebeu ainda três prémios nos Grammy Awards de 2005, dois para "Record of the Year" pela sua colaboração com Ray Charles na música Here We Go Again.

O último álbum de Norah Jones, 'Not Too Late', conta 13 com canções originais de autoria ou co-autoria de Norah com produção de Lee Alexander, há muito tempo seu parceiro de composição e baixista. Essas músicas mostram um lado muito mais completo de Norah, a sua mente, personalidade e humor. Destaques para "Sinkin´ Soon", com os vocais do cantor-compositor M. Ward, e "Thinking About You", que Norah compôs com o líder da Wax Poetic, Ilhan Ersahin, em 1999.

Alinhamento
Norah Jones – Shoot the moon
Norah Jones – The long day is over
Dido – White flag
Joss Stone – Killing time
Norah Jones – Don´t know why
Nina Simone – My baby just cares for me
Alanis Morissette - Everything
Sarah McLachlan – Building a mistery
Robbie Williams – She´s the one
Norah Jones – Come away with me

sexta-feira, 28 de março de 2008

Barco Ancorado 28/03/2008


Os UHF actuam hoje na Aula Magna, em Lisboa. O concerto marca o arranque da digressão "30 Anos Ligados à Corrente", que assinala o 30º aniversário da carreira do grupo.

Este espectáculo na Aula Magna vai contar com as participações especiais de vários artistas convidados, como Rui Veloso, José Jorge Letria, António Eustáquio (guitarra Portuguesa), Nuno Flores (violino) e Renato Gomes. Além dos nomes consagrados, os UHF convidaram também duas novas bandas para fazer a abertura do concerto: os Karpe Diem (de Alverca) e Pó d'Escrer (Odivelas), cujo novo CD contou com a produção do guitarrista dos UHF, António Côrte-Real.

Paralelamente à digressão pelo país, a passagem dos 30 anos de carreira do grupo é assinalada também pela edição do segundo volume de raridades. O registo contém versões nunca antes editadas, inéditos e outros que não foram editados em CD, dividindo-se entre temas dos UHF e temas de António Manuel Ribeiro, a solo.

Entretanto, a banda prepara-se também para lançar no final do mês de Abril, o DVD "Absolutamente ao Vivo", que deverá chegar às lojas acompanhado de dois CDs áudio.

Alinhamento
UHF – A lágrima caiu
UHF - Toca-me
Xutos & Pontapés – Manhã submersa
GNR - Saliva
Quinta do Bill – Dias de cumplicidade
UHF – Na tua cama
Jorge Palma – Encosta-me a mim
Pedro Abrunhosa - Ilumina-me
UHF – A morte saiu à rua

quinta-feira, 27 de março de 2008

Geisha


Fascina-me esse cenário de beleza inacessível
o suave roçagar das sedas raras,
enquanto deslizam em passinhos curtos,
espalhando vénias.

As cores ricas dos quimonos preciosos,
cingindo corpos esguios,
à luz ténue de lanternas de papel.

A arte de transformar coisas simples em cerimónias eternas,
os aromas exóticos de gengibre e umeboshi,
o som estridente e choroso do shamisen.

A delicadeza dos gestos que escondem mundos secretos de excessos e luxurias, erguidos sobre a fragilidade de papel de arroz.

Atrai-me essa leveza,
esse estado suave de ser,
esse mundo zen de tatamis entrelaçados,
de beleza feita de camadas de pó-de-arroz,
a resvalar para o sonho.

É assim que quero ser:
leve, flutuante, como se tudo se passasse um palmo acima do chão.

(H. d´e.)

Decadência


Queria sentar-me na poltrona suada
de noites em branco e dormir
Como só os anjos o fazem, em paz
Fingir que tudo não passa de um sonho
E que o sol brilha lá fora mais forte que nunca
chamando-me para a vida
Mas tudo é breu

Não encontro a saída para o meu sofrimento
Enlouqueço de dor e miséria humana
Não mais sou eu,
não mais sou nada,
poeira lançada nas infinitas profundezas do meu ser
e onde me vejo num espelho que não reflecte a vida,
mas o cansaço de quem não é capaz de sorrir,
de quem vive os prantos da decadência do espírito

Falo sozinho, insane na minha solidão,
onde ninguém me encontra e onde fujo dos olhares alheios

Não quero piedade
Porque se nada me contenta para quê fingir?!

Barco Ancorado 27/03/2008


A artista com mais discos vendidos da década de 90 faz hoje 37 anos. Mariah Carey nasceu para o estrelato graças à força da sua voz (consegue chegar às cinco oitavas). O seu talento fê-la passar facilmente das baladas acetinadas até ao hip-hop e à dance-pop. Mariah já foi muitas vezes comparada a Whitney Houston ou a Celine Dion, mas sobre elas possui a vantagem de compor todo o seu material.

Nascida em Long Island, Nova Iorque, a 27 de Março de 1970, filha de um venezuelano negro e de uma irlandesa, Mariah Carey mudou-se para Nova Iorque aos 17 anos (precisamente no dia seguinte a ter completado o liceu) com o objectivo de fazer carreira no mundo da música. Conhece então o teclista Ben Margulies, com o qual começa a escrever canções. A sua oportunidade surge quando é convidada a fazer coros para a cantora Brenda Starr, e é esta mesma que entrega uma maqueta de Mariah ao patrão da Columbia Records, Tommy Mottola. Bastou uma audição para que o homem forte da Columbia ficasse impressionado com o talento (e não só) de Mariah, convidando-a imediatamente a assinar contrato. Entra então em estúdio para gravar o seu álbum de estreia homónimo, editado em 1990.
"Mariah Carey", foi bastante promovido e tornou-se um sucesso, liderando os tops de vendas, com nada mais do que quatro singles ("Vision Of Love","Love Takes Time","Someday" e "I Don't Wanna Cry"), que chegaram todos eles ao primeiro lugar.
O seu sucesso repentino valeu-lhe os Grammys para Revelação do Ano e Melhor Intérprete Feminina. As expectativas eram altas quando lançou, no ano seguinte, o seu segundo álbum, "Emotions", que não desapontou, chegando o tema-título ao primeiro lugar, enquanto "Can't Let Go" e "Make It Happen", alcançavam o top 5.
A sua edição seguinte, seria o EP "MTV Unplugged", em 1992, em que revisitava os seus temas agora em versão acústica e no qual incluiu uma versão do tema dos Jackson 5, "I'll Be There", que chegou ao primeiro lugar.

Em Junho de 1993, Mariah Carey casa-se com Mottola, numa cerimónia que foi muito badalada e, alguns meses mais tarde, lança "Music Box", o seu disco mais vendido de sempre. Mais dois singles, "Dreamlover" e "Hero", conquistam o primeiro lugar das tabelas de vendas, abrindo as portas para a sua primeira tournée.
Volta em 1994 com um disco alusivo à quadra natalícia intitulado "Merry Christmas", que lhe valeu novo sucesso, "All I Want For Christmas Is You". E, em 1995, edita o seu quarto longa duração, "Daydream". Um disco que reflectia uma nova maturidade musical e que foi, de forma geral, bem recebido, valendo-lhe mesmo seis nomeações para os Grammys, ajudando-a a elevar o volume de vendas de todos os seus trabalhos à marca de 80 milhões. O primeiro single "Fantasy", entra directamente para o primeiro lugar, seguindo-se "One Sweet Day" que repetiu o feito, mantendo-se no topo das tabelas durante o tempo recorde de 16 semanas.
Depois de se separar de Mottola, regressa, em 1997, com novo disco, "Butterfly", que, para não variar, alcançou de novo grande êxito, naquele que foi o seu disco (até ao momento) mais orientado para o hip-hop. Seguiu-se "#1's", uma colectânea que inclui 13 dos seus maiores êxitos, bem como "When You Believe", um tema gravado com Whitney Houston para a banda sonora do filme "O Príncipe Do Egipto".

Com "Heartbreaker", o primeiro tema extraído do seu álbum de 1999, "Rainbow", Mariah Carey torna-se o primeiro artista a liderar as tabelas em cada ano da década de 90, colocando-a à frente dos Beatles enquanto artista com maior número de semanas passadas nos lugares cimeiros da tabela Hot 100 Singles.
Com tantos singles tão bem sucedidos a cantora vê-se na posse de mil e uma razões para editar colectâneas de êxitos. Assim, depois de "#1's", uma compilação de singles que chegaram ao topo das tabelas de vendas, editada em 1998, Mariah regressou aos álbuns em 2001 com "Glitter", o seu mais recente trabalho.

Alinhamento
Mariah Carey - Hero
Mariah Carey – Without you
Faith Evans – Kissing you
Destiny's Child -Say my name
Mariah Carey & Whitney Houston – If you believe
Barry White – Just the way you are
Toni Braxton – Spanish guitar
Mariah Carey – Against all odds

quarta-feira, 26 de março de 2008

Barco Ancorado 26/03/2008


A norte-americana Suzanne Vega actua em Portugal no próximo mês de Julho. De acordo com uma notícia publicada pela Agência Lusa, a autora de 'Luka' vai apresentar-se no Grande Auditório do Teatro Municipal da Guarda no dia 9 desse mês.

«É muito prestigiante para o TMG poder receber um nome mundial como é Suzanne Vega», afirmou o director artístico do teatro, Américo Rodrigues, em declarações à mesma agência noticiosa.

Suzanne Vega vem a Portugal apresentar o seu sétimo trabalho de originais, "Beauty & Crime". O longa-duração sucede a "Songs In Red And Grey" e é o primeiro que a cantora edita pela conceituada editora Blue Note Records, a mesma de artistas como Norah Jones e Stacey Kent. O registo reúne um total de onze temas, muitos deles acerca dos efeitos do 11 de Setembro nos nova-iorquinos.
'Frank & Ava' é o single de apresentação de "Beauty & Crime", cuja produção é assinada por Jimmy Hogarth, conhecido pelos seus trabalhos com KT Tunstall, Sia Furler e Corinne Bailey Rae.

Alinhamento
Suzanne Vega – Book and cover
Suzanne Vega – Soap and water
Tracey Chapman - Crossroads
Annie Lennox – Why
Sinead O´Connor – Nothing compares to you
Suzanne Vega – Songs in red and grey
Fiona Apple & Johnny Cash – Father and son
Sheryl Crow – The firts cut is the deepest
Suzanne Vega – Your Maggie May

terça-feira, 25 de março de 2008

Lágrimas



Sei das marés
dos mundos vazios
Sei das águas
que rolam em pares,
em pedras, em cios
suculentas de dores,
em chuvas contínuas
dos meus olhos baldios

Amor-cadáver



Existe um cadáver entre nós

Foi ardente um dia...
Pulsava em vidas!
Sempre voraz!
Sempre em cor...

Hoje restam apenas flores...
Que o enfeitam gélido...
Amor enterrado!
Nessa estranha vida...

Barco Ancorado 25/03/2008


A raínha da soul completa esta terça-feira 66 anos. Os sucessos estrondosos de Aretha Franklin no final dos anos 60 ("Respect", "I Never Loved A Man", ou "Chain Of Fouls", entre muitos outros), valeram-lhe o cognome de "Lady Soul", que desde então tem sido usado sem contestação para a designar.
As raízes de Aretha no gospel são bastante fundas e remontam à época em que cantava com as suas irmãs (na década de 50) no coro de uma igreja de Detroit, onde o seu pai era Reverendo.

Aretha grava os seus primeiros discos como cantora de gospel com apenas 14 anos.
Durante a primeira parte da década de 60, Aretha grava pela Columbia com regularidade, conseguindo alguns sucessos de R&B, sem, no entanto, atingir o estatuto de estrela.
A meio da década deixa a Columbia e muda-se para a Atlantic. Conhece então o produtor Jerry Wexler, que estava determinado a fazer sobressair o lado mais soul de Aretha. Seguindo esta direcção, é editado o single "I Never Loved A Man (The Way I Loved You)", gravado com estimáveis músicos de R&B. A música revela-se um daqueles raros momentos de alquimia perfeita na música pop.
No final dos anos 60, Aretha Franklin tornou-se uma das maiores estrelas da música pop (em sentido lato). Muitos viram nela um símbolo da própria América negra, reflectindo a confiança e orgulho crescentes dos afro-americanos, numa década onde triunfavam os movimentos dos direitos civis da comunidade negra.
A provar o seu sucesso, estão os dez top ten hits que conseguiu entre 1967 e 68, bem como os constantes médios e grandes sucessos que regista nos cinco anos seguintes. Os seus discos desta época vendiam mais do que qualquer outra estrela soul, revelando acima de tudo uma grande consistência artística.

Aretha conseguiu manter um momentum criativo, em parte devido, à escolha ecléctica do seu material, que incluía originais de primeira classe, gospel, blues, pop e versões de rock de grupos como os Beatles ou Simon & Garfunkel.
No início da década de 70, conhece um sucesso artístico e comercial ímpar. Durante esse período, consegue novos hits como "Spanish Harlem", "Bridge Over Troubled Water" e "Day Dreaming". Em seguida, edita dois dos seus mais aclamados álbuns: "Live At Filmore West" e "Amazing Gaze", este último um duplo LP, onde mergulhava nas suas raízes gospel, num disco gravado com James Cleveland & The Southern California Community Choir, que chegou ao top ten e que foi considerado um dos maiores discos gospel-pop de todos os tempos.
Durante os anos seguintes, Aretha regista mais alguns hits, nomeadamente "Angel" e uma versão de "Until You Come Back To Me" de Stevie Wonder. Mas é nesta altura que a sua inspiração parece começar a desvanecer e o seu material se torna mais orientado para a pop. No final da década, o seu contrato com a Atlantic cessa e, a partir daí, os hits surgem de forma intermitente ("Who's Zooming Who" e "Jump To It", estão entre os mais populares), deixando de ter estatuto de estrela que tinha no pico da sua carreira. Muitos dos seus hits eram agora duetos, nomeadamente um com Luther Vandross.

Mantendo-se numa toada pop nos anos subsequentes, é de registar novo regresso ao gospel em 1987, com o álbum "One Lord, One Faith, One Baptism".
Em relação ao seu material mais recente, como acontece com grande parte das estrelas rock dos anos 60, tem havido reacções díspares. Alguns vêem em Aretha uma voz magnífica desperdiçada em material medíocre acompanhado por produções pobres, outros, procuram agarrar-se a uma qualquer justificação, aclamando-a sempre que parece surgir alguma tentativa de ressurgimento às suas raízes soul. No entanto, todos parecem concordar que os seus discos pós-fase áurea de 70, parecem inconsequentes quando comparados com os da época de ouro da Atlantic.
Entretanto, e apesar da morna recepção aos seus recentes trabalhos, Aretha Franklin é uma instituição que gera enorme respeito (mesmo para aqueles que possam eventualmente não a apreciar), com uma habilidade extrema para atrair público para os seus espectáculos, independentemente do (in)sucesso de vendas dos últimos trabalhos.

Alinhamento
Aretha Franklin -Call me
Aretha Franklin -Day dreaming
Barry White – Just the way you are
Billie Holiday – The very thought of you
Aretha Franklin (with Fantasia) – Put you up on game
Etta James – How do you speak to an angel
Nina Simone – Summertime
Louis Armstrong – What a wonderful world
Aretha Franklin - Respect

segunda-feira, 24 de março de 2008

Barco Ancorado 24/03/2008


Moby vai actuar na edição deste ano do festival Sudoeste, segundo avança o Jornal de Notícias. O DJ nova-iorquino regressa ao nosso país para apresentar o seu novo álbum, "Last Night", com edição prevista para a próxima semana. O registo foi gravado no estúdio caseiro do cantor, em Nova-Iorque, com a colaboração de Dan Grech-Marguerat (Radiohead, Scissor Sisters).
De referir que a edição deste ano do Sudoeste acontece de 7 a 10 de Agosto, com actuações já confirmadas de Björk, The Dynamics e La Fura Dels Baus. Os passes para o festival já se encontram à venda.

Richard Melville Hall, sobrinho trineto de Herman Melville, o autor de "Moby Dick", herdou o nome artístico da obra escrita do tio-trisavô, mas preferiu as criações musicais entre os mais radicais beats tecno e algumas incursões em ritmos do rock mais puro. Mas a mais importante movimentação da sua carreira terá mesmo sido o facto de ter conseguido levar os alternativos ritmos electrónicos até ao topo das tabelas de vendas, promovendo a causa da música de dança.
O interesse de Moby perante a música foi uma presença constante desde a sua infância, altura em que começou a aprender a tocar uma série de instrumentos, desde a guitarra aos teclados. As suas primeiras aparições em formações aconteceram quando ainda era adolescente, ao lado de bandas como os Vatican Commandos,os Flipper, ou os Ultra Vivid Scene. A mudança para Nova Iorque foi como que inevitável, depois de uma tentativa falhada de continuar os estudos na Universidade.

A vida na grande cidade começou em discotecas onde actuou como disc-jockey e, daí até à gravação dos primeiros singles para a editora Instinct, foi só uma questão de tempo. Contudo, o seu nome começou a ser conhecido no outro lado do Atlântico, quando remisturou o tema central da série "Twin Peaks". O single, intitulado "Go", alcançou o top10 britânico em 1991. O sucesso conseguido permitiu a reinvenção de temas de nomes como Michael Jackson, Brian Eno, ou Pet Shop Boys. Dois anos depois, Moby fabrica novo fenómeno com o single "Thousand", que entrou para o Guiness Book of Records. A música foi considerada como a mais rápida do mundo, dados os seus mais de mil beats por minuto. Um ano antes, o primeiro longa duração, auto-intitulado "Moby", foi editado no catálogo da Instinct.
A capacidade criativa de Moby viu-se então repartida pelas duas editoras com quem assinou contrato, a Mute e a Elektra. O compromisso com a Mute gerou dois álbuns: o primeiro, "Ambient", constou de temas ainda não editados durante os primeiros anos da sua carreira; o segundo, "The Story So Far", foi uma compilação dos singles até então editados pela Instinct. O contrato com a Elektra trouxe, em primeiro lugar, o EP "Move" e, por fim, o triunfo nos Estados Unidos com o álbum "Everything Is Wrong".

A surpresa e o inesperado, que sempre pautaram a sua carreira, continuaram com o lançamento de "Animal Rights". Um disco de rock, pesado ainda por cima, que surpreendeu os fãs e a crítica. A recepção ao álbum acabou por não ser a melhor, o que decerto não importunou sobremaneira o músico norte-americano que pareceu continuar preocupado em construir sons a seu gosto. Ainda em 96, Moby adoptou o nome de Voodoo Child, para lançar o registo "The End Of Everything", de novo com formato tecno. A continuação no género da dança materializou-se no álbum " I Like To Score", lançado em 97. O longa duração constou essencialmente de temas reinventados por Moby, como "Go", mas também de alguns dos seus registos em bandas sonoras de filmes como "The Saint" ou "Scream".
Um ano antes do fim do milénio, Moby lançou aquilo que pode ser designado como a sua principal obra até à data, "Play". O disco chegou inclusive a valer-lhe duas nomeações para os Grammys e faixas como "Bodyrock", "Find My Baby", "Natural Blues" ou "Why Does My Heart Feel So Bad", tornaram-se hits um pouco por todo o planeta, e resultaram em mais de cinco milhões de cópias vendidas até à data. Depois de vários meses em digressão, Moby regressou a estúdio para gravar novo conjunto de originais, "18", que chegou às lojas em Maio de 2002. Três anos mais tarde, Moby regressou com "Hotel", um novo longa duração.
Agora, será a vez de "Last Night", que Moby trará ao Festival do Sudoeste.

Alinhamento
Moby – Natural blues
Moby – We are all made of stars
Portishead – Sour times
Groove Armada – Dusk you and me
Moby – Why does my heart feel so bad
Massive Atack - Teardrop
Morcheeba – The sea
Moby – Lift me up

sexta-feira, 21 de março de 2008

Barco Ancorado 21/03/2008


Os Queen vão lançar um novo álbum de originais no dia 1 de Setembro. Este será o primeiro registo de estúdio da banda em 13 anos, o primeiro sem a voz de Freddie Mercury e a estreia em edição do novo vocalista, Paul Rodgers. O título do disco ainda não foi anunciado.
Confimada por Brian May e companhia está também uma digressão pela Europa, com início em Moscovo no dia 16 de Setembro.
O último lançamento original dos Queen foi o álbum "Made in Heaven" de 1995.

Os tempos de glória dos Queen foram brutalmente interrompidos no dia 22 de Novembro de 1991, quando Freddie Mercury declarou que estava infectado com o vírus da SIDA, tendo morrido dois dias depois. Na Primavera do ano seguinte, os restantes membros dos Queen organizaram um concerto no Estádio de Wembley em memória de Mercury, que foi transmitido internacionalmente para uma audiência de mais de um bilião de pessoas. O concerto, no qual tomaram parte nomes como David Bowie, Elton John, Annie Lennox, Def Leppard e Guns n' Roses, arrecadou milhões que foram doados à Mercury Phoenix Trust, para campanhas de prevenção da doença.

Em 1994, Roger Taylor, Brian May e John Deacon voltaram a encontrar-se para editar o material que Mercury tinha gravado pouco tempo antes da sua morte. O álbum póstumo "Made in Heaven", foi editado em 1995 e, apesar da opinião da crítica se ter dividido, o disco vendeu bem na Europa.
Desde então, têm sido editadas regularmente colectâneas de êxitos dos Queen, o que continua a fazer deles um nome de referência tanto para músicos, como para novas gerações apreciadoras de música.

Alinhamento
Queen – Heaven for everyone
Queen – These are the days of our lives
Boston – Amanda
Rolling Stones – Out of tears
Queen – Too much love will kill you
Led Zeppelin – The battle of Evermore
The Doors – Spanish caravan
Queen – Who wants to live forever

quinta-feira, 20 de março de 2008

Barco Ancorado 20/03/2008


Aimee Mann lança um novo disco de estúdio no próximo dia 3 de Junho. "Smilers" é como se chama o sétimo trabalho da norte-americana, que será editado através da sua própria editora, a SuperEgo Records.
O registo conta com a colaboração do cantor e compositor norte-americano Sean Hayes e a respectiva produção ficou a cargo de Paul Bryan, que já tinha trabalhado com Aimee Mann no disco de Natal "One More Drifter In The Snow", editado em 2006.

«O som é um pouco diferente para mim. (...) Soa um pouco a Cars», afirmou a cantora, em declarações à Billboard. «Não há guitarras eléctricas. (...) Gira tudo em torno dos teclados, o que é fantástico. É uma amálgama de sons interessante», completou.
'True Believer' é um dos temas do novo longa-duração de Aimee Mann, que foi escrito em parceria com Grant Lee Phillips.

O reconhecimento da crítica perante a carreira de Aimee Mann tem sido um processo gradual, cujo ponto alto aconteceu em 1999, quando o tema "Save Me", incluído na banda sonora do filme "Magnolia", foi nomeado para um Óscar da Academia.
A cantora, que aos quatro anos de idade foi raptada pela mãe adoptiva e levada para a Europa, frequentou a Berklee School of Music, em Boston, até ao final dos anos 80, altura em que deixou de estudar para se dedicar à música a tempo inteiro.

De entre as várias colaborações de Aimee Mann em bandas sonoras, onde se contam filmes como "Jerry Maguire", "Sliding Doors", "Cruel Intentions" e a série de televisão "Melrose Place", o destaque vai definitivamente para "Magnolia". A cargo da cantora ficaram dez de um total de treze canções, que compõem a banda sonora do filme de Paul Thomas Anderson, sendo uma delas uma versão do tema "One", original de Harry Nilsson.
Alguns dos temas presentes na banda sonora de "Magnolia" foram posteriormente incluídos no sucessor de "I'm With Stupid", intitulado, "Bachelor No 2", editado em 2000, e cuja produção da maioria dos temas ficou a cargo de Aimee Mann, que contou com o apoio de Brendan O'Brien e Buddy Judge.
Em Setembro de 2002, chegou às lojas o novo trabalho de originais da cantora, "Lost in Space". Agora, será a vez de “Smilers”, a editar a 3 de Junho.

Alinhamento
Aimee Mann – Driving sideways
Aimee Mann – Humpty Dumpty
Indigo Girls – I don´t wanna talk about it
Sufjan Stevens - Jacksonville
Aimee Mann – Lost in space
Suzanne Vega – Songs in red and grey
Jeff Buckley - Hallelujah
Aimee Mann – Wise up

quarta-feira, 19 de março de 2008

Barco Ancorado 19/03/2008



Alicia Keys actua esta quarta-feira no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. A cantora americana vem mostrar o seu mais recente álbum, "As I Am", perante uma sala completamente esgotada. Este é o regresso de Keys ao nosso país depois da estreia no Rock in Rio Lisboa, em 2004. A primeira parte estará a cargo de Patrice.

Houve quem a quisesse moldar à imagem de uma Mariah Carey ou Whitney Houston. Na sua editora houve quem pensasse que devido à sua tenra idade ia ser fácil construir mais um protótipo de "cantora para as massas". Alicia Keys bateu com a porta da Columbia, e mudou-se de malas e bagagens para a J Records, onde foi recebida de braços abertos por Clive Davis, que assegurou o lançamento do seu álbum de estreia, "Songs In A Minor".
Alicia Augello Cook é natural de Manhattan, Nova Iorque, onde nasceu em 1981. Assistiu à separação dos pais quando tinha dois anos, e a partir daí ficou entregue aos cuidados da mãe, que sempre lhe incentivou o gosto pela música. Alicia vivia em Manhattan, mas era no Harlem que se sentia em casa, pelo que sempre que podia era lá que a encontravam. Foi aí que aprendeu a pensar depressa, a desenrascar-se em situações complicadas e, sobretudo, a desenrascar-se sozinha. Foi lá que conheceu Marvin Gaye e Biggie Smalls, que por sua vez lhe abriram as portas para o contacto com muitos outros artistas que viriam a revelar um papel fulgurante no seu futuro, caso de Curtis Mayfield, Nina Simone, Miles Davis, Jimi Hendrix, Prince e Rakim.

Alicia Keys escreveu a primeira canção aos 14 anos, depois da morte do avô, com quem tinha uma ligação muito forte. Chamou-lhe "I'm All Alone".
A sorte de ter descoberto tão cedo aquilo para que nascera fê-la trabalhar desde sempre na conquista do seu objectivo principal: a música. Teve formação clássica de piano dos seis aos dezoito anos, e apesar de ser grande fã de Chopin, a certa altura sentiu que a música clássica não era suficiente para se expressar.
Conheceu o manager Jeff Robinson quando tinha quinze anos e trabalhou com ele durante cinco anos. O irmão de Robinson chegou a dar-lhe aulas de canto no Harlem, e desde o início ficou impressionado com a alma que a cantora depositava nas canções. Seis meses depois a cantora estava a cantar na presença de uma série de executivos de multinacionais, que não tentaram sequer esconder o entusiasmo. A Columbia Records ganhou a batalha.
No entanto, as coisas não correram pelo melhor. Os problemas começaram logo desde o início durante o processo de gravações, até que Alicia, na altura com dezasseis anos, decidiu ser ela própria a escrever as suas canções e a produzi-las, uma tarefa que aprendeu através da observação do trabalho dos profissionais em acção. Um ano depois, comprava um apartamento no Harlem, onde montou um estúdio. Foi lá que trabalhou na maioria das canções que viriam a dar forma a "Songs In A Minor".
Alterações no interior administrativo da Columbia trouxeram algumas incompatibilidades criativas entre Alicia e a editora. O álbum estava praticamente terminado e a cantora não estava disposta a voltar atrás. Uma chamada de Clive Davis (o mesmo que descobriu Bruce Springsteen, Patti Smith e Whitney Houston) salvou a situação e a cantora aterrou na J Records. Davis apostou em Alicia, e foi inclusivamente o próprio que levou o teledisco do single "Fallin'" às instalações da MTV.

Na primeira semana em que foi lançado, o álbum de estreia de Alicia Keys vendeu 236 mil cópias. Na segunda semana, com a ajuda dos média, as discotecas pediram mais uma mão cheia de 450 mil cópias para repor o stock. Ainda assim, a cantora continua a gostar de nadar, de dormir (que encara como uma forma de meditação), não deixou de actualizar o seu diário regularmente, e reza três a quatro vezes por dia.
"Songs in A Minor" fez com que Keys levasse para casa cinco prémios na cerimónia de entrega dos Prémios Grammy de 2002, incluindo Artista Revelação e Canção do Ano para 'Fallin'.
O segundo disco chega em 2003 e intitula-se "The Diary of Alicia Keys". Rapidamente se torna o sexto mais vendido de sempre por uma mulher e o segundo dentro do R&B no feminino.
Em 2004 vence quatro prémios MTV e em 2007 estreia-se no cinema com o filme "Smokin' Aces", no qual interpreta uma assassina profissional contracenando com Ben Affleck e Ray Liotta. Segue-se "The Nanny Diaries", onde a cantora faz de melhor amiga da personagem interpretada por Scarlett Johansson.
No mesmo ano é lançado o terceiro disco de estúdio de Alicia Keys, "As I Am", que a belíssima cantora americana apresenta hoje no Pavilhão Atlântico.

Alinhamento
Alicia Keys – Diary (ft Tony Toni Tone)
Alicia Keys – U don´t know my name
Richard Marx – Right were waiting
Alicia Keys – Like you´ll never see me again
Toni Braxton – Spanish guitar
Lionel Richie – The magic of love
Alicia Keys – No one

Sentidos


Na festa vermelha dos sentidos,
verto o sangue do amor, incómoda utopia

Dobro o corpo e entrego-me
sem remorso
à féerica farsa dos tristes
de quem ousou ter esperança

Sobre a ilusão, enfim desfeita,
de fados,
de flores,
do amante em madrugadas
de íntimo e sereno desfalecer,
pousa a névoa do esquecimento

Verto o sangue, sangro o seio
Se pudesse secar o pranto,
seria suave a inelutável dor

(enfim morto)

terça-feira, 18 de março de 2008

Barco Ancorado 18/03/2008


Os Simply Red e Caetano Veloso actuam no Algarve este ano. A notícia foi dada pela edição de segunda-feira do Correio da Manhã, que avança que o cantor brasileiro se apresenta a 25 de Julho, enquanto a banda de Mick Hucknal actua a 1 de Agosto, estando ambos os concertos marcados para Albufeira e inseridos na programação do Allgarve.

O espectáculo dos Simply Red poderá ser a última oportunidade que os fãs portugueses terão de ver ao vivo o grupo, uma vez que Hucknal manifestou, recentemente, a vontade de pôr fim ao colectivo, quando terminar a actual digressão.

Além de Caetano Veloso e dos Simply Red, estão confirmadas no Festival Allgarve as presenças de Lou Reed, Diana Krall, Vanessa da Mata e Mariza, Lucky Peterson, Herbie Hancock, Manhattan Transfer, Patti Austin, Dee Dee Bridgewater e Maria João e Mário Laginha, Camané e David Fonseca.

O Festival Allgarve decorre de 2 de Maio a 2 de Novembro, compreendendo um total de 12 concertos e outras actividades de lazer.

Alinhamento
Simply Red – You make me feel brand new
Simply Red – Sunrise
Spandau Ballet - True
Human League – Human
Simply Red – If you don´t know me by now
Christopher Cross - Sailing
Seal – Walk on by
Roberta Flack – Killing me softly with this song
Simply Red – Holding back the years

segunda-feira, 17 de março de 2008

Barco Ancorado 17/03/2008


Os Waterboys actuaram na última sexta-feira em Gaia. A banda britânica apresentou-se no Pavilhão Desportivo local para um espectáculo com lotação esgotada. Além de clássicos como 'The Whole Of The Moon', Mike Scott e companhia trouxeram na bagagem temas do novo disco, "Book Of Lightning".

A música inspirada nos mais tradicionais recursos folk irlandeses, em conjunto com as mais normalizadas inspirações do pop e do rock, foram as coordenadas principais das criações dos Waterboys. Uma banda que existiu muito para além de "This Is The Sea" e do inesquecível "The Whole Of The Moon". O principal impulsionador e mentor da formação e continuidade dos Waterboys foi Mike Scott, o carismático vocalista escocês.
As ligações de Scott à música começaram quando criou a fanzine "Jungleland", para depois começar por fim a participar em formações dentro dos mais variados géneros, passando até pelo punk, antes e depois de entrar para a Universidade, onde estudou Inglês e Filosofia. Os Waterboys apareceram já depois da mudança para Londres, com a designação inspirada no tema "The Kids" de Lou Reed. O passo seguinte foi pôr um anúncio num jornal, que levou ao aparecimento de Anthony Thistlethwaite e de Kevin Wilkinson. As composições da original banda inglesa conduziram rapidamente à gravação e edição do primeiro registo, o auto-intitulado "The Waterboys", em 1983.

"A Pagan Place" foi o disco seguinte dos Waterboys. O longa duração contou com a participação de Karl Wallinger nas teclas e Roddy Lorimer no trompete, que entretanto tinham entrado para a formação. A consagração europeia chegou um ano depois com a famigerada faixa "The Whole Of The Moon", retirada do não menos conhecido álbum "This Is The Sea". A saída de Karl Wallinger, pouco depois do lançamento do disco, ditou a reformulação da banda, e levou ainda à mudança de Scott e Thistlethwaite para a Irlanda.
A nova localização dos dois músicos mostrou-se como influência primordial na composição do álbum "Fisherman's Blues". As participações de Steve Wickham, Dave Ruffy, Guy Chambers e Marco Weissman, todos eles fortemente imbuídos de claras influências vindas da música tradicional irlandesa, mostraram-se fulcrais. O som, então e já com declaradas tendências folk, teve uma continuação explanada no álbum "Room To Roam", de 1990.
Um ano depois, Mike Scott mudou-se para Nova Iorque, deixando a banda para trás. É então que com alguns músicos gravou "Dream Harder", lançado em 93. O álbum, resultante do distanciamento da formação, reflectiu um regresso a sons menos tradicionais e mais rock. O regresso à Escócia ocorreu, no entanto, pouco tempo depois, onde Scott aproveitou para entrar para uma comuna espiritual. O retiro foi o mote para "Bring 'Em All In", um novo retorno ao estilo folk tradicional. Os anos seguintes foram de paragem, tanto para Scott como para os restantes elementos da formação.

No ano 2000 surgiu finalmente um novo registo dos Waterboys, "Rock In The Weary Land", depois da compilação "The Whole Of The Moon - The Music Of The Waterboys", lançada dois anos antes. O álbum foi feito em colaboração com o regressado Thistlethwaite e com Thighpaulsandra dos Spiritualized.
Por volta de 2001, a formação dos Waterboys era constituída por Mike Scott na voz e guitarra, Richard Naiff nos teclados e o regressado Steve Wickham no violino. Dois anos depois editam "Universal Hall", um disco de teor mais acústico onde recuperam as influências célticas da época de "Fisherman's Blues". O disco é pretexto para uma digressão pela Europa.
Em 2005, chega o primeiro registo ao vivo, "Karma to Burn", que apresenta alguns temas de Mike Scott a solo, como 'Dark Side' e 'Open'. Em Abril de 2007, é editado mais um álbum de estúdio, "Book of Lightning", produzido por Scott e Philip Tennant. O nono disco de originais dos Waterboys foi também o pretexto para o regresso a Portugal, na última sexta-feira com um espectáculo em Gaia.

Alinhamento
The Waterboys – Fisherman´s blues
The Waterboys – Glastonbury song
Morrissey – Everyday is like sunday
The Smiths – Heaven knows I am miserable now
Roxy Music – Love is the drug
The Waterboys – Strange boat
Kate Bush - Babooshka
Joni Mitchell – How do you stop
Leonard Cohen – Waiting for the miracle
The Waterboys – The whole of the moon

sexta-feira, 14 de março de 2008

Olhos desesperados


Não é este papel branco
Esse pedaço de vazio frio
Essa fogueira ardente
Que tem sombra de inferno

Não são as horas do vento repentino
Não é o pranto que corre
Com desgraça solta na face
Na manhã que nunca chega

Não é o alerta
Com morte irrigando as veias
A morbidez em sentido fixo
Verdadeiro amor das mazelas

Não é a falta de amor
Nem a paulada no crânio inocente
Não é a psicose em vírus
Nem é o espanto do mundo

Não é a febre surpresa
Nem o habitante voraz
Nem a agonia do infeliz
São apenas olhos desesperados

Barco Ancorado 14/03/2008


A cantora brasileira Adriana Calcanhotto vai regressar a Guimarães para um concerto no Pavilhão Multiusos, no dia 31 de Maio. De resto, a cantora agendou mais três concertos em Portugal, além das datas marcadas para os Coliseus do Porto e Lisboa.
Os novos concertos realizam-se no Palácio dos Desportos, em Torres Novas, a 24 de Maio, no Pavilhão Multiusos de Guimarães, a 31 de Maio, e no Teatro Micaelense (em S. Miguel, nos Açores), no início de Junho, em dia ainda a designar.

Em 2000, quando ainda não era mundialmente conhecida como actualmente, Adriana deu um concerto ao ar livre na Praça de S. Tiago, onde promoveu o seu álbum 'Perfil'. Depois disso, já actuou no Multiusos, onde agora regressará.
Depois de "Adriana Partimpim", a artista vem apresentar ao nosso país o seu mais recente álbum, "Maré".

Os bilhetes para o concerto de 31 de Maio já têm preços definidos. Custam entre 15 e 40 euros e estão à venda no Multiusos de Guimarães, Mike Davis do GuimarãeShopping e Braga Parque, www.ticketline.pt, Lojas Fnac e Abreu.

Alinhamento
Adriana Calcanhotto – Vambora
Adriana Calcanhotto – Fico assim sem você
Marisa Monte – Tema de amor
Ana Carolina e Zeca Baleiro - Lenha
Tribalistas – Velha infância
Adriana Calcanhotto – Devolva-me
Vanessa da Mata – A nossa canção
Djavan - Se acontecer
Daniela Mercury – Como vai você
Adriana Calcanhotto – Borboleta

quinta-feira, 13 de março de 2008

Barco Ancorado 13/03/2008



No dia em que foi anunciado o regresso de James Blunt a Portugal, a imprensa britânica divulgou a lista dos álbuns mais vendidos do século XXI, no Reino Unido, onde o cantor aparece à cabeça da tabela, com "Back To Bedlam".
O primeiro álbum de Blunt vendeu mais de três milhões de exemplares. Quanto à actuação do cantor em Portugal, realiza-se a 4 de Julho, em Lisboa.
Para o décimo lugar entrou o segundo disco de Amy Winehouse, "Back To Black", por vendas superiores a dois milhões de cópias. A autora de 'Rehab' vendeu mais que nomes como Robbie Williams e os Take That.
Dido, The Beatles, Coldplay e Scissor Sisters são outros dos nomes que figuram no top ten.

James Blunt entrou no mundo da música arrebatando tabelas e conquistando o título de single mais vendido de 2005 no Reino Unido, graças a 'You're Beautiful'. Quem diria que, antes de ser cantor, Blunt já tinha completado quatro anos no Exército Britânico, servindo inclusivamente no Kosovo, para onde fez questão de levar a sua guitarra.

O percurso de James Blunt esteve sempre bem distante da música: integrou um colégio interno aos sete anos, matriculou-se em Engenharia Aeroespacial por engano e alistou-se no Exército, onde foi guarda da Rainha de Inglaterra, enterrou a Rainha Mãe e serviu de modelo para muitas fotografias de turistas.
Mas a música falou mais alto e, em Setembro de 2003, James Blunt rumou a Los Angeles e captou a atenção da compositora e produtora Linda Perry, a ex-líder dos 4 Non Blondes , que tem produzido trabalhos de artistas como Pink e Christina Aguilera , e que ofereceu a Blunt um contrato discográfico com a sua editora, a Custard.

A partir do momento em que assinou um contrato com a editora Custard, James Blunt gravou o seu álbum de estreia, produzido em parceria com Tom Rothrock, que lhe valeu o troféu para Artista Revelação nos prémios MTV Europe Music Awards em Novembro de 2005. Na altura, o cantor não pôde receber o prémio em mãos na cerimónia que se realizou em Lisboa, já que estava em digressão pelos Estados Unidos.

Alinhamento
James Blunt - 1973
James Blunt - Same mistake
Daniel Powter - Bad day
Rob Thomas - Lonely no more
Jack Johnson - Coocon
Sheryl Crow - The first cut is the deepest
James Taylor - You´ve got a friend
Josh Groban - Believe
James Blunt - You´re beautiful

quarta-feira, 12 de março de 2008

Ausência


Ouve o meu lamento, amor
Ouve o silêncio que me cerca
Ouve o ruído das minhas mãos cansadas
de buscar inutilmente a tua pele, as tuas mãos

Vem sentir no meu peito
um vaso inútil e vazio
cheio apenas das dores do meu coração
exausto da tua ausência

Vem com novas estrelas
aquelas que prometeste colocar nos meus olhos
luzes perenes do nosso amor para sempre
e que se apagaram de súbito quando saíste

Vem trocar os teus sentidos com os meus
como naquelas penumbras lentas
onde nos perdíamos em alma e carne
livremente pecadores no nosso amor-menino
carrossel de delírios

Barco Ancorado 12/03/2008


Os R.E.M. acabam de anunciar que pretendem disponibilizar o seu novo disco para escuta, uma semana antes deste ser editado. "Accelerate" poderá ser ouvido através do iLike, uma aplicação utilizada em sites como o Facebook.

Os utilizadores da aplicação vão ter acesso ao longa-duração no dia 24 deste mês, sendo que o lançamento do mesmo está previsto para dia 31.
«Penso que temos duas opções, ou acompanhamos as novidades ou sentamo-nos a ver as coisas a acontecer, e eu prefiro estar no campo do que no banco», afirmou Michael Stipe, em declarações à Billboard.
De referir que os R.E.M. são a primeira banda a apresentar um álbum desta forma.

"Accelerate" foi produzido por Jacknife Lee e sucede a "Around the Sun", de 2004. O registo reúne 11 temas, com um deles, "I'm Gonna DJ" gravado durante as sessões do álbum anterior e já apresentada ao vivo.
"Supernatural Superserious" será o primeiro single cujo videoclip foi filmado numa loja de lingerie em Nova Iorque.
"Living Well`s The Best Revenge", "Man Sized Wreath", "Hollow Man", "Houston", "Accelerate", "Until The Day Is Done", "Mr Richards", "Sing For The Submarine" e "Horse To Water" compõem o restante alinhamento.

Alinhamento
R.E.M. - Loosing my religion
R.E.M. - Nightswimming
Bjork – Oceania
Enya – Amarantine
R.E.M. - Imitation of life
Oasis – Stand by me
Robbie Williams – Feel
R.E.M. - Everybody hurts

terça-feira, 11 de março de 2008

Noite


Salgado silêncio
pintado de breu

Andando
de rua em lua
buscando a cor
na derme do escuro

Um mergulho vermelho
no túnel da boca

Um coral
de palavras loucas
entorpecendo...

... cantando
em labaredas

Beijos...
que inflamam
aquecem
transpiram
e calam

Barco Ancorado 11/03/2008


É uma grande notícia. Sobretudo para os fãs. Leonard Cohen actua em Portugal no mês de Julho. O cantor canadiano dá um concerto em Lisboa a 19 de Julho, apontando como local para o espectáculo o Passeio Marítimo. Até ao momento não há mais indicações precisas.

A actuação do artista acontece um dia antes da sua participação no festival de Benicassim, em Espanha, e coincide com o dia em que também Lou Reed se apresenta na capital portuguesa, com um espectáculo no Campo Pequeno.

A actuação de Leonard Cohen em território nacional insere-se no âmbito da sua tournée mundial, que se prolonga até 2009. Uma tournée que começa em Toronto no dia 6 de Junho, seguindo depois para Dublin e Manchester. No final de Junho Cohen regressará ao Canadá para actuar no Montreal Jazz Festival. Há também, desde já, espectáculos marcados para a Noruega, Suécia, Dinamarca, Suiça, França, Bélgica, Holanda, Escócia, Espanha, Alemanha, Itália e Grécia.

O autor de 'I'm Your Man' acabou de reeditar, numa versão limitada, os seus três primeiros álbuns. "Songs of Leonard Cohen" (1967), "Songs From a Room" (1969) e "Songs of Love and Hate" (1970) aparecem agora numa versão remasterizada, que inclui, como faixas extra, temas nunca antes lançados.

Alinhamento
Leonard Cohen – Waiting for the miracle
Leonard Cohen – Take this waltz
Lou Reed – Perfect day
Simon & Garfunkel – Bridge over troubled water
Leonard Cohen – Democracy
Neil Young – Harvest moon
Bob Dylan – You belong to me
Leonard Cohen – I´m your man

segunda-feira, 10 de março de 2008

Barco Ancorado 10/03/2008


Rufus Wainwright regressa ao nosso país no próximo mês de Junho, para dois concertos em Famalicão. De acordo com o site oficial do músico canadiano, os espectáculos acontecem a 28 e 29 de Junho, na Casa das Artes.
Recorde-se que a última actuação de Rufus Wainwright em Portugal foi em Novembro do ano passado, em promoção ao álbum "Release The Stars".

Foi considerado pelo "New York Times" um dos mais promissores e originais escritores de canções dos últimos tempos. Ao segundo álbum deu provas de que o talento que lhe foi vislumbrado no registo de estreia não fora simples fogo de vista.
Rufus Wainwright cresceu em Montreal, no Canadá, numa família com grande tradição musical. Filho de Loudon Wainwright e Kate McGarrigle, duas referências da folk, que se divorciaram quando Rufus ainda andava na escola. Criado pela mãe em Montreal, o músico começou as aulas de piano quando tinha seis anos e aos treze já ia em digressão com a mãe, a tia e a irmã, num grupo que dava pelo nome de McGarrigle Sisters and Family.

Rufus Wainwright começou a dar que falar desde muito cedo. Primeiro porque foi pela primeira vez nomeado para os Juno Awards, na categoria de "Most Promising Young Artist" quando contava apenas catorze anos, e na mesma altura foi também distinguido para os prémios Genie (o Óscar canadiano), na categoria de "Best Song in a Film" pelo tema "I'm A-Runnin'". O facto de ter assumido a sua homossexualidade durante a adolescência fez também com que começasse a ser mais falado.
Habituado a ouvir nomes como Edith Piaf, Al Jolson e Judy Garland, Rufus veio mais tarde a espelhar todas essas influências clássicas nos seus trabalhos, o que o fez distinguir-se de muitos dos nomes da nova vaga de escritores de canções que começaram a surgir em meados de 90. No entanto, antes de enveredar pela música como modo de vida, Rufus apostou na formação teórica. Frequentou a Millbrook School em Nova Iorque, tendo depois disso regressado a Montreal, para estudar música na McGill University. A dada altura os clássicos cederam o lugar ao pop rock, e Wainwright começou a gravar as primeiras maquetas com o produtor Van Dyke Parks, que as fez chegar à secretária de Lenny Waronker, um dos responsáveis pela Dreamworks.
Pouco depois a editora fazia chegar às lojas o disco de estreia do músico, um álbum homónimo de 1998, que figurou no topo das listas de melhores discos do ano de muitos críticos. Seguiram-se alguns meses de vida na estrada e participações em bandas-sonoras, até ter chegado aos escaparates o sucessor de "Rufus Wainwright", "Poses", em 2001. O disco foi composto com base no tema-título que, segundo o próprio, serviu de âncora às outras canções, mas "Cigarettes and Chocolate Milk" foi a canção eleita para primeiro single. Decidido em não fazer do segundo disco uma cópia do primeiro, Rufus Wainwright falou do processo de gravações como "exaustivo, mas compensador".

No início de 2002, Rufus Wainwright aceitou o desafio de Sean Penn, realizador de "I Am Sam", que pediu a uma série de músicos que gravassem uma versão de um tema dos Beatles para a banda sonora do filme. Wainwright escolheu "Across the Universe", um tema que já tinha anteriormente sido interpretado por Fiona Apple no filme "Pleasantville"
Os álbuns "Want One" e "Want Two" passaram mais despercebidos, e antecedem o renascimento de Wainwright em "Release the Stars", de 2007. Nesse ano, Rufus Wainwright faz um espectáculo de tributo a Judy Garland, na mesma sala onde a cantora actuou 50 anos antes: o Carnegie Hall, de Nova Iorque. Essa actuação ao vivo mereceu a edição do álbum "Rufus Does Judy at Carnegie Hall".

Alinhamento
Rufus Wainwright - The one you love
Rufus Wainwright – Going to a town
Damien Rice - The blowers of love
Snow Patrol - Chasing cars
Rufus Wainwright - Paper moon
The Arcade Fire - Crown of love
Beck - Lost cause
Keane - This is the last time
Rufus Wainwright – Why does it always rain on me

sábado, 8 de março de 2008

Crepúsculo


Saio à tarde cinzenta
No ar o odor de flores
e os sons de lamentação

Saio na solidão difícil
do campo estéril
No ar o odor de flores
e os sons de lamentação

Na escuridão crescente de longitude
passa-me como uma iluminação
Difícil, ponderoso e barulhento
Tão ponderoso e belo como a escuridão

Assisto encantado
e escuto os sons da lamentação

No ar fragrante suave
os carris longos, escuros cinzentos
lisos como uma serpente

Uma coisa suave grita na distância
Mas os sons são difíceis e pesados

No ar o odor de flores e os sons de lamentação

sexta-feira, 7 de março de 2008

Solidão II


Não te falarei dos séculos de latifúndio
dos aparelhos de tortura
Não te falarei de séculos de enforcados
do sangue dos fuzilados

Estou preso a este quarto verde-musgo de pensão
no silêncio da miséria
neste limo das paredes
onde se espremem todos os mortos da estrofe anterior

Estou preso nesta solidão incolor
o que equivale dizer
que só há um jeito de abrir a porta
e reencontrar os mortos

Estou preso a este pequeno quarto
da solidão e do exílio
É dele que escrevo a esperança de ossos
É dele que saio para falar do século do futuro

Barco Ancorado 07/03/2008


O filme "U2 3D", que documenta parte da etapa sul-americana da Vertigo Tour, dos U2, estreia em Portugal a 24 de Abril.
A distribuição será feita pela Lusomundo, em cujo site já é possível ver o trailer do filme.

Dirigida por Catherine Owens e Mark Pellington e produzida por Sandy Climan, a película é apresentada em versão digital e em formato de três dimensões, pelo que as projecções serão acompanhadas pela distribuição de óculos especiais concebidos para o efeito.
Entretanto, um dos sites de fãs portugueses da banda, avança que o novo álbum de estúdio dos U2 será lançado no mês de Outubro em formato de duplo CD.

A 14 de Março de 2005, os U2 foram introduzidos no Rock And Roll Hall of Fame e, no final do mesmo mês, iniciaram uma nova digressão mundial, a "Vertigo Tour", que passou por Lisboa no dia 14 de Agosto, no Estádio Alvalade XXI. Antes da actuação em território luso, Bono e companhia foram condecorados com a Ordem da Liberdade pelo então Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, que homenageou a banda pelo seu trabalho em prol de causas humanitárias.

Em Fevereiro de 2006, os U2 foram os grandes vencedores da 48ª edição dos prémios Grammys, conquistando prémios nas cinco categorias para as quais estava nomeado.
Quanto à "Vertigo Tour", contemplou passagens um pouco por toda a parte, incluindo a Austrália e Nova Zelândia. Os Pearl Jam e Kanye West actuaram na primeira parte dos concertos da banda irlandesa.

Alinhamento
U2 - The hands that build America
U2 - Still haven´t found what I´m looking for
Dave Matthews Band - Don´t drink the water
Sheryl Crow - Leaving Las vegas
U2 - One
Foo Fighters - Walking after you
Nirvana - About a girl
U2 - Angel of Harlem

quinta-feira, 6 de março de 2008

Barco Ancorado 06/03/2008


David Jon Gilmour completa esta quinta-feira 62 anos. Agraciado com a Ordem do Império Britânico, o guitarrista e vocalista da banda inglesa Pink Floyd, também já editou álbuns a solo e colaborou com outros artistas. Depois da saída de Roger Waters a meio da década de 1980 tornou-se a principal figura da banda britânica.

David Gilmour nasceu em Cambridge e cresceu em Grantchester Meadows. O seu pai, Douglas Gilmour, foi professor de Zoologia na Universidade de Cambridge. A sua mãe, Sylvia, também era professora. A sua educação teve lugar na Waldorf School e foi durante muitos anos um modelo para essa escola, tendo no entanto descrito a sua educação como “horrível”.
David Gilmour conheceu Syd Barrett quando frequentava o Colégio de Artes e Tecnologia de Cambridge, embora não tenha pertencido à formação inicial dos Pink Floyd. O seu primeiro grupo chamava-se Joker’s Wild, para quem começou a tocar em 1963. A banda mudou o nome para Flowers em 1967 mas acabou nesse mesmo ano, tendo Gilmour formado os Bullitt. Juntou-se aos Pink Floyd em Janeiro do ano seguinte. Syd Barrett saiu do grupo alguns meses mais tarde e então Gilmour assumiu o papel de guitarrista principal.
Roger Waters deixou o grupo em 1985 assumindo que sem ele os Pink Floyd se desmembrariam. Em vez disso, David Gilmour assumiu o completo controle da banda.

Durante os interregnos musicais dos Pink Floyd, David Gilmour passava o tempo a tocar como músico de estúdio, produzindo discos, e até fez de engenheiro de som de palco para uma enorme variedade de espectáculos, incluindo algumas novidades e Roy Harper, Kate Bush, The Dream Academy, Grace Jones, Arcadia, Bryan Ferry, Robert Wyatt, Paul McCartney, Ringo Starr, Pete Townshend, The Who, Supertramp e vários "supergrupos" de solidariedade entre outros.
Lançou o seu primeiro álbum na Primavera de 1978. O seu segundo álbum, About face, seria editado em 1984.
Em 2002 fez uma série de concertos acústicos a solo em Londres e Paris, juntamente com uma pequena banda e coro, e que foi documentado na edição de David Gilmour in Concert.

Não sendo um guitarrista rápido, David Gilmour é, no entanto, considerado um dos melhores de sempre. É especialmente reconhecido por ter um estilo muito preciso de solar. Transmite ao instrumento tudo o que realmente quer que seja executado. Foi inovador no uso de efeitos sonoros na guitarra. Há quem considere injusto que Gilmour não seja comparado com os melhores, tais como Jimi Hendrix, Jimmy Page e Eric Clapton.

Alinhamento
Pink Floyd - Comfortably numb
Pink Floyd - Mother
Rolling Stones - Out of tears
Pink Floyd - Hey you
Led Zepellin – The battle of Evermore
Pink Floyd – Wish you were here

quarta-feira, 5 de março de 2008

Vazio


Um vazio
Onde um amor provido de liberdade
Esconde-se nas paredes frias e solitárias
De dias tristes e desertos

Um vazio
Onde a paisagem que me atravessa a alma
Não me deixa ver a sua beleza
Nem a alvura da existência

Um vazio
Onde só minhas mãos procuram
E testemunham nos lençóis em desalinho
O desejo e a saudade do abraço amante

Um vazio
De beijo apaixonado
De línguas entrelaçadas
Perdidas num céu de águas transparentes

Barco Ancorado 05/03/2008


Os Thievery Corporation são o mais recente nome confirmado para o cartaz do festival de Paredes de Coura. A banda norte-americana tem actuação marcada para o dia 3 de Agosto.
Além dos clássicos, os Thievery Corporation vão trazer na bagagem alguns dos temas que deverão integrar o seu novo registo.
A enorme variedade de sons do grupo será acompanhada nesta apresentação em terras do Coura pela maior formação de sempre ao vivo.

Tudo começou numa noite da Primavera de 1995 no Eigtheenth Street Lounge Bas, em Washington DC. Por entre um copo e outro, Rob Garza e Eric Hilton decidiram conciliar os seus esforços e formar os Thievery Corporation. Depois de confessarem a sua admiração mútua pelo trabalho de compositores brasileiros como Tom Jobim e João Gilberto, e o seu desdém pela maioria da música contemporânea, o duo embarcou numa verdadeira viagem musical. O seu novo álbum, "The Mirror Conspiracy", é o último destino da odisseia do grupo. "Temos ouvido muita música de bandas sonoras do final dos anos 60 e música rara de Itália e do Reino Unido" afirma Garza. "A subtileza dessas composições realmente abriu as nossas mentes para novas possibilidades. Sempre fomos entusiastas da bossa nova, jazz e dub, e agora penso que a linha comum entre esses diferentes géneros é o uso do espaço" acrescenta Hilton.
"A música electrónica é muitas vezes fria e mecânica: isso não é atractivo para nós. As nossas influências vêm de produções orgânicas", continua o membro dos Thievery.

O uso de diferentes linguagens musicais e a forma como as conseguem incorporar num todo orgânico é, talvez, o motivo pelo qual a música dos Thievery Corporation se torna difícil de catalogar dentro de um género musical pré definido. Embora nenhum dos elementos não se considere músico por definição, ambos tiveram formação musical.
Começaram por lançar alguns singles, bem acolhidos no meio, e editados pela sua própria editora, a Eighteenth Street Lounge, Music, em 1996. Ganharam notoriedade sobretudo no mundo DJ do acid jazz e rare groove e dão um decisivo salto em direcção à celebridade quando uma faixa sua foi incluída no álbum dos respeitados dj's e produtores Kruder & Dorfmeister, "Dj Kick Series", ainda em 1996. Um ano depois, surge o álbum de estreia "Sounds from the Thievery Hi-Fi", que inclui os seus primeiros singles e alguns temas novos. Editam, em seguida, uma compilação de música electrónica de Washington DC "Dubbed Out in DC".

Depois de assinarem pela 4AD, os Thievery Corporation começam a trabalhar no seu segundo LP que foram forçados a adiar devido ao facto dos seus registos terem sido roubados. Em 1999 lançam "Abductions & Reconstructions", uma compilação de remisturas suas para outros artistas e, no ano seguinte, surge "The Mirror Conspiracy". Em Janeiro de 2002, a dupla norte-americana edita novo álbum de remisturas, desta feita para artistas do catálogo da editora Verve, a que chamou "The Sounds from the Verve Hi-Fi". No mês de Setembro, chega novo trabalho de originais, intitulado "The Richest Man in Babylon".

Alinhamento
Thievery Corporation – Defenceless
Thievery Corporation – Focus on sight
Bjork – Oceania
Massive Atack – Safe from harm
Thievery Corporation – The richest man in Babylon
Morcheeba – The sea
Thievery Corporation – Will follow you

terça-feira, 4 de março de 2008

Há dias em que entras nos meus dias


Há dias em que entras nos meus dias
E soletro cada gota quando me desfaço
em espuma e não distingo o branco
do branco do lençol

É uma ignorância
que salva e sinto tudo o que vejo
como se o visse dos meus ou dos teus olhos
Ou de alguém que não passou por mim
e talvez nem passe

Por isso não pergunto
onde estou ou onde estão as coisas

As gaivotas caminham apressadas
Os candeeiros acendem para a noite

Fechamos os olhos para nos perdermos

Barco Ancorado 04/03/2008


O aniversariante do dia chama-se Gabriel Contino, mas é mais conhecido por Gabriel, O Pensador. Nasceu no Rio de Janeiro, a 4 de Março de 1974. O cantor e compositor brasileiro de rap, cujas letras das músicas abrangem temas diversos, sempre com uma abordagem inteligente, completa esta terça-feira 34 anos.

Um dos maiores nomes do rap brasileiro, Gabriel, o Pensador diferenciou-se de boa parte dos seus pares (e chegou a ser por eles criticado) por ser um rapaz branco da classe média alta. No entanto, desde o início que faz das letras de crítica social o seu cavalo de batalha, como convém ao melhor rapper. Filho da jornalista Belisa Ribeiro, Gabriel apareceu em finais de 1992, quando ainda era estudante de comunicação na PUC do Rio, com a música "Tô Feliz, Matei o Presidente". O personagem da letra era Fernando Collor de Mello, que tinha acabado de renunciar ao cargo devido a um processo polémico. Curiosamente, Belisa, a mãe de Gabriel, tinha sido assessora de Collor de Mello.

Contratado pela Sony Music por causa do sucesso da música, Gabriel lançou em 1993 o seu primeiro e homónimo disco, que conquistou as rádios com as ácidas mas bem-humoradas "Lôraburra" e "Retrato de um Playboy".
Em 1995, saiu o feroz "Ainda É Só o Começo", que provocou polémica com as músicas "Estudo Errado" e "FDP ao Cubo", mas não repetiu o sucesso do primeiro álbum.
Dois anos depois, Gabriel voltou à carga com a irreverente e pop "2345meia78", que seria a primeira faixa de trabalho do disco "Quebra-Cabeça". "Cachimbo da Paz" e "Festa da Música" surpreenderam depois, levando o CD a ultrapassar a marca do milhão de cópias vendidas.

Sucesso em Portugal, atracção escolhida pela banda irlandesa U2 para fazer a abertura dos seus espectáculos no Brasil em 1998, Gabriel, o Pensador prosseguiu os seus trabalhos com o disco "Nádegas a Declarar", lançado no final de 1999.
Em 2003, lança o seu registo acústico "MTV ao Vivo" com os seus maiores sucessos, como "Lôraburra", "Festa da Música" e "Cachimbo da Paz", e destaca as participações especiais de Lulu Santos (Astronauta), Aninha Lima (FDP) e Titãs (na faixa inédita, "Cara Feia").
Cavaleiro Andante foi o sétimo disco de Gabriel, O Pensador, lançado em 2005. No novo trabalho, o rapper recria "Pais e Filhos", sucesso da Legião Urbana, em "Palavras Repetidas", apresentando ainda mais dez composições marcadas pelas suas letras fortes e elaboradas. "Tudo na Mente", "Sem Neurose" e "Tempestade" são outros destaques do CD.

Alinhamento
Gabriel, O Pensador - Lôraburra
Gabriel, O Pensador - Cachimbo da paz
Zeca Baleiro e Ana Carolina - Lenha
Djavan - Flor de lis
Gabriel, O Pensador - Festa da música
Adriana Calcanhoto – Vambora
Gabriel, O Pensador – Palavras repetidas

segunda-feira, 3 de março de 2008

Barco Ancorado 03/03/2008


Completaram-se ontem – domingo – 17 anos da morte de Serge Gainsbourg, o músico, cantor e compositor francês.
Gainsbourg escreveu canções para diversos intérpretes, dentre os quais destacam-se Juliette Gréco, Françoise Hardy, France Gall, Brigitte Bardot, Jacques Dutronc, Catherine Deneuve, Alain Chamfort, Alain Bashung, Isabelle Adjani, Vanessa Paradis e para sua esposa Jane Birkin, mãe da sua filha Charlotte Gainsbourg.

Serge Gainsbourg nasceu em Paris, filho de judeus russos que haviam emigrado para França, fugindo da revolução de 1917. O pai era pianista e tocava em clubes da cidade.
A mudança do nome Lucien Ginzburg para Serge Gainsbourg aconteceu no final da década de 50. O cantor francês estreou-se em vinil em 1958 com “Du Chant à la Une!” A sua carreira acabaria, no entanto, por ganhar maior destaque em 1966, aquando da 'febre' das Ye Ye Girls, quando passou a compor e a representar a jovem cantora France Gall. Em 1968 Serge Gainsbourg iniciou um relacionamento amoroso com a actriz Brigitte Bardot, com a qual gravou canções memoráveis.

Um dos grandes sucessos de Serge Gainsbourg – provavelmente o maior - “Je t'aime moi non plus”, havia sido composto originalmente para Brigitte Bardot, mas ela, insegura com o escândalo que a música poderia causar (e certamente causou), preferiu não lançar o dueto. Serge, por sua vez, encontrou uma substituta à altura: a actriz inglesa Jane Birkin, que já havia causado escândalo com cenas de nudez em Blow Up (de Michelangelo Antonioni) e com a qual Gainsbourg foi depois casado.
Também actor e cineasta, Gainsbourg era, contudo, ele próprio o seu maior personagem. Viciado irrecuperável em cigarros, álcool, mulheres e versos com temas polémicos, coleccionou escândalos e amantes durante toda a vida. O sucesso, no entanto foi inegável, e a canção “Je t'aime moi non plus” foi regravada mais tarde por Donna Summer e Ray Conniff, entre outros.
Sempre muito polémico devido ao seu comportamento, as músicas de Gainsbourg só faziam sucesso quando eram cantadas por outros artistas ou anos depois da sua morte.

Serge Gainsbourg foi um talentoso compositor que soube 'viajar' por diversos ritmos e estilos. Produziu muitas músicas para filmes e trabalhos que vão do jazz ao rock e ao reggae, incluindo um álbum com os 'The Wailers', de Bob Marley, na Jamaica.
Gainsbourg faleceu a 2 de Março de 1991 – completaram-se ontem 17 anos-, em consequência da paragem de um coração que já não aguentava mais a sua vida de excessos. O seu corpo descansa no cemitério de Montparnasse, ao lado dos pais.

Alinhamento
Serge Gainsbourg - Requiem pour un con
Serge Gainsbourg - La javanaise
Jacques Brel - Ne me quitte pas
Jacques Dutronc - Il est cinc heures, Paris s´eveille
Joe Dassin - L´eté indien
Serge Gainsbourg & Jane Birkin – 69 année erotique
Alain Souchon - Bidon
Charles Aznavour – Que c´est triste Venise
Georges Moustaki – Chanson pour elle
Serge Gainsbourg & Jane Birkin – Je t´aime, moi non plus