sexta-feira, 30 de julho de 2010

Barco Ancorado 30/07/2010


Os Arcade Fire chegaram depressa ao topo da pirâmide indie (e talvez mesmo do rock geral) com dois álbuns consideravelmente diferentes. Comparar "Funeral" (a estreia de arromba) com "Neon Bible" (o difícil segundo álbum) é o mesmo que sentir a diferença entre um passeio pela Serra do Gerês e uma travessia do Alentejo. "Funeral" é deslumbrantemente alpino e fragmentado, dando-nos os mais variados cenários a cada curva e contracurva; "Neon Bible" é mais plano, com cada música a reproduzir a mesma paisagem do início ao fim - excepção a 'Black Wave/Bad Vibrations', o 'A Day in the Life' dos Arcade Fire, que sofre a meio um corte abrupto do tamanho de um eclipse solar total.

Sem que, aparentemente, o novo álbum "The Suburbs" (capa na imagem) tenha a mesma mina de oiro de "Funeral" ou, até, de "Neon Bible", os Arcade Fire dão a volta de outra maneira, apostando numa maior magnitude, tornando-se ainda mais hercúleos do que já eram. O ideal épico do grupo encontra plataforma num álbum mais duradoiro (16 faixas), mais difícil; e, contrariando os ditados populares, a quantidade leva-os a uma maior qualidade.
À superficície do enorme recheio de "The Suburbs" está uma energia adolescente ainda imaculada que dá a sensação de que os vários anos de sucesso e de vida mais adulta ainda não amoleceram os Arcade Fire. 'Ready to Start', 'Modern Man', 'Empty Room' ou 'Month of May' são canções exemplares para "partir loiça" em qualquer festival (tal como os Arcade Fire tão bem fizeram em Paredes de Coura e no Super Bock Super Rock) e autênticas pilhas anímicas que recuperam o melhor do pós-punk.

E há a ilusão deste ser um álbum mais eletropop que os demais, graças a maravilhas como 'Ready to Start' ou a penúltima faixa 'Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)' que aproxima Régine Chassagne cada vez mais a Jill Birt, a menina dos teclados dos Triffids que também fazia vozes.
Mas por trás da superfície e da ilusão, "The Suburbs" é, na substância, um álbum de baladas, talvez o grande álbum de baladas dos Arcade Fire. O tom do disco é mais contemplativo e cinematográfico, com o fantasma intermitente de Bruce Springsteen à flor da pele. Com maior ou menor dramatismo barroco, 'Rococo', 'Half Light I', 'Wasted Hours' ou 'Deep Blue' (podemos citar mais) são músicas ternurentas que fazem a diferença: em qualquer contexto, em qualquer discografia.

Outro dado agradável reside na orgânica do grupo, onde a liderança de Win Butler, sempre muito espiritual, dá espaço em três ou quatro músicas para a sua companheira Régine Chassagne fazer sobressair as suas tropelias. Claro que "The Suburbs" tira partido destes momentos de feminilidade, invertendo-se aquela lógica sufocante de comandos tirânicos que condenam bandas de eleição (como os Pixies ou os Smashing Pumpkins) a prazos curtos de vida.
«Uma mistura entre Depeche Mode e Neil Young», é assim que os autores definem o novo álbum. De corpo sonoro pop-rockeiro, a alma do grupo parece procurar em fundo outra coisa, algo mais folk e, quem sabe, mais country... Os Arcade Fire acabam de dar um grande passo adiante e já vêem o futuro à frente.

Alinhamento
Arcade Fire – Ready to start
Arcade Fire – Modern man
The National – Afraid of everyone
Interpol – Slow hands
Yeah Yeah Yeahs - Maps
Arcade Fire – Deep blue
TV on the Radio – Shout me out
Arcade Fire – Wasted hours

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Barco Ancorado 29/07/2010


Martin Scorsese e Mick Jagger vão trabalhar juntos numa série televisiva. Segundo o site Deadline, a dupla está a preparar um projecto «épico sobre o rock 'n' roll». O site avança ainda que o canal HBO (responsável pela série "Os Sopranos", por exemplo) é a entidade responsável pelo desenvolvimento da série.

"History Of Music" é, de acordo com os rumores, o título da série que conta a história de dois amigos que acompanham a evolução da indústria musical durante 40 anos.
A ideia original terá partido de Mick Jagger, que a propôs à Disney e mais tarde à Paramount. A produtora aceitou e, há três anos atrás, nomeou Martin Scorsese como produtor. O realizador tem agora carta branca para desenvolver um episódio piloto para "History of Music".

A relação entre o Martin Scorsese e os Rolling Stones é já longa. Além de a banda de Mick Jagger ter espaço assegurado na maior parte das bandas sonoras dos seus filmes, Scorsese realizou "Shine A Light", um filme-concerto da banda.

Alinhamento
Rolling Stones – Emotional rescue
Rolling Stones – Start me up
The Who – I don´t even know myself
Led Zeppelin – The battle of Evermore
Rolling Stones – Out of tears
Jimi Hendrix - Cocaine
Creedence Clearwater Revival – Proud Mary
The Doors – Love her madly
Rolling Stones - Angie

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Barco Ancorado 28/07/2010


Depois de experiências recentes em locais ingratos para o tipo de intimismo da sua música (como o pátio do CCB ou o Pavilhão Atlântico), Caetano Veloso voltou a uma das salas que melhor o trata e que tão bem conhece: o místico Coliseu dos Recreios (que o recebeu há pouco mais de dois anos).
Coincidindo com o espírito do seu último álbum Zii e Zie, Caetano Veloso e a sua Banda Cê (com Marcelo Callado na bateria, Pedro Sá na guitarra eléctrica e Ricardo Dias Gomes no baixo e nos teclados) basearam o seu espectáculo num formato de rock mais experimental: rockeiro fisica e instrumentalmente; mas sambista na alma, nos coros e no ritmo - ou uma nova actualização dos códigos do tropicalismo.

Houve dois momentos particularmente tocantes entre as novas músicas do alinhamento. A interpretação abnegada de Perdeu (a música de abertura de Zii e Zie) faz com que Caetano e grupo liguem o pós-punk à Wire ao pagode e alarguem o horizonte da música. E o rock de intervenção anti-Casa Branca de Base de Guantánamo inspira uma iluminação avermelhada e guerrilheira e uma exploração da fantástica voz de Caetano Veloso nos extremos de uma montanha russa de agudos e graves, numa inclinação de tonalidades que aumentava à medida que a performance ia acalorando.

O noise e as diabruras das guitarras eléctricas de Caetano Veloso e, sobretudo, de Pedro Sá dão a sensação que andam a ouvir Sonic Youth e afins, mas a um modo muito brasileiro... Claro que esta rede sonora mais garageira ia também expandindo-se noutros temas de outros tempos, sobretudo Eu Sou Neguinha?, que ganha uma plataforma eléctrica mais hendrixiana. O problema é que nem todas as franjas do público presente que enchia o Coliseu compreendiam muito bem o que se estava ali a passar.

Talvez quisessem um momento acústico mais MPB como aconteceu na interpretação solitária de Caetano, à viola, de Desde que o Samba É Samba; e aí a sala despertou, e houve até quem se levantasse. Mas foi no momento final do único encore que se conseguiu a unanimidade total, a sala iluminada, muita dança na plateia e um Caetano Veloso ainda mais sorridente: o milagre dá pelo nome de A Luz de Tieta (sempre festiva) e foi a última canção do concerto de quase duas horas.

Alinhamento
Caetano Veloso - Trupicália
Caetano Veloso – Base de Guantánamo
Gal Costa – A preta do Carajé
Gilberto Gil – Buda Nagô
Chico Buarque – Acorda amor
Caetano Veloso – Trilhos urbanos
Maria Bethânia – Não dá mais pra segurar
Ney Matogrosso - Fascinação
Arnaldo Antunes – O silêncio
Caetano Veloso – Falso Leblon

terça-feira, 27 de julho de 2010

Barco Ancorado 27/07/2010


O guitarrista inglês Mark Knopfler regressou hoje ao nosso país para um espectáculo no Campo Pequeno, em Lisboa. É, seguramente, o concerto do dia em Portugal.
Graças também ao seu trabalho nos Dire Straits, Knopfler conta uma grande legião de seguidores no nosso País. Foi, aliás, com a sua antiga banda que o compositor pisou pela primeira vez um palco nacional, mais precisamente no velho Estádio de Alvalade, corria o ano de 1992.

Após vindas subsequentes em nome individual, Mark Knopfler veio agora apresentar o seu mais recente álbum, "Get Lucky". Mas também se esperavam esta noite clássicos dos Dire Straits como 'Sultans of Swing', 'Brothers in Arms' ou 'So Far Away'.

Alinhamento
Mark Knopfler – Prairie wedding
Mark Knopfler – Sailing to Philadelphia
Eric Clapton – Blue eyes blue
Chris Rea – The road to hell
Mark Knopfler – The trawlerman´s song
Bruce Springsteen – Brilliant desguise
Eagles - Desperado
Mark Knopfler – What it is

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Barco Ancorado 26/07/2010


Aviso prévio aos leitores: os Roxy Music são uma banda para levar a sério. Eles são mais, muito mais, do que a pop sintetizada de 'More Than This' ou 'Slave To Love'. Eram-no há trinta anos atrás, foram-no em Oeiras na passada semana e sê-lo-ão, se tudo correr pelo melhor, nos próximos anos. Logo de início ficou claro que este concerto não estava destinado a quem quisesse cantarolar os versos melosos que deram fama mundial aos Roxy Music. Com o palco inserido num jardim, muito verde e pitoresco, preparava-se terreno para uma noite de muito e bom rock.
Fazendo uma viagem no seu próprio tempo e passado, os Roxy Music foram resgatar os temas mais progressivos e avant-garde. 'Remake Remodel' mostrava um Phil Manzanera endiabrado na guitarra, com solos que não raras vezes roçaram o rock mais espacial dos Hawkwind. Andy Mackay, de saxofone em punho, ajudava a reforçar a viagem por vezes psicadélica. 'A Song For Europe' ou 'Ladytron' mostraram Mackay em expoente máximo, a criar texturas tão intrigantes quanto envolventes.

Bryan Ferry, esse romântico incurável, foi em Oeiras o mais puro e liberto artista. Está à vontade em terrenos férteis, mais artísticos, onde as suas palavras são quase de um poeta, profundo, complexo e nada superficial.
Os Roxy Music sentem-se tão bem neste papel mais artístico, que fogem de 'More Than This' o mais depressa que podem. O tema é tocado, a euforia sente-se, mas apenas durante os quatro minutos do tema. Quase nem damos por ele e quando acaba nem nos lembramos que foi tocado. 'Slave To Love', esse, não se ouviria.
'Editions Of You' reforçava os devaneios em que a banda vinha apostando desde o início. Com os versos em francês que lhe aumentam a carga dramática e que soavam quase fantasmagóricos e espectrais a pairar sob o recinto. Bryan Ferry e companhia mostravam o excelente momento de forma e química que atravessam.

Num alinhamento para muitos improvável e inesperado - que teve direito a intensidade agravada pelas projecções negras e introspectivas como o som que brotava dos instrumentos -, a parte final ainda valeu alguns momentos de festa aos muitos presentes.
'Jealous Guy' mostrou momentaneamente que os Roxy Music têm uma costela romântica e Bryan Ferry salpicou a música com o seu assobio descontraído. 'Love Is A Drug', 'Let's Stick Together' e 'Do The Strand' - como que para recompensar um público mais geral - foram servidos em modo rockabilly, dançável.

No final do concerto de Oeiras, ficou a sensação de que existem duas entidades nos Roxy Music. A distorção na guitarra e a voz de Bryan Ferry são os pontos comuns. Se uma parece preferir o rock mais dançável e directo, a outra prefere a intensidade, a experiência, a viagem musical.
A face espacial, progressiva e sinfónica é sem dúvida espectacular, mas mais cerebral e pode restringir os ouvintes da banda. A outra, mais festiva, pode trazer apenas mais uma banda ao mundo e perder-se entre tantas criações instantâneas, esquecendo afinal a arte que eles cunharam no rock.

Alinhamento
Roxy Music – More than this
Roxy Music – Love is a drug
David Bowie – Under pressure
Talking Heads – Psycho killer
Lou Reed – Walk on the wild side
Roxy Music – Do the strand
Talk Talk – Life´s what you make it
Duran Duran - A view to a kill
Roxy Music – Jealous guy

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Barco Ancorado 23/07/2010


O Festival Manta deste ano abriu ontem com School of Seven Bells, prossegue esta quinta-feira com os Blood Red Shoes e fecha amanhã com os Phenomenal Handclap Band, uma visão moderna e bem estruturada da multi-culturalidade fusionista de Brooklyn. Não raras vezes somos assaltados por uma mistura sonora e uma atitude em palco que nos arrebata. Os The Phenomenal Handclap Band são um desses casos e o Barco Ancorado, em ante-estreia, apresenta-os hoje.

Surgem em Brooklyn e Lower Manhatan, a partir da dupla de composição (Daniel Collás e Sean Marquand) e várias contribuições excepcionais (Jaleel Bunton, Jon Spencer e Lady Tigra, entre outros). Gravaram o álbum de estreia, fizeram-se à estrada e transformaram-se num colectivo irresistível que apela à celebração sempre que se apresentam em palco.

Após uma primeira passagem por Lisboa, na primeira parte dos Franz Ferdinand, os The Phenomenal Handclap Band voltam agora a Portugal para se apresentar em nome próprio e consumar o seu crédito artístico no Manta.
A exemplo do que aconteceu ontem e acontece hoje, o ingresso para o concerto dos Phenomenal Handclap Band tem o valor de 10 euros. Os bilhetes encontram-se à venda no Centro Cultural Vila Flor, no site www.ccvf.pt e em todas as lojas Fnac.

Alinhamento
The Phenomenal Handclap Band – All of the above
The Phenomenal Handclap Band – Give it a rest
I´m From Barcelona – Paper planes
Shout Out Louds – Wish I was dead
Camera Obscura – Tears for affairs
The Phenomenal Handclap Band – 15 to 20
Bishop Allen - Oklahoma
Belle and Sebastian – I´m a cuckoo
The Phenomenal Handclap Band - Tears

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Barco Ancorado 22/07/2010


Depois dos School of Seven Bells, amanhã à noite será a vez do rock na sua forma mais pura e criativa passar pelos jardins do Centro Cultural Vila Flor. É o que podemos esperar da actuação dos Blood Red Shoes no Manta. Os Blood Red Shoes nasceram em 2004, fruto do encontro de Laura-Mary Carter com Steve Ansell numa jam session. O álbum de estreia, “Box of Secrets”, foi publicado em 2008, lançando-os para um conhecimento generalizado.

Os Blood Red Shoes partilharam palcos com algumas das maiores bandas mundiais, como os Rage Against the Machine, e voltaram ao estúdio para gravar com sucesso o novo “Fire Like This” já em 2010. Com base em Brighton (Reino Unido) mas tendo o mundo como horizonte, os Blood Red Shoes estão a caminho de um reconhecimento planetário.

A banda está alinhada para os principais Festivais europeus e tem vindo a criar uma forte relação com o público português, que terá no Manta uma excelente oportunidade para comprovar a força e o talento desta dupla criativa.
No sábado, será a vez dos The Phenomenal Handclap Band fecharem o Festival Manta deste ano.

Alinhamento
Blood Red Shoes – One more empty chair
Blood Red Shoes – Follow the line
Editors – Smokers outside the hospital doors
Arctic Monkeys – Crying lightning
Kasabian – Shoot the runner
Blood Red Shoes – Light it up
Yeah Yeah Yeahs - Maps
Bloc Party – I still remember
Blood Red Shoes - When we wake

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Barco Ancorado 21/07/2010


O jardim do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, volta a ser palco de mais uma edição do Manta. Este ano, os concertos acontecem entre esta quinta-feira e sábado. School of Seven Bells, Blood Red Shoes e The Phenomenal Handclap Band são as escolhas para esta edição do Manta.
O Barco Ancorado vai fazer a antecâmara do que pode escutar nos jardins do Vila Flor. Esta quarta-feira, abordamos a música dos School of Seven Bells, que abrirão o Festival Manta amanhã à noite.

Os School of Seven Bells são um trio formado por Benjamin Curtis (ex-Secret Machines) e as irmãs Alejandra e Claudia Deheza (ex-On! Air! Library!). O encontro aconteceu quando faziam as primeiras partes dos Interpol. Decidiram então largar os seus projectos correntes para fundarem a banda que é hoje o foco central da sua criação: os School of Seven Bells. A carreira discográfica começou a ser construída em 2007 e um ano depois editam o álbum de estreia “Alpinisms”, que os revela muito próximo de um território shoegaze/dream pop, com influências bem assumidas dos anos 80, absorvendo inspiração em bandas tão lendárias quanto os Cocteau Twins.

Após um bem sucedido tour com Bat For Lashes e White Lies, os School of Seven Bells estão de regresso com novo álbum intitulado “Disconnect From Desire”, editado em Julho e a ser apresentado em primeira mão no palco do Manta. Amanhã, no Barco Ancorado, falaremos do concerto que os jardins do Vila Flor receberão na sexta-feira: os Blood Red Shoes.

Alinhamento
School of Seven Bells - Windstorm
School of Seven Bells - ILU
Cocteau Twins - Pandora
This Mortal Coil – Song to the siren
School of Seven Bells – Bye Bye Bye
Siouxsie and the Banshees - Israel
Dead Can Dance - Frontier
School of Seven Bells - Babelonia

terça-feira, 20 de julho de 2010

Barco Ancorado 20/07/2010


O Festival Internacional de Benicàssim deste ano encerrou com o espectáculo poderoso dos Gorillaz, sob a aura da megalomania de um concerto que podia ser de estádio. Muita coisa mudou no conceito ao vivo do projecto de Damon Albarn desde a única passagem dos Gorillaz por Portugal (em 2002). Os músicos já não se escondem por trás de um enorme pano gigante transformado em ecrã; expõem-se hoje tanto como qualquer outra banda; e a banda desenhada de 3D, Murdoc e companhia, já não é o exclusivo dos clips do ecrã gigante agora alojado alguns metros acima dos instrumentistas.

Damon Albarn (na foto) está bem mais humilde que aquele Damon Albarn ao serviço dos Blur da fase áurea do brit-pop. É ele o simpático (!) comandante deste filme musical tão caro, saltando várias vezes dos teclados para a zona da frente do palco, pulando, rappando, cantando e espalhando água para cima da multidão. Ainda por cima, pode, através dos Gorillaz, comprar a história: tem na sua banda ao vivo os ex-membros dos Clash, Mick Jones (na guitarra) e Paul Simonon (no baixo); e conta com os préstimos vocais da lenda de soul/blues Bobby Womack. Torna-se também num mecenas que aposta em talentos mais desconhecidos como a cantora nipo-sueca Yukimi Nagano (dos Little Dragon).

O espectáculo dos Gorillaz no Festival Internacional de Benicàssim é um carrossel multicultural. Tanto pode projectar imagens da dança de ventre arábica, caracteres japoneses ou o clip oficial de Stylo que tem Bruce Willis como protagonista de uma perseguição de carros com os companheiros de Murdoc. Tanto passa por duelos entre rappers (com Damon Albarn sempre com uma palavra a dizer), como pela balada mais ambiental à Brian Eno (On a Melancholy Hill) ou mais bluesy (Cloud of Unknowing)... Sempre com a palavra festa na mira. Este foi o maior e um dos melhores concertos do festival.

Alinhamento
Gorillaz - Dare
Gorillaz – Clint Eastwood
Massive Attack – Five man army
Kasabian - Fire
Beck - Loser
Gorillaz – Tomorrow comes today
Garbage - Milk
The White Stripes - Jolene
Gorillaz – Rock the house

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Barco Ancorado 19/07/2010


Depois de anos de discórdia e choques de egos, David Gilmour e Roger Waters parecem estar à procura da reconciliação. Num espectáculo de angariação de fundos em Inglaterra, Gilmour e Waters apareceram juntos em palco, sem anúncio prévio, e interpretaram quatro temas: 'To Know Him Is To Love Him', de Phil Spector, e os clássicos 'Wish You Were Here', 'Comfortably Numb' e 'Another Brick In The Wall, Part 2'.

O processo terá começado o ano passado, quando David Gilmour convidou Roger Waters para interpretar 'To Know Him Is To Love Him', no espectáculo do último fim-de-semana. Waters terá dito que não à primeira proposta, mas Gilmour insistiu, prometendo: «subo ao palco para tocar a 'Comfortably Numb' num dos espectáculos da digressão do [álbum] "The Wall".

Roger Waters acabou por aceder ao pedido e aproveitou para anunciar que David Gilmour irá marcar presença numa data surpresa da digressão de "The Wall" (que passa por Portugal nos dias 21 e 22 de Março de 2011).
Se esta reunião se repetirá mais do que uma vez ao longo das 96 datas, ainda não se sabe. O próprio Roger Waters deixa a dúvida no ar: «fim da história. Ou talvez o início».

Alinhamento
Pink Floyd – Another brick in the wall – part 2
Pink Floyd – Comfortably numb
Led Zeppelin – All my love
The Doors – Spanish caravan
Pink Floyd – Wish you were here
Jimi Hendrix – Hey Joe
The Rolling Stones – Start me up
Pink Floyd – Hey you

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Barco Ancorado 16/07/2010


Amy Winehouse garante que o novo álbum vai estar cá fora «no máximo em seis meses». Falta saber se podemos acreditar na cantora.
O tão aguardado sucessor de "Back To Black" tem tido um parto no mínimo atribulado. Ele é atrasos, ele é acrimónias com os produtores, ele é abusos de drogas e álcool... Mas Amy Winehouse garante que isso já passou.

«Em seis meses está cá fora. É bastante parecido com o meu segundo álbum, com muita coisa de jukebox e músicas que são... de jukebox», garante Amy Winehouse, que também diz estar ansiosa para experimentar novas canções em palco.
Amy Winehouse tem regressado gradualmente aos palcos, sempre acompanhada de Mark Ronson. Resta-nos aguardar mais seis meses por boas notícias e um novo álbum.

Alinhamento
Amy Winehouse – Back to black
Amy Winehouse – Just friends
Adele – Tired
Joss Stone – Killing time
Amy Winehouse -
Duffy – Rockferry
Lily Allen – The fear (I don´t know)
Macy Gray – Sweet baby
Amy Winehouse – You know I´m no good

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Barco Ancorado 15/07/2010


Glamour, música electrónica, ritmo e muita vontade de dançar. É o que se espera do concerto dos Goldfrapp esta noite, no Festival Marés Vivas, que promete fazer-nos viajar até aos anos 80 às custas do novo "Head First". Num recinto junto à Foz estarão dois palcos com música para todos os gostos.

Além dos festivos Goldfrapp - que apresentam o novo álbum -, a ironia toma conta do público com os GNR e haverá encanto distribuído pelos Morcheeba . No outro palco, Dr1ve e Lobo são as atracções de um festival que para os mais resistentes continuará noite dentro. Edward Maya e Bitch Boys fazem a festa até às 06h00. Os bilhetes custam 25 euros para um dia e 45 euros para os três.

Alinhamento
Goldfrapp - Happiness
Goldfrapp – Caravan girl
Scissor Sisters – Filthy gorgeous
Bjork – Big time sensuality
Goldfrapp - Clowns
Portishead – Wandering star
Massive Atack – Girl I love you (ft Horace Andy)
Goldfrapp – A & E

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Barco Ancorado 14/07/2010


Os Deep Purple são história viva da música. Juntamente com Led Zeppelin e Black Sabbath formam a Santíssima Trindade daquilo que mais tarde viria a ser conhecido como o heavy-metal. Com mais de 40 anos de uma carreira muito maior que o celebérrimo 'Smoke On The Water', a banda britânica regressa hoje a Portugal para um concerto único em todos os sentidos. A esta hora, os Deep Purple actuam no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Se juntarmos as notícias que dão conta de que o colectivo está a preparar novo disco, este concerto reveste-se de mais interesse ainda. Ian Gillan, Steve Morse, Don Airey, Roger Glover e Ian Paice (único sobrevivente da primeira formação) são os elementos actuais e vieram dar rock 'n' roll a Lisboa como só eles sabem. Quem teve possibilidade de assistir ao vivo no Coliseu dos Recreios, desembolsou entre 28 e 32 euros.

Alinhamento
Deep Purple – Smoke on the water
Deep Purple – Sail away
Black Sabbath - Changes
Deep Purple – The mule
Whitesnake – Is this love
Nazareth – Love hurts
Deep Purple – The painter

terça-feira, 13 de julho de 2010

Barco Ancorado 13/07/2010


Norah Jones está de volta a um país que conhece bem e que a tem recebido de braços abertos desde que surpreendeu tudo e todos com o primeiro disco "Come Away With Me", em 2002. E oito anos volvidos, Norah Jones tem-se focado apenas em melhorar. Agora mais rock e menos jazz, mais urbana e menos bucólica, Jones empunha a guitarra e deixa de lado o piano. Tudo bons motivos para ver ou rever Norah Jones, uma das mais belas vozes da música actual. O concerto acontece a esta hora em Cascais, no Hipódromo Manuel Possolo, e quem teve a felicidade de a ele assistir teve de pagar entre 20 e 60 euros.

Hoje, além de Norah Jones, há mais música de qualidade no nosso País. O Verão na Casa da Música do Porto está a ser recheado de muitos e bons concertos. Esta terça-feira chegou-nos mais um: Omar Souleyman. O músico veio directamente da Síria, agora incluído no catálogo da reputada Sublime Frequencies. Espera-se uma Noite das Arábias, algures entre a pop e o electro cosmopolita. Festa garantida na Praça da Casa da Música.

Alinhamento
Norah Jones – I´ve got to see you again
Norah Jones – Come away with me
Katie Melua – Just when I needed you most
Diana Krall – The look of love
Norah Jones – Shoot the moon
Dido – Sand in my shoes
Stacey Kent – So romantic
Norah Jones – Those sweet words

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Barco Ancorado 12/07/2010


Elton John lança o novo álbum "The Union" no próximo mês de Outubro - dia 25 é a data de edição europeia.
"The Union" é produzido por T-Bone Burnett, e conta com a presença de convidados como Brian Wilson (que se distinguiu como compositor principal dos Beach Boys), Neil Young e Booker T. Jones. Mark Ribot, o cotado guitarrista que tem colaborado com Tom Waits, é um dos músicos participantes no disco.

Elton John teve como grande parceiro deste disco o pianista veterano Leon Russell por quem o autor de 'Rocket Man' demonstra uma enorme admiração pública. «Ao longo dos anos, fui influenciado por uma série de pianistas. Mas havia sempre algo de especial na forma como Leon tocava e se apresentava», declara Elton John à publicação musical Mojo. «Ele continha tudo - country, gospel, folk; estava lá tudo».

Recorde-se que Elton John esteve recentemente em Portugal, para um concerto no festival Rock in Rio-Lisboa.

Alinhamento
Elton John – Answer in the sky
Elton John – This train don´t stop there anymore
Rod Stewart – Shelly my love
Paul McCartney – My love (ft The Wings)
Chicago – You are the inspiration
Elton John – Song for Guy
Phil Collins – True collors
Fleetwood Mac – As long as you follow
Elton John - Sacrifice

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Barco Ancorado 09/07/2010


Kylie Minogue nunca se furtou às comparações entre a última década da sua carreira e os tempos rendilhados dos anos 80, mantendo sempre a integridade pop que lhe auferem as suas 11 edições. No fundo, Kylie continua a cantar os mesmos temas que na altura de 'Locomotion' ou 'I Should Be So Lucky', só que embrulhados por elementos de electrónica cada vez mais requintados.
A verdade é que desde o início do século XXI, Minogue denota uma maior preocupação com a composição dos temas. Como tal, tem-se rodeado de nomes com pedigree da música de dança, o ponto central da sua proposta desde o piscar de olhos ao disco de "Light Years" e o respeito alcançado fora do circuito pop, com "Fever".

"Aphrodite", o 11º álbum da australiana, repete a fórmula de temas orelhudos, cada um a denotar o dedo do nome que assina a composição. Há um cheirinho de electropop em 'Cupid Boy' (assinado por dois suecos, Sebastian Ingrosso e Magnus Lidehall) e em 'Better Than Today' e 'Aphrodite', ambos assinados por Andy Chatterley e Nerina Pallot. Há a escala obsessiva, e muito 80s, dos sintetizadores dos Kish Mauve no single 'All The Lovers', um dos mais contagiantes do álbum. Há também a desilusão de 'Too Much', tema que cai um pouco para o house carroceiro apesar de estar creditado a Jake Shears (Scissor Sisters), a Calvin Harris e à própria cantora.

"Aphrodite" peca por não surpreender como o seu antecessor, "X", um dos álbuns mais conseguidos de Minogue, apesar do pouco sucesso comercial. Talvez por isso mesmo seja um objecto mais fácil de levar para as pistas de dança do que para os leitores de MP3.

No fundo, grande parte destes temas é sobretudo pretexto para mais uma digressão carregada de sexualidade, luz e roupas cintilantes daquela a quem chamam a Princesa da Pop. Também não envergonha como a âncora de sobrevivência de uma das performers mais respeitadas da história da pop e como uma nova tentativa de saciar o apetite musical da australiana. Uma viagem que Kylie Minogue não dá mostras de querer terminar tão cedo.

Alinhamento
Kylie Minogue – Can´t get you out of my head
Kylie Minogue – Spinning around
Madonna - Celebration
Christina Aguilera – Come on over
Sugababes - Easy
Kylie Minogue – I should be so lucky
Lady Gaga – Poker face
Bananarama - Venus
Scissor Sisters – I don´t feel like dancing
Kylie Minogue – All I see

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Barco Ancorado 08/07/2010


Os CTT vão lançar uma edição especial de selos dedicados a imortalizar as capas de vários discos da história do rock português.
A lista inclui álbuns do Quarteto 1111 ("A Lenda de El-Rei D. Sebastião), Rui Veloso ("Ar de Rock"), GNR ("Psicopátria"), Moonspell ("Wolfheart"), Heróis do Mar ("Heróis do Mar") e UHF ("À Flor da Pele").
Os selos terão o valor de um euro, podendo ser utilizados em correspondência nacional e internacional.
O vocalista dos Moonspell, Fernando Ribeiro, já se declarou muito honrado com a distinção, referindo o quanto adequada acaba por ser a homenagem: «a nossa carreira começou com trocas de cassetes em encomendas e pacotes enviados para todo o mundo».
A série de estampas começa a ser vendida no dia 19 de Julho, nas agências de correios por todo o país.

Alinhamento
Quarteto 1111 – A lenda d´el Rei D. Sebastião
Rui Veloso – Estrela do rock and roll
GNR – Vídeo Maria
Heróis do Mar - Paixão
UHF – Cavalos de corrida
Rui Veloso – Sayago blues
GNR – Popless
Heróis do Mar - Amor

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Barco Ancorado 07/07/2010


Jennifer Lopez aceitou o convite para celebrar o seu aniversário na abertura de um hotel no norte da ilha do Chipre, a parte ocupada pela Turquia, sem fazer ideia de que iria provocar um incidente diplomático com os residentes do sul, de maioria grega.
A cantora norte-americana está a ser criticada sobretudo pela comunidade grega e feminina: «é com choque que as pessoas do Chipre, especialmente as mulheres cipriotas gregas da República do Chipre e de qualquer parte do mundo, que ouvimos que Jennifer Lopez pretende estar na inauguração de um hotel na zona do Chipre ocupada pela Turquia», pode ler-se numa carta dirigida à cantora, citada pelo The Guardian.

O cerne da questão prende-se com o ponto sensível da relação entre a Grécia e a Turquia, desde que o país árabe respondeu com uma invasão do Chipre a um golpe de estado levado a cabo pela Junta Militar Grega em 1974. Desde aí a pequena ilha do Mediterrâneo ficou dividida em duas partes, se bem que a parte turca, a República Turca do Norte do Chipre, não tenha sido reconhecida oficialmente como Estado. Hoje em dia a disputa mantém as relações entre a Grécia e a Turquia em alta tensão.

A invasão turca em 1974 teve lugar no dia 20 de Julho, precisamente o dia marcado para o espectáculo de Lopez na inauguração do hotel de luxo. A coincidência, ou não, contribui para a indignação dos gregos: «os turcos fazem de tudo para oferecer segurança a pessoas como a Jennifer, mas apenas com vista a levarem as suas vontades avante. Será que o seu status como activista solidária lhe permite dar credibilidade aos raptores, ladrões, invasores e ocupantes turcos?», continua a questionar a petição.
O movimento até já saltou para o Facebook, onde já ultrapassou a marca dos 7 mil assinantes. Do lado turco, apenas chega a confiança de que o espectáculo vai ter lugar com «muitas surpresas para a cantora».

Alinhamento
Jennifer Lopez – Love don´t cost a thing
Jennifer Lopez – If you had my love
Christina Aguilera – Oh mother
Mariah Carey – Open arms
Jennifer Lopez - Brave
Destiny´s Child – Say my name
Beyoncé – If I were a boy
Jennifer Lopez – Waiting for tonight

terça-feira, 6 de julho de 2010

Barco Ancorado 06/07/2010


A Route 66 foi estendida a Cascais graças à estreia exemplar de Chris Isaak em palcos nacionais. Não foram vistas panquecas de frutos silvestres, nem cherry colas em nenhuma ementa; a estrada não era infindável, e não tinha a meio-caminho hamburguerias com aquelas jukeboxes; não havia quiosques de venda de bolacha americana; e a gentinha não vestia aquelas camisas havaianas tão vivas. Havia Chris Isaak e a encarnação do velho imaginário americano em todos os segundos das duas horas de concerto no Parque Marechal Carmona.

Com uma popa de cabelo à Elvis (ainda impecável), um fato de lantejoulas à Elvis, abanões de ancas à Elvis, colocação de voz à Elvis, Chris Isaak desafiou a sua aparência mostrando ser algo mais do que apenas uma sombra pálida do seu mestre ou que um cromo de um rock quase pacóvio. Apesar da discrição, Isaak é muito mais que isso. Ele e o seu quinteto trouxeram uma bagagem musical do tamanho da América. Dava para tudo. Tocaram baladas ao melhor estilo oldies ('You Don't Cry Like I Do' é o melhor exemplo); apresentaram ora um rock mastigado de country, ora um rock avermelhado pelos acordes do diabo; picaram no blues mais puro; e ainda fizeram um número de gospel.

A interpretação de 'Wicked Game', perfumada por aqueles acordes de guitarra surf-music em slow motion, expôs a elasticidade da voz enorme de Chris Isaak; o possuído 'Baby Did a Bad, Bad Thing' atraiu miúdas giras ao palco; e, já num encore que contou com os obrigatórios 'Blue Hotel' e 'San Francisco Days', a versão de '(Oh) Pretty Woman' de Roy Orbinson assentou que nem uma luva naquele alinhamento. Depois, veio o desalinhamento, nas jams comemorativas do final da digressão europeia (este era o último concerto). E aí ficou ainda mais transparente a maleabilidade e qualidade instrumental de Chris Isaak e dos seus comparsas que tocaram no céu quando fecharam o concerto com a interpretação da canção de embalo 'Forever Blue' que a fantástica noite estrelada pedia.

Na memória, fica também um momento especialmente meigo quando Chris Isaak, no seu percurso completo pela plateia, canta o clássico 'Love Me Tender' para cada membro feminino da assistência com uma atenção igualitária, sem atender a desigualdades de idade ou de beleza... Um gesto de cavalheirismo numa noite em que Elvis voltou a não morrer graças a Chris Isaak.

Alinhamento
Chris Isaak – Wicked game
Chris Isaak – Blue Hotel
Chris Rea – The blue café
Elvis Costello - She
Neil Diamond – You don´t bring me flowers
Chris Isaak – Forever blue
Bryan Adams – Have you really loved a woman
Art Garfunkel – Bright eyes
Chris Isaak – Only the lonely

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Barco Ancorado 05/07/2010


Björk é uma das convidadas do novo disco de Antony and the Johnsons, "Swanlights" (capa na imagem). A islandesa canta em dueto com Antony Hegarty no tema 'Flétta', retribuindo o favor do britânico, já que este canta em 'The Dull Frame of Desire' e 'My Juvenile', ambos temas do último álbum de Björk, "Volta".

O quarto longo do projecto liderado pelo músico britânico chega às lojas no dia 11 de Outubro. O disco vai ter direito a uma edição especial que inclui um livro de 144 páginas, com ilustrações e colagens assinadas por Hegarty.

Alinhamento
Antony and the Johnsons – You are my sister
Antony and the Johnsons – Hope there´s someone
Rufus Wainwright – Going to a town
My Brightest Diamond – From the top of the world
Antony and the Johnsons – The atrocities
Joan as Police Woman – To America (ft Rufus Wainwright)
Ed Harcourt – Kids (rise from the ashes)
Ane Brun – Sleeping by the Frys River
Antony and the Johnsons – Perfect day (ft Lou Reed)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Barco Ancorado 02/07/2010


Os Portishead prometeram que vão começar a trabalhar no sucessor de "Third" o mais brevemente possível.
Em entrevista à BBC, Geoff Barrow, o homem forte da composição dos Portishead, revelou que o grupo acabou de assinar com uma grande editora, com a etiqueta a prometer dar-lhes toda a liberdade necessária: «vamos voltar a trabalhar com pessoas em quem confiamos. A melhor editora do mundo. Eles disseram que podemos fazer o que quisermos. Pelos vistos vendemos discos suficientes para os deixar felizes», comentou Barrow, dando a entender que o trio assinou com a norte-americana Universal Music, a editora-mãe da Go Beat e da Island, as etiquetas com as quais os Portishead editaram anteriormente.

Barrow continua a assegurar aos fãs de que o grupo não vai voltar a demorar mais de dez anos para lançar novos álbuns, tal como aconteceu entre "Portishead" (1997) e "Third" (2008): «estarei a escrever para os Portishead entre Julho e Agosto. Quero lançar um novo disco. Espero que este fique pronto mais rápido, já que estamos mais velhos e sábios».
Quanto à direcção musical do novo álbum, Barrow dá como exemplo o tom mais electro do single 'Chase the Tear', lançado no passado mês de Dezembro pelo trio.

Na mesma entrevista, o músico inglês também deixou algumas palavras mais amargas para o público e os media britânicos: «o "Third" portou-se bem, mas tivemos pouco apoio no Reino Unido, porque não representamos uma boa parte da paisagem demográfica do país. Mas actuámos no Festival de Coachella [nos Estados Unidos] e foi espectacular».

Alinhamento
Portishead – Wandering star
Portishead – Machine gun
Massive Atack – Saturday come slow (ft Damon Albarn)
Lamb - Wonder
Portishead – Glory box
Morcheeba – Bullet proof
Tricky – Evolution revolution love
Portishead – Sour times

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Barco Ancorado 01/07/2010


Gabriella Cilmi está de regresso ao nosso país para três concertos em Ílhavo, Torres Novas e Alcoutim.
As três datas nacionais levam a australiana desde o centro do país até ao interior algarvio, uma viagem pelas várias paisagens portuguesas que entusiasma, desde já, a jovem cantora dos antípodas: «Vai ser divertido. Só toquei em Vila Nova de Gaia da outra vez. Estou ansiosa por viajar para outros sítios no País».

Cilmi ganhou popularidade internacional graças ao single 'Sweet About Me', quando tinha apenas 16 anos. Nada mau para uma rapariga que nunca quis ser cantora: «Provavelmente seria guia de um museu cheio de histórias de batalhas sangrentas».
Quando questionada sobre a razão para a determinação demonstrada por vários australianos de tenra idade, Cilmi mete as culpas no clima: «Acho que poderá ter que ver com o sol e com o facto do buraco na camada do ozono estar mesmo por cima da Austrália», 'explica', ela que escolheu a chuvosa Londres para viver.

O pretexto para o regresso a Portugal é o segundo disco, "Ten", um registo mais insuflado de disco e funk do que o seu antecessor, "Lessons to be Learned": «Quando era mais nova ouvia estações de rádio que só passavam músicas dos anos 60 e 70. Além dos discos dos meus pais, que ouvia a toda a hora. A minha década preferida é sem dúvida os anos 70. Adoro rock psicadélico. Sou uma fã de Janis Joplin e de Jimi Hendrix».
Os concertos da australiana no nosso país acontecem esta quinta-feira (1 de Julho), no Centro Cultural de Ílhavo, amanhã (2 de Julho) Nas Festas de Torres Novas e no sábado (3 de Julho), em Alcoutim.

Alinhamento
Gabriella Cilmi - Sanctuary
Gabriella Cilmi – Sweet about me
Sugababes – Caught in a moment
Girls Aloud – I´ll stand by you
Duffy – Stepping stone
Gabriella Cilmi – Save the lies
Leona Lewis – Better in time
Katie Melua – Just when I needed you most
Gabriella Cilmi – Don´t wanna go to bed now