sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Barco Ancorado 31/10/2008


Os Kings of Leon preparam-se para lançar um novo single. Depois de 'Sex On Fire', 'Use Somebody' é a mais recente aposta para "Only By The Night", o novo álbum de estúdio do colectivo norte-americano.
A edição do novo single inclui uma remistura da autoria da sueca Lykke Li para o o tema 'Knocked Up', do álbum "Because of the Times".
O lançamento está marcado para 8 de Dezembro. Antes disso o grupo tem uma série de concertos esgotados no Reino Unido.

Uma das bandas mais aclamadas pela imprensa britânica em 2003, os Kings of Leon apresentam, nas suas fileiras, três irmãos e um primo. Caleb (voz, guitarra ritmo), Nathan (bateria) e Jared Followill (baixo) cresceram literalmente na estrada, acompanhando o seu pai, um pregador da Igreja Pentecostal, ao longo dos anos 80 e 90. Da sua infância e juventude, os três irmãos retiraram várias lições: a alegria das celebrações a que o seu pai presidia, a habituação à vida em permanente mudança, e a música como missão. Nathan começou a tocar bateria aos sete anos, na igreja, acompanhando a sua mãe, que tocava piano, antes dos sermões do marido. Caleb acabaria por ganhar, também, o gosto à vida artística, começando a cantar ainda em criança.
Rolling Stones, Neil Young e Led Zeppelin eram os artistas mais ouvidos na carrinha da família, mas só quando o Pregador Leon Followill deixou o emprego e o clã assentou arraiais é que os seus três filhos começaram a ouvir discos com a atenção devida. Mudando-se para Nashville em 1998, e pedindo o nome "Leon" emprestado ao pai e ao avô, os manos Followill recrutaram o primo Matthew para a bateria. Os espectáculos do grupo começam a dar nas vistas e o quarteto consegue um contrato com a RCA, editora pela qual lança o EP "Holy Coster Novocaine".

Produzido por Ethan Johns, "Youth And Young Manhood", o primeiro álbum dos Kings of Leon chega em 2003, sendo integrado pela imprensa na onda de revivalismo rock do início do século XXI. Dizendo-se ajudada pelo ambiente de amor que respirava na infância, bem como pela experiência e optimismo da Igreja Pentecostal, a banda apresenta-se como uma verdadeira família, sem medo de assumir as influências e mais interessada na longevidade do seu percurso do que na fugacidade de um momento.
A aposta musical da banda parece ganha, sobretudo na Europa, com o sucesso alcançado pelo seu segundo álbum, "Aha Shake Heartbreak", onde se incluem temas como 'Pistol of Fire', 'The Bucket' ou 'Four Kicks'. Chegando primeiro ao velho continente e só depois aos EUA, o trabalho rende ao grupo uma extensa tournée por terras do tio Sam, como banda de abertura dos concertos da digressão dos U2.

Em 2007 os Kings of Leon lançam o seu terceiro longa-duração, "Because of the Times", que tem no single 'On Call' o seu grande hit. O grupo volta a contar com a colaboração de Ethan Johns na produção e alcança com esse álbum a sua entrada mais alta no top da Billboard, atingindo o 25º lugar da contagem. Já na Europa, onde o sucesso do colectivo continua a ser largamente superior ao granjeado no seu país de origem, "Because of the Times" chega à liderança das tabelas de países como o Reino Unido e a Irlanda.
Um ano depois, com o álbum "Only by the Night" conquistam pela primeira vez o número um do top de singles britânico, graças ao tema 'Sex on Fire'. Angelo Petraglia, um dos responsáveis pela descoberta do grupo e co-autor do EP de estreia, assina parte da produção do novo disco, que agora terá um novo single. Depois de 'Sex On Fire', chega em Dezembro 'Use Somebody'.

Alinhamento
Kings of Leon - On call
Kings of Leon – Four kicks
The Arcade Fire - Rebellion
Interpol – Slow hands
Kaiser Chiefs – Oh my god
Kings of Leon – Sex is on fire
Bloc Party – Blue light
The Strokes – 12 51
Radiohead – High and dry
The Cure - Lullaby
Kings of Leon – Use somebody

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Barco Ancorado 30/10/2008


Numa altura em que o rock old school dos AC/DC domina os mercados em todo o mundo, deixando a entender que em épocas de maior instabilidade na carteira o público prefere virar-se para o conforto de uma banda com créditos mais que firmados, é curioso que tenha sido um moderníssimo jogo de vídeo dedicado à guitarrada à antiga que tenha 'ajudado' os Extreme a regressarem não só às edições como ao rock puro e duro, aquele das guitarras no máximo, delay e reverb q.b., cabelos compridos e vozes bem agudas a condizer.
"Saudades de Rock" foi o pretexto para este regresso da banda a Portugal, mais de dez anos depois da última visita. E foi perante um Coliseu dos Recreios pouco habitado, mas entusiasta, que Nuno Bettencourt e companhia subiram o volume dos amplificadores. Logo a abrir 'Comfortably Dumb', o primeiro avanço do novo disco, que marcou o regresso da banda 13 anos depois de "Waiting For the Punchline".

Na primeira vez que se dirigiu ao público, Gary Cherone prometeu que o grupo ia compensar a longa ausência e a prová-lo seguiu com 'Decadence Dance' e 'Rest In Peace', canções dos discos "Ponograffitti" e "Ill Sides to Every Story", editados entre 1990 e 1992. Mas a viagem no tempo ainda iria retroceder mais um ano no calendário com 'Kid Ego' e 'Play With Me', do disco de estreia "Extreme" a ser bem aceite pela assistência, sobretudo animada nas proximidades do palco por onde andavam muitas vezes Cherone e Bettencourt.
O guitarrista de origem açoriana é sem dúvida o motor e a razão de ser dos Extreme. Exímio executante, é-lhe natural o rock preconizado pela banda, recheado de longos solos e escalas em distorção, irrepreensíveis sim, mas algo repetitivos. Já Gary Cherone trouxe a sua experiência como vocalista dos Van Halen um tanto a mais para os temas do seu projecto de origem, a maior parte cantado num tom gritado e imperceptível e até por vezes desafinado.

Numa altura em que já se tinha percebido que "Pornograffitti" é sem dúvida o preferido do público, que responde entusiasta a 'It's a Monster', Bettencourt puxa pela sua costela lusa e faz uma pequena brincadeira com 'A Portuguesa', proibindo o público de o acompanhar na voz e transformando o hino nacional num solo de arpejos. Tudo isto para introduzir o momento alto da noite com o óbvio 'More Than Words' em completo dueto com um público incrivelmente afinado. E sem deixar de ser a estrela da companhia, Nuno salta para o piano e dá o mote para 'Ghost', uma balada forte do novo disco, na qual o luso-americano comprova o seu talento para a música. Tempo ainda para o country eléctrico de 'Take Us Alive' e a popularidade de 'Get The Funk Out', que terminam a parte oficial do concerto.

Não é a toa que o primeiro a voltar a palco seja Nuno Bettencourt. Comunicativo, bem humorado e em português, dá a introdução para 'Am I Ever Gonna Change'. Depois de uma manifestação clubista do público pela t-shirt do Benfica envergada pelo baterista Kevin Figueiredo, português e o mais recente elemento do quarteto, tudo parece terminar com 'Hole Harted', mas as 'saudades' eram demais para ficar por aí e o grupo oferece 'Mutha (Don't Wanna Go To School Today'. No final, músicos e público cumprimentam-se como amigos de longa data.

Alinhamento
Extreme - Rest in peace
Extreme - Tragic comic
Bon Jovi - Thank you for loving me
Eric Carmen – All by myself
Extreme – More than words
Richard Marx - Right here waiting
Berlin – Take my breath away
Extreme – Get the funk out

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Tântrico


Viagem...
Sentidos...
Desejos...
Carnais...
Química...
Anestesia...
Rumo...
Pele...
Célula...
Acende...
Amantes...
Essências...
Busca...
Curvas...
Excitantes...
Entranhas...
Façanhas...
Lábios...
Suspiros...
Beijos...
Arrepios...
Penetrações...
Lentas...
Volúpias...
Línguas...
Fluxos...
Contínuos...
Ritmos...
Cadências...
Veias...
Ofegantes...
Sexo...
Lânguido...
Inflama...
Cheiros...
Perfumes...
Orgasmos...
Múltiplos...
Lascivos...
Longos...
Intensos...
Constantes...
Profundos...
Impulsivos...
Dissonantes...
Quentes...
Ferventes...
Envolventes...
Relaxantes...
Loucos...
Delirantes...
Provocantes...
Carícias...
Soltas...
Delícias...
Dedos...
Toques...
Eróticos...
Delicados...
Doces...
Amor...
Perfeito...

(especialmente para ti Fénix, pelo privilégio concedido)

Barco Ancorado 29/10/2008


Pouco tempo antes de se prepararem para o anunciado hiato, os Simply Red fazem uma retrospectiva de carreira e lançam um novo best-of. "The Greatest Hits 25" celebra o 25º aniversário da banda e é a derradeira colectânea antes dessa separação, que será aproveitada por Mick Hucknall para prosseguir a sua carreira a solo, da qual já resulta um disco: "A Tribute to Bobby", uma homenagem ao lendário cantor de blues americano.

A celebração do legado musical de outras lendas, como Quincy Jones, e o envolvimento da geração mais nova de cantores no recuperar desse contributo também merecem a atenção do vocalista dos Simply Red, que diz preferir uma abordagem mais simples e melódica dos temas - referindo-se a cantoras como Leona Lewis ou Beyoncé - do que propriamente a revitalização exaustiva de um som retro, personificado por nomes como Amy Winehouse. Uma "concorrência" que, de resto, o grupo teve de enfrentar no lançamento do seu último álbum, "Stay", não obstante as boas críticas que recebeu pelo registo.

Por outro lado um dos álbuns da banda cujo sucesso comercial ultrapassou largamente o alcançado junto da crítica, "Stars", foi reeditado este ano, ainda que não directamente pelo colectivo, que se desvinculou da Warner, a sua antiga editora.
"The Greatest Hits 25" é por isso lançado sob selo próprio, em Novembro. Além dos êxitos de sempre dos Simply Red, há uma nova versão: 'Go Now', original dos Mooddy Blues, que é, de resto, o tema escolhido para apresentar a colectânea.

A edição do best-of será seguida de uma digressão mundial, que o cantor espera que passe por Portugal, até porque guarda boas memórias das actuações em território nacional, confessando uma predilecção especial pela cidade do Porto e pelo rio Douro.

Alinhamento
Simply Red – You make me feel brand new
Simply Red - Sunrise
Spandau Ballet - True
Roxette – A thing about you
Seal – Kiss from a rose
Simply Red – If you don´t know me by now
Peter Cetera – The glory of love
Bonnie Tyler – Total eclipse of the heart
Simply Red – Holding back the years

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Delírios


Em pé, frio, ar húmido...
Carrego fundo no acelerador...
Vou bater no primeiro poste...

Congelo...
Ouço ruídos estranhos...
A noite cala-se e canta...
Um avião tenta pousar em cima do meu prédio...

Corvo do outro lado da esquina...
Escuro...

É escuro aí dentro e aqui também...

Ando com meias nos pés para me aquecer...

O chiar da chuva...

Canto de quina de mesa...
Redondo...

Fugi para ficar...
Desconheço tudo...

Barco Ancorado 28/10/2008


Quando em 1984 Eros Ramazzotti se apresentou pela primeira vez no Festival de San Remo com a balada "Terra Promessa", já trazia no currículo uma participação num concurso de descoberta de novos talentos, com o selo de 1981, e o consequente contrato discográfico assinado para a editora DDD. No entanto, foi só em San Remo que se tornou conhecido junto do público, tendo regressado ao festival em 1985 com "Una Storia Importante", um tema incluído no seu álbum de estreia, "Cuori Agitati".
Eros Ramazzotti nasceu em Roma, no dia 28 de Outubro de 1963 – completa esta terça-feira 45 anos -, e aos 22 anos concorreu pela terceira vez àquele festival, desta feita com o tema "Adesso Tu", posteriormente incluído no álbum "Nuovo Eroi", que confirmou a sua popularidade dentro das fronteiras italianas e ajudou a divulgar o seu repertório à escala internacional.
O seu terceiro registo de originais foi editado em 1987, e contou com a participação especial da cantora Patsy Kensit na faixa "La Luce Buona delle Stelle". A chegada do álbum às lojas foi acompanhada por uma digressão que se estendeu por um período de nove meses.

Eros Ramazzotti só regressou às edições discográficas em 1990, com o álbum "In Ogni Senso", que serviu de mote ao seu primeiro concerto nos Estados Unidos, realizado no Radio City Music Hall, em Nova Iorque, com direito a lotação esgotada. Da nova digressão resultou o álbum ao vivo, editado em formato duplo, "Eros in Concert", sucedido por mais um espectáculo, desta vez em Barcelona.
"Tutte Storie", editado em 1993, foi o disco do cantor que mais vendeu no mercado europeu, em grande parte graças ao single "Cose della Vita", cujo teledisco promocional foi filmado pelo conceituado realizador Spike Lee. Regressado a Itália, depois de ter percorrido a Europa e a América Latina, Ramazzotti fundou em casa aquele que foi considerado o evento musical do ano, designado por "Trio", e que juntou ao cantor, Pino Daniele e Jovanotti.
Em 1994, surgiu o convite para actuar ao vivo na cerimónia dos prémios MTV Europa, em Berlim, e na mesma altura o cantor fundou a editora Radiorama, e assinou um contrato discográfico com a BMG International. O álbum "Dove C'e Musica", produzido na totalidade por Ramazzotti, chegou às lojas em 1996, vendendo mais de sete milhões de unidades, motivadas por uma digressão europeia, que terminou pouco tempo antes do nascimento da filha do cantor, Aurora Sophie.

Nos meses que se seguiram ao nascimento da sua filha, Ramazzotti começou a trabalhar num novo álbum e escreveu o tema "That´s All I Need To Know" para Joe Cocker. Em 1997, foi editado o greatest hits "Eros", que incluiu um dueto do cantor com Andrea Bocelli para o tema "Musica È", e outro com Tina Turner, para "Cose della Vita".
No dia 24 de Abril de 1998, a digressão mundial que estava então a decorrer foi interrompida para a celebração do casamento entre Ramazzotti e a mãe da sua filha, Michelle Hunziker. No mês seguinte, o cantor juntou-se a "Pavarotti and Friends" com o tema "Se Bastasse Una Sola Canzone".
Em 2000, chegou aos escaparates o álbum "Stile Libero", que incluiu o single "Fuoco Nel Fuoco" e um dueto com Cher em "Più Che Puoi".

No ano de 2003, Ramazzotti editou o seu nono disco de originais, composto por nove canções e intitulado, justamente, "9". O primeiro single a ser extraído de "9" foi o tema "Un'emozione Per Sempre", que chegou rapidamente aos lugares cimeiros dos tops.
A digressão mundial de "9", que terminou em Itália, acabaria por ficar, em certa medida, registada no DVD "Eros Roma Live", realizado pelo britânico Hamish Hamilton, que colaborou, entre outros, com Madonna, U2 e Robbie Williams.
Em 24 anos de carreira Eros Ramazzotti vendeu perto de 35 milhões de discos.
O seu último álbum chama-se "Calma Apparente" e foi lançado em Outubro de 2005, numa produção conjunta com Claudio Guidetti.

Alinhamento
Eros Ramazzotti – Se bastasse una canzone
Eros Ramazzotti – Dove c´e musica
Laura Pausini – La solitudine
Alexandre Pires – Dois loucos enamorados
Eros Ramazzotti – Cose della vita
Gloria Estefan – Mi tierra
Juan Luis Guerra – Como abeja al panal
Eros Ramazzotti – Un´altra te

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Barco Ancorado 27/10/2008


Rufus Wainwright revelou que pretende lançar um disco apenas composto por piano e voz. Segundo o próprio, em entrevista à Billboard, este regressar à simplicidade é uma reacção ao estilo épico que caracterizou as suas composições para a ópera "Prima Donna" e para o disco "Release the Stars" de 2007.

«O álbum vai ser apenas piano e voz, só eu sentado em estúdio sozinho e fazer com que tudo seja sobre a música. Além disso, é também uma oportunidade de ter este momento de intimidade comigo, que creio toda a gente deve gostar de ter», comentou o canadiano.

Wainwright não revelou contudo quando planeia regressar a estúdio, especulando-se que a data de lançamento esteja prevista para 2009. De momento, o compositor canadiano está dedicado a trazer à Europa a sua primeira ópera. Depois de estar em cena na América do Norte, "Prima Donna" prepara-se para estrear em Manchester no Reino Unido, no dia 10 de Novembro.

«Estou definitivamente a arriscar tudo aqui. Porque com a ópera, se não for bom é realmente mau. É essa a minha percepção. Tem que ser excelente se não, não se aguenta», disse Wainwright na mesma entrevista.
A nova edição será o sétimo disco de Rufus Wainwright, sucedendo ao registo gravado ao vivo "Rufus Does Judy at Carnegie Hall ".


Alinhamento

Rufus Wainwright – The one you love
Rufus Wainwright – Paper moon
Damien Rice – The blowers daughter
Brandi Carlile - Tragedy
Keane - Bedshapped
Rufus Wainwright – Going to a town
Beck – Lost cause
Snow Patrol – Chasing cars
Rufus Wainwright – Why does it always rain on me

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Barco Ancorado 24/10/2008


O terceiro disco dos Franz Ferdinand chega às lojas no dia 26 de Janeiro de 2009. O álbum chama-se "Tonight: Franz Ferdinand" e integra doze temas, entre eles o single 'Lucid Dreams', lançado através do iTunes em Agosto.
'Bite Hard', 'Turn it On' e 'Katherine Kiss Me', são alguns dos restantes temas no alinhamento do disco.
"Tonight: Franz Ferdinand", chamado assim porque segundo o vocalista Alex Kapranos «é música para a noite», sucede a "You Could Have It So Much Better", de 2005.

Uma das maiores surpresas da temporada musical de 2004, os Franz Ferdinand 'roubaram' o nome ao arquiduque austro-húngaro cujo assassinato foi a causa próxima do eclodir da I Guerra Mundial, e apresentaram-se com roupas entre o nerd e o arty. Fruto do passado dos seus membros como estudantes de Arte, em Glasgow, esta postura ajudou a celebrizar a banda, mas no epicentro da sua popularidade súbita estão canções irresistíveis como 'Take Me Out', 'Darts of Pleasure' ou 'Matinee', aplaudidas em delírio pelo público da edição de 2004 do Festival Sudoeste.
A história dos Franz Ferdinand começou a ser escrita no final de 2001, quando Alex Kapranos (voz e guitarra) e Bob Hardy (baixo) conheceram Nick McCarthy, um pianista e contrabaixista que aceitou tocar bateria com os novos comparsas, apesar de nunca ter experimentado domar tal instrumento. Seguiram-se vários ensaios e o encontro com Paul Thomson, ex-baterista dos Yummy Fur, a quem apetecia passar a tocar guitarra. Com o tempo, Nick McCarthy transitou para a guitarra e Paul Thomson aceitou permanecer na bateria.

Os ensaios continuaram a acontecer, e a dar que falar, num armazém abandonado que os Franz Ferdinand baptizaram de Chateau e adoptaram para a realização de festas e raves que se começaram a tornar demasiado visíveis; quando a polícia colocou os primeiros entraves, a banda mudou-se de armas e bagagens para um antigo tribunal e prisão da era vitoriana.
No Verão de 2002, os Franz Ferdinand gravam um EP para edição de autor, mas o hype ultrapassou-os e valeu-lhes, um ano depois, um contrato com a Domino, editora pela qual chegou às lojas o EP "Darts of Pleasure".
Convidada para abrir concertos de bandas como os Hot Hot Heat e os Interpol, a banda depressa ganhou notoriedade, lançando "Franz Ferdinand", o primeiro longa duração, no começo de 2004.

Comparados aos Talking Heads e Pulp, os Franz Ferdinand tornaram-se, em pouco tempo, uma das bandas mais faladas no Reino Unido, sendo nomeados para o Mercury Prize. Em Portugal, o disco de estreia do quarteto foi brindado com críticas entusiastas e a primeira aparição da banda em palcos nacionais, na edição de 2004 do Festival Sudoeste, fez história pela energia debitada pelos britânicos e pela adesão quase instantânea da multidão.
Em Agosto de 2005, a banda regressou aos palcos nacionais para uma actuação no Festival Lisboa Soundz, onde apresentou, em primeira mão, excertos do seu segundo álbum a solo. Intitulado "You Could Have It So Much Better", o disco só chegou às lojas em Outubro desse ano, precedido pelo single 'Do You Want To'.
Agora, está a chegar o terceiro disco. No dia 26 de Janeiro do próximo ano chega "Tonight: Franz Ferdinand".

Alinhamento
Franz Ferdinand – Do you want to
Franz Ferdinand – Take me out
Interpol – Slow hands
Yeah Yeah Yeahs - Maps
The Arcade Fire - Rebellion
Franz Ferdinand - Matinee
Kaiser Chiefs - Ruby
Bloc Party – I still remember
Franz Ferdinand – This fire

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Barco Ancorado 23/10/2008


Os britânicos Marillion editam dois álbuns na próxima segunda-feira. «Happiness Is The Road Volume 1: Essence» apresenta 11 temas, enquanto «Happiness Is The Road Volume 2: The Hard Shoulder» conta com nove canções.
A dupla edição sucede a «Marbles», de 2006.
Originalmente designados por Silmarillion (nome inspirado num romance de Tolkien), os Marillion formaram em 1978 um grupo que se tornou num dos mais consistentes fenómenos de culto da época. Steve Rothery (guitarra), Doug Irvine (baixo), Brian Jelliman (teclas) e Mick Pointer (bateria) foram os responsáveis pelo arranque do projecto, no entanto, logo após a gravação da maqueta instrumental intitulada "The Web", juntaram-se à causa mais dois resistentes, o vocalista Fish, pseudónimo de Dereck Dick, e o baixista Diz Minnett.
As alterações na formação da banda não ficariam por aí, e ainda antes da gravação do single de estreia, "Market Square Heroes", Mark Kelly substituiria o teclista Jelliman e Pete Trewavas ficaria responsável pelo baixo, que anteriormente tinha estado a cargo de Minnett.

O álbum de estreia, "Script For A Jester's Tear", chegou às lojas em 1983 e serviu de mote a uma digressão que esteve na base da construção de uma fiel legião de fãs, que se começava a desenhar cada vez mais extensa.
O regresso ao estúdio aconteceu no ano seguinte, já com o baterista Ian Mosely, ex-Curved Air, entre os membros do grupo. "Fugazi" foi o sucessor de "Script For A Jester's Tear", que mostrou aos fãs uma nova faceta dos Marillion, mais próxima do hard-rock do que do anterior rock progressivo. A aceitação foi positiva, e os Marillion conquistavam assim mais uma mão cheia de seguidores, que fizeram do registo de 1985 o mais bem sucedido do grupo. "Misplaced Childhood", incluiu o famoso single "Kayleigh", uma balada que chegou a número dois da tabela de singles do Reino Unido, e que se tornou igualmente num fenómeno de sucesso nos Estados Unidos.
Após a edição do single "Lavender", o percurso da banda, que até então tinha sido essencialmente ascendente, começou a decair. O vocalista Fish começou a ter problemas com drogas e álcool e acabou por abandonar os Marillion depois de ter sido editado o álbum "Clutching At Straws", em 1987, para se lançar numa carreira a solo.

"Season's End" foi o disco que marcou a estreia dos novos Marillion, já sem Fish, em 1989. Apesar da presença de dois novos elementos na formação do grupo, o som que deu cor a "Season's End" não se desviou muito da linha traçada pelos Marillion de Fish. John Helmer, autor das letras, e Steve Hogarth, vocalista e também autor das letras, foram os novos membros recrutados para a continuação do projecto.
Com apenas pequenas alterações no estilo, o grupo fez chegar às lojas em 1991, "Holidays In Eden", um registo com tonalidades de rock mainstream, que não conseguiu, no entanto, chamar a atenção de novos potenciais fãs. Seguiu-se "Brave", três anos depois, resultado de um trabalho desenvolvido ao longo de quinze meses, com recurso a um orçamento mais elevado do que aquele que fora disponibilizado para o trabalho anterior. Depois de "Afraid of Sunlight" (1995), os Marillion sofreram um desmantelamento temporário motivado pelo desejo dos seus membros em desenvolver projectos paralelos. Reuniram-se em 1997 e, mais uma vez, apresentaram mudanças no som produzido, desta feita influenciados pelos projectos paralelos de cada um. À edição de "This Strange Engine" sucedeu uma digressão que, se a princípio, passaria apenas pelo velho continente, por falta de apoio da editora, acabou por se estender aos Estados Unidos graças à intervenção dos fãs, que se disponibilizaram a angariar cerca de 60 000 dólares.

Em 1998, "Radiation", o décimo álbum da banda viu a luz do dia, reflectindo influências de nomes como os Beatles ou os Radiohead, na fase "OK Computer" e, no ano seguinte, foi editado "Marilion.Com".
Em 2000 chega ao mercado a caixa de singles "Marillion Singles Box: 82-88". Em 2001 lançaram "Anoraknophobia", um trabalho que só viu a luz do dia graças à ajuda dos fãs, que reservaram cópias do mesmo através do site oficial do grupo, o que rendeu aos Marillion as verbas necessárias para as gravações.
Um ano depois é lançado "Anorak In The UK Live". Já em 2003 lançam "The Best Of" e um ano depois "Marbles", seguido de "Marbles Live" (2005) e "Smoke" (2006).
Em Abril de 2007 regressaram a Portugal para apresentar "Somewhere Else", um novo trabalho de originais.

Alinhamento
Marillion – No one can
Marillion - Assassing
Pink Floyd – In the flesh
Simple Minds – Don´t you forget about me
Marillion - Kayleigh
Peter Gabriel – Don´t give up
Marillion – You´re gone

Janelas


Há janelas que vale a pena abrir. Essas que usamos como se fossem portas, pelas quais saímos a voar. Vale a pena levar sempre uma janela aberta no bolso de trás da nossa sensibilidade. Se não o fizermos, seremos obrigados a ratificar a vitória definitiva e mortal do cinzento sobre o arco-íris, do partir sobre o chegar, do acatar sobre o livre arbítrio, da renúncia sobre a esperança.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Barco Ancorado 22/10/2008


Ana Moura foi premiada nos EUA. A fadista ganhou o Prémio Internacional da Portuguese American Leadership Council Association, a maior associação portuguesa no país. O galardão, que tem como propósito reconhecer individualidades que se destacaram através da divulgação da cultura portuguesa, será entregue à cantora no próximo dia 1 de Novembro, numa gala realizada em San José, na Califórnia.

Entretanto, Ana Moura vai marcar presença no lançamento oficial do disco "Stones World: Rolling Stones World Music Project", uma iniciativa de Tim Ries, saxofonista dos Stones. A portuguesa participa no projecto, nas canções 'Brown Sugar' e 'No Expectations', esta última interpretada, igualmente, com a banda de Mick Jagger em 2007, no Estádio de Alvalade, em Lisboa. As apresentações do disco vão decorrer em Nova Iorque, a 28, 29 e 30 deste mês, e em São Francisco, no dia 2 de Novembro.
Recorde-se que Tim Ries esteve presente no concerto de Ana Moura no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, no final do ano passado.

Desde cedo Ana Moura sentiu o apelo da canção portuguesa. Em casa os seus pais cantavam fado sempre que podiam e rapidamente a cantora captou toda essa atmosfera, transportando até aos dias de hoje a essência e alma do fado. No entanto, durante a sua adolescência esta não seria a sua prioridade musical, tendo integrado bandas de pop e rock.
Mais tarde, durante uma passagem por uma casa de fados, Ana Moura, incentivada por amigos, sobe ao palco e canta 'Pessoas como eu', impressionando toda a gente que assistia à sua actuação. E é nesse ambiente que a carreira da artista desponta.
A artista viria, então, a ser convidada por Maria da Fé para cantar na sua casa de fados, uma honra que Ana Moura não esqueceu e que contribuiu para lançar a sua carreira. Desde então, a sua forma de interpretar o fado ganha um poderoso aliado: a postura, o estilo em palco e a sua beleza chamam a atenção das pessoas que noite após noite assistem às suas actuações. Rapidamente ascende ao estrelato e passa a ser considerada uma das melhores vozes do fado desde Amália, fazendo parte de uma nova geração de fadistas.

Em 2003 Ana Moura lança o seu primeiro trabalho, "Guarda-me a Vida na Mão", seguido de "Aconteceu" em 2004, iniciando assim uma odisseia que a levou em digressão pela Europa, com actuações na Holanda, Bélgica, França, Suíça, até ao concerto no famoso Canergie Hall em Nova Iorque.
Mais tarde, em 2007, a fadista grava o seu terceiro álbum, "Para além da Saudade", que conta com muitas colaborações e algumas surpresas, tais como Fausto, Amélia Muge e Patxi Andión, mas a presença mediática do saxofonista dos Rolling Stones Tim Ries, é a grande cartada do álbum. Em 2006 a fadista fora convidada a integrar o segundo volume de "The Rolling Stones Project", uma iniciativa da própria banda inglesa.
No mesmo ano em que foi lançado o seu terceiro disco, Ana Moura volta a surpreender todos ao ser escolhida pelos Rolling Stones como convidada especial do concerto da banda, no Estádio de Alvalade.

Alinhamento
Ana Moura – Os búzios
Ana Moura – Ao poeta perguntei
Mariza – Ó gente da minha terra
Teresa Salgueiro – Vivo deste quase nada
Dulce Pontes – Povo que lavas no rio
Ana Moura – O fado da procura
Camané – A cantar é que te deixas levar
Carlos Paredes – Canção dos verdes anos
Carlos do Carmo - Retalhos
Ana Moura – Fado de Pessoa

terça-feira, 21 de outubro de 2008

De vez em quando desligo-me


De vez em quando desligo-me.
Desligo-me das coisas certas.
Olho as flores de Março como se fossem diferentes
das flores de Março do ano passado.

Fujo da pasmaceira com os meus ensaios.
Das mulheres vestidas dos lares de camas vazias.
Das nuas investidas de consumo nas ruas.
Dos homens machões de todas elas nos bares.
Das intrigas, dos reis nas barrigas.
Dos bígamos, dos trígamos, dos ausentes.

Deixo a camisa e a vida nas gavetas da cómoda.
No cantar do banho frio sob o chuveiro.
Depois esqueço o corpo meio molhado na esteira.
E, desocupado de pensamentos, desligo-me.

De vez em quando desligo-me.
Das coisas de fora, de agora, de ontem, do mofo.
E na esteira da preguiça deixo-me parado.
Minutos em horas, horas em dias, dias à toa.
Sorrio para a rara sorte de interromper,
a meu bel-prazer,
os dias redondos, estofados da sensaboria.

E antes que vire rotina,
volto, como acordasse de um sonho induzido,
a ouvir o vozerio das pessoas que passam,
as portas que batem embaixo ou em cima,
alguém que assobia além da minha janela.
O oco interesse em quererem saber
como tenho passado, como anda a minha vida.

Sinto-me outra vez incrustado no mundo.
Regresso apenas mais um,
mas tenho guardado a sete chaves o segredo.
Quando as chatices se fazem cansativas,
além da tolerância normal para aborrecimento,
tiro as roupas, tomo um banho demorado,
e atiro-me, ainda meio molhado, na esteira.
E por brincadeira,
simplesmente deixo de viver por algum tempo.

Barco Ancorado 21/10/2008


Esta terça-feira, no Barco Ancorado, vamos fazer o balanço da passagem pelo Coliseu dos Recreios, de Aimee Mann. Foi, segundo rezam as críticas, uma sala grande demais para uma songwriter talhada para espaços mais intimistas. Uma banda competente mas sem rasgos. Uma Aimee Mann certinha, que não deslumbrou mas de quem se continua a gostar. Uma noite que prometia mas que não chegou a aquecer. Foi assim o regresso da autora da banda sonora do filme 'Magnolia' a Portugal, que tocou no sábado no Coliseu.

No concerto de Aimee Mann, o público foi pouco mas cumpridor. Estava ali para uma noite tranquila, mais à espera das canções de 'Magnolia' do que de 'Smilers', o último disco da cantora. Ao longo da hora e meia que durou o concerto foi pouco mais que um simples adereço, batendo palmas sem grande entusiasmo nem convicção. Faltou aquele calor das grandes noites do Coliseu.
A sala tornou-se, por isso, grande demais para o coração intimista de Mann. A cantora, que não é uma rocker clássica, está mais para espaços tipo Aula Magna do que para um Coliseu meio vazio, que chegou a parecer desolador. É evidente que ela e a sua guitarra acústica foram competentes mas nunca se viram momentos sublimes de música. Ora, nos discos, o sublime é facilmente reconhecível.

'Stranger into Starman' foi a canção que abriu o concerto. Abriu também de par em par o novo disco, fiel roteiro do espectáculo. Seguiu-se 'Looking For Nothing' e 'Freeway', todas de 'Smilers', um disco diferente de 'Lost in Space' ou mesmo de 'The Forgotten Arm'. São colagens, histórias de vida. O habitual lado sombrio de Mann vagueia pelo disco – oiça-se 'Columbus Avenue' ou 'Little Tornado' – mas há também a vibração de 'Borrowing Time' ou 'Thirty One Today'.
As canções da banda sonora de 'Magnolia', que catapultaram Mann para a ribalta, eram um dos momentos mais esperados da noite. A cantora avisou logo no início do concerto que ia cantar o novo disco mas também canções antigas. Para o público isso queria dizer 'Magnolia'. Tocou 'Wise Up', 'Save Me' e 'One', esta já no encore. Cumpriu e isso bastou.

Apesar da noite de Lisboa não ter sido, certamente, das mais memoráveis na carreira de Aimee Mann, a sua música perfumou-a de histórias cintilantes. Isso foi o suficiente para deixar a audiência satisfeita. No fim, todos saíram com um sorriso moderado nos lábios. Tudo tranquilo numa noite em que até o artista que abriu a sessão, Tiago Bettencourt, se apresentou apenas de guitarra em punho.
Moral da história: que Aimee Mann volte depressa aos discos. Que escolha uma sala mais pequena no seu próximo regresso a Lisboa. Os íntimos de sempre agradecem.

Alinhamento
Aimee Mann – Driving sideways
Aimee Mann – Humpty Dumpty
Rachael Yamagata – Be be your love
Indigo Girls – I don´t wanna talk about it
Elliot Smith – Memory lane
Aimee Mann -Wise up
Sufjan Stevens - Jacksonville
Jeff Buckley - Lilac wine
Suzanne Vega – Songs in red and grey
Aimee Mann – Lost in space

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Barco Ancorado 20/10/2008


Katie Melua prepara-se para lançar um best of. "The Katie Melua Collection" é o título do registo que reúne os principais singles dos três álbuns de estúdio, alguns temas compostos para bandas sonoras de filmes e três novos originais.
O disco vem acompanhado por um DVD, que traz o registo do concerto que a cantora deu em Roterdão, este ano, bem como imagens de bastidores sobre a preparação e a produção da última tournée.

Katie Melua nasceu Ketevan Melua em 1984, na Georgia. Com oito anos parte para a Irlanda devido à guerra civil que assolava a ex-república soviética, para aos 14 anos fixar-se na Inglaterra, onde ainda vive. Actualmente, Melua fala três línguas: georgiano, russo e inglês.
A sua carreira artística começou em 2000, quando participou no concurso televisivo "Stars Up Their Noses" do qual sai vencedora com a sua interpretação de 'Without You', dos Badfinger. Mais tarde estuda música na BRIT School for the Performing Arts. Por esta altura, quando já compunha as suas próprias canções, conheceu aquele que viria a ser o seu futuro manager, Mike Batt, e também o seu actual namorado, Luke Pritchard, dos The Kooks.

Em 2003 Katie Melua assinou com a editora Dramatico e trabalhou com um conjunto de artistas, onde se incluía Randy Newman, na preparação dos temas que viriam a fazer parte do seu álbum de estreia "Call Off The Search", editado em Novembro daquele ano. O registo atingiu o primeiro lugar do top britânico de vendas em Janeiro de 2004, ajudado pelo sucesso de singles como 'The Closest Thing to Crazy' e o tema título 'Call Off The Search'.
A sonoridade de Melua, que canta e toca guitarra, conquistou admiradores daquele registo entre o jazz, o blues e o pop, confirmando a jovem compositora como uma das revelações da música britânica de 2004. Um ano depois chega o segundo álbum, "Piece by Piece".

Adepta das actividades radicais, Katie Melua já fez salto em queda livre e teve lições de voo. Instituiu um recorde no Livro do Guinness, ao dar o concerto mais profundo de sempre, a 303 metros abaixo do nível da água, numa plataforma de petróleo no Mar do Norte em 2006.
O terceiro registo da britânica chegou em 2007 com o título "Pictures", por ser em grande parte uma homenagem ao cinema, mundo onde Melua também já entrou, com uma pequena participação num falso trailer para o filme "Grindhouse".

Alinhamento
Katie Melua – The closest thing to crazy
Katie Melua – If you were a sailboat
Norah Jones – Come away with me
Dido – My life
Diana Krall – Just the way you are
Katie Melua -Just when I needed you most
Alicia Keys – Diary (ft Toni Tone)
Duffy – Stepping stone
Joss Stone – Killing time
Katie Melua – If the lights go out

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Caminhos


A tua ausência escancarou no meu peito a porta para silêncios estranhos,
que também escrevem poemas e permutam novos sonhos por saudade.

Caminhemos nossos destinos diferentes,
unidos no falecer do amor que não devia.

(A vida pode estar insuportável, mas a alternativa é inaceitável)

Barco Ancorado 17/10/2008


Tracy Chapman volta às edições discográficas em Novembro. "Our Bright Future" é o título do disco que a cantora lança no dia 11 do próximo mês.
O longa-duração é o oitavo na carreira da artista de 'Fast Car' e reúne um total de 11 canções, escritas e co-produzidas pela própria, com a colaboração de Larry Klein, que já trabalhou com Herbie Hancock, Joni Mitchell e Madeleine Peyroux.
"Our Bright Future" é o sucessor de "Where You Live" (2005) e dará o mote para uma nova digressão europeia de Tracy Chapman, com início marcado para dia 11 de Novembro, em Bruxelas. A tournée será a primeira que a artista realiza a solo em mais de uma década.

O perfil definido de uma estrela pop nunca se encaixou em Tracy Chapman, dado ser bastante tímida e recatada. Compondo e cantando sons fáceis de ouvir, acompanhados de letras repletas de mensagens, Chapman cedo chegou ao estrelato.
Aprendeu a tocar guitarra em pequena. Mais tarde, na Universidade de Tufts, continuou com um interesse que passou também pela composição, debruçando-se sobre a música folk e o rock. Chapman começou a ter pequenas actuações em pubs e bares e assim continuou, apoiada pelo talento e por um pouco de sorte. Brian Koppelman, um colega da Universidade, ouviu algumas das suas gravações feitas para uma rádio universitária e gostou, acabando por mostrar as composições ao seu pai, Charles Koppelman, dono da empresa de publicações SBK. Em 1986, Tracy assinou um contrato com Elliot Roberts, empresário que havia já trabalhado com Neil Young e Joni Mitchell. A ajuda do manager e de Koppelman mostrou-se fundamental para Chapman chegar a acordo com a editora Elektra em 1987.

Em 1988 surgiu no mercado o auto-intitulado "Tracy Chapman" que recebeu óptimas críticas. Cedo se percebeu que a carreira da cantora estava num crescendo incontestável. O single "Fast Car" tornou-se um êxito estrondoso e o disco conquistou várias platinas. Tracy entrou então em digressão fazendo as primeiras partes dos 10,000 Maniacs. Durante o ano de 88, a cantora participou ainda na festa do septuagésimo aniversário de Nelson Mandela, tendo tido uma recepção calorosa. O álbum de estreia valeu-lhe ainda, nesse ano, quatro Grammys, incluindo o de revelação do ano.
Chapman preferiu então compor um disco onde a sua faceta politicamente activa tivesse uma presença mais marcante. O resultado foi "Crossroads", de 1989, que não obteve, no entanto, o mesmo êxito do primeiro trabalho. O disco chegou a número 9 nos tops americanos, mas rapidamente deixou os lugares cimeiros. Após alguns anos de paragem, surgiu a edição de "Matters Of The Heart" em 1992. As vendas triunfais deixaram de fazer parte da sua carreira e o quarto álbum teve o mesmo destino do seu antecessor.

Em 1995, Tracy Chapman edita "New Beginnings" que superou o disco anterior em termos de vendas e do qual foi extraído o single "Give Me One Reason", com resultados moderadamente convincentes nas tabelas. Foram precisos cinco anos até ver novo disco de Tracy. "Telling Stories", posto à venda em 2000, foi um disco onde Chapman fez uma clara continuação das suas manifestações poéticas, ajudando ainda mais à criação do culto em torno da sua carreira.
Seguiram-se “Collection” (2001), “Let It Rain” (2002) e “Where You Live” (2002). Agora, chegará "Our Bright Future", o novo disco de Tracy Chapman.

Alinhamento
Tracy Chapman – Fast car
Tracy Chapman – Baby can I hold you
Annie Lennox – No more I love you
Chris Isaak – Wicked game
Seal – Love´s divine
Tracy Chapman - Crossroads
Simply Red – So beautiful
Cyndi Lauper – Time after time
Tracy Chapman -Telling stories

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Ainda tomaremos um café


Um professor, diante da sua turma de matemática, sem dizer uma só palavra, pegou num pote de vidro (grande e vazio) e começou a enchê-lo com bolas de golfe. Em seguida, perguntou aos seus alunos se o frasco estava cheio e, imediatamente, todos disseram que sim.
O professor pegou, então, numa caixa de berlindes e esvaziou-a dentro do pote. Os berlindes encheram todos os espaços vazios entre as bolas de golfe. O professor voltou a perguntar se o frasco estava cheio e voltou a ouvir dos seus alunos que sim.
Em seguida, pegou numa caixa de areia e esvaziou-a dentro do pote. A areia preencheu os espaços vazios que ainda restavam e ele perguntou novamente aos alunos, que responderam que o pote estava, agora, cheio. Então, o professor pegou numa chávena de café (líquido) e derramou-o sobre o pote, humedecendo a areia. Os estudantes riam da situação, quando o professor disse:
"Quero que entendam que o pote de vidro representa as nossas vidas. As bolas de golfe são os elementos mais importantes, como a família e os amigos. Seria com elas que as nossas vidas estariam cheias e repletas de felicidade. Os berlindes são as outras coisas que importam:
o trabalho, a casa, o carro...
A areia representa todos as pequenas coisas…
Mas se tivéssemos colocado a areia em primeiro lugar no frasco, não haveria espaço para as bolas de golfe e para os berlindes. O mesmo acontece nas nossas vidas. Se gastamos todo o nosso tempo e energia com as pequenas coisas nunca teremos lugar para as coisas realmente importantes.
Prestem atenção às coisas que são primordiais para a vossa felicidade. Brinquem com os filhos, saiam para se divertir com a família e com os amigos, dediquem um pouco de tempo a
vocês mesmos… Procurem o conhecimento, estudem, pratiquem o vosso desporto favorito ... Sempre haverá tempo para as outras coisas, mas ocupem-se das bolas de golfe em primeiro lugar.
O resto é apenas areia."
Um aluno levantou-se e perguntou o que representava o café. O professor respondeu:
"Que bom teres-me feito essa pergunta, pois o café serve apenas para demonstrar que não importa quão ocupada esteja a nossa vida, sempre haverá lugar para tomar um café com um amigo".

Um grande abraço e até ao nosso próximo café.

(Autor desconhecido)

Barco Ancorado 16/10/2008


Completam-se esta quinta-feira 26 anos da morte de Adriano Correia de Oliveira. Fundador da Cantarabril, uma cooperativa de músicos ligada ao Partido Comunista Português, e um dos mais activos cantores de intervenção do panorama musical português, Adriano Correia de Oliveira nasceu no Porto no dia 9 de Abril de 1942.
Para além de ter feito a instrução primária em Avintes, foi lá que se estreou no teatro amador e que ajudou a fundar a União Académica da cidade. Aos 17 anos, foi estudar para Coimbra, onde frequentou o curso de Direito.
No entanto, participou activamente nas organizações estudantis, tendo sido solista no Grupo Universitário de Danças Regionais e no Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, bem como guitarrista no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica, que integrou juntamente com José Niza, Daniel Proença de Carvalho e Rui Ressurreição. É também nesta altura que o músico estabelece uma primeira aproximação ao fado de Coimbra, contactando com o conjunto de músicos que deu o primeiro passo em direcção à transformação do tradicional fado coimbrão. Desse núcleo, fizeram parte nomes como José Afonso, António Portugal, Rui Pato, José Niza e António Bernardino.

Após o lançamento do primeiro EP, intitulado "Noite de Coimbra" (1960), Adriano Correia de Oliveira apercebeu-se das suas limitações a nível da escrita de canções, dedicando-se então apenas à composição e ao canto, passando a interpretar temas escritos por poetas como António Cabral, António Ferreira Guedes, Luís Andrade e Urbano Tavares Rodrigues. "Fados de Coimbra", o primeiro longa-duração de Adriano, viu a luz do dia em 1963, sucedido por um álbum homónimo, quatro anos depois.
Em 1968, deixou Coimbra e partiu para Lisboa, onde trabalhou no gabinete de imprensa da FIL, do mesmo modo que foi produtor na editora onde sempre gravou. O período compreendido entre 1968 e 1971 foi marcado pela edição da trilogia formada pelos álbuns "O Canto e as Armas", dedicado à poesia de Manuel Alegre, "Cantaremos" e "Gente d'Aqui e de Agora", todos responsáveis pelo lançamento de temas que constituíram verdadeiros hinos de resistência ao Estado Novo. 1971 foi o ano da edição de "Gente d'Aqui e de Agora", um álbum que incluiu um poema de Assis Pacheco na contracapa, e um alinhamento composto por onze canções, como "O Senhor Morgado", "Cantar de Emigração" ou "Como Hei-de Amar Serenamente".

Ao álbum “Gente d´Aqui e de Agora” seguiu-se um hiato de cerca de quatro anos motivado pela recusa do cantor em enviar os seus textos à Comissão de Censura. O álbum seguinte, "Que Nunca Mais", viu a luz do dia em 1975, apesar de ter estado pronto para editar antes do 25 de Abril de 1974, e com o cantor disposto a correr todos os riscos que pudessem eventualmente surgir. O álbum valeu ao músico o título de "Artista do Ano" atribuído pela revista britânica "Music Week".
Depois de ter co-fundado a Cantarbril em 1979, Adriano Correia de Oliveira entrou em ruptura com os músicos da cooperativa, mas não na sua totalidade, uma vez que nomes como José Afonso, Luís Cília e Fausto se mantiveram ao seu lado quando a direcção da Cantarabril decidiu expulsá-lo, devido a uma dívida de 40 contos, assim como à "inadaptação de Adriano à perspectiva mercantilista de mercado".

Numa altura em que a saúde do cantor estava já seriamente debilitada, devido ao consumo excessivo de álcool, e já depois de ter sido expulso, a Cantarbril começou a encaminhar os convites que surgiam para Adriano para outros cantores.
Corria o ano de 1982, quando Adriano Correia de Oliveira morreu nos braços da mãe, vítima de uma hemorragia no esófago, no dia 16 de Outubro. Tinha então 40 anos e vários projectos que permaneceram inacabados.

Alinhamento
Adriano Correia de Oliveira – Canção com lágrimas
Adriano Correia de Oliveira – Cantar de emigração
José Mário Branco – Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
José Afonso – Balada de Outono
Carlos Paredes - Despertar
Adriano Correia de Oliveira – Roseira brava
Fausto - Peregrinações
Sérgio Godinho – O primeiro dia
Vitorino – Joana Rosa
Adriano Correia de Oliveira – Trova do vento que passa

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Barco Ancorado 15/10/2008


Ney Matogrosso vai realizar um segundo concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Depois de ter esgotado o primeiro espectáculo, marcado para dia 21 deste mês, a promotora Everything Is New agendou uma segunda data, para o dia seguinte.
O artista brasileiro regressa ao nosso país com "Inclassificáveis", o seu novo espectáculo, no qual apresenta inéditos e imprime uma roupagem pop a clássicos da Música Popular Brasileira, como 'O Tempo Não Pára' (Cazuza), 'Divino e Maravilhoso' (Caetano Veloso) ou 'Inclassificáveis' (Arnaldo Antunes).
Além das duas apresentações na capital, Ney Matogrosso actua no Coliseu do Porto, a 19 de Outubro. Os concertos têm início marcado para as 21h00 e os bilhetes custam entre 18 e 60 euros.

A vida de Ney Matogrosso pautou-se sempre pela mudança, devido à carreira militar do seu pai. Contudo, Ney de Souza Pereira (o seu verdadeiro nome) mostrou igualmente, desde muito cedo, uma apetência especial pelas artes. O desejo de sair de casa dos pais, levou-o a alistar-se como voluntário na Força Aérea brasileira, com apenas 17 anos. O gosto pela música e pelo teatro, eram algo de omnipresente, mas a vida acabou por conduzi-lo ao laboratório de anatomia de um hospital militar em Brasília. Foi então que começou a fazer as suas primeiras actuações, chegando inclusive a aparecer num programa televisivo. Na altura, Ney sentia-se com uma inclinação clara para o teatro, e foi essa pretensão que o levou a partir para o Rio de Janeiro.

Os tempos que se viviam eram os do despertar da cultura hippie, e Ney não fugiu à regra quando decidiu dedicar-se à venda de artigos em pele, como forma de sobrevivência. O convite para ser vocalista num conjunto, os Secos e Molhados, apareceu pouco depois, e Ney viu-se então, e pela primeira vez, plenamente integrado no mundo da canção. Após vários meses dedicados ao ensaio, o agrupamento conheceu um sucesso incontestado no Brasil, e vendeu mais de um milhão de cópias. A carreira dos Secos e Molhados foi, no entanto, algo efémera, e depois do lançamento do segundo longa duração, a banda desintegrou-se. O protagonismo de Ney na banda era reconhecido por todos e a sua voz destacou-se naturalmente.
Em 1975, lançou o seu primeiro conjunto de originais, o auto-intitulado "Ney Matogrosso". Os seus espectáculos tornaram-se uma referência no panorama da música brasileira, e as suas apresentações em palco certamente contribuíram em muito para o seu triunfo. A maquilhagem e um vestuário extremamente ousado, acompanhados por concertos onde a componente teatral assumiu um carácter de destaque, levaram Ney a chegar a uma faixa de público que ia para além da população mais jovem, alcançando assim o êxito no Brasil. A restante década de 70 foi ocupada com uma criação musical frenética, que continuou nas suas apresentações ao vivo, que incluíram concertos, um pouco por todo o mundo.

Os anos 80 trouxeram, pela primeira vez, a apresentação de Ney em palco sem maquilhagem, e sem recorrer aos inúmeros adereços que, até então, faziam parte das suas apresentações. O álbum "O Pescador de Pérolas" mostrou isso mesmo, com composições mais sóbrias. A continuidade da sua carreira nos anos que se seguiram prolongou o culto de uma postura mais clássica, e colaborou até com nomes como o violoncelista Raphael Rabello, um dueto que ficou registado no álbum "À Flor da Pele". Antes do registo feito em concerto, "Vivo", de 1999, edita, no mesmo ano, "Olhos de Farol". Em 2001, o disco "Batuque" revive os velhos clássicos do samba dos anos 30 e 40. Em 2004 voltou aos meios de comunicação com o projeto "Vagabundo", em que canta com o grupo carioca Pedro Luís e a Parede.

Alinhamento
Ney Matogrosso – Jeito de amar
Ney Matogrosso – Homem com H
Chico Buarque – Homenagem ao malandro
Caetano Veloso – Só vou gostar de quem gostar de mim
Marisa Monte – Amor I love you
Ney Matogrosso – Pavão misterioso
Arnaldo Antunes – O silêncio
Djavan - Oceano
Zélia Duncan - Catedral
Ney Matogrosso – Por debaixo dos panos

Cadáveres dos dias


É quase manhã de um novo dia.
Sinto ainda os estertores do dia que morreu
alguns instantes atrás.
Ele foi feliz.
Um daqueles dias que não devia acabar.
É preciso coragem para olhar os cadáveres
dos dias que assinalam o nosso caminho.

Ossos esbranquiçados que foram risos
escancarados de alegrias.
Transmudados em escárnios pelo fluir do tempo.
Restos fúnebres que atam as mãos, a alma.
Há palavras engasgadas na voz sem saída.
Choros derramados na solidão entre os silêncios
da morte e da vida.
Apodreceres nas profundezas da memória.

Como posso desejar que nada pereça no dia
em que partir?
Alguém se foi, como se foi o dia de ontem,
para que eu viesse, como veio o dia de hoje.

É preciso coragem para olhar os cadáveres
dos dias que assinalam o nosso caminho.
É preciso ser forte para suportar as feridas
nos ideais encandeados pela luz da nova alvorada.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Barco Ancorado 14/10/2008


Os Kaiser Chiefs recusaram fazer um dueto com Tom Jones. A revelação foi feita pela própria banda, indicando o medo e o nervosismo do vocalista Ricky Wilson com a razão da recusa.
«Quando me perguntaram se queria escrever qualquer coisa com o Tom Jones fiquei muito contente mas demasiado nervoso. Tive medo de entrar em estúdio com ele e depois ficar paralizado», comentou Wilson, citado pelo Daily Mirror.
A banda britânica está a preparar o lançamento do terceiro álbum "Off With Their Heads", marcado para 20 de Outubro.

Algures nos recantos sombrios dos clubes nocturnos de Leeds, no ano de 2003, Ricky Wilson (voz), Andrew "Whitey" White (guitarra), Simon Rix (baixo), Nick "Peanut" Baines (teclas) e Nick Hodgson (bateria e vozes) juntaram-se para formarem uma banda que fosse capaz de actuar ao vivo no festival de Verão lá da terra: nada mais do que o conceituado Festival de Leeds.
Nasciam os Kaiser Chiefs.

Inspirados em bandas como The Kinks, Madness, Roxy Music ou Blur, todos os elementos dos Kaiser Chiefs já tocavam juntos desde os 15 anos. Todos, à excepção do vocalista Ricky Wilson, que foi convidado para integrar o grupo graças à sua prestação numa banda de tributo aos Rolling Stones . E assim começou a história dos Kaiser Chiefs, cujo nome é inspirado na equipa sul-africana de futebol.
A gravação do primeiro single, 'Oh My God', financiado pelo próprio grupo, começou a despertar curiosidade no Reino Unido e conduziu aos primeiros contratos discográficos da banda com editoras independentes. Após a edição do single 'I Predict a Riot', que chegou ao TOP 20 britânico em 2004, a editora Universal "agarrou" a banda, apesar de só ter ouvido algumas demos produzidas no quarto de Nick. Por esta altura, já toda a gente queria ouvir os Kaiser Chiefs e até o produtor Stephen Street (Cranberries, The Smiths, Morrissey e Blur) se ofereceu para trabalhar no álbum de estreia "Employment".

Depois de alcançarem o topo das tabelas, os Kaiser Chiefs provaram a sua garra ao vivo. Em Agosto de 2005, a banda brindou o público português com dois concertos fascinantes: a primeira parte do concerto dos U2, no Estádio de Alvalade, e uma actuação no Festival de Paredes de Coura, onde o entusiasmo de Ricky Wilson lhe fez torcer o pé em palco.
Em 2007, saiu o segundo álbum, "Yours Truly, Angry Mob", que não teve o mesmo impacto de "Employment". Agora, a banda britânica está a preparar o lançamento do seu terceiro álbum, "Off With Their Heads", marcado para 20 de Outubro.

Alinhamento
Kaiser Chiefs – Everyday I love you less and less
Kaiser Chiefs – I predict a riot
Bloc Party – I still remember
Interpol – Slow hands
Oasis – Stand by me
Kaiser Chiefs – Oh my God
Snow Patrol - Run
Keane – Nothing in my way
Beck - Lost cause
Kaiser Chiefs - Ruby

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Barco Ancorado 13/10/2008


Passam 30 anos da morte do mais famoso cantor belga de todos os tempos. A data assinalou-se exactamente na última quinta-feira. «Vai até ao limite da sua força, porque através da voz expressa a sua razão de viver e cada verso atinge-te profundamente e deixa-te como que encantado», foi assim que Edith Piaff descreveu Jacques Brel.
Nasceu em Abril de 1929 na capital Bruxelas. Começou a tocar guitarra aos 15 anos e pouco depois já compunha as suas próprias canções, enquanto cantava num grupo juvenil. Em 1953 conseguiu o seu primeiro contrato discográfico e editou o single de estreia 'La Foire', com o carimbo da Philip Records.

Depois de se casar com Thérèse Michielsen e mudar-se para Paris, Brel actuou em muitos bares da capital francesa, antecedendo o primeiro concerto no histórico Olympia, que deu o mote para a digressão pela França. No final da tournée, acabaria por editar o disco de estreia "Jacques Brel et Ses Chansons", em 1954. Atinge o primeiro sucesso comercial com o single 'Quand On N'A Pas Que l'Amour' em 1956, antecedendo os lançamentos seguintes: "Jacques Brel 2" (1957), "Jacques Brel 3" (1958) e "Jacques Brel 4" (1959).
"Américan Debut", uma compilação dos temas já editados por Brel, lançada em 1960, marca, como o nome indica, a chegada aos EUA, seguida de uma digressão que inclui uma passagem pelo mítico Carnegie Hall de Nova Iorque. Por esta altura, músicas como 'Ne Me Quittes Pas' e 'La Colombe', eram objecto de versões por artistas como Frank Sinatra, Joan Baez e Judy Collins.

Depois de várias edições de estúdio e ao vivo, incluindo os registos "A L'Olympia 1962/1964" e as respectivas digressões em todo o mundo, Jacques Brel anuncia um afastamento dos palcos em 1966, não sem antes fazer uma série de concertos no Olympia e seis meses de espectáculos internacionais. Em 1967 dá o seu último concerto e edita novo disco de estúdio intitulado "Jacques Brel '67", o único nos dez anos seguintes. Dedica-se então ao cinema e protagoniza o filme "Les Risques du Métier", o primeiro de nove até 1973 em que participa como actor. Em paralelo, estreia-se como realizador com a película "Franz" de 1971, experiência que repete em "Le Far West" de 1973.
Em 1974 anuncia a sua vontade de dar a volta ao mundo de barco, projecto que tem de interromper depois de ser diagnosticado com cancro de pulmão, quando se encontrava nas Canárias. Brel submete-se então a uma cirurgia que lhe remove parte do pulmão e regressa à sua viagem, depois de recuperar. Em 1976 chega às ilhas Marquesas, onde decide ficar. Em 1977, é tempo ainda para regressar a França e gravar um novo disco, "Brel", o último que lança em vida. Uma recorrência da doença obriga-o a novo tratamento em Julho de 1978. No dia 9 de Outubro desse ano, Brel falece em Paris, com 49 anos. O funeral tem lugar nas Ilhas Marquesas, com o cantor a ser enterrado numa campa vizinha à do pintor Paul Gauguin, naquele destino paradisíaco da Polinésia Francesa.

Um dos maiores embaixadores da música francófona, Brel, deixou ao mundo 12 álbuns de estúdio, dois ao vivo e uma mão cheia de clássicos da chanson. Recentemente foram vendidos na Sotheby de Paris vários artigos de colecção do falecido músico por um valor acima de um milhão de euros. Uma herança que torna curiosas estas suas palavras: «Na vida de um Homem, há duas datas importantes: o nascimento e a morte. Tudo o que fazemos no meio não interessa».

Alinhamento
Jacques Brel – La valse a mille temps
Jacques Brel - Amsterdam
Serge Gainsbourg – La javanaise
Charles Aznavour – Que c´est triste Venise
Edith Piaf – Non, je ne regrette rien
Michel Fugain – Je n´aurai pas le temps
Jacques Brel – Quand on n´a que l´amour
Alain Souchon - Bidon
Joe Dassin – Ça va pas changer le monde
Michel Sardou – La maladie
Jacques Brel – Ne me quitte pas

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Antes que seja tarde


De nada adiantam
sonhos fechados no coração.
Como ficam as coisas que perdem o viço,
num baú com naftalina.

Realiza-os! Não os guardes!
Ou um dia eles serão espanados,
pós de antiguidades inúteis,
e sairão da tua existência,
como saem do peito com enfermidade grave,
ou dos antiquários as velharias para leilão.

Opta por novos sonhos com urgência,
nem que liricamente fúteis,
e trata-os com cuidado e benevolência.

Antes que seja tarde.

Barco Ancorado 10/10/2008


O primeiro álbum dos Guns N'Roses em 14 anos, 'Chinese Democracy', vai ser editado a 23 de Novembro, um domingo. O lançamento foi confirmado à Billboard por fonte próxima da banda. A edição é exclusiva da Best Buy nos Estados Unidos.
O tema 'Shackler's Revenge' vai ter estreia antecipada no jogo 'Rock Band 2' e um excerto de 'If the World' serve de banda-sonora aos créditos do filme Body Of Lies, com Leonardo DiCaprio e Russell Crowe.

Los Angeles foi o berço de uma banda que conheceu a fama, mas não resistiu às divergências internas e aos egos inflamados dos seus membros. Por isso, o único membro presente da formação original dos Guns N´Rosesé Axl Rose.
É de 1986 o primeiro EP da banda intitulado "Live Like a Suicide". Na altura, com a música mundial dominada pela pop em grande escala, podia até pensar-se que não havia lugar para uma banda cuja postura e música era no mínimo pouco ortodoxa. Os Guns representavam o rock'n'roll na mais pura e suja das formas, nas músicas e letras com referências substanciais a sexo, drogas e violência.
O primeiro álbum de 1987, "Appetite For Destruction", precisou da ajuda da MTV para chegar ao sucesso. O contrato assinado com a editora Geffen começou assim, e finalmente a dar os seus frutos. A formação inicial, com Axl Rose, Slash, Duff McKagan, Izzy Stradlin e Steven Adler cedo se modificou. Adler foi despedido (os outros membros alegaram o consumo excessivo de drogas que prejudicava o seu rendimento) e entrou o ex-baterista dos The Cult, Matt Sorum. O álbum tornou-se lentamente num sucesso de vendas e conseguiu três singles nos primeiros dez lugares do top americano, 'Sweet Child O'Mine', 'Welcome To The Jungle' e 'Paradise City'.

O disco seguinte, "GN'R Lies" foi como uma reedição do primeiro EP, acompanhado de quatro novos temas acústicos. Até 1991, arrastaram-se os trabalhos para a edição de um novo longa duração e a formação da banda sofreu nova alteração com a entrada de Dizzy Reed para as teclas.
A espera foi compensada com a edição simultânea de "Use Your Illusion I" e "II", mas pouco tempo depois, ocorreu nova alteração do elenco, com a saída de Izzy Stradlin e a entrada de Gilby Clarke para o seu lugar. A fama dos Guns era agora um fenómeno mundial construído também devido aos incontáveis episódios protagonizados pelos seus membros. Ficam, na memória, a cerimónia de entrega dos prémios American Music Awards durante a qual Slash e Stradlin fizeram inúmeras obscenidades em directo na TV, e ainda os vários episódios de violência envolvendo alguns dos elementos. Mas, com a passagem do tempo e o aparecimento do grunge em Seattle, a projecção da banda foi diminuindo.

Em 1993, sai o disco de versões, "The Spaghetti Incident?", onde o guitarrista Slash se despede do colectivo. Embora só tenha saído oficialmente em 1996, as participações em projectos paralelos, como os Slash's SnakePit e colaborações com Michael Jackson e Bob Dylan, entre outros, ajudaram em muito ao seu distanciamento. Duff McKagan e Matt Sorum participaram igualmente num outro projecto, os Neurotic Ousiders com Steve Jones (ex-Sex-Pistols). Axl Rose, que entretanto tinha deixado a banda, voltou com direitos sobre a sua denominação, e acabou por despedir Slash, McKagan e Sorum.(Clarke já tinha tido o mesmo destino pouco tempo antes).
Neste momento, os Guns são constituídos por Axl Rose, Reed, o baixista Tommy Stinson e o baterista Josh Freese, que, com a ajuda dos guitarristas Huge, Finck e Dave Navarro gravaram "Oh My God". A edição de um novo longa duração em 14 anos, 'Chinese Democracy', vai acontecer a 23 de Novembro.

Alinhamento
Guns N´Roses - Patience
Guns N´Roses – Paradise city
Scorpions – Lady starlight
Guns N´Roses – November rain
Black Sabbath - Changes
Guns N´Roses – Don´t you cry

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Faltam as cores


Há dias que passam lentos arrastando
odores tristes e fazendo ilusões em
caleidoscópios cinzas de solidão sem fim.

Faltam as cores que iluminam o olhar
e há ausência do alegre aroma verde molhado
da manhã de novo dia
e até o choro parece emprestado aos
nossos olhos que teimam secos lamentos.

O sorriso que era leve faz-se pesado
pelo que não sabe distinguir...
apenas... tão somente... existe nostalgia
e a dor dela é muito profunda
dilatada por não ter caminho a seguir.

A felicidade perde tempo
na vida breve... a deriva... passando...

Barco Ancorado 09/10/2008


Se fosse vivo, completaria esta quinta-feira 68 anos. Nasceu em Liverpool no dia 9 de Outubro de 1940. John Lennon está para a música como Picasso para a arte. Como Bill Gates para a informática. Como Pelé para o futebol. Exagero? Talvez não. Não erramos muito se dissermos que se John não chegou à perfeição, então, esteve lá perto. Em 40 anos de existência, tornou-se numa lenda viva e eterna no mundo da música. Desde cedo começou a mostrar a sua veia musical, apesar dos muitos problemas familiares vividos na infância.
Não terá tido um início de vida propriamente feliz, pois aos quatro anos assistiu à separação dos seus pais. Coube-lhe a responsabilidade de escolher: ir com o pai para a Nova Zelândia ou ficar com a mãe, uma doméstica sem grandes posses. Apesar das dúvidas e incertezas até final, o calor maternal falou mais alto. Ainda assim, foi com a tia Mimi que John foi criado. Seguiu-se a escola, onde começou a dar nas vistas pelo seu arrojado gosto musical.

Como criança, John Lennon viveu sem grandes percalços. Nunca desesperadamente infeliz nem extremamente contente. Ficou conhecido como o rapaz que gostava de música.
Os anos foram passando até que algo súbito interrompeu a sua aparente acalmia: a sua mãe, que entretanto casara novamente, morreu antes dele completar 18 anos. Foi um período complicado para John, que se tornou numa pessoa amarga e anti-social.
Coincidência ou talvez não, aparece na sua vida o seu primeiro grande amor: Cynthia Powell, que seria a sua primeira mulher.
Aos 20 anos, e depois de fundar com o amigo Paul McCartney os Quarrymen, começa a ganhar prestígio. A estes dois juntam-se a George Harrison e Stu Stcliffe. O nome da banda foi mudado para The Silver Beatles. Peter Best junta-se à banda.
Segue-se a prova de fogo. Apesar de se conhecerem há algum tempo, agora tinham pela frente uma extensa digressão na Alemanha. Tocaram, empolgaram multidões, chegaram rapidamente ao estrelato. O regresso a casa não podia ter sido melhor - eram a banda do momento em Inglaterra.
"Love Me Do" foi o primeiro single, em 1962, o mesmo ano em que John casou com Cynthia Powell, que entretanto tinha engravidado. Stu Stcliffe morre e Peter Best é substituído na bateria por Ringo Starr.

É tempo de chegar o primeiro álbum, "Please Please Me". Em tempo de conflitos políticos e mudanças ideológicas, o disco atinge o top britânico, onde se mantém teimosamente por 30 semanas. O estilo moderno e livre da música dos Beatles é uma lufada de ar fresco em Inglaterra.
Ainda em 1962, John torna-se pai pela primeira vez, de um rapaz chamado Julian.
Nos anos seguintes, dedica-se também à escrita. "In His Own Write" foi o título do seu primeiro livro. É já em Londres que o músico conhece pela primeira vez as drogas. Depois de voltar a ver o pai, John mete a colher na controversa área da religião. A afirmação polémica de que os Beatles são mais conhecidos que Jesus Cristo não caiu bem entre muita gente, não só no Reino Unido, mas um pouco em todo o mundo.
Antes de Paul McCartney anunciar a sua saída da banda, em 1970, John envolve-se com Yoko Ono, que conheceu numa exposição, em 1966, provocando o divórcio com Cynthia Powell.
É já ao lado de Yoko que John lança a sua carreira a solo. Para trás tinham ficado os Beatles. Yoko Ono andava com John para todo o lado. Ambos começaram a fazer música, sob a designação de Plastic Ono Band. Concertos e festivais foi coisa que não faltou durante os primeiros anos da década de 70. O casal separa-se, alegadamente por motivos de pressão, e John volta ao álcool. 14 meses durou a separação.

Em 1975, e depois de já ter abortado espontaneamente, Yoko Ono dá finalmente à luz o primeiro filho do casal, Sean. John passa então a viver uma vida mais calma. Os últimos cinco anos da sua vida foram dedicados à família. Cuidar do filho e dar atenção aos interesses familiares estavam no topo das suas preferências. Pelo meio foi escrevendo e compondo alguns temas, que viriam a ser editados em forma de álbum, em 1980.
Quando começaram a surgir rumores sobre uma eventual reunião dos quatro elementos dos Beatles, John foi brutalmente assassinado, mesmo em frente ao seu apartamento, em Nova Iorque. Morreu horas depois num hospital da cidade, aos 40 anos.

Alinhamento
John Lennon – Jealous guy
John Lennon - Woman
Cat Stevens – Father and son
The Mamas & Papas – Dedicated to the one I love
Simon & Garfunkel – Bridge over troubled water
John Lennon – Just like starting over
Roy Orbison – In dreams
Linda Ronstadt – Don´t know much (ft Aaron Neville)
Bob Dylan – Lay lady lay
John Lennon - Imagine

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Infinita partida


Escrevo nesta manhã como quem pisa em sementes
de cicuta que ocupam o lugar das areias quentes
e o horizonte se perde no nevoeiro que envolve sonhos.

Chuto o rasto de esperma amarelado e espumante
do navio que zarpou levando-te no ventre de ferrugem,
mas como nunca acabas de partir ainda sinto a tua
presença na saliva da manhã de salsugem escondida.

Do embaçado da tua viagem para o longe que não sai
daqui onde estão os teus despojos por toda a parte,
ouço dois apitos longos anunciando o teu regresso.

Não partes e é um horror estares dentro de todos os
poemas que antes eram a minha morada do silêncio
e eu podia mover-me por trás do corpo das palavras.

Ah! esta tua infinita partida que vai durar toda a vida.

Barco Ancorado 08/10/2008


Mark Knopfler recusou uma possível reunião dos Dire Straits. De acordo com o baixista John Illsley, Knopfler é o único ex-membro a impedir não só o regresso aos palcos como às edições.
«Acho que definitivamente temos em nós mais uma digressão e provavelmente um novo disco. Mas ele está a fazer outra música agora», comentou Illsley à BBC, acrescentando «está a dar-se muito bem como artista a solo, por isso tiremos-lhe o chapéu. Está a passar uma fase óptima com o que está a fazer agora».
A última edição de Knopfler foi o disco "Kill To Get Crimson" de 2007. Já os Dire Straits, não editam nada desde "On Every Street" de 1991.

A carreira de Mark Knopfler confunde-se inequivocamente com o caminho de sucesso da banda da qual foi principal mentor, os Dire Straits. Natural da Escócia, Knopfler foi viver para Inglaterra com apenas sete anos. A sua aptidão natural para a música começou a notar-se desde muito cedo. Ainda jovem, formou inúmeras bandas, inspirado por nomes como Jimi Hendrix ou James Burton. Depois de completado o curso universitário, Knopfler começou por ser crítico musical no Yorkshire Evening Post, antes de voltar novamente aos estudos, complementando o curso de jornalismo com uma especialização na língua inglesa. O gosto de Knopfler pela música, para além da necessidade inerente ao seu trabalho de crítico levaram-no a conhecer Steve Phillips, um cantor de blues e guitarrista que fazia pequenos concertos na zona de Leeds. As afinidades criativas e a partilha de gostos musicais acabaram por tornar possível a formação de um duo, os Duolian String Pickers.
A dupla tocou em conjunto durante mais de cinco anos, e Mark beneficiou do trabalho feito em conjunto, já que no decurso das actividades do duo, foram-lhe apresentados vários nomes importantes no mundo da guitarra e dos blues, como Lonnie Johnson.

Depois de terminado o curso de Inglês, Mark partiu para Londres. Foi na capital britânica que Knopfler respondeu a um anúncio que encontrou no Melody Maker: uma banda intitulada Brewer's Drop procurava um elemento para a sua formação. O irmão de Mark, David, mudou-se entretanto para Londres, o que proporcionou a reunião dos irmãos em termos musicais. A junção do talento familiar com outros elementos, levou à criação dos Café Racers. O baixista John Illsley integrou-se pouco depois, dado o grande entendimento entretanto denotado entre todos. Pick Withers, o baterista, entraria na formação em 1977, por sugestão de Mark, e a designação Dire Straits veio logo de seguida. Estava assim lançada aquela que veio a ser uma das maiores bandas de rock da década de 80.
A actividade de Mark, paralelamente à carreira de êxitos dos Straits, principiou em 1984 quando compôs a banda sonora do filme "Local Hero". Um ano depois, deu continuidade ao mesmo género de trabalho com a composição de temas para o filme "Cal". Nesse mesmo ano, contribuiu decisivamente para o álbum de regresso de Tina Turner, "Private Dancer". Dois anos depois, em 1986, Knopfler reuniu-se novamente com Steve Philips, que juntamente com Brendan Croker, Ed Bicknell e Paul Franklin formaram os Notting Hillbillies. O êxito da iniciativa ficou patente nos resultados de vendas do álbum "Missing...Presumed Having a Good Time" que chegou aos discos de platina.

O caminho de Mark Knopfler a solo começou em 1996 com o álbum "Golden Heart". Mas a participação na execução de bandas sonoras não se cingiu às referências anteriores. Mark participou ainda nas composições de filmes como "The Princess Bride", "Last Exit to Brooklyn", "Metroland" ou "Wag The Dog". A excelência do trabalho de Knopfler, levou-o a colaborar com nomes como Bob Dylan, Eric Clapton, Van Morrison, Aztec Camera ou Sting. O último registo de Knopfler em disco foi o seu segundo álbum a solo, "Sailing To Philadelphia", editado no ano 2000. Em 2002, o ex-Dire Straits voltou à carga com "The Ragpicker's Dream", em 2006 chegou “All the Road Running” e já no ano passado “Kill to Get Crimson”.

Alinhamento
Mark Knopfler – What it is
Mark Knopfler – Sailing to Philadelfia
Neil Young - Stringman
Robert Plant – 29 palms
Mark Knopfler – Prairie wedding
Bob Dylan - Things have changed
Van Morrison – Brown eyed girl
Mark Knopfler – The trawlerman´s song

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Barco Ancorado 07/10/2008


Thom Yorke completa esta terça-feira 40 anos. O vocalista dos Radiohead nasceu a 7 de Outubro de 1968 em Inglaterra. Toca guitarra, piano e laptop. Actualmente, vive em Oxford com a sua companheira de longa data, a artista plástica com doutoramento em história da arte Rachel Owen, da qual teve já dois filhos: Noah e Agnes.
Nascido com o olho esquerdo paralisado, Thom Yorke submeteu-se a um total de cinco operações de correcção nos seus primeiros cinco anos de vida. A última foi mal-sucedida e quase lhe tirou toda a visão do olho esquerdo.
Yorke teve a sua primeira guitarra aos sete anos, ao ver a performance do guitarrista dos Queen, Brian May, na televisão. A primeira canção que escreveu chamava-se Mushroom Cloud e fala sobre a formação de uma nuvem seguindo-se uma explosão nuclear.

Thom Yorke formou a primeira banda aos 11 anos, quando frequentava a escola privada para rapazes Abingdon School, onde conheceu os seus futuros companheiros Ed O'Brien, Colin Greenwood, o baterista Phil Selway e o irmão mais novo de Colin, Jonny Greenwood. Inicialmente chamavam-se On a Friday, pois a sexta era o único dia em que podiam ensaiar. Mais tarde, quando passou pela Universidade de Exeter, Yorke foi membro dos Headless Chickens, e trabalhou num hospital psiquiátrico como assistente. Em Exeter, conheceu Stanley Donwood, que mais tarde trabalharia na arte-final da banda de 1994 até hoje. O nome Radiohead foi inspirado numa música do álbum True Stories, dos Talking Heads.

Depois do grande sucesso chamado 'Creep', uma sucessão de álbuns cada vez mais complexos fez dos Radiohead uma das bandas mais respeitadas do mundo, em parte devido aos temas de existencialismo urbano, maldade, e amor nas letras de Yorke. Algumas das suas músicas têm mensagens políticas, a mais proeminente no álbum Hail to the Thief (saudações ao ladrão, em português). O título é visto como uma referência directa à eleição para presidente dos Estados Unidos de George W. Bush.
Thom Yorke e o vocalista do R.E.M., Michael Stipe, são amigos íntimos e frequentemente participam nos shows um do outro. A música 'How to Disappear Completely', foi inspirada por Stipe, que aconselhou Yorke a falar para si mesmo.
Yorke já explicou em várias entrevistas que não gosta da 'mitologia' que sente ser endémica com o género rock, e odeia a obsessão dos mídia com celebridades.

Yorke é conhecido pelo seu falseto distintivo e pela habilidade em encontrar e sustentar notas elevadas. A sua voz já foi comparada à de Jeff Buckley e de Matthew Bellamy.
Yorke já disse que prefere computadores às guitarras, e pensa que programas como o Pro Tools dão ao músico maior poder na direcção de uma música do que instrumentos tradicionais.

Alinhamento
Radiohead – High and dry
Radiohead – No surprises
Beck – Lost cause
Oasis – Don't look back in anger
The Smiths – Heaven knows I'm miserable now
Radiohead - Creep
The Cure – Friday I'm in love
R.E.M. - Loosing my religion
Radiohead – There there

Só o amor pode


Despertei as palavras que dormiam
nos versos dos papéis.
Acordei os sentidos que o calor não tocava.
Despi-me dos poemas em retalhos
que me cobriam a nudez do lado de fora.

Sem disfarçar as dobras da minha face,
e a experiência que cobre o meu corpo,
alterei os ponteiros da minha calma.

E agora, nas maduras horas mais lentas,
a alma preenche os próprios vazios,
com esperanças que só o amor pode,
enquanto eu danço nu no novo tempo,
e dissipo vigor por todos os poros.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Barco Ancorado 06/10/2008


Oito temas inéditos de Nina Simone vão ser lançados numa edição especial, que deverá chegar às lojas no final deste mês.
Entre eles encontram-se versões de 'Suzanne', de Leonard Cohen, e de 'No Opportunity Necessary, No Experience Needed', de Richie Haven - ambas gravadas ao vivo no New York's Philharmonic Hall, em Outubro de 1969 - um original ('Tanywey' - gravado durante as sessões de estúdio do disco "Here Comes The Sun", em 1971) e uma versão alternativa de 'Ain't Got No-I Got Life', de 1968.

"'To Be Free: The Nina Simone Story", título do registo, é editado numa caixa especial, com um duplo CD, totalizando 51 músicas, e um DVD, contendo versões que a cantora gravou para todas as editoras com que trabalhou entre 1957 e 1993, bem como imagens raras de apresentações ao vivo.

A colectânea sai no dia 28 deste mês e inclui ainda fotografias do arquivo pessoal dos familiares de Nina Simone e anotações do biografo da cantora, David Nathan, para cada um dos temas.

Alinhamento
Nina Simone – My baby just cares from me
Nina Simone – Feelin good
Billie Holiday – Blue moon
Sarah Vaughan – All the things you are
Nina Simone – Black is the color of my true loves hair
Madeleine Peyroux – Don´t wait too long
Etta James – At last
Aretha Franklin – Call me
Diana Krall – Just the way you are
Nina Simone - Summertime

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Barco Ancorado 03/10/2008


Esta sexta-feira, Gwen Stefani completa 39 anos. "Love Angel Music Baby" marcou o início da carreira a solo da vocalista dos No Doubt. A cantora norte-americana procurou afastar-se um pouco do sons ska, que caracterizavam a sua banda e inspirou-se em alguns dos seus artistas favoritos fora dessa vertente musical, casos de Prince, Madonna, Club Noveau ou The Time. 'What You Waiting For?' foi o single de apresentação deste seu primeiro álbum a solo, editado em 2004. A letra coube à ex-Four Non Blonde, Linda Perry, um dos muitos nomes sonantes que acompanharam Gwen Stefani na criação do álbum. The Neptunes, New Order, Pharrel Williams e Tony Kanal (baixista dos No Doubt e ex-namorado de Gwen) foram, entre outras, colaborações presentes em "Love Angel Music Baby".

A 'What You Waiting For?' sucederam-se, na carreira de Gwen Stefani, os êxitos de outros singles como 'Rich Girl', 'Hollaback Girl' e 'Cool', que confirmam o sucesso do álbum e valeram a Gwen Stefani a atribuição do prémio de Melhor Artista Feminina Internacional a Solo e quatro nomeações para os MTV Europe Awards: Melhor Artista Feminina, Melhor Artista Pop, Melhor Álbum e Melhor Vídeo, pelo tema 'What You Waiting For?'.

O disco "Love Angel Music Baby" reflecte também a personalidade multifacetada de Gwen Stefani, neste caso o seu gosto pela moda. A cantora possui uma linha de roupa própria, a LAMB, a que curiosamente correspondem as iniciais do título do seu álbum a solo. A alusão a estilistas de renome, como Vivienne Westwood, em alguns temas, e a presença da cultura japonesa, através das Harajuku Girls (expressão que designa jovens raparigas japonesas que acrescentam às tendências da moda um estilo divertido e frenético), surgem no disco como um prolongamento natural da própria cantora. Harajuku Girls é, também, o nome da colecção de primavera da sua marca LAMB, à qual os restantes membros dos No Doubt emprestaram o seu talento desenhando acessórios.

A par da moda e da música, Gwen Stefani interpretou o papel de Jean Harlow no filme "O Aviador", com Leonardo Di Caprio. Esta espécie de aura de glamour que envolve Gwen Stefani cedo a destacou no seio do seu grupo, os No Doubt. As qualidades vocais e a força das suas interpretações tiveram um importante contributo na afirmação destes enquanto banda de new wave/ska, como ilustram temas como 'Just a Girl' ou 'Don't Speak', do álbum "Tragic Kingdom" (1995).
Embora a continuidade dos No Doubt não esteja, para já, posta em causa, a cantora californiana, mulher do antigo vocalista dos Bush, Gavin Rossdale, consolidou a sua carreira a solo com o segundo álbum em nome individual, "The Sweet Escape".

Alinhamento
Gwen Stefani - Cool
Gwen Stefani – What you waiting for?
Nelly Furtado – On the radio
Christina Aguilera - Candyman
Britney Spears – Baby one more time
Gwen Stefani – Rich girl (ft Eve)
Avril Lavigne – Don´t tell me
Madonna - Music
Jennifer Lopez – Get right
R. Kelly – The world´s greatest
Gwen Stefani – Hollaback girl

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Poema da despedida


Não tenho como saber se te encontrarás
no tempo casual que buscas.
Num espaço incerto que persegues.
Mas se acontecer e se me vires nada digas.

Eu terei na retina o que pensaste ter-me escondido.
E do silêncio da minha voz nada ouvirás.
Nem ecos eu tenho para os teus ouvidos.
Mas sei que irás sentir do meu olhar
o poema da despedida.

Se a tua voz atrevida falar de chegada.
Ela colherá das minhas mãos o tempo de dar.
Não fará falta no meu existir uma lasca de vida.
Já vim feito com o dom de doar.

Esperei todos os dias pela manhã do amanhã
Mas ela não voltou.
E toda a claridade trouxe apenas ontem.

Ouvi nas madrugadas algumas melodias repetitivas.
Intercaladas de longas horas vazias.

Rareiam os poetas
e os corações românticos para ouvi-los.

Eu prossigo sem me perder.
Estarás para sempre presença que preferiu partir.
Não tenho como saber se te encontrarás.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Olhar nos olhos


Não consigo olhar nos olhos
da mancha opaca, entreposta entre mim
e o outro lado da neblina translúcida.
O olhar embaciado da forma não segura.
O meu olhar que demora.

Fico sem saber se o semblante está dentro
ou está fora das coisas distorcidas
que antevejo.

Não me vejo mesmo nos laivos irreais
do lado de lá do véu.
A minha verdade certamente é outra.
A dos pensamentos errantes,
mas que o coração sabe sentir sem engano.

A minha alma não é moribunda,
não anda perdida nos espaços em branco.
Como as letras que voam em círculos,
procurando uma palavra,
onde possam pousar o verbo mais sentido.

A minha alma sonha, mas não se distancia,
não se desvanece do outro lado da vidraça.

Deixa rastos.
Deixa marcas.
Fica tatuada dentro das outras almas
que abraça,
e fundem-se numa mesma verdade.

Assim os meus olhos possam demorar
no olhar que me olha.

Barco Ancorado 01/10/2008


Os Depeche Mode deverão actuar na próxima edição do Optimus Alive!. A banda prepara-se para anunciar oficialmente a nova etapa de concertos, numa conferência de imprensa a decorrer em Berlim, no próximo dia 6 de Outubro.
Contudo, na última edição do festival foi revelado em off que uma banda com duas palavras sendo a primeira começada pela letra D já estaria contratada. O site de fãs da banda publica uma lista das cidades europeias por onde a digressão irá passar e na qual se incluirá uma actuação em Lisboa, a 9 de Julho.
Na referida conferência de imprensa, os Depeche Mode devem revelar detalhes de um novo álbum. O disco deverá estar pronto até ao fim do ano embora a edição só esteja prevista para 2009.

Os Depeche Mode foram uma das primeiras bandas pop do Reino Unido, na vaga de 80, a desenvolver uma identidade musical totalmente baseada na utilização de sintetizadores. Apostaram, primeiro, num som muito próximo da música de dança, evoluindo posteriormente para sonoridades mais alternativas.
Antes de optarem pelo nome Depeche Mode, os músicos Vince Clarke, Andrew Fletcher, Martin Gore e David Gahan, integraram projectos conjuntos com designações tão distintas como No Romance in China, French Look e Composition of Sound.

Depois de alguns singles editados, se bem que sem grande destaque, os Depeche Mode conseguiram finalmente alguma divulgação com o tema "Just Can't Get Enough", bem como com o seu álbum de estreia de 1981, "Speak and Spell". Nesta mesma altura, Vince Clarke, o responsável pelas letras, abandonou o grupo para se juntar a Alison Moyet, com quem formou o projecto Yazoo, deixando assim o futuro dos Depeche Mode em aberto.
O grupo recrutou Alan Wilder para preencher o vazio deixado pela saída de Clarke, mas foi Gore quem acabou por ocupar o lugar de letrista. Em 1982 foi editado "A Broken Frame", um disco com uma sonoridade muito próxima do seu antecessor, mas com o tempo as canções de Gore tornaram-se mais trabalhadas. Tal foi comprovado em 1983 com "Construction Time Again", o "disco-rampa de lançamento" artístico e comercial do grupo. Dele, foi extraído o single "People Are People", um sucesso à escala internacional que abriu novos horizontes à música da banda.
A confirmação surgiu em 1986, com "Black Celebration", e após o lançamento do single "Strangelove", a banda editou "Music for the Masses", em 1987, disco que serviu de mote a uma digressão cujos concertos foram gravados e posteriormente editados no duplo álbum ao vivo "101".

Com uma legião de fãs cada vez maior e mais consistente, os Depeche Mode continuavam a ser encarados como uma banda à margem, mas eram ao mesmo tempo considerados um fenómeno de culto, que aumentou de proporções com a edição de "Violator", disco de 1990, do qual foram extraídos os êxitos "Enjoy the Silence", "Policy of Truth" e "Personal Jesus".
No início dos anos 90, com o emergir da música alternativa os Depeche Mode continuaram a ser consideradas uma das bandas mais influentes da época, tendo o seu álbum de 1993, "Songs of Faith and Devotion", tomado de assalto o topo das tabelas de vendas.
No entanto, no auge da sua popularidade o grupo começou a desmantelar-se. Wilder abandonou a banda em 1995 e Gahan após uma tentativa de suicídio foi internado numa clínica de reabilitação de drogas. O fim do calvário terminou em 1997 com a edição de "Ultra", do qual resultaram os êxitos "Barrel of a Gun" e "It's No Good". No ano seguinte, foram editadas duas colectâneas de singles da banda, cujo lançamento foi acompanhado por uma digressão. E em 2001 "Exciter", que marcou o regresso depois de um longo silêncio. Quatro anos depois, a banda de Martin Gore lançou "Playing the Angel".

Alinhamento
Depeche Mode – Dream on
Depeche Mode – Enjoy the silence
Erasure - Sometimes
New Order - Regret
Pet Shop Boys – West end girls
Depeche Mode -Strangelove
Portishead – Sour times
Groove Armada - Dusk you & me
Depeche Mode – Just can´t get enough