quarta-feira, 30 de abril de 2008

Mulheres


Não me bastam os cinco sentidos para perceber-lhes toda a beleza. Não me bastam os cinco sentidos para viver com totalidade o mistério profundo que elas trazem consigo.
Tenho é que tocá-las, cheirá-las, acariciá-las, penetrar-lhes o sorriso, sentir o seu perfume, beijar-lhes o céu da boca, ouvir as suas histórias, transformá-las em deusas. Tenho que dar-lhes o amor que o meu corpo conduz e me sustenta a alma. O belo amor natural por todas as coisas do mundo. Como espelho de paixões em labareda, tenho que sentir nos seus olhos um raro brilho diamante.
Respeito-as e venero-as com a graça de um cisne que dança num lago tranquilo e a ousadia de um touro selvagem recém-despertado. Não lhes faço perguntas, não as pressiono por nada, não lhes tiro a liberdade, não quero mudá-las jamais. Cavalgo o vento para visitar-lhes as razões, as emoções e as loucuras. Mergulho na essência dos seus desejos e cada vez me espanto mais com tanta fantasia. Os cinco sentidos, por não serem precisos, ainda não bastam, e preciso mais do que isso para compreendê-las.

Barco Ancorado 30/04/2008


Os britânicos Goldfrapp vão actuar na edição deste ano do Festival Sudoeste. Alison e companhia anunciaram no seu Myspace que se apresentam no festival da Zambujeira do Mar a 8 de Agosto.
Na bagagem os Goldfrapp vão trazer o novo álbum, "Seventh Tree", do qual já foram extraídos os singles 'A&E' e 'Happiness'.
O Festival Sudoeste decorre entre 7 e 10 de Agosto e contará, também, com espectáculos de Björk e dos Franz Ferdinand.

Goldfrapp é o nome do projecto de "pop sofisticada", como o definem alguns entendidos, formado por Alison Goldfrapp e pelo compositor de bandas sonoras Will Gregory.
Já na altura em que frequentava o curso de pintura na Universidade de Middlesex, Alison sabia que a música era no fundo a sua grande paixão e única vocação, e mesmo antes de ter terminado o curso, a cantora tinha já colaborado no álbum de estreia de Tricky, com quem andou em digressão durante um largo período de tempo. Ao longo da década de 90, teve muitas outras colaborações com artistas, entre os quais se contam nomes como os Orbital.
Foi a partir do momento em que sentiu necessidade de criar música sua e intemporal, e depois de se sentir preparada para avançar a solo, que Alison se centrou no seu próprio projecto, que ganhou forma com a ajuda de Will Gregory.
O encontro entre os dois aconteceu quando um amigo comum deu a ouvir a Gregory uma cassete com algumas composições de Alison. Impressionado com a voz emblemática da cantora, bem como com as suas letras e música, o compositor de bandas sonoras começou a trocar com Alison cassetes onde ambos gravavam as músicas que ouviam na altura.
Muitas conversas e cassetes gravadas depois, ambos se aperceberam que partilhavam um gosto musical semelhante e que o próximo passo a dar era, inevitavelmente, formar um projecto conjunto.

Corria o ano de 1999 quando Alison Goldfrapp e Will Gregory montaram um estúdio num bungalow situado no campo, em Wiltshire, perto de Bath, e num espaço de cinco meses escreveram, gravaram e misturaram aquele que foi o seu álbum de estreia, ao qual chamaram "Felt Mountain".
O registo chegou às lojas no ano 2000 e o resultado foi do agrado dos músicos, que conseguiram transmitir com êxito o tipo de som que tinham em mente para o projecto, fazendo a música que os próprios gostariam de ouvir e ignorando as sonoridades consideradas na moda, na altura. Assim, produziram um som vanguardista, mas ao mesmo tempo tradicional, ao qual não impuseram quaisquer fronteiras.

Em 2003, os Goldfrapp surpreenderam com um som urbano e "disco", distanciando o segundo álbum "Black Cherry" do fantasma do grande álbum de estreia "Felt Mountain".
Em 2005, com "Supernature", os Goldfrapp reincidem no som mais frenético, noctívago e pecaminoso do seu antecessor, consolidando a sua posição no mercado em troca de uma ligeira queda de projecção nos louvores da crítica especializada - que facilitaram, como se sabe, o arranque bem sucedido do grupo.
Dois anos depois do álbum de remisturas, a banda regressa, através do seu quarto álbum de originais, "We Are Glitter", ao bucolismo de "Felt Mountain" e ao som que se convencionou chamar de folktronica.
Agora, os Goldfrapp vão trazer ao Festival Sudoeste o seu mais recente trabalho, intitulado "Seventh Tree".

Alinhamento
Goldfrapp – Caravan girl
Goldfrapp - A&E
Bjork – Hidden place
Massive Atack – Protection
Radiohead – No surprises
Goldfrapp – Happiness
Morcheeba – The sea
Moby – Natural blues
Goldfrapp - Clowns

terça-feira, 29 de abril de 2008

Conchas


Toma estas conchas de mar e sal
Aprecia as formas e cores
Sente o cheiro da humidade
E ouve o canto dos pássaros pescadores
Que voaram sobre cristas das ondas
Enfrentando tempestades
E chegam ao abrigo do rochedo para repouso

Olha-as quando te sentires perdida nos passos
E solitária num caos de pessoas ausentes

Vem se te afligirem tempestades
Terei o meu peito como porto para o teu sono

Vem quando quiseres
Do meu coração sabes a porta de entrada
Parte em novos voos quando tiveres vontade
Na liberdade que sempre foi tua

Assim nos tornamos fortes e confiantes
Para as viagens por céus tempestuosos
E mares desconhecidos

Barco Ancorado 29/04/2008


Phil Collins anunciou o fim da sua carreira. Em declarações ao jornal The Times o cantor disse que que não pretende fazer mais digressões ou gravar novos álbuns no futuro.
O baterista e vocalista dos Genesis, banda com a qual realizou, recentemente, uma digressão, admitiu, no entanto, que vai continuar a escrever canções.
"Testify" (2002) é o álbum mais recente de Phill Collins, de quem hoje falamos no Barco Ancorado.

Actor, baterista e, por fim, cantor. Phil Collins foi um pouco de tudo até conseguir singrar, primeiro, como vocalista dos Genesis após a saída de Peter Gabriel, e depois, na carreira a solo pela qual enveredou, prolongando-se para além da sua saída da banda em 1995.
Quando Collins entrou para os Genesis, no início da década de 70, originou mais um ciclo na banda britânica e lançou uma história de êxitos que teve continuidade na sua emancipação vocal. O primeiro álbum com a participação de Collins, "Nursery Crime" reflectiu, desde logo, tanto a sua participação, tal como a de Steve Hackett. A saída de Gabriel, em 1974, acabou por ditar a ascensão de Collins ao lugar de vocalista, depois de audições a mais de 400 cantores. O primeiro disco sem a voz de Gabriel, "And Then There Were Three", de 1978, significou uma nova etapa no caminho da banda inglesa. O som dos Genesis simplificou-se e os resultados das vendas reflectiram a mudança, alcançando o disco de ouro. A carreira de Collins sempre pautou por ser multi-facetada e, mesmo quando entrou num projecto com a dimensão dos Genesis, não deixou de tocar bateria com os Brand X, um agrupamento de jazz que formou com John Goodsall dos Atomic Rooster. A saída de Phil, no entanto, consumou-se perto de 1978.

Em 1982 surgiu, por fim, o primeiro álbum a solo de Collins, "Face Value". O valor do trabalho no mercado superou em muito os resultados de "Duke" dos Genesis, editado um ano antes. A voz de Collins, combinada com sons simples de piano e bateria, promoveram da melhor maneira o debut do baterista/vocalista a solo. Collins deu continuidade à carreira a solo com "Hello, I Must Be Going" e "No Jacket Required", que contou com hits como "One More Night" e "Sussussudio", e ganhou o Grammy para melhor álbum do ano, em 1985. Ao mesmo tempo, Phil coordenava, da melhor forma, as suas funções nos Genesis. No entanto, "Both Sides", de 1993, não teve o sucesso esperado, ao contrário de "We Can't Dance", o seu último álbum com os Genesis, editado um ano antes.
Dois anos depois, o vocalista anunciou a saída da banda inglesa. "Dance Into The Light", o longa duração de 1996, foi um trabalho menor em termos de resultados, mas a digressão promocional teve uma recepção invulgarmente positiva. Seguiu-se a edição de uma compilação com os melhores sucessos, intitulada "Hits", e um álbum ao vivo, "A Hot Night In Paris".

O resultado do trabalho de Phil Collins foi, uma vez mais, compensado com o Óscar que ganhou em 2000 para a Melhor Canção Original do filme "Tarzan", da Disney. Collins, que produziu ainda quatro outros temas para a banda sonora, ganhou ainda um Grammy para a Melhor Banda Sonora Original. A capacidade criativa do músico inglês parece não ter um fim próximo, e em Novembro de 2002 chega ao mercado novo conjunto de originais, "Testify".
Em 2003, Phil Collins criou a banda-sonora para o filme de animação "Brother Bear" e, no ano seguinte, anuncia a retirada dos palcos com a digressão "First Final Farewell Tour", cuja passagem por Portugal foi agendada para dia 3 de Julho de 2004, no Estádio Alvalade XXI. Agora parece ser mesmo de vez. Phil Collins vai reformar-se.

Alinhamento
Phil Collins – The same moon
Phil Collins – Agains all odds
Rod Stewart – Have I told you lately
James Taylor – You´ve got a friend
Barry Manilow – Can´t smile without you
Phil Collins – Another day in paradise
Bryan Adams – Please forgive me
Elton John - Sacrifice
Phil Collins – It´s in your eyes

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Barco Ancorado 28/04/2008


Os Bon Jovi viram-se forçados a esperar três horas para poder realizar um concerto, devido a uma ameaça de bomba.
Tudo aconteceu no último Sábado, nos EUA, quando um telefonema deu conta de que duas bombas iriam explodir durante o espectáculo. O edifício foi evacuado de imediato e passado em revista pela polícia, que depois deu luz verde para a banda actuar.

O início de carreira dos Bon Jovi foi mais difícil do que se possa pensar, mas o talento, aliado a uma campanha de marketing bem montada, constitui um bom exemplo de onde se pode chegar. Insatisfeitos com o escasso sucesso conquistado com os seus dois primeiros álbuns, os músicos mudaram a sua estratégia. Não querendo correr mais riscos, os Bon Jovi contrataram o letrista profissional Desmond Child, que já tinha trabalhado com os Aerosmith, Kiss e Cher, e produziram um conjunto de trinta canções que testaram posteriormente com adolescentes de Nova Jersey e de Nova Iorque, através da realização de concertos. As reacções dos jovens foram determinantes para a selecção das músicas a incluir no álbum "Slippery When Wet", editado em 1986. O passo seguinte, foi embrulhar os dez temas mais votados numa embalagem envolta em papel apelativo, o que consistiu em colocar na capa do álbum uma imagem ao estilo "Miss t-shirt molhada", que viria a dar uma boa ajuda para o volume astronómico das vendas (mais de 18 milhões de cópias), que veio assim possibilitar aos Bon Jovi a conquista do tal estatuto de estrelas de rock. A fórmula utilizada parece ter resultado na perfeição, uma vez que a banda voltou a recorrer ao segredo do seu sucesso em 1988, aquando da edição de "New Jersey".

Uma das maquetas de John Bongiovi, "Runaway", tornou-se num êxito da rádio local de Nova Jersey e foi então que o aspirante a estrela sentiu a necessidade de formar uma banda.
Conseguido um contrato com a Polygram/Mercury, John Bongiovi passava então a ser conhecido por Jon Bon Jovi, e em seguida David Rashbaum, Dave Sabo (guitarra), Alec John Such (baixo) e Tico Torres (bateria) eram recrutados para o projecto intitulado, na altura, Jon Bongiovi and The Wild Ones. Antes da entrada em estúdio, da qual resultaria a edição do álbum de estreia da banda, já como Bon Jovi, Sabo foi substituído por Richie Sambora e "Bon Jovi" via a luz do dia em 1984, tendo, no ano seguinte, sido a vez de "7800 Degrees Fahreneit", dois álbuns cujo nível de vendas não satisfez a avidez de sucesso dos músicos. Só em 1986, viram bem demarcado o seu lugar no pátio da fama, à conta de temas como "You Give Love A Bad Name", "Livin' On a Prayer" e "Wanted Dead or Alive", todos eles incluídos em "Slippery When Wet". Seguiu-se um interregno de quatro anos, durante o qual os músicos se dedicaram a projectos paralelos, caso de Jon Bon Jovi que, por exemplo, fez a banda sonora para o filme "Young Guns II", que foi editada em 1990, no álbum "Blaze of Glory". O regresso dos Bon Jovi aconteceu em 1992 com o álbum "Keep the Faith", ao qual sucedeu o best of de 1994 (ano em que Hugh McDonald entrou para o baixo), intitulado "Cross Road", no qual foram incluídos dois temas inéditos, "Always" e "Someday I'll Be Satuurday Night".

Durante o intervalo compreendido entre "These Days", de 1995, e "Crush", editado em 2000, Jon Bon Jovi lançou o álbum a solo "Destination Anywhere", em 1997, e aproveitou o seu à-vontade perante as câmaras trabalhado nos telediscos da banda para experimentar também o mundo do cinema e da televisão, onde parece estar a ter sucesso, uma vez que já repetiu a experiência mais do que uma vez.
Em 2001, o grupo editou o seu primeiro disco ao vivo, "One Wild Night", onde revive os maiores êxitos da sua carreira. No ano seguinte, o regresso foi feito em formato original, com o álbum "Bounce", apresentado em primeira ao mão ao vivo num espectáculo em Londres no dia 18 de Setembro, com direito a transmissão para todo o mundo via internet.
Em 2003, os Bon Jovi re-gravaram muitos dos seus êxitos para o álbum "This Left Feels Right", seguindo-se um DVD com o mesmo título no ano seguinte.
Em 2005, a banda lança um novo trabalho de originais, "Have a Nice Day".

Alinhamento
Bon Jovi – Living on a prayer
Bon Jovi – Bed of roses
Foreigner – I want to know what love is
Journey – When you love a woman
Bon Jovi - Always
Chicago – If you leave me now
Shania Twain – Forever and for always
Pink – Don´t let me get me
Bon Jovi – Thank you for loving me

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Barco Ancorado 25/04/2008


Esta sexta-feira, por razões óbvias, o Barco Ancorado passa músicas de Abril, em tributo a mais um aniversário da denominada Revolução dos Cravos. A história é mais que conhecida, ainda que os tempos cruéis a delapidem gradualmente e ameacem retirá-la dos compêndios.

Alinhamento
Paulo de Carvalho – E depois do adeus
Adriano Correia de Oliveira – Canção com lágrimas
Carlos Paredes – Canção dos verdes anos
José Afonso – Balada de Outono
José Mário Branco – Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Adriano Correia de Oliveira – Trova do vento que passa
Vários – Portugal ressuscitado
Pedro Barroso – Água mole em pedra dura
Tubarões – Venham mais cinco
Vozes da Rádio – Indios da meia praia
Sétima Legião – Cantigas do Maio
José Afonso – A morte saiu à rua
José Afonso – Grândola Vila Morena

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Barco Ancorado 24/04/2008


Os New Order acabam de anunciar o lançamento de um DVD ao vivo. "Live In Glasgow" é editado a 2 de Junho e imortaliza excertos de dois concertos do grupo na Carling Academy, em Glasgow, realizados em Outubro de 2006.
Além de diversos êxitos da banda de Peter Hook o registo reúne, igualmente, material dos Joy Division, concretamente as músicas 'These Days', 'Transmission', 'Shadowplay' e 'Love Will Tear Us Apart'.
Além disso, os New Order incluem na edição um disco bónus com imagens raras do arquivo pessoal da banda.

O fim dos Joy Division, depois da morte de Ian Curtis em 1980, significou também, meses mais tarde, o início dos New Order. A formação, onde pontificaram Bernard Sumner, Peter Hook e Stephen Morris, ficou depois completa com a entrada de Gillian Gilbert. O single "Ceremony", lançado em Março de 1981, foi o primeiro registo do colectivo, um tema construído ainda durante o tempo dos Division e que em tudo se assemelhou às composições antes vocalizadas por Curtis.
O longa duração "Movement", editado ainda nesse ano, mostrou depois o distanciamento das criações feitas ao sabor dos versos de Curtis, oferecendo uma maior primazia aos compostos electrónicos. Após um período de silêncio que durou perto de dois anos, os New Order regressaram em grande, com o single "Blue Monday" que logrou vender três milhões de unidades, projectando-os em definitivo, e protagonizando a independência da formação em relação aos fantasmas dos Joy. O álbum editado ainda nesse ano, "Power, Corruption and Lies" ofereceu a continuidade necessária ao êxito trazido pelo single.

A meio da década de 80 os New Order trouxeram à luz do dia "Low-life". O disco preferiu a continuidade do predomínio da música electrónica, ainda antes de mais um longa duração, "Brotherhood", em 1986. O disco que se seguiu conseguiu por fim marcar a posição do grupo no mercado americano, a colectânea "Substance" subiu até ao top40 nos Estados Unidos. "Technique" saído em 89 materializou os novos rumos iniciados pelos New Order, ao comporem sons híbridos entre o pop e a música de dança.

Os New Order regressaram à actividade em 1993 com o álbum "Republic". O trabalho alcançou novas marcas surpreendentes em termos de vendas, não só na Europa como também nos Estados Unidos. Apesar de tudo, a dedicação a projectos paralelos por parte de todos os seus elementos continuou a ditar as regras, e fez com que o agrupamento regressasse em registo só em 2000, quando apareceu na banda sonora do filme "The Beach" com o tema "Brutal". Um ano depois, "Get Ready" mostrou o regresso dos New Order à sua melhor forma rock, num álbum que contou com a colaboração de Billy Corgan dos extintos Smashing Pumpkins e de Bobby Gillespie dos Primal Scream. "Waiting for the Sirens' Call", um novo conjunto de originais, chegou às lojas em 2005.
Agora, os New Order acabam de anunciar o lançamento de um DVD ao vivo. "Live In Glasgow" é editado a 2 de Junho.

Alinhamento
New Order – Someone like you
New Order – Blue Monday
The Stranglers – Always the sun
The Cars - Drive
Morrissey – Everyday is like Sunday
Joy Division – Love will tear us a part
The Jesus and Mary Chain – Just like honey
Soft Cell – Tainted love
New Order - Regret

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Corpos


Dois corpos
O mundo a girar inevitavelmente
e o nada que isso significa para nós

Dedilho coisas indecifráveis pelas ruas do teu corpo
e sobe-me à imaginação dos cheiros que fiz
a tua parte geométrica materializada

A pele sabe coisas que não diz em lugares absolutos

Barco Ancorado 23/04/2008


Maria Rita actua em Portugal, no próximo mês de Junho. A cantora brasileira dá dois concertos no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a 25 e 26 desse mês, e um no Coliseu do Porto, marcado para 27 de Junho.
Maria Rita continua a apresentar o seu mais recente álbum, "Samba Meu", que já tinha servido de pretexto aos concertos que a artista deu em território nacional no final do ano passado. 'Num Corpo Só' é um dos temas que compõem o alinhamento do álbum.

Filha de peixe sabe cantar. É o caso de Maria Rita, filha da cantora Elis Regina e do orquestrador César Camargo Mariano que, apesar da herança familiar, só decidiu enveredar por uma carreira de intérprete aos 26 anos.
Depois de oito anos a viver em Manhattan, nos EUA, onde estudou Comunicação Social e Estudos Latino-Americanos e onde explorou o seu talento num coro, Maria Rita apercebe-se que quer ser cantora.

Em 2001, Maria Rita regressa ao Brasil para gravar um CD e envia-o ao seu padrinho Milton Nascimento, seguindo os conselhos do irmão Pedro Mariano, dono da editora Trama.
No ano seguinte, conhece Chico Pinheiro , que a convidou a participar como solista no espectáculo "Meia Noite Meio Dia", no Supremo Musical. Desde a sua estreia neste espectáculo, a 6 de Maio de 2002, torna-se evidente a similaridade de voz e de gestos entre mãe e filha.

Em 2002, Maria Rita colabora com Milton Nascimento em três temas do seu último álbum, "Pietá". No ano seguinte, assina contrato com a Warner Music para gravar o seu álbum de estreia, "Maria Rita", cujo repertório se afasta das músicas interpretadas pela sua mãe, por achar que se tratam de obras-primas. Opta então por composições clássicas da música brasileira, como Milton Nascimento ou Rita Lee, e também alguns artistas mais recentes, como Zélia Duncan, Marcelo Camelo (vocalista dos Los Hermanos) e Lenine . O resultado é um disco genuíno, com bases gravadas ao vivo e elementos orgânicos, que fazem com que Maria Rita seja considerada a nova revelação da música brasileira.
Maria Rita actua em Portugal no próximo mês de Junho. A cantora brasileira dá dois concertos no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a 25 e 26 desse mês, e um no Coliseu do Porto, marcado para 27 de Junho.

Alinhamento
Maria Rita – Dos gardénias
Maria Rita – Veja bem meu bem
Vanessa da Mata – A nossa canção
Elis Regina – Me deixas louca
Marisa Monte – Não é fácil
Maria Rita – Agora só falta você
Adriana Calcanhoto - Vambora
Ana Carolina e Zeca Baleiro - Lenha
Djavan - Oceano
Maria Rita – A festa

terça-feira, 22 de abril de 2008

Velas


Neste novo caminhar
não tenhas medo da solidão

Sabemos sempre a hora certa de calar,
falar e ouvir

Nem que troquemos palavras duras
quando o coração não esta satisfeito

Vamos deixar as velas soltas
e viver com liberdade
e tranquilidade de espírito

Barco Ancorado 22/04/2008


Nick Cave ofereceu ontem (segunda-feira) um concerto memorável no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Não era tão negra como se esperava a tonalidade da roupa do público que esperava o cantor australiano e os seus Bad Seeds em mais uma noite de Coliseu completamente apinhado. A abrir o apetite, e com quase uma hora de concerto, Dave Graney & the Lurid Yellow Mist apresentaram-se em formato trio e percorreram os temas que compõem a carreira do compositor australiano, sobretudo do ainda inédito "We Wuz Curious".
Um único olhar geral chegava para perceber que a massa humana que decorava o Coliseu tinha nascido ainda antes da década de 80 mudar para sempre a história da música. É a geração que foi procurar os Birthday Party, depois de descobrir "From Her to Eternity" em 1984, a que acompanhou os devaneios de Henry em "Henry's Dream" em 1992 e a que aguentou a exasperação melancólica de "No More Shall We Part" já em 2001.

Não é a toa que se evoquem os 14 álbuns que Nick Cave editou com os Bad Seeds, porque é impossível desligar o homem do artista, e o músico do seu percurso. Cave em palco é tudo o que quisermos fazer dele. O pregador de 'Night of The Lotus Eaters' e o professor de 'Today's Lesson', as duas de "Dig,Lazarus, Dig!!!", o novo álbum e a maior viagem da sua obra ao âmago da América, cujo espírito Cave incorpora melhor do que muitos americanos.
'Red Right Hand', ainda mais intensa em palco, é um espécie de boas vindas a um inferno muito particular, com a musicalidade irrepreensível dos Bad Seeds, qual orquestra rock da escuridão. E apesar do preto geral, é o vermelho que começa a destacar-se. O do sol intenso do deserto atravessado em 'Dig,Lazarus,Dig!!!' e 'Moonland'. Mais dentro da sua própria interpretação com o avançar do concerto, Cave é agora a estrela de rock que sempre recusou ser. Dança, dialoga e até insulta com ironia o público, pede palmas, manda parar os temas. Não está longe. Está mesmo ali. Do outro lado, a assistência pede os temas mais antigos. E os músicos correspondem com 'Deanna' e o excelente 'The Ship Song', em absoluto coro.

'Jesus of the Moon' tira-nos do deserto e embala-nos em vagões cheios da herança de Dylan, que mais tarde o próprio Cave invoca com 'Wanted Man', o tal tema que Dylan escreveu com Johnny Cash em 1969. E aos poucos um outro Cave começa a aparecer. O poeta e amante de 'Lie Down Here (& Be My Baby)' e 'I Let Love In', do álbum com o mesmo nome de 1994. A fechar 'Get Ready For Love' traz "Abbatoir Blues" e 'Stagger Lee', a referência ao histórico assassínio que revisitou em "Murder Ballads".

Quando Cave voltou a palco no Coliseu dos Recreios, ficou a sensação que uma nova parte do espectáculo ia começar. Depois de pedir a colaboração do público para 'The Lyre of Orpheus ', com cheiro a improviso oferece os antigos 'Your Funeral...My Trial', 'Straight To You' e o esperado 'Into My Arms', num arrepiante sussurro de final de noite a dois. Sem arredar pé, o público não se faz rogado e pede mais um encore. Em absoluta noite de generosidade, e à laia de laboratório para a digressão que começou nessa noite, Cave continua a apresentar os temas novos, com 'We Call Upon the Author' e 'Albert Goes West'. A acabar 'Nobody's Baby Now'. «Adoro-vos» diz para rematar. E lá foi ele, já sem ser o mesmo. Nick Cave, um privilégio que passou por Portugal.

Alinhamento

Nick Cave - Red Right Hand
Nick Cave – The ship song
Leonard Cohen – Waiting for the miracle
Lou Reed – Perfect day
Nick Cave – Stagger Lee
Tom Waits – Little drop of poison
Joy Division – She's lost control
Jeff Buckley – Last goodbye
Nick Cave – Into my arms

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Sempre teu


Estarei sempre dentro do teu peito
Estarás sempre dentro do meu peito
Vivo em teus sonhos como vives nos meus

Em tua memória meus sorrisos e dores
enquanto conquisto as ondas imensas que nascem
com o pôr-do-sol derramado nas dunas

Se os teus olhos olharem outra flor
verão os meus, pequenos e acesos
brilhando em cada pétala orvalhada

Se sentires desejos carnais
serei a carne viva em teu corpo nu e cego

Ao beijar outro corpo a tua boca sentirá meu gosto doce e amargo
O teu olfacto apurado inalará o meu perfume
Contigo estarei nos teus devaneios, teus anseios...

Vestido, despido, atrevido... irreverente!
Voluptuosamente teu
Porque a ti dei meus olhos vendados
minha paixão ilimitada
minhas estradas sem retorno

Quero-te como me quero

Dar-te-ei meus beijos e abraços
Quando te cansares da agonia solitária
das noites escuras e dos dias nublados

Sempre teu

Barco Ancorado 21/04/2008


O vocalista dos The Cure completa esta segunda-feira 49 anos. Robert James Smith nasceu em Blackpool, Inglaterra, a 21 de Abril de 1959. É o vocalista, guitarrista e compositor dos The Cure, líder e único membro da banda a permanecer desde a sua formação. Tornou-se um ícone e uma referência para a música alternativa.
Quase trinta anos após o seu primeiro concerto com os The Cure, Robert Smith elevou esta banda ao estatuto de culto, apesar de na década de 90 este reconhecimento quase nunca tenha sido feito, sendo constantemente negligenciado e esquecido por aqueles que faziam e seguiam as novas modas e tendências da música da década.

O novo século deu-lhe finalmente o reconhecimento devido, com um sem número de bandas a declararem reverência aos The Cure e a Robert Smith, para além de várias publicações agora lhe reconhecerem méritos no desenvolvimento da música alternativa, entre as quais a revista Q, que lhes atribuiu o prémio "The Most Inspiring Band."
Em 2005 foi distinguido individualmente com um prémio Ivor Novello, que se destina a compositores, pelo seu estatuto internacional.

Robert Smith ajudou a popularizar o estilo "gótico" de vestir com a sua imagem de marca; lábios esborratados de batom e o cabelo preto completamente despenteado, uma imagem que ele adoptou desde os primeiros anos da década de 80. Segundo o baixista dos Banshees, Steve Severin, Robert usou pela primeira vez o batom de siouxsie em 1983 após ter usado ópio. No entanto, Robert afirma que usou maquilhagem desde muito novo.
As suas letras para os primeiros álbuns da banda - particularmente Faith, Pornography, e posteriormente Disintegration - estão centrados nos temas de depressão, solidão, isolamento e perda. O ambiente sombrio destes primeiros álbuns, juntamente com a sua imagem em palco, cimentou a imagem "gótica" pioneira da banda, embora sem qualquer intenção de iniciar uma moda ou movimento.
A estética da banda foi de obscura a psicadélica a começar no álbum The Top. Em 1986, Smith foi mais longe na mudança de imagem ao aparecer em palco com o cabelo cortado bastante curto (isto pode ser visto no In Orange, um concerto no sul de França editado em video em 1987) e em fotos de imprensa usando calções de futebol e pólos.

Apesar da imagem pública de Smith sugerir uma pessoa deprimida, ele afirmou que as suas canções não reflectem a maneira como se sente sempre, ou mesmo a maior parte do tempo.
"Na altura em que escrevemos o Disintegration... era apenas acerca de como eu verdadeiramente estava, como me sentia. Mas não sou assim o tempo todo. Essa é a dificuldade de escrever músicas que são um bocado deprimentes. As pessoas pensam que és assim o tempo todo, mas eu não penso isso. Simplesmente escrevo quando estou deprimido", explicou o líder dos The Cure.

Alinhamento
The Cure – The love cats
The Cure – Love song
The Clash – Rock the Kasbah
The Smiths - Ask
INXS – Beautiful girl
The Cure – Boy´s don´t cry
David Bowie – China girl
Radiohead – There, there
Billy Idol – Eyes without a face
The Cure - Lullaby

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Barco Ancorado 18/04/2008


Bryan Ferry actua no Salão Atlântico do Casino de Espinho a 17 de Maio.
O cantor britânico regressa ao nosso país para apresentar o seu mais recente trabalho, "Dylanesque" (2007), que reúne as suas interpretações de onze canções de Bob Dylan.
Com 28 discos editados, 14 com os Roxy Music e outros tantos em nome próprio, Ferry conta com uma carreira de 35 anos. Clássicos como 'You Are My Sunshine' ou 'These Foolish Things', um original de Bing Crosby, voltaram a ser enormes êxitos nas reinterpretações de Bryan Ferry.
Os bilhetes para o concerto em Espinho custam 150 euros e, além do espectáculo, contemplam um jantar.

Apesar do ponto alto da sua carreira ter tido lugar enquanto liderava a famosa banda Roxy Music, o cantor Bryan Ferry experimenta também uma bem sucedida carreira a solo, na qual aprofundou a estética sofisticada e luxuriante característica dos últimos discos da sua antiga banda. Já lhe chamaram mesmo "o Sinatra da pop".
Ferry nasce a 26 de Setembro de 1945 em Washington, Inglaterra. A sua carreira na música começa quando ingressa, como vocalista, numa banda local chamada Banshees, ao mesmo tempo que estudava Arte na Universidade de Newcastle. Em seguida, entra noutra banda, os Gas Board, aí conhece o baixista Graham Simpson, com o qual, em 1970, forma os Roxy Music.

Nos seus primeiros anos de actividade, os Roxy Music atingem enorme sucesso, dando a Ferry a oportunidade de gravar o seu primeiro álbum a solo em 1973. "These Foolish Things" estabelece o padrão musical que, a partir daí, Ferry seguiu: interpretações elegantes de temas clássicos da década de 60, assentes em ambientes dramáticos e cool moldados por sintetizadores.
Sem abandonar os Roxy Music, Ferry edita em 1974 o seu segundo trabalho, "Another Time, Another Place", uma nova série de versões de temas bem conhecidos como "You Are My Sunshine" ou "It Ain't Me, Babe".
Dois anos depois, é a vez de "Let's Stick Together", que incluía novas interpretações, remodeladas e remisturadas de temas dos Roxy Music, bem como as já habituais versões de "clássicos" de outras bandas.
Em 1977, segue-se "In Your Mind", o seu primeiro disco totalmente composto por originais. E um ano depois, edita "The Bride Stripped Bare", um álbum inspirado no fim do seu romance com a modelo Jerry Hall, onde mais uma vez são incluídas canções originais e versões.

É preciso esperar até 1985 para se ouvir novo trabalho de Bryan Ferry. Nesse ano é editado "Boys And Girls", um álbum que foi a sua primeira edição "oficial" a solo, uma vez que nessa altura já os Roxy Music se tinham desintegrado. Dois anos depois grava "Bête Noir", que conta com a participação de Johnny Marr (ex-guitarrista dos Smiths) no tema "The Right Stuff". O álbum inclui ainda o seu único hit de top-40 nos EUA, "Kiss And Tell".
Em 1993, Ferry edita nova colecção de versões no álbum "Taxi". "Mamouna", o seu próximo trabalho de originais aparece no ano seguinte.
Em 1999, Ferry regressa com "As Time Goes By", uma nova colectânea de standards. E, um ano depois, é editado "Slave To Love: Best Of The Ballads", um álbum baseado no repertório dos Roxy Music que melhor serve a voz e o estilo de crooner de Bryan Ferry.

Alinhamento
Bryan Ferry – Slave to love
Bryan Ferry – Goddess of love
Simple Minds – Don´t you forget about me
Spandau Ballet - True
Robert Palmer – Bad case of loving you
Talk Talk – It´s my life
Bryan Ferry – Let´s stick together
Duran Duran – Hungry like the wolf
Bryan Ferry – Don´t stop the dance

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Cidade


Preciso lançar-me nesta cidade
preciso lançar-me neste poema
preciso lançar-me na terra
preciso lançar-me em mim

Lançado no mundo
desde mim preciso lançar-me sem fim

Em todas as ruas
linhas
caminhos
sustos
e possibilidades
que atravessam esta atmosfera
encontramo-nos
irremediavelmente
perdidos
na cidade

Barco Ancorado 17/04/2008


Gilberto Gil está de regresso a Portugal para um concerto no Coliseu dos Recreios na noite desta quinta-feira. No sábado, o espectáculo repete-se no Porto.
O músico que também é Ministro da Cultura do Brasil vem passar em revista uma longa carreira e apresentar canções de um álbum a editar em Junho. Tanto para hoje como para sábado, o preço dos bilhetes varia entre os 20 e os 45 euros.

O primeiro disco de inéditos em 11 anos do cantor que também é Ministro será editado em Junho e chamar-se-á «Banda larga cordel». Gilberto Gil afirmou que desde «Quanta» que «não editava» um álbum de originais, fazendo regravações de canções, na maior parte dos espectáculos.

Os portugueses vão poder ouvir já esta quinta-feira, no Coliseu dos Recreios, «três ou quatro canções» do novo álbum de Gilberto Gil. Relativamente à escolha do título, «Banda larga cordel», Gil explicou que «banda larga se liga com o tema central do disco que são as novas tecnologias e a sua ligação à arte» e cordel é uma homenagem aos poetas do Nordeste brasileiro, «trovadores populares que vendem os seus poemas de terra em terra».

A edição do novo álbum de Gilberto Gil é da própria editora Gêgê. Nos concertos em Lisboa e Porto, o cantor brasileiro irá apresentar ainda as canções do seu anterior álbum, «Gil Luminoso», e duas canções dos britânicos The Beatles e duas do jamaicano Bob Marley.

Alinhamento
Gilberto Gil - Realce
Gilberto Gil – Super homem (a canção)
Caetano Veloso – Só vou gostar de quem gostar de mim
Gal Costa – Dez anos
Djavan - Oceano
Vinicius de Moraes & Toquinho – Aquarela do Brasil
Gilberto Gil – Tradição
Milton Nascimento – Coração de estudante
Chico Buarque – Gota d´água
Elis Regina - Romaria
Gilberto Gil – Não chores mais

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Barco Ancorado 16/04/2008


Bobby McFerrin actua em Portugal no próximo mês de Maio. O músico nova-iorquino apresenta-se a 12 desse mês no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e um dia depois sobe ao palco da Casa da Música, no Porto.

O cantor, agora com 58 anos, nasceu no Reino Unido, mas radicou-se nos EUA, e tornou-se conhecido, sobretudo, através do tema 'Don't Worry Be Happy'. Já colaborou com alguns dos melhores músicos e intérpretes de jazz, como Chick Corea, Herbie Hancock, Joe Zawinul e Yo-Yo Ma e, nos anos 80 e 90, recebeu uma dezena de Grammys, que distinguiram as suas composições e as suas capacidades vocais, nomeadamente graças a temas como 'Round Midnight', 'What Is This Thing Called Love', 'The Elephant's Child' e 'Brothers'.

Da discografia de Bobby McFerrin constam discos como "Beyond Words" (2003), "Mouth Music" (2001), "Circlesongs" (1997), "Paper Music" (1995) e "Many Faces of Bird" (1991).

Alinhamento
Bobby McFerrin – Don´t worry, be happy
Bobby McFerrin – I can see clearly now
Sting – Moon over Bourbon Street
Bobby McFerrin – From me to you
Nina Simone – My babe just cares for me
Diana Krall – A case of you
Norah Jones – Shoot the moon
Sade – King of sorrow
Peter Gabriel – Don´t give up
Bobby McFerrin – Sunshine of your love

terça-feira, 15 de abril de 2008

Barco Ancorado 15/04/2008


A vocalista dos escoceses Texas, Sharleen Spiteri, prepara a edição do seu primeiro álbum em nome próprio. "Melody" é o título do registo que a cantora edita a 16 de Junho e que conta com a colaboração do produtor Bernard Butler, que escreveu, também, alguns temas com a artista.

«[O disco tem uma sonoridade] ao estilo doo wop dos anos 50. É uma espécie de encontro entre Nancy Sinatra e Françoise Hardy. Tem uma banda, cordas e metais, portanto é um som totalmente novo para mim e uma nova aventura», afirmou a britânica, por ocasião da gala dos prémios Capital.

A produção do primeiro registo a solo da vocalista dos Texas ficou a cargo da própria Sharleen Spiteri e entre as participações destaque, ainda, para Paul Leonard-Morgan (Snow Patrol, The Young Knives, Belle and Sebastian, Isobel Campbell e Mark Lanegan), Peter Kay e John McElhone, colaborador habitual dos Texas.
'All The Times I Cried' é o single de avanço de "Melody", que será apresentado por Sharleen através de uma digressão.

Alinhamento
Texas – Inner smile
Texas - In your lifetime
Gabrielle – Out of reach
The Corrs - Runaway
Eurythmics – Miracle of love
Texas – Put your arms around me
Sheryl Crow -The first cut is the deepest
Simply Red – If you don´t know me by now
Roxette - Milk, toast and honey
Alanis Morissette – That I would be good
Texas – Summer son

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Leva-me amor


Leva-me contigo amor
Venda-me os olhos
Pára o tempo à nossa volta
E leva-me...
Leva-me apenas...
E só me tragas de novo
Quando a estação mudar
Quero ficar longe de todos
Menos de ti

Tira-me o relógio e deita-o ao mar
Quero partir sem tempo
Ter todo o tempo do mundo
Leva-me contigo meu amor...
Leva-me num tapete mágico
Cheio de fantasias
Mas leva-me amor!

Barco Ancorado 14/04/2008


Vanessa da Mata vai actuar no Festival Sudoeste. A cantora brasileira repete a sua participação no evento, um ano depois de ser ter apresentado no palco secundário do festival.
Os neo-zelandeses Fat Freddy's Drop e a songwriter franco-israelita Yeal Naim são mais alguns dos nomes avançados para o cartaz deste ano.

Os artistas juntam-se, assim, às presenças já confirmadas dos Fanfarlo, Franz Ferdinand e Björk. Até ao momento a cantora islandesa é a única com data de actuação divulgada, subindo ao palco a 7 de Agosto, o primeiro dia do evento.

O Festival do Sudoeste realiza-se entre 7 e 10 de Agosto na Herdade da Casa Branca, na Zambujeira do Mar. Os passes para os quatro dias já estão à venda e custam 75 euros, podendo ser adquiridos nos CTT, Lojas Fnac, Worten, Bliss, Livraria Bulhosa, Megarede, ABEP, Agências Alvalade e Abreu, www.ticketline.pt e www.breakpoint.es.

Além da música, a edição deste ano do Festival do Sudoeste vai também contar com a prestação do grupo de teatro e artes performativas, Fura del Baus.

Alinhamento
Vanessa da Mata – A nossa canção
Vanessa da Mata – Não me deixe só
Caetano Veloso – Beleza pura
Gal Costa – Força estranha
Simone – Cofre de seda
Vanessa da Mata – Tinha de ser com você
Tribalistas – Velha infância
Daniela Mercury – À primeira vista
Vanessa da Mata & Marisa Monte - Esqueça

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Barco Ancorado 11/04/2008


O cantor brasileiro Zeca Baleiro completa esta sexta-feira 42 anos. Zeca Baleiro deve o seu nome ao Maranhão, localidade de que é natural e na qual é costume os pais chamarem "José" aos filhos, em homenagem a S. José, cuja lenda se encontra ligada à história da cidade. Criado numa família onde quase todos tocavam um instrumento ou cantavam, Zeca Baleiro, assim conhecido por, nos seus tempos de estudante, ser grande adepto de "balas" (doces) e ter mesmo aberto uma casa de bolos, começou a dar nas vistas no final da década de 90, mercê de uma colaboração com Gal Costa.

A carreira de compositor e intérprete de Zeca Baleiro remonta ao final da década de 70, tendo-se estendido da terra que o viu nascer ao Belo Horizonte e, eventualmente, à metrópole de São Paulo. Em 1997, tinha o músico já 31 primaveras e muitos anos de estrada, quando a cantora Gal Costa o convidou a participar no espectáculo acústico que deu para a MTV, contribuindo assim para o aumento da sua popularidade.
A partir daí, para Zeca Baleiro nada seria como dantes.

"Por Onde Andará Stephen Fry?" e "Vô Imbolá", foram álbuns que, em 1998 e 1999, venderam o suficiente para serem considerados Disco de Ouro, no Brasil. Zeca Baleiro estava, definitivamente, lançado. Nomeado para a categoria de Melhor Álbum Pop na edição do ano 2000 dos Grammy Latinos, o cantor brasileiro recebeu então várias distinções no seu país, tendo algumas das suas composições sido escolhidas para as bandas-sonoras de telenovelas da Globo.

A partir do momento em que foi nomeado para a categoria de Melhor Álbum Pop na edição do ano 2000 dos Grammy Latinos, Zeca Baleiro passou a ser presença regular em alguns países europeus, entre os quais Portugal, onde encontra afinidades com Sérgio Godinho, músico com o qual pretende continuar a colaborar. Em terras de Vera Cruz, Zeca Baleiro une a sua voz às de consagrados como Chico Buarque, mas também à de Lenine, considerado uma esperança da música do país.
Em 2000, o intérprete, cuja actividade abrange ainda a produção de discos para outros artistas, lançou o álbum "Líricas".

Alinhamento
Zeca Baleiro – Flor da pele
Zeca Baleiro - Ópio
Marisa Monte – Água também é mar
Adriana Calcanhoto – Ser de Sagitário
Zeca Baleiro – Telegrama
Maria Rita – A festa
Djavan – Meu bem-querer
Milton Nascimento – Caçador de mim
Zeca Baleiro & Lenine - Paciência

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Pele



Sobe-me à flor da pele toda a ânsia de te ter
As cores, os cheiros, os ramos de prazeres inaláveis
A lembrança nua de te ter a meu lado como se me pertencesses
A tua pele em fusão com a minha e os olhares entrelaçados
Como se sempre ali tivessem estado

Andares palpitantes em toques de veludo
Quero-te na invisibilidade das coisas
Na ruptura das forças
No etéreo espaço imaculado ao expoente máximo da loucura

Que de mim nasça a brandura de me saber eu
De me reconhecer onde estou
Como quero estar
De me pertencer

O cheiro do jasmim dos ramos doutrora silencia-se por toda a parte
Elevo o pensamento no tardar da hora e refresco
cada espasmo de memória com a lembrança da tua existência

Barco Ancorado 10/04/2008



Os The Gift vão estar hoje ao vivo no Coliseu dos Recreios acompanhados pela Orquestra Metropolitana de Lisboa. A banda de Alcobaça junta assim uma orquestra sinfónica à tendência mais electrónica das suas composições numa noite única para ouvir os temas de "Fácil de Entender" com uma nova roupagem.

A cidade de Alcobaça foi o berço dos The Gift. A banda portuguesa começou lá, em 1994, um rápido, mas ainda assim seguro, caminho de sucesso, no Bar Bem, quando actuaram ao vivo num concurso de música moderna. O segundo lugar, que então conquistaram, foi a motivação certa para a continuação dos trabalhos.
A evolução criativa da banda permitiu que, dois anos mais tarde, fosse feita uma apresentação no Centro Cultural de Belém. O concerto realizado no dia 18 de Dezembro de 96, tornou-se um ponto fulcral na carreira da banda, dada a receptividade conseguida junto do público.
"Digital Atmosphere", lançado em 1997, através de uma edição de autor, foi o primeiro registo gravado dos The Gift. A singularidade sonora da banda de Alcobaça mereceu a atenção da crítica e de algumas editoras. Contudo, a entrada para um catálogo ficou adiada, dado a banda cantar em inglês. A iniciativa dos The Gift continuou, no entanto, a mostrar-se a mais correcta ao decidirem partir numa digressão que os levou às principais cidades no nosso país.
A digressão intitulada "Digital Atmosphere Tour", trouxe ainda mais fãs ao grupo, e deu continuidade à certeza quanto à qualidade do trabalho feito até então. O lançamento de um vídeo, mais uma vez em edição de autor, registou em filme uma tournée triunfante.
"Vinyl" foi o segundo longa duração dos The Gift. O disco editado em 1998, teve novamente uma edição independente, dado o inequívoco êxito das iniciativas anteriores. A "Vinyl Tour" que se seguiu, constou de mais de 80 datas por todo o país, incluindo os Festivais de Verão, como o Sudoeste ou Paredes de Coura, e um encerramento em festa num concerto no Coliseu de Lisboa. A digressão viu os The Gift actuarem em conjunto com um septeto de cordas, uma secção de metais e ainda um percussionista. O contrato celebrado em 1999 com a BMG, foi feito com vista à melhoria da distribuição dos registos da banda, não estando envolvido qualquer acordo a nível da edição de novos originais.

A consagração a nível nacional dos The Gift continuou ao longo do ano. "Vinyl" ganhou o prémio para o melhor disco nacional do ano do jornal Diário de Notícias e o vídeo do single com mais sucesso do álbum, "Ok! Do You Want Something Simple?" foi considerado o melhor do ano pelos prémios TMN Videoclip do Ano 99.
A carreira da banda de Alcobaça continuou em crescendo, com várias apresentações e presenças em diversas ocasiões. Entre estas, destaque-se o concerto dado na Expo 2000de Hannover e a presença da banda numa compilação feita em disco pelo canal de televisão Sol Música. A edição de um novo conjunto de originais, intitulado "Film", teve lugar em 2001, desta feita com vista a atingir o mercado de vários países europeus.
Temas como "Waterskin", "Question Of Love", "Front Of", "Me, Myself And I", "Fabric" e "Actress (AM-FM)" serviram para a confirmação absoluta dos The Gift. A banda cumpriu uma extensa digressão nacional, culminada com um brilhante concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
A personalidade própria de "Film" levou a banda de Alcobaça a inúmeras visitas ao estrangeiro, com particular destaque a Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, locais onde passaram a gozar de enorme reputação.

No início de 2004, enquanto os concertos fora de Portugal iam dando tréguas, os The Gift começaram a trabalhar naquele que seria o seu terceiro álbum oficial (excluindo "Digital Atmosphere").
O último tema de "Film" deu o mote para o novo disco, designado "AM/FM". Com chegada em Novembro de 2004, o novo registo apresentou dois conceitos num disco duplo. O primeiro, "AM", mais calmo introspectivo, enquanto o segundo, "FM", mais dançável e extrovertido.
Em Janeiro de 2005, os The Gift deram início a uma extensa digressão por território nacional.
Em Novembro do mesmo ano, o colectivo de 'Water Skin' foi galardoado com o troféu para Best Portuguese Act nos MTV Europe Music Awards, galardão que disputavam com os Humanos, Boss AC, Da Weasel e Blasted Mechanism.
Já no início de 2006 os The Gift realizaram uma digressão pelo Brasil e actuaram n' "O Concerto Mais Pequeno do Mundo", uma iniciativa organizada pela Rádio Comercial.
Também no começo desse ano, os autores de 'Front Of' reeditaram os álbuns anteriores a "AM/FM", "Vinyl" (1998) e "Film" (2001), e viram 'Question Of Love' ser eleito pelos fãs o melhor videoclip do grupo, numa votação organizada no seu site oficial.
Em Outubro de 2006, os The Gift lançaram o seu primeiro DVD, acompanhado por um álbum que imortaliza os espectáculos realizados pela banda em Abril desse ano, num estúdio de Loures.

Alinhamento
The Gift – 11:33
The Gift – Driving you slow
David Fonseca – Someone that cannot love
Clã – Competência para amar
The Gift – Music
Toranja - Laços
Mesa (com Rui Reininho) – Luz vaga
The Gift – Fácil de entender

terça-feira, 8 de abril de 2008

Barco Ancorado 09/04/2008


Os Coldplay ficaram à frente numa votação sobre as bandas cuja música é mais passível de provocar o sono nos ouvintes.
O colectivo britânico ficou à frente de James Blunt, Snow Patrol, Take That e Norah Jones nesta iniciativa da Travelodge.
«O estudo mostra que cada vez mais recorremos a música lenta e sonolenta e a livros pouco desafiantes para nos afastarmos das pressões da vida moderna, para nos ajudar a desligar e a dormir melhor», afirmou uma porta-voz da Travelodge, concluindo: «Os Coldplay parecem ter acertado o ponto certo junto dos britânicos com insónia».
O estudo contemplou os hábitos de sono de mais de 2.200 pessoas em todo o Reino Unido.

Originários de Londres, e com criações dentro da melhor tradição da pop britânica, os Coldplay formaram-se em 1996. Chris Martin na guitarra e voz, Johnny Buckland na guitarra solo, Guy Berryman no baixo e Will Champion na bateria, dão corpo a uma banda que teve a sua consagração durante o ano de 2000, com o álbum "Parachutes" e singles como "Yellow" a serem sensação no top britânico e nas listas europeias. Mas, os primeiros ensaios feitos pelos Coldplay na indústria remontam a 1998.

"Safety" foi o primeiro EP editado pelos Coldplay, por uma editora independente e vendendo apenas cerca de 500 cópias. Um ano depois, em 99, já com o apoio da editora Fierce Panda é lançado mais um EP. "Brothers & Sisters" teve uma edição igualmente modesta em números de cópias vendidas, mas continuou a lançar as bases de um sucesso predestinado. A produção da banda chegou, no entanto, ao conhecimento da editora Parlophone que acabou por propôr-lhes um contrato discográfico.
"The Blue Room", mais um EP editado no final desse mesmo ano, contou com uma edição de 5000 cópias e deu finalmente, a conhecer à indústria e à imprensa a música dos Coldplay. Algum tempo depois, surgiu o primeiro álbum, "Parachutes". Lançado durante o Verão, na Europa e nos Estados Unidos no final do ano, projectou definitivamente os Coldplay. O single "Yellow" figurou no topo das listas de preferências e a banda teve a consagração final com a nomeação para o Mercury Prize, os equivalentes britânicos dos Grammys e a conquista do título de "Melhor Álbum do Ano" nos Brits Awards.

Em 2002, e pondo de parte alguns rumores de que os Coldplay poderiam colocar um ponto final na vida artística ao segundo álbum, a banda editou o sucessor de "Parachutes", a que chamou "A Rush of Blood to the Head". Por esta altura, os Coldplay já tinham actuado em Portugal duas vezes: primeiro, no Festival de Paredes de Coura (2000), quando eram ainda desconhecidos, e depois no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, em 2003.
Após oito meses passados em estúdios em Chicago, Nova Iorque, Londres ou Liverpool, os Coldplay regressaram com "X & Y", o seu terceiro longa duração, em 2005.
Em Novembro desse ano, os Coldplay regressaram a Portugal pela terceira vez para um concerto esgotado no Pavilhão Atlântico.

Alinhamento
Coldplay – Fix you
Coldplay - Clocks
Jack Johnson - Cocoon
Moby – Why does my heart feels so bad
Coldplay – In my place
Daniel Powter – Bad day
Dave Matthews Band – Don´t drink the water
Coldplay – The scientist

Perfume


Num dia branco
alva era a flor
que o perfume trazia
em sulcos profundos

Embriagando sentidos
rasgando caminhos

Enquanto
a esperança gritava
tecendo
novelos do tempo
que queria encontrar
asas para fugir
do intenso escuro
que em malas
guardava
sonhos sem janelas

Barco Ancorado 08/04/2008


Esta terça-feira passa música em português no Barco Ancorado. A cantora Dulce Pontes faz 39 anos. Nasceu a 8 de Abril de 1969, no Montijo e, desde tenra idade, revelou talento para a música. Passou a infância a ouvir Amália, José Afonso, Argentina Santos e Carlos do Carmo, entre outros. Aos sete anos, inicia os seus estudos na área da música, no Conservatório Nacional, em Lisboa. Pisa os palcos pela primeira vez aos 16 anos, como vocalista na banda Percapita.
Mas o grande salto, dá-o em 1991, com a vitória no Festival RTP da Canção, interpretando o tema "Lusitana Paixão" (mais tarde, incluído no seu primeiro CD), que lhe valeu também o prémio de Melhor Intérprete. Representa então Portugal no Festival da Eurovisão, conseguindo uma das melhores classificações portuguesas de sempre: um oitavo lugar, entre 22 concorrentes, arrecadando ainda o prémio para a melhor voz e interpretação. Segue-se o Festival da OTI (realizado no México), onde se classificou em quarto lugar.

Em Maio de 1992, Dulce Pontes edita o seu álbum de estreia, "Lusitana", que lhe valeu excelentes críticas. Nesse mesmo ano, é convidada a participar no show da Lotaria Europeia, na Turquia, e noutro da TV Galiza, de Espanha.
Surge então, em 1993, o seu segundo trabalho "Lágrimas". Um álbum onde Dulce abandona as baladas rock, iniciando uma viagem pela busca da sua identidade na música tradicional portuguesa, nomeadamente no fado, a sua grande paixão. Aí, interpreta temas célebres de Amália Rodrigues, como "Lágrimas", "Povo Que Lavas No Rio", ou "Canção Do Mar". E é aqui que podemos afirmar que se inicia a carreira internacional de Dulce Pontes, conquistando audiências, nos anos seguintes, em locais inesperados como o Japão, Holanda ou Brasil, onde actua em festivais e shows televisivos.
É então que a sua voz chega a Hollywood. A sua interpretação de "Canção Do Mar" foi escolhida para fazer parte da banda sonora do filme "Primal Fear", com Richard Gere, em 1996. Tendo a mesma canção integrado outra banda sonora, a da telenovela brasileira "As Púpilas do Senhor Reitor", um ano antes. Nessa mesma época, grava "A Brisa Do Coração", com música de de Ennio Morriconne, que é incluída na banda sonora do filme "Afirma Pereira", com Marcello Mastroianni.

O segundo longa duração de Dulce Pontes surgiu em 1995. Um CD duplo intitulado "A Brisa Do Coração", gravado ao vivo num espectáculo no Coliseu do Porto. Um registo, como a própria afirma, de "uma noite mágica". Recebe então variados prémios como o "RCL", para "Melhor Concerto Ao Vivo", Prémio Bordalo atribuído pela Casa da Imprensa para a "Melhor Voz Feminina" ou Globo de Ouro (atribuído pela SIC e pela revista Caras), no ano de 1995.
Em 1996, edita "Caminhos", um disco em que Dulce continua a explorar e reiventar o fado, e que contou com as colaborações de como músicos Xirandela, Leonardo Amuedo ou Carlos Nuñez. Algumas das letras são de poetas conceituados portugueses, como é o caso de Fernando Pessoa. Inicia então uma extensa digressão, nos anos seguintes, que a leva a países como Alemanha, EUA ou Itália, provando que a música é uma linguagem universal. Destacam-se ainda os seus duetos com nomes grandes da música, nomeadamente, Caetano Veloso que com ela canta, em Roma, no concerto "World Food Day", e com Andrea Bocelli, com quem gravou a balada "O' Mare E Tu".

"O Primeiro Canto", editado em 1999, é um trabalho muito pensado, onde a maioria das canções são originais de Dulce Pontes, música e letras. Um álbum que confirma a sua maturidade e ousadia enquanto compositora e intérprete, e que lhe valeu um disco de platina em Portugal, sendo também muito bem recebido em Itália, Espanha, Holanda e Brasil.
Dulce Pontes é uma perfeccionista, e procura a perfeição em todo o lado, colaborando com artistas de todo o mundo, como Kepa Junkera, Waldemar Bastos ou Jacques Morelenbaum. Viaja por Portugal com um gravador de cassetes à procura de sons tradicionais, bem como todo o tipo de sons mais exóticos, para se sentar então ao piano e compor as suas canções. Não esquecendo nunca a técnica, Dulce afirma que "o sentimento é o mais importante" e é talvez isso que explica que uma plateia de japoneses se emocione ao ouvi-la cantar o fado.

Alinhamento
Dulce Pontes – Lusitana paixão
Dulce Pontes – Povo que lavas no rio
Cristina Branco – Sete pedaços de vento
Ana Moura – Ao poeta perguntei
Mariza – Recusa
Dulce Pontes – Brisa do coração
Madredeus – Vem (além de toda a solidão)
Rodrigo Leão – Rosa
Dulce Pontes – Se voaras mais ao perto

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Barco Ancorado 07/04/2008



O disco de estreia da britânica Duffy chegou esta segunda-feira às lojas nacionais. "Rockferry" é o título do registo que tem feito furor em terras de Sua Majestade, impulsionado pelo single 'Mercy', e que lhe tem rendido comparações a Dusty Springfield e Amy Winehouse.

O longa-duração entrou directamente para a liderança da tabela de vendas no Reino Unido, com vendas superiores a meio milhão de unidades na semana de edição.
A cantora conseguiu, ainda, a proeza de ter o tema 'Mercy' a liderar o top de singles em simultâneo com o disco, um feito alcançado apenas por nove artistas femininas, entre as quais Mariah Carey e Barbra Streisand.
Além disso, Duffy também tem escalado os tops de países como a Irlanda, Holanda, Suíça, Suécia, Dinamarca, Noruega e França.

Duffy é uma jovem cantora do País de Gales que teve a sua oportunidade no mítico programa "Later With Jools Holland". "Rockferry" é o primeiro single do primeiro albúm com o mesmo nome e foi co-escrito por Duffy e por Bernard Butler, fundador e ex-membro original dos Suede.
Duffy já é considerada a nova Dusty Springfield... Provavelmente, uma comparação precipitada. Primeiro deixem a miúda mostrar o seu trabalho e talento... Além disso, é melhor não a comparar com ninguém, até porque Dusty Springfield só houve uma!

Críticos explicam o sucesso de Duffy devido ao bom momento do mercado soul-pop-retro, que voltou com força total com Amy Winehouse no fim de 2006.
Duffy chama-se Aimee Anne Duffy, mas pediu para ser chamada apenas pelo sobrenome para tentar evitar as constantes comparações com Amy Winehouse. No mês passado, Duffy foi capa da revista semanal do jornal "Independent" sob o título "jovem, talentosa e galesa: a ascensão de Duffy".

Alinhamento
Duffy - Mercy
Duffy - Rockferry
Sufjan Stevens - Jacksonville
Coldplay – Fix you
Duffy – Sleeping stone
Alicia Keys – Diary
Joss Stone – Killing time
Duffy – Syrup & Honey

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Lábios


Derrama pelos meus lábios o batom que tens nos teus
Que a tua saliva se misture na minha
Que a minha língua se faça refém
Prometo guardar o teu paladar
sem o dar a provar a alguém

Barco Ancorado 04/04/2008


Mark Knopfler actua esta sexta-feira, em Lisboa. O antigo músico dos Dire Straits vai subir ao palco do Campo Pequeno para apresentar o seu mais recente álbum, "Kill To Get Crimsom". Aquele que é o quinto disco de originais de Knopfler foi lançado no ano passado, sucedendo a "Shangri-La" (2004).
Recorde-se que o último concerto de Mark Knopfler em Portugal aconteceu em 2005, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa.

A carreira de Mark Knopfler confunde-se inequivocamente com o caminho de sucesso da banda da qual foi principal mentor, os Dire Straits. Natural da Escócia, Knopfler foi viver para Inglaterra com apenas sete anos. A sua aptidão natural para a música começou a notar-se desde muito cedo. Ainda jovem, formou inúmeras bandas, inspirado por nomes como Jimi Hendrix ou James Burton. Depois de completado o curso universitário, Knopfler começou por ser crítico musical no Yorkshire Evening Post, antes de voltar novamente aos estudos, complementando o curso de jornalismo com uma especialização na língua inglesa.

O gosto de Knopfler pela música, para além da necessidade inerente ao seu trabalho de crítico levaram-no a conhecer Steve Phillips, um cantor de blues e guitarrista que fazia pequenos concertos na zona de Leeds. As afinidades criativas e a partilha de gostos musicais acabaram por tornar possível a formação de um duo, os Duolian String Pickers.
A dupla tocou em conjunto durante mais de cinco anos, e Mark beneficiou do trabalho feito em conjunto, já que no decurso das actividades do duo, foram-lhe apresentados vários nomes importantes no mundo da guitarra e dos blues, como Lonnie Johnson. Depois de terminado o curso de Inglês, Mark partiu para Londres. Foi na capital britânica que Knopfler respondeu a um anúncio que encontrou no Melody Maker: uma banda intitulada Brewer's Drop procurava um elemento para a sua formação. O irmão de Mark, David, mudou-se entretanto para Londres, o que proporcionou a reunião dos irmãos em termos musicais. A junção do talento familiar com outros elementos, levou à criação dos Café Racers. O baixista John Illsley integrou-se pouco depois, dado o grande entendimento entretanto denotado entre todos. Pick Withers, o baterista, entraria na formação em 1977, por sugestão de Mark, e a designação Dire Straits veio logo de seguida. Estava assim lançada aquela que veio a ser uma das maiores bandas de rock da década de 80.

A actividade de Mark, paralelamente à carreira de êxitos dos Straits, principiou em 1984 quando compôs a banda sonora do filme "Local Hero". Um ano depois, deu continuidade ao mesmo género de trabalho com a composição de temas para o filme "Cal". Nesse mesmo ano, Knopfler contribuiu decisivamente para o álbum de regresso de Tina Turner, "Private Dancer". Dois anos depois, em 1986, Knopfler reuniu-se novamente com Steve Philips, que juntamente com Brendan Croker, Ed Bicknell e Paul Franklin formaram os Notting Hillbillies. O êxito da iniciativa ficou patente nos resultados de vendas do álbum "Missing...Presumed Having a Good Time" que chegou aos discos de platina.
O caminho de Mark Knopfler a solo começou em 1996 com o álbum "Golden Heart". Mas a participação na execução de bandas sonoras não se cingiu às referências anteriores. Mark participou ainda nas composições de filmes como "The Princess Bride", "Last Exit to Brooklyn", "Metroland" ou "Wag The Dog". A excelência do trabalho de Knopfler, levou-o a colaborar com nomes como Bob Dylan, Eric Clapton, Van Morrison, Aztec Camera, ou Sting. O último registo de Knopfler em disco foi o seu segundo álbum a solo, "Sailing To Philadelphia", editado no ano 2000. Em 2002, o ex-Dire Straits voltou à carga com "The Ragpicker's Dream". Sucederam-se "Shangri-La" (2004) e "Kill To Get Crimsom", de 2007.

Alinhamento
Mark Knopfler – Sailing to Philadelphia
Mark Knopfler – The Trawlerman´s song
Robert Plant – I believe
Neil Young – Unknown legend
Van Morrison – Brown eyed girl
Mark Knopfler – What it is
Bob Dylan – Things have changed
Mark Knopfler – Prairie wedding

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Poema para ti (II)


Os campos
A relva húmida
As flores

O toque das mãos
junto à vidraça
Sinais
Sorrisos
Os vaivéns de beijos

O encontro
As mãos entrelaçadas
O toque ousado e subtil

O desejo
Os corpos suados, quentes
Enroscam-se como no cio das serpentes
Acariciam-se por inteiro
Sugam os poros, a respiração
Aceleram as batidas do coração
Amam-se como dois animais selvagens

Os olhos explodem num brilho estelar
Os gritos como de um lobo
defloram os ouvidos
Fazem perder os sentidos
Fazem ir aos céus e voltar

E aí, no auge do êxtase, do deleite,
alimentam-se o corpo e a alma

Barco Ancorado 03/04/2008


Faleceu há 18 anos “A Divina”. Sarah Vaughan, a cantora preferida pelos boppers no começo dos anos quarenta por possuir uma técnica vocal altamente sofisticada. Nascida em Newark, New Jersey, no dia 27 de Março de 1924, Sarah começou a cantar na Mt. Zion Baptist Church, onde também aprendeu a tocar piano e orgão.
Em 1943, foi contratada por Earl Hines como cantora e pianista, depois de ganhar um concurso amador no Apollo Theatre com a música "Body and Soul". No ano seguinte seria contratada pela orquestra de Billy Eckstine, através das recomendações de Hines. Depois de uma rápida passagem com John Kirby, iniciou a sua carreira a solo.

A primeiras gravações de Sarah Vaughan para a Musicraft foram as composições de Tadd Dameron "If You Could See Me Now" e "Tenderly" (o seu primeiro sucesso). A partir daí passou a ser muito requisitada, inclusive pelas cabeças pensantes do bop Dizzy Gillespie e Charlie Parker, com os quais gravou "Lover Man". Em 1944 Sarah gravou o sucesso de Gillespie, "A Night in Tunisia" com o nome de "Interlude".
Durante o tempo em que foi contratada pela Columbia Records, de 1949 a 1954, tornou-se uma estrela internacional, gravando álbuns na sua maioria comerciais, muitos dos quais apoiados por arranjos orquestrais. Por outro lado, em 1950 gravou com um octeto no qual participava Miles Davis.

Na metade dos anos 50, Sarah Vaughan começou a gravar jazz na editora EmArcy, período que produziu dois clássicos álbuns: “Vaughan With Clifford Brown”, e “Swinging Easy”, com Richard Davis e Roy Haynes, entre outros.
Nos anos oitenta, Vaughan gravou para a Pablo dois excelentes álbuns com as músicas de Duke Ellington. Na era do CD, a grande totalidade da sua obra foi regravada. No final da carreira já não era estritamente uma cantora de jazz.

Quando morreu a 3 de Abril de 1990, em Los Angeles, Sarah Vaughan era considerada uma das jóias da tríplice coroa das vocalistas do jazz moderno, juntamente com Billie Holiday e Ella Fitzgerald.

Alinhamento
Sarah Vaughan – All the things you are
Sarah Vaughan – Round about midnight
Nat King Cole – September song
Tony Bennett – Winter wonderland
Sarah Vaughan – Triste
Ray Charles – Georgia on my mind
Frank Sinatra – My way
Ella Fitzgerald & Louis Armstrong - Summertime
Billie Holiday – Blue moon
Sarah Vaughan – Fever

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Poema para ti


As luzes apagam-se
Velas queimam em desejo
Volúpia e líbido confrontam-se
e unem-se ardentemente

Os olhos encontram-se
É inevitável a atracção

Os corpos tocam-se
e eu já não respondo mais por mim
Roupas atiradas pelo chão
e a tua respiração tão forte...

Olhares famintos e provocantes
A tua pele faz o meu corpo ferver
Toco-te e quase não consigo respirar
Timidez e vergonha ficaram atrás da porta

Rodo a chave mais uma vez,
porque esta noite será longa demais...
Desvendo os teus mistérios,
tocando-te onde sempre desejei

Liberto os meus desejos
e a minha garganta fica seca
de tanto gemer...

Respiro no teu ouvido
Agarro-me nas tuas costas
Subo no teu corpo
E sinto-me inteiro em ti...

Nunca me senti tão livre,
Tão solto, tão teu assim...

Mordo-te suavemente
e quase perco o fôlego

Deito-te de bruços
e subo em ti
Aperto-te tentando oprimir os meus desejos
quando o que mais quero é tomar-te com força
Beijar a tua boca
e deslizar com a língua por todo o teu corpo


(Para ti, com amor e carinho)

Barco Ancorado 02/04/2008


A cantora norte-americana Emmylou Harris completa esta quarta-feira 61 anos. Apadrinhada pelo lendário Gram Parsons, a cujo primeiro disco emprestou a voz, Emmylou Harris soube, após a morte do mentor dos Flying Burrito Brothers, construir uma sólida carreira - quer com a Hot Band, que a acompanhou ao longo de numerosos álbuns, quer a solo.
Nascida no Alabama em 1947, cresceu na Carolina do Norte, tendo acabado o liceu na Virginia. Por detrás das constantes mudanças de cenário estava a carreira militar do seu pai, mas cedo Emmylou percebeu que o seu percurso não seria menos errante, quando na Faculdade se junta a Mike Williams, com quem formou um dueto, acabando por desistir de estudar e mudar-se para Nova Iorque, onde percorreu o circuito de concertos de Greenwich Village.

Em 1970, Emmylou Harris grava "Gliding Bird", o seu primeiro álbum, um momento seguido de vários dissabores, profissionais e pessoais. Pouco depois do lançamento, a editora de Emmylou Harris abre falência, ao passo que o seu casamento com Tom Slocum entra em crise. Já com uma filha, a artista acaba por ter de abandonar Nashville, para onde tinha ido viver, e voltar para junto dos pais, que entretanto se tinham estabelecido numa quinta em Washington.
O golpe de sorte na carreira de Emmylou Harris surge em 1971, durante uma actuação do trio que mantinha com Gerry Mule e Tom Guidera. A assistir à performance estavam membros dos Flying Burrito Brothers, grande precursores do country-rock. Impressionado com o talento da cantora, Chris Hillman, o então líder da banda, falou em Emmylou a Gram Parsons, que tinha acabado de deixar o grupo. O compositor convida Emmylou a cantar no seu primeiro álbum a solo, "GP". Depois de uma digressão com os Fallen Angels, banda de suporte de Gram Parsons, a cantora participa num disco histórico, que daria nome ao tributo que, em 1999, vários artistas fizeram a Parsons - "Grievous Angel".
A morte de Gram Parsons, catalizada pelo abuso de álcool e drogas, rompeu a colaboração entre os dois músicos, decidindo Emmylou continuar em Washington e formar, com Tom Guidera, a Angel Band. Já em Los Angeles surge "Pieces of the Sky", a estreia a solo da cantora, na qual se encontram versões de temas de vários grupos. Com "If I Could Only Win Your Love", original dos Louvin Brothers, Emmylou alcança o seu primeiro sucesso.

Depois de algumas colaborações com Dolly Parton e Neil Young, Emmylou Harris grava "Elite Hotel", o álbum em que, pela primeira vez, é acompanhada pela Hot Band, na qual figuravam James Burton e Glen D. Hardin, antigos músicos de Elvis Presley. Na voz e guitarra estava Rodney Crowell - uma formação que se manteve em "Luxury Liner", de 1978, e "Quarter Moon In a Ten Cent Town", lançado no ano seguinte. Em "Blue Kentucky Girl", é já Ricky Saggs a dividir as vocalizações com Emmylou Harris.
Seguiram-se "Roses in the Snow", em que a toada dominante é o bluegrass acústico, e um álbum de Natal, numa altura em que Meghann, a segunda filha da artista, era a sua prioridade. Em 1981, chega ao mercado "Evangeline", colecção de canções inéditas.
No ano seguinte, o abandono do baterista John Ware deixou a banda de Emmylou Harris sem nenhum dos seus membros originais; ao mesmo tempo, a união da cantora com Brian Ahern desfaz-se, sendo "Last Date", um disco ao vivo, e o álbum de estúdio "White Shoes" os últimos registos de Emmylou produzidos pelo marido.
De volta a Nashville, a artista junta-se a Paul Kennerley, com quem cantara em 1980, e com ele grava "The Ballad of Sally Rose", aproveitando um pseudónimo que por vezes utilizava, quando em digressão, para esboçar um trabalho eminentemente auto-biográfico. Apesar de, comercialmente, ter fracassado, o disco dá um novo ânimo a Emmylou, que casa com Kennerley e lança os álbuns "Thirteen" e "Angel Band", uma colecção de espirituais country.
Em 1987, o sucesso bateu à porta da artista, que em "Trio" concretiza um projecto antigo, juntando-se a Dolly Parton e Linda Ronstadt na interpretação de alguns clássicos. A adesão do público à ideia dá origem a "Duets", disco no qual Emmylou Harris reúne numerosas faixas que cantara com George Jones, Willie Nelson e Gram Parsons, entre outros.

Já na década de 90, Emmylou Harris edita "At The Ryman", um álbum ao vivo em que é já secundada por uma nova banda, os Nash Ramblers, e torna-se presidente da Fundação da Música Country. O ano de 1993 trouxe a saída da Warner Bros/Reprise, que troca pela Asylum Records, e o divórcio de Paul Kennerley. "Cowgirl's Prayer" marca esta época da sua carreira e vida pessoal, e "Wrecking Ball", lançado em 1995, prova a vontade da artista em arriscar. O disco é bem acolhido pela crítica e antecede "Portraits", uma retrospectiva da sua obra, dividida em três CDs.
Seguem-se o álbum "Spyboy", de 1998, e a "sequela" de "Trio". Em 1999, Emmylou Harris volta a trabalhar com Linda Ronstadt em "Western Wall: Tucson Sessions", antes de, com o disco "Red Dirt Girl", conquistar público e imprensa. O trabalho, em que participam Bruce Springsteen, Patty Griffin e Dave Matthews, é galardoado com o Grammy de Melhor Álbum Folk Contemporâneo, e confirma o estatuto da cantora no panorama da música norte-americana.
Desde então, Emmylou tem-se dedicado a dar espectáculos em prol das acções de desminagem em países do Terceiro Mundo.

Alinhamento
Emmylou Harris – Making believe
Emmylou Harris & Dave Matthews Band – The long black veil
Linda Ronstadt & Aaaron Neville – Don´t know much
Joan Baez – The night they drove old Dixie Down
Dolly Parton – More than I can say
Emmylou Harris & Mark Knopfler – Lost on the river
Cowboy Junkies – A horse in the country
Aimee Mann – Humpty Dumpty
Emmylou Harris & Mark Knopfler – Love and happiness

terça-feira, 1 de abril de 2008

Barco Ancorado 01/04/2008


O australiano Dave Graney e os seus The Lurid Yellow Mist vão actuar na primeira parte dos concertos de Nick Cave no nosso país.
O músico australiano, que actua em Portugal com os The Bad Seeds a 21 e 22 de Abril, nos Coliseus de Lisboa e Porto, respectivamente, escolheu os compatriotas para se apresentarem na primeira parte de ambos os espectáculos.

De acordo com a promotora do evento, a Everything Is New, as duas apresentações estão a gerar enorme expectativa junto do público e já só estão disponíveis cerca de 137 bilhetes para o concerto de Lisboa e à volta de 663 para o do Porto.
Os bilhetes custam 30 euros para o a sala de Lisboa e entre 25 e 35 euros para a do Porto.

Nick Cave foi, recentemente, distinguido com o grau de Doutor, pela Universidade de Monash de Melbourne, onde estudou entre 1977 e 1978 sem, no entanto, ter acabado o curso. A distinção foi a forma encontrada pela instituição para premiar o trabalho do músico e a forma como «difundiu a Austrália no cenário internacional, particularmente mostrando a capacidade e criatividade artística da nossa população», segundo referiu o reitor, Richard Larkins.

Alinhamento
Nick Cave - Into my arms
Nick Cave & The Bad Seeds – Red right hand
The Cure - Lullaby
This Mortal Coil – Song to the siren
Nick Cave & Kylie Minogue – Where the wild roses grow
Tindersticks – Let´s pretend
Peter Murphy – Strange kind of love
Joy Division - Atmosphere
Cocteau Twins – Pandora
Nick Cave, Tom Waits & The Bad Seeds – Wonderful world

Entraste na casa do meu corpo



Entraste na casa do meu corpo,
desarrumaste as salas todas
e já não sei quem sou, onde estou
O amor sabe
O amor é um pássaro cego
que nunca se perde no seu voo

Amo-te e não me amo inteiramente
O que me falta é infinito
mas tu és do bem que me falta
O enigma onde se condensam
a terra e o sol, o ar
as águas invioladas
e tenho a boca cheia
de música ondulação
do teu silêncio