quinta-feira, 31 de julho de 2008

Férias


Porque há este sol

Porque há este mar

Porque passam os dias nesta urgência de andar


Porque se calam as aves neste mar de calor

Porque ficam esperas de tempo a cumprir

Porque andamos tão sós à procura do amor


Porque é tão curta a vida e tão longo o penar

Porque ficam os rios sem pressa de ir

Porque queremos partir não sabendo chegar


Porque há este sol

Porque há este mar

Porque vamos de férias quando há tanto a fazer

Barco Ancorado 31/07/2008


Os seis álbuns que os Creedence Clearwater Revival editaram até 1972 vão estar disponíveis em versões de luxo a partir de 30 de Setembro.
«Creedence Clearwater Revival», «Bayou Country», «Green River», «Willy & the Poor Boys», «Cosmo´s Factory» e «Pendulum» vêm acompanhados de raridades e lados B. O colectivo Booker T & the MGs está representado em dois temas raros.

Apesar de sempre se terem apresentado em formato quarteto, os Creedence Clearwater Revival foram, no entanto, um projecto pensado e dirigido por John Fogerty, o líder da banda, que juntamente com o seu irmão mais velho, Tom Hogerty, Doug Clifford e Stu Cook, deu forma a um dos grupos-chave do rock do final dos anos 60 e início de 70.
As raízes dos Creedence tinham já sido semeadas por Tom Hogerty, no fim do anos 50, num projecto chamado Blue Velvets, formado em El Cerrito, na Califórnia. Na década seguinte, após algumas gravações falhadas, a banda assinou pela Fantasy, editora para a qual editou uma série de singles sob a designação de Golliwogs, que também não chegaram longe.
Nessa altura, o vocalista de serviço era Tom e não John, que só viria a substituir o irmão ao microfone alguns anos mais tarde. Foi a partir do momento em que John assumiu a liderança do grupo, compondo e cantando, que os Creedence definiram o rumo que iriam seguir.
O primeiro álbum foi editado em 1968 e incluíu temas como "I Put A Spell On You" e "Suzy Q", que apesar de terem sido bem recebidos pelo público consumidor, ficaram muito aquém do sucesso alcançado com "Proud Mary". A faixa foi uma das sete que integraram o sucessor do registo homónimo, "Bayou Country", e chegou a número dois da tabela de singles norte-americana em 1969.

Depois de "Proud Mary", os Creedence editaram muitos outros êxitos, caso de "Bad Moon Rising", "Green River", "Down On The Corner", "Travellin' Band", "Who'll Stop The Rain", "Up Around The Bend" e "Lookin' Out My Back Door".
Assumidamente uma banda de singles, apesar de também ter editado alguns álbuns aclamados pela crítica, os Creedence foram uma das poucas bandas a manter-se em alta, dentro do possível, na altura da explosão do fenómeno Beatles em princípios de 70, conseguindo permanecer entre os mais vendidos.
No entanto, o despotismo manifestado por John Fogerty para com os restantes membros do grupo teve consequências maiores, que terminaram na inevitável dissolução da banda. Tom Fogerty foi o primeiro a abandonar o projecto, em 1971, e gravou posteriormente alguns álbuns em nome próprio.
Os três resistentes ficaram responsáveis pela composição das letras, bem como pela vocalização, que anteriormente eram da exclusiva responsabilidade de John Fogerty.
"Mardi Gras", o derradeiro álbum de estúdio do grupo, chegou às lojas em 1972, provando que a liderança de John Fogerty, ainda que dominadora, era essencial para a sobrevivência do grupo.
Após o desmantelamento da banda, John Fogerty foi o único dos quatro a apresentar um trabalho digno de nota, ainda que durante cerca de dez anos tenha passado quase despercebido. Porém, em 1984 o músico provou que o espírito dos CCR ainda estava vivo, com o disco "Centerfield".
Em 1990, desvaneceram-se todas as esperanças de uma hipotética reunião da banda, devido à morte de Tom Fogerty.

Alinhamento
Creedence Clearwater Revival – Long as I can see the light
Creedence Clearwater Revival – Up around the bend
Eagles – Wasted time
The Animals – The house of the rising sun
Led Zeppelin – The battle of Evermore
Rolling Stones – Like a rolling stone
Steve Miller Band – The joker
Creedence Clearwater Revival – Have you ever see the rain

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Espelhos


Numa distante e pequena vila, havia um lugar conhecido como 'A Casa dos Mil Espelhos'.
Certo dia, um pequeno e feliz cãozinho soube deste lugar e decidiu visitá-lo. Quando lá chegou, saltitou feliz pela escada acima até a entrada da casa. Olhou através da porta de entrada com as suas orelhinhas bem levantadas e abanando a cauda tão rapidamente quanto podia.
Para sua grande surpresa, deparou-se com outros mil pequenos e felizes cãezinhos, todos a abanarem as suas caudas, tão rapidamente quanto a dele. Nesse momento, deu um enorme sorriso e foi correspondido com mil sorrisos enormes. Quando saiu da casa pensou: 'Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre, um milhão de vezes'.
Na mesma vila havia outro pequeno cãozinho, não tão feliz quanto o primeiro, que decidiu também visitar a casa. Subiu lentamente as escadas e espreitou através da porta. Quando viu mil cães a olhá-lo fixamente, rosnou e mostrou os dentes e ficou assustado ao ver mil cães a rosnar-lhe e a mostrar-lhe os dentes. Saiu a correr e pensou: "Que lugar horrível, nunca mais volto aqui!"
Todos os rostos no mundo são espelhos.

Barco Ancorado 30/07/2008


Aquele que é considerado o pai do rock português completa esta quarta-feira 51 anos. A carreira de Rui Veloso começou quando a sua mãe resolveu apresentar, na Valentim de Carvalho, umas gravações caseiras feitas pelo próprio, em que interpretava temas de rock e blues. A sua qualidade surpreendeu de tal forma a editora, que nem pensou duas vezes em propor-lhe um contrato discográfico. Assim, em 1980, é editado "Ar de Rock", um disco repleto de influências blues, feito com os instrumentos básicos do rock n' roll (guitarra, baixo, bateria, harmónica), que fez história e criou o rótulo "rock português". Revelando-se também uma dupla notável: Rui Veloso, na música e Carlos Tê, nas letras.
Em poucos meses, Rui Veloso passava de ilustre desconhecido a estrela. "Ar De Rock" revelou-se um verdadeiro sucesso, chegando mesmo a disco de Ouro, gerando uma série de clássicos, como "Chico Fininho" (o maior de todos) ou "A Rapariguinha do Shopping".
A expectativa era alta quando, em 1982, editou "Fora de Moda", que incluía temas como "Balada da Fiandeira" ou "A Gente Não Lê". No entanto, quem esperava deste trabalho um "Ar de Rock Parte 2", ficou desiludido. Até porque Rui Veloso declarava publicamente que não queria ser "uma estrela do rock and roll"...
Veloso volta aos álbuns em 1983, numa altura em que o rock português se tornava mais negro e menos rock, com "Guardador de Margens", que já pouco tinha a ver com rótulos e catalogações, confirmando mais uma vez a qualidade da parceria Veloso/Tê, comprovada em canções como a "A Ilha" ou "Guardador de Margens".

No Natal de 1986, Rui Veloso regressou com um álbum que era para se chamar "Os Vês Pelos Bês", numa referência ao sotaque portuense, mas que acaba por se chamar simplesmente "Rui Veloso". "Porto Covo", "Porto Sentido", entre outros, são êxitos automáticos que levam o disco ao primeiro lugar das tabelas, valendo-lhe mesmo o Disco de Platina
Na Primavera de 1988, lança o álbum duplo "Ao Vivo", um registo dos seus concertos nos Coliseus de Lisboa e do Porto, realizados um ano antes, que chega também à Platina.
Em 1990, chega então a vez de novo duplo, "Mingos & Os Samurais", um trabalho preparado minuciosamente ao longo de vários anos, que relatava a vida e obra de Mingos & Os Samurais, um grupo de baile dos anos 60/70. O disco, de onde sobressai o tema "Não Há Estrelas No Céu", vende mais de 300 mil cópias e chega à Platina.
"Auto Da Pimenta", um disco encomendado pela Comissão dos Descobrimentos que aborda o tema da nossa epopeia nacional dos Descobrimentos, segue-se em 1992.
Três anos depois, é a vez de "Lado Lunar", que, para não variar, chega também ao Disco de Platina.
Em Dezembro de 1996, integra o projecto "Rio Grande", um dos mais bem sucedidos da música portuguesa, com nomes bem conhecidos como Jorge Palma, Vitorino, Tim e João Gil, que resulta na gravação de dois álbuns: "Rio Grande" e "Dia de Concerto".
Em 1998, sai "Avenidas". Com a colaboração do inseparável Carlos Tê, Clara Pinto Correia (letrista em dois temas), Paul Carrack, dos Mike & The Mechanics, e produção de Luís Jardim. A fechar os anos 90, compõe o tema principal do filme "Jaime", de António Pedro Vasconcelos, enquanto o tema "Todo O Tempo do Mundo" dá nome a uma série da TVI.

Em 2000, Rui Veloso festejou os 20 anos de "Ar de Rock", com uma reedição do disco mas com os temas a serem recuperados por gente tão diversa como Clã, Ala dos Namorados, Mão Morta, Sara Tavares, Jorge Palma, Xutos & Pontapés, Belle Chase Hotel ou os brasileiros Paralamas do Sucesso.
No mesmo ano, "O Melhor de Rui Veloso" chega às lojas, álbum que já só é sucedido em 2003 com "O Concerto Acústico". Produzido pelo próprio Rui Veloso e por Paulo Junqueiro, este disco duplo foi gravado ao vivo nos Estúdios da Duvideo, com excepção para "Presépio de Lata", "Cavaleiro Andante" e "Primeiro Beijo" (gravados ao vivo no Centro Cultural de Belém, em Dezembro de 2002) e de "Porto Sentido" (gravado ao vivo no Coliseu do Porto, em Fevereiro de 2003). O mesmo disco é, mais tarde, editado em formato DVD.
Em 2005 Rui Veloso dedicou-se à actividade editorial lançando, pela sua editora, a Maria Records, os discos dos Azeitonas e de Jorge Vadio.
Em Novembro desse ano, o cantor editou o álbum "A Espuma das Canções" que contou, novamente, com a colaboração de Carlos Tê.

A 2 de Junho de 2006, o intérprete de 'Jura' actuou no Rock in Rio-Lisboa, no mesmo dia que os míticos Pink Floyd, Carlos Santana, Roger Waters e Jota Quest.
No mesmo ano, a jornalista Ana Mesquita construiu, ao longo de 280 páginas, um retrato do músico sob a forma de biografia. Na obra, intitulada "Os Vês Pelos Bês", são contadas centenas de histórias inéditas, complementadas com fotografias e diversos documentos.
Em meados de Fevereiro de 2007, Rui Veloso subiu ao palco do Pavilhão Atlântico, em Lisboa, num evento que teve como propósito apresentar, ao vivo, discos emblemáticos de grupos portugueses. O cartaz desse espectáculo contou, igualmente, com actuações dos Rádio Macau, Jorge Palma, GNR, Xutos & Pontapés e Pedro Abrunhosa. Nessa noite Rui Veloso recordou o disco "Ar de Rock".

Alinhamento
Rui Veloso – Porto seguro
Rui Veloso – Logo que passe a monção
Xutos & Pontapés – Manhã submersa
Jorge Palma – Bairro do amor
Rui Veloso – Não me mintas
Clã – Competência para amar
Rui Veloso – Todo o tempo do mundo

terça-feira, 29 de julho de 2008

Nada


Um homem sentado no alto de um monte. Três outros, lá embaixo, discutiam o que estaria ele a fazer lá em cima. O primeiro disse:
- Acho que ele perdeu algum animal e está à sua procura.
- Não creio - falou o segundo – se estivesse à procura de algum animal, não estaria parado, estaria em movimento. O mais certo é que esteja à espera de um amigo.
- Também não - apostou o terceiro – se estivesse à espera de um amigo estaria a olhar de um lado para o outro, com ar de quem procura. Na minha opinião ele deve estar a meditar.
Os três subiram ao alto do monte para indagar o homem:
- O senhor está à procura de algum animal? – perguntou o primeiro.
- Não – respondeu o homem – eu não tenho nenhum animal, e por isso não poderia estar à procura de animal algum.
- Já sei – disse o segundo – está à espera de algum amigo, não é?
- Não. Não tenho amigos nem inimigos – retrucou o homem.
- Não disse? – interveio o terceiro – o senhor está a meditar, não está?
- Não – falou o homem.
- O que está o senhor a fazer, então? - indagaram os três.
- Nada – respondeu o homem.

Barco Ancorado 29/07/2008


George Michael poderá actuar ao lado de Andrew Ridgeley no final da digressão "25 Live". O cantor de 'Faith' está a preparar várias surpresas para os últimos concertos da tournée e, segundo a imprensa internacional, uma delas poderá ser uma parceria com o antigo companheiro de banda.
O jornal The Sun avança que a dupla poderá interpretar diversos temas em parceria e refere que os derradeiros espectáculos daquela que deverá ser a última digressão de George Michael serão filmados para posterior edição em DVD.
George Michael actua a 24 e 25 de Agosto, no Earls Court Arena, em Londres.
Esta terça-feira falamos dos Wham! no Barco Ancorado.

Os Wham! foram uma banda inglesa de Pop, criada em 1981 por George Michael e Andrew Ridgeley. Nos Estados Unidos foram conhecidos como Wham!UK porque já existia outro grupo com o mesmo nome. As suas canções mais conhecidas são: "Wake Me Up Before You Go-Go", "Everything She Wants", "Last Christmas" e "The Edge Of Heaven". A banda separou-se em 1986 e George Michael iniciou uma bem sucedida carreira a solo.

George Michael lançou o seu primeiro compacto a solo em 1984, a balada "Careless Whisper", que se tornou um sucesso mundial. Em 1987 lança "Faith", o primeiro álbum a solo, cuja canção de trabalho é a muito sugestiva "I Want Your Sex", acompanhado por videoclipes luxuosos. Na encruzilhada do pop com o rhythm'n'blues, o disco vende mais de dez milhões de exemplares.
O álbum "Listen Without Prejudice, Vol. 1" é lançado em 1990. Em conflito com a editora, o cantor recusa-se a conceder entrevistas e a aparecer nos clipes. George Michael acusa a Sony de ter deliberadamente sabotado as vendas do disco e de querer mantê-lo em estado de "escravidão profissional".
Em 1993 perde o processo contra a Sony, mas triunfa no estádio de Wembley, acompanhando os Queen, por ocasião do show em homenagem a Freddie Mercury.
Em 1998 George Michael é preso por atentado ao pudor numa casa de banho pública de um parque de Beverly Hills. O seu amigo Elton John declara então que "um mictório não é o melhor lugar para assumir a sexualidade".

Em 2002 George Michael ataca Tony Blair e George Bush, no início da guerra no Iraque, no compacto "Shoot the Dog". Os jornais propriedade de Rupert Murdoch disparam uma campanha que visa depreciar o cantor, que lança em 2004 o álbum "Patience", que vende três milhões de exemplares.
Em 2005 canta no Live 8, em duo com Paul McCartney, e anuncia o seu casamento com o companheiro Kenny Goss, na esteira da adopção da lei britânica sobre as uniões civis.
Em 2006 ocorre o lançamento do filme-documentário "George Michael: Minha História", e a preparação de uma nova compilação na qual devem constar duas músicas inéditas.
George Michael regressou aos palcos a 12 de Maio de 2007 com um concerto em Coimbra, no início de uma digressão Europeia

Alinhamento
Wham! - Wake me up before u go go
Wham! - Everything she wants
Spandau Ballet - True
Human League – Human
Cutting Crew – I´d just died in your arms tonight
George Michael – Careless whisper
Culture Clube – Do you really want to hurt me
George Michael – Don´t let the sun goes down on me

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Barco Ancorado 28/07/2008


Esta Segunda-feira, Daniela Mercury completa 43 anos. Nasceu em Salvador da Baía no dia 28 de Julho de 1965. Carinhosamente apelidada de "Rainha do Axé", é actualmente uma das mais bem sucedidas cantoras brasileiras, com uma carreira que extravasa as fronteiras do seu país.
Daniela (que chegou a ser dançarina), começou a sua carreira como cantora nos chamados "trios eléctricos" (autocarros característicos do carnaval da Baía que debitam música durante horas a fio).

No final dos anos 80, Daniela Mercury actuou numa banda de pop/rock, a Companhia Clic - com a qual grava, inclusivamente, dois álbuns, que, no entanto, deixa para iniciar uma carreira a solo.
Chama a atenção logo desde o seu primeiro álbum, "Swing Da Cor" de 1991. Do disco, é retirado o single homónimo, um tema samba-reggae que se revelou um verdadeiro hit.
Daniela tem sabido manter-se fiel às (ricas) tradições culturais e musicais do seu país, mais propriamente da Baía. Os seus discos inaugurais possuíam uma forte influência de samba-reggae, que, de lá para cá, tem sabido aprofundar e enriquecer com os ritmos tropicais do axé.
O êxito leva-a, pela primeira vez, aos EUA, em 1993, para cantar no Ritz de Nova Iorque, surgindo, logo depois, o convite para a festa anual da Sony, no ano seguinte.
Em 1993, é editado "O Canto Da Cidade", que vende mais de um milhão de cópias, revelando-se um sucesso ainda maior que o seu anterior trabalho. No ano seguinte, é a vez de "Música De Rua".

Em 1997, Daniela lança "Feijão Com Arroz", um dos seus trabalhos mais maduros e bem sucedidos, que entra em vários tops mundiais, dando-a a conhecer a públicos mais variados, como Portugal, onde se torna uma estrela de primeiro plano, arrastando multidões e batendo recordes de vendas.
Um ano depois, é a vez de "Eléctrica", o seu primeiro álbum gravado ao vivo, que incluí ainda alguns temas inéditos.
Em 2000, é editado "Sol E Liberdade", que a coloca definitivamente entre os maiores nomes da música brasileira da actualidade.
Em 2001, a cantora deixou para trás o axé popular, com que se apresentou ao mundo, por sentir que já havia representantes suficientes da especialidade. Assim, "Sou de Qualquer Lugar" é um disco de canções pop, onde se cruzam ao mesmo tempo os ritmos do manguebeat e da electrónica.

Em 2003, a cantora edita o álbum "Electrodoméstico - MTV Ao Vivo", que regista um concerto na sua terra natal, em Salvador da Baía. O disco contou com as participações da portuguesa Dulce Pontes ('Milagre Do Povo'), da espanhola Rosário Flores ('Riqueza (Your)'), do rapper italiano Lorenzo Jovanotti ('Ive Brussel'), do baiano Carlinhos Brown ('To Remember'), além dos grupos Olodum ('Umbidgo Do Mundo'), Ilê Ayê e Hip Hop Roots.
Em 2005, Daniela Mercury reedita em Portugal o seu álbum de maior sucesso, "Feijão com Arroz".
Seguiram-se os lançamentos em vídeo e DVD de Baile Barroco e Balé Mulato - Ao Vivo (2006) e O Canto da Cidade - 15 Anos, já este ano.

Alinhamento
Daniela Mercury – À primeira vista
Daniela Mercury – Como vai você
Djavan – Se acontecer
Elis Regina - Romaria
Maria Bethânia – Onde estará o meu amor
Daniela Mercury - Rapunzel
Marisa Monte – Não é fácil
Milton Nascimento – Caçador de mim
Daniela Mercury – O mais belo dos belos

sexta-feira, 25 de julho de 2008

O lado obscuro


“Quando nos esforçamos demasiado por penetrar noutra pessoa, descobrimos que a impelimos para uma posição defensiva e que ela cria resistências porque, nos nossos esforços para penetrar e compreender, ela sente-se forçada a examinar aquelas coisas em si mesma que não desejava examinar. Toda a gente tem o seu lado obscuro que - desde que tudo corra bem - é preferível não conhecer.
Mas isto não é erro seu. É uma verdade humana universal que é indubitavelmente verdadeira, mesmo que haja imensas pessoas que lhe garantam desejar saber tudo delas próprias. É muito provável que a sua mulher tivesse muitos pensamentos e sentimentos que a tornassem desconfortável e que ela desejava ocultar de si mesma. Isto é simplesmente humano. É também por este motivo que tantas pessoas idosas se refugiam na própria solidão, onde não serão incomodadas. E é sempre sobre coisas de que elas não desejariam estar muito cientes. O senhor não é, obviamente, responsável pela existência destes conteúdos psíquicos. Se, apesar disto, ainda for atormentado por sentimentos de culpa, reflicta então sobre os pecados que não cometeu e que gostaria de ter cometido. Isto poderá eventualmente curá-lo dos seus sentimentos de culpa relativamente à sua mulher.”

(Carl Jung, Cartas)

Barco Ancorado 25/07/2008


Esta Sexta-feira antecipamos o aniversário de Mick Jagger no Barco Ancorado. É que o mítico vocalista dos Rolling Stones completa amanhã 65 anos. Michael Philip Jagger nasceu em Dartford, na Inglaterra, a 26 de Julho de 1943.
Jagger não foi um sucesso imediato como vocalista dos Rolling Stones. No ínicio da banda, apenas balançava a cabeça. Depois, aprendeu com outros cantores como obter audiência e rapidamente desenvolveu o seu estilo único e pessoal. Uma grande fonte de inspiração sua foi James Brown.
Jagger abandonou a London School of Economics para ser vocalista dos Stones e hoje, aos 65 anos, ainda lidera uma das maiores bandas de rock'n'roll do mundo.

Mick Jagger também se tornou famoso pelos seus casos extra-conjugais e relacionamentos. Teve muitas mulheres e muitos filhos, totalizando 7: Karis (com Marsha Hunt); Jade (com Bianca Jagger); com Jerry Hall teve Lizzy, James, Georgia e Gabriel, e ainda Lucas do seu relacionamento com Luciana Gimenez. Actualmente, namora com L´wren Scott.
Jagger já teve também relacionamentos com homens. A ex-mulher de David Bowie, Angela Bowie, apanhou o seu marido (na época) na cama com Mick Jagger.
A 12 de Dezembro de 2003, Jagger foi condecorado com o título de Cavaleiro do Império Britânico.

Mick Jagger poderia ter sofrido uma tentativa de assassinato no fim da década de 60, caso os seus supostos agressores não tivessem sido atingidos por uma forte tempestade. A informação foi publicada na edição de 2 de Março deste ano pelo jornal britânico "The Sunday Telegraph". Os detalhes foram revelados por um ex-agente do FBI a uma rádio da rede britânica BBC. O ex-agente afirmou que membros do grupo de motociclistas Hell's Angels queriam vingar-se de Jagger após um trágico show dos Rolling Stones no festival de Altamont, nos Estados Unidos, em 1969, quando um jovem foi assassinado por um membro do gangue. Os Hell's Angels supostamente faziam a segurança do evento e, após o crime, Mick Jagger teria dito que não queria mais os serviços do grupo. O plano então seria matar o líder dos Stones na sua casa de Verão nos Estados Unidos. Decidiram chegar ao local pelo mar, mas o bote no qual viajavam os supostos agressores foi atingido por uma tempestade, embora todos tenham sobrevivido, segundo o ex-agente. Acredita-se que Jagger nunca foi informado da suposta tentativa de assassinato.

Alinhamento
Rolling Stones – Like a rolling stone
Rolling Stones – Anybody seen my baby
Led Zeppelin – All my love
Boston - Amanda
Rolling Stones – Out of tears
Eagles – New York minute
Rolling Stones - Angie

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Estrada


Existe uma força que nos dá a estrada, para que a construamos com estas poucas peças dadas, onde o nosso livre-arbítrio nos faz capaz de mudar o rumo das nossas histórias, com algumas peças descartadas, outras adicionadas e algumas mudanças de curso no roteiro das viagens. Os acontecimentos dependem muito mais das nossas palavras, pensamentos e atitudes. Enfim, de nós mesmos.
Reaprendamos a cultivar, a dar valor, a manter tudo de melhor que temos. Que possamos aprender a entender os nossos erros, a compreender os erros dos outros, a conviver sem o pensamento egoísta de que todos têm que se render às nossas vontades e pensamentos, a aceitar dignamente que perdemos, ou se não alcançamos uma meta, se não tivemos sucesso num projecto, se não soubemos manter um amor; e tiremos lições destas frustrações para partirmos, fortalecidos e de cabeça erguida, pela estrada da vida. Saibamos identificar e descartar o que nos faz mal, mudar o que precisa ser mudado, reavaliando erros e acertos, o que de verdade vale a pena cultivar, regar o que precisa crescer forte e saudável e manter as coisas boas que já conquistámos.

Barco Ancorado 24/07/2008


O canal de televisão norte-americano CBS não terá que pagar uma multa de 550 mil dólares por ter transmitido imagens de Janet Jackson com um seio a descoberto, durante o Super Bowl, a final do Campeonato de Futebol Americano, em 2004.
Por decisão de um tribunal fica arquivado o caso que envolve uma das cenas mais célebres da transmissão televisiva do evento. Os juízes argumentaram que o organismo regulador norte-americano para rádio e televisão actuou de forma "arbitrária e caprichosa" quando impôs a multa à CBS por transmitir imagens "indecentes" e consideraram, ainda, que a estação não é responsável pelas atitudes dos artistas.

Janet Jackson, recorde-se, cantava o tema 'Rock Your Body' em dueto com Justin Timberlake, no espectáculo transmitido no intervalo do jogo. No final da música Timberlake puxou parte do fato de pele usado pela cantora, deixando o seio direito daquela a descoberto, perante 90 milhões de pessoas que assistiam ao jogo através da televisão.

Janet Jackson é a mais nova do clã Jackson. Quando a cantora nasceu, já os seus irmãos mais velhos tinham feito história com os Jackson 5. Sem ser surpresa, Janet cedo mostrou ter o bichinho do palco dentro dela, tendo actuado pela primeira vez, ao lado dos irmãos, com apenas sete anos. Em 1977 começou a participar em séries de televisão como "Goodtimes", "A New Kind of Family", "Different Strokes" e "Fame". Anos mais tarde, interrompeu a sua carreira de actriz e, tal como os irmãos, enveredou pelo mundo da música, tendo assinado um contrato com a A&M Records, editora para a qual gravou dois álbuns, o primeiro, quando contava com apenas 15 anos e o segundo, com 17.

Alinhamento
Janet Jackson – Doesn´t really matter
Janet Jackson - Again
Faith Evans – Kissing you
Barry White – Can ´get enough of your love baby
Aretha Franklin – Call me
Janet Jackson – Every time
Prince – Purple rain
Mariah Carey – Whitout you
Janet Jackson – Because of love

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O semeador


O semeador saiu a semear. Quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho. Vieram as aves e comeram-na.
Outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra suficiente, e logo nasceu porque não tinha terra funda. Mas vindo o sol queimou-se e secou porque não tinha raiz.
Outra parte da semente caiu entre espinhos e os espinhos cresceram e sufocaram-na.
Outra caiu em boa terra e deu fruto.
(...)
Ouvindo alguém a palavra do Reino de Deus, e não a entendendo, vem o maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Este é o que foi semeado ao pé do caminho.
O que foi semeado em pedregais, é o que ouve a palavra e logo a recebe com alegria, mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da palavra, logo se ofende.
O que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste Mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra e ela fica infrutífera.
O que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra e dá fruto.

(Evangelho de Mateus)

Barco Ancorado 23/07/2008


Shakira participou no passado fim-de-semana numa manifestação de apoio aos prisioneiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Além de ter interpretado o Hino Nacional da Colômbia junto dos Presidentes da República daquele país, Álvaro Uribe, e do Brasil, Lula da Silva, a cantora leu um emocionado discurso de apelo à libertação dos milhares de pessoas ainda mantidas em cativeiro pelas FARC.

«Estamos aqui reunidos para pedir liberdade para os nossos sequestrados, liberdade também para aqueles que estão a ser submetidos à violência, liberdade aos nossos exilados que não têm direito a decidir onde viver. Liberdade para todos. Por isso estamos aqui. (...) E a todos aqueles que julgam não existir mais vida além da selva porque escolheram o caminho da violência, estamos aqui para lhes dizer que há e que queremos, com o coração nas mãos, com o coração aberto, pedir a todos os guerrilheiros que também são nossos irmãos, porque todos nascemos neste solo colombiano. Queremos pedir a todos os que se enchem de armas que se livrem eles mesmos desse sequestro, porque também eles estão raptados na escuridão da selva. Desmobilizem-se!», afirmou a intérprete.

O protesto do passado Domingo foi o maior de sempre na Colômbia, estendendo-se a várias cidades naquele país e à Europa. Shakira pretende continuar a trabalhar próximo das autoridades colombianas e de outros líderes da região, para a conquista da paz na Colômbia.

Alinhamento
Shakira – Underneath your clothes
Shakira – Estoy aqui
Chayanne – Contra vientos e mareas
Alejandro Sanz – Cuando nadie me ve
Marc Anthony – I need to know
Shakira – Te aviso, te anuncio
Enrique Iglesias - Bailamos
Juanes – Volverte a ver
Paulina Rubio – Don´t say goodbye
Shakira – Hips don´t lie

terça-feira, 22 de julho de 2008

Barcos


Barcos ancorados com nós cortados
O cais repleto de cor e cheiro
Homens em pé nos bancos bronzeados
pelo sol que lhes corre nas veias

Mulheres cantadeiras em madrugadas ausentes
Mulheres peixeiras sadias, enrugadas
pelo envelhecimento dos dias contados

Escancaro este sentir orvalhado
das coisas miúdas compradas na retrosaria da esquina

Homens ancorados aos mastros e lemes
Mulheres em compassos multicolores

Cheiros e sabores empoleirados, rasos,
nas canastras dos costumes

Barcos...
E tudo de fugida se augura em leves tons de brisa

Barco Ancorado 22/07/2008


Madonna está envolvida num escândalo sexual com um jogador de basebol. Um repórter de imagem diz ter um vídeo íntimo da cantora com Alex Rodriguez e pretende vender as imagens por um milhão de libras, avança o NME.

O vídeo terá sido filmado há cerca de dois meses, com o recurso a uma câmara oculta, num apartamento de um amigo do operador de câmara que, alegadamente, terá servido de ponto de encontro para a artista e o desportista.

No entanto, segundo o jornal Daily Star, o repórter poderá enfrentar duras consequências, pois «se a filmagem foi obtida desta forma, representa uma grave invasão de privacidade. (...) Em vez de facturar um milhão ele poderá passar vários anos na prisão», afirmou um especialista em termos legais sobre a matéria.
Madonna, por sua vez, já negou os rumores de um envolvimento com o jogador de basebol.

Recorde-se que a norte-americana actua em Portugal a 14 de Setembro, no Parque da Bela Vista, em Lisboa, no âmbito da digressão "Sticky and Sweet". A primeira parte do espectáculo será assegurada pela sueca Robyn.

Alinhamento
Madonna – Take a bow
Madonna – Beautiful stranger
Anastacia – One day in your life
Kylie Minogue – Can´t get you out of my head
Robbie Williams - Feel
Madonna - Cherish
Britney Spears – Baby one more time
R.E.M. - Imitation of life
Madonna - Frozen

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Barco Ancorado 21/07/2008


Steven Demetre Georgiou, melhor, Yusuf Islam na actualidade, melhor, Cat Stevens para o Mundo, faz hoje 60 anos. Começou a interessar-se por música folk e rock n' roll nos seus tempos de Liceu. Por essa altura, mais concretamente, no ano de 1965, começa a actuar sob o nome de Steve Adams. Grava então o tema "I Love My Dog" que chega aos ouvidos da Decca Records que lhe propõe de imediato a assinatura de um contrato discográfico.
Cerca de um ano depois "I Love My Dog" já está no top-40 do Reino Unido. Seguem-se então uma série de singles de sucesso que tornam Cat Stevens um dos músicos do momento. "Matthew and Son", "Here Comes My Baby" e "I'm Gonna Get" são todos êxitos estrondosos que fazem crescer a expectativa em relação ao álbum de estreia do cantor.
Em 1967 surge o muito aguardado primeiro disco de Stevens intitulado "Matthew and Son", que entra de imediato para o top-10, muito à custa da força dos seus singles.
Apenas um ano depois, o músico regressa com o seu segundo trabalho, "New Master", que, ao contrário do primeiro, nem chega a entrar nos tops.
Ainda no mesmo ano, Stevens contrai tuberculose, facto que o leva a ser hospitalizado. A sua recuperação completa só acontece um ano depois.

Quando volta à música, Cat Stevens mostra-se desiludido com a indústria montada à volta dela e acaba por romper o contrato com a sua editora. O seu material posterior é mais pessoal e introspectivo, como o demonstra o seu álbum seguinte, "Mona Bone Jakon", editado em 1971 pela Island Records. Ainda no mesmo ano, segue-se "Tea For The Tillerman", o seu primeiro trabalho a entrar nas tabelas dos discos mais vendidos dos EUA, gerando uma série de singles de sucesso.
Em 1971 é a vez de "Teaser And The Firecut", um disco que, aquando da sua saída, chega à marca de ouro, gerando clássicos como "Peace Train" ou "Moon Shadow".
No ano posterior segue-se "Catch Bull At Four", um álbum um pouco mais rock que os anteriores que chega ao primeiro lugar dos EUA e a Disco de Ouro no Reino Unido.
Em 1973 Stevens está de novo desgastado com a fama e o mundo da música e decide mudar-se para o Brasil onde permanece um ano, fazendo aí aparições públicas muito esporádicas.
De volta ao Reino Unido edita, em 1974, "Buddah and The Chocolate Box" que lhe vale novo tema digno de figurar no top-10: "Oh Very Young".
No resto da década o músico continua a editar álbuns de sucesso, surgindo mesmo em 1975 um "Greatest Hits" com os seus maiores êxitos.

A 23 de Dezembro de 1977 Cat Stevens surpreende ao converter-se formalmente ao Islão, adoptando o nome Yusuf Islam e dedicando-se ao estudo e divulgação daquela religião.
No ano seguinte o músico edita o seu último álbum como Cat Stevens intitulado "Back To Earth", um disco que não tem, nem de perto, a aceitação dos anteriores. Como consequência, o cantor deixa o mundo da música.

No final da década de 80 volta a estar na berlinda ao declarar o seu apoio ao Ayatollah Khomeini na sua "fatwa" (condenação à morte) contra o escritor Salman Rushdie (autor da polémica obra "Versículos Satânicos"). Este seu apoio vale-lhe a crítica veemente de muitas personalidades do mundo da música e não só. Assim, muitas bandas (como os 10.000 Maniacs) deixam de tocar versões de temas seus, retirando dos seus discos as referidas canções - isto apesar do cantor vir mais tarde a público afirmar que as suas afirmações teriam sido manipuladas.
Apesar de tudo, a sua música manteve-se popular, como o comprova a edição, em 1990 do disco "The Very Best Of Cat Stevens", que chega ao top-5 do Reino Unido.
Em 2004, o departamento de Segurança Interna dos EUA impediu a sua entrada no País, após incluí-lo na lista de vigilância por actividades provavelmente relacionadas com o terrorismo.
Em Março de 2005 lançou "Indian Ocean", sobre o tsunami de 2004 no Oceano Índico, com o objectivo de ajudar os órfãos de Banda Aceh, na Indonésia, uma das áreas mais afectadas.
Em 2006, anunciou a sua volta à música pop, com o disco An Other Cup, lançado em 28 de Novembro, coincidindo com o 40º aniversário do lançamento do seu primeiro álbum.

Alinhamento
Cat Stevens – Father and son
Cat Stevens – Morning has broken
10 CC – Ready to go home
Joni Mitchell – How do you stop
Carly Simon – You belong to me
Cat Stevens – Wild world
Don McLean - Crying
Gary Wright – Dream weaver
Adrian Gurvitz - Classic
Cat Stevens – Oh! Very young

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Barco Ancorado 18/07/2008


Milton Nascimento sobe esta noite ao palco do Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
O cantor brasileiro é acompanhado pelo Jobim Trio, ou seja, Paulo Braga, Daniel e Paulo Jobim (neto e filho de Tom Jobim, respectivamente).

Nascimento traz na bagagem o disco "Novas Bossas", uma homenagem aos 50 anos da bossa nova, agora transposta para o palco, num espectáculo onde se podem ouvir versões de temas de Jobim, Vinicius de Moraes e Caetano Veloso, entre outros.

O músico brasileiro e o trio que o acompanha começaram com o concerto na Casa da Música no Porto, da passada Terça-Feira (15 de Julho), uma digressão mundial de apresentação de "Novas Bossas".
Em Lisboa, a primeira parte do concerto estará a cargo de Rodrigo Maranhão, que apresenta o seu álbum de estreia, "Bordado".
As entradas custam 25 a 60 euros para a plateia e balcão e entre 125 e 240 euros para os camarotes.

Alinhamento
Milton Nascimento – Caçador de mim
Milton Nascimento - Vida
Caetano Veloso – Debaixo dos caracóis do seu cabelo
Chico Buarque – Fado tropical
Djavan – Flor de lis
Milton Nascimento – Amor amigo
Marisa Monte – Tema de amor
Simone - Yolanda
Milton Nascimento – Coração de estudante

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Barco Ancorado 17/07/2008


Vai chegar na próxima Sexta-Feira (18 de Julho) às lojas nacionais a nova compilação de poemas de Leonard Cohen, intitulada "Livro do Desejo". A edição nacional está a cargo da Biblioteca Sonora da Quasi Edições.
Vai chegar na próxima Sexta-Feira (18 de Julho) às lojas nacionais a nova compilação de poemas de Leonard Cohen, intitulada "Livro do Desejo".
Esta obra demorou 20 anos a ser concluída e agrupa versos nunca antes publicados em livro,que foram escritos por Cohen em Los Angeles (EUA), Bombaim (Índia) e Mt. Baldy e Montreal (Canadá). Os desenhos que ilustram o livro também são da autoria do compositor canadiano.
Cohen é de resto um conceituado autor literário. Entre a sua extensa obra, encontram-se doze livros de ficção e poesia. O primeiro, "Let Us Compare Mythologies", foi publicado em 1956.
A edição nacional está a cargo da Biblioteca Sonora da Quasi Edições e vai poder ser adquirida no concerto do cantor no passeio marítimo de Algés no próximo Sábado, 19 de Julho.
Os bilhetes para o espectáculo têm o preço único de 35 euros. O início está marcado para as 21h00.

Alinhamento
Leonard Cohen - Democracy
Leonard Cohen – Waiting for the miracle
Lou Reed – Perfect day
Joni Mitchell – How do you stop
Leonard Cohen – Dance me to the end of love
Simon & Garfunkel – Bridge over troubled water
Tracy Chapman – Baby can I hol you
Leonard Cohen – I´m your man

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Barco Ancorado 16/07/2008


Jennifer Lopez está a treinar para participar numa prova de triatlo.
A cantora, que foi mãe em Fevereiro, está de momento em férias em Itália e segundo o marido, Marc Anthony, está a preparar-se nas três vertentes do triatlo: corrida, natação e bicicleta, para a competição que tem lugar em Outubro.
«Jennifer está a treinar para um trialo. É em Outubro. Eu apoio-a no meu Segway», brincou Anthony, em declarações ao programa de televisão Extra.
Os gémeos Max e Emme são os primeiros filhos do casal de intérpretes.

A arte e o espectáculo estiveram, desde sempre, presentes na vida de Jennifer Lopez, cantora, mas também actriz, a latina mais bem paga da história de Hollywood. A preparação para uma carreira que hoje é uma das mais bem sucedidas na música latino-americana começou desde cedo. Jennifer teve aulas de dança desde tenra idade e, mais tarde, começou a participar em pequenas peças de teatro, no Bronx, o local onde nasceu em Nova Iorque. As actividades no teatro proporcionaram-lhe viagens ao estrangeiro. Lopez voou até ao Japão e à Europa, e representou peças como "Jesus Christ Superstar".
A continuada evolução no meio artístico proporcionou-lhe, ainda jovem, a oportunidade de dançar em vídeos de vários nomes do hip-hop. Mas foi em 1991 que a sua carreira teve um salto considerável quando conseguiu um lugar, uma vez mais a dançar, numa série da cadeia americana de televisão Fox, intitulada "In Living Colour". Este foi apenas o início do que seriam, depois, várias participações em outras tantas séries, como "South Central" ou "Malibu Road". O fenómeno Lopez, ainda em crescendo, cedo chamou a atenção de alguns produtores de Hollywood, que logo começaram a endereçar-lhe convites para que participasse em longas metragens.

O filme "Mi Familia", de 1995, onde contracenou com Jimi Smits foi o seu primeiro papel significativo no mundo do cinema. Dois anos mais tarde, esteve no grande écrã com Woody Harrelson e com Wesley Snipes, em "Money Train". Foi, no entanto, o filme "Selena", de 1997, que fez de Lopez uma referência. O papel no filme consolidou--a como actriz, sendo a primeira latina a receber mais de 1 milhão de dólares de cachet por um filme. Outras produções se seguiram, como "Anaconda", "U-Turn" e "Out Of Sight", e Jennifer rapidamente se transformou em mais uma estrela de Hollywood. Apesar da evolução como actriz, nunca deixou de querer continuar a sua carreira como cantora.
O presidente da Sony Records, Tommy Mottola, seguindo os conselhos de Jeff Ayeroff, presidente da Work, empresa que faz parte da multinacional japonesa, que conhecia uma maqueta da actriz/cantora, acreditou na voz e capacidade artística de Jennifer e patrocinou a assinatura de um contrato. O ano de 98 marcou então a entrada de Lopez em estúdio, com direito a plena liberdade criativa. A vida de Lopez cedo se transformou em motivo de interesse para a imprensa, e as atribuladas relações em que esteve envolvida, facilitaram mais ainda a tarefa. Depois de um casamento falhado com Ojani Noa, um empregado no restaurante de Gloria Estefan em Miami, Lopez envolveu-se com Puff Daddy, relação esta que passou a ser o prato principal dos media .
Um ano mais tarde, saiu o álbum de estreia, "On The 6". Em pouco tempo, o disco chegou à platina. Um conjunto de temas que passam pelo R&B, pela soul, e pelo hip-hop, para além de característicos ritmos latino-americanos. A produção esteve a cargo de nomes como Emilio Estefan, Rodney Jenkins e Puff Daddy. Mas o sucesso não ficou por aqui. O vídeo de "If You Had My Love" conseguiu quatro nomeações para os MTV Video Music Awards, não chegando no entanto a vencer qualquer dos prémios.

Em 2002, para compensar, a cantora levou para casa o título de Melhor Intérprete Feminina, atribuído pela MTV Europa em Novembro de 2002, numa cerimónia realizada em Barcelona. No mesmo mês chegou também ao mercado o novo álbum de originais, "This is Me... Then". Desse registo saíram vários êxitos, sendo o mais proeminente 'Jenny From The Block', cujo teledisco imortalizou a sua relação com o actor Ben Affleck. O namoro foi seguido de perto pelos media e a parceria das duas estrelas passou, ainda, para o grande ecrã, no qual contracenaram no filme "Gigli", que chegou às salas de cinema oito meses depois do lançamento de "This Is Me... Then". Ainda em 2002 Jen integrou o elenco das películas "Enough" e "Maid in Manhattan".
Já em 2004 e 2005, a cantora e actriz teve mais quatro êxitos de bilheteira na sétima arte: "Shall We Dance?", "Jersey Girl", "Monster-in-Law" e "An Unfinished Life".
Em 2005 J.Lo tem novo namorado, o cantor Marc Anthony, e novo disco nas lojas. De "Rebirth" saiu 'Get Right', mais um sucesso da cantora do Bronx, que seguiu direitinho para as rádios e pistas de dança.
No início de 2007 Jennifer Lopez foi eleita pela versão espanhola da revista People a "hispânica mais influente dos EUA".
Poucos meses depois é editado o seu novo trabalho discográfico, o primeiro inteiramente interpretado em espanhol. "Como Ama Una Mujer" é o título do registo, que foi antecipado pelo tema 'Que Hiciste'.
Em simultâneo, Jennifer prepara o seu próximo álbum em inglês, conduz o reality show da MTV "Dance Life", dirigido a bailarinos com aspirações musicais, e prossegue a sua carreira de actriz, com a participação nos filmes "Bordertown", "Bridge And Tunnel" e "El Cantante", no qual contracena com, o agora marido, Marc Anthony.

Alinhamento
Jennifer Lopez – Let´s get loud
Jennifer Lopez – Get right
Anastacia – Cowboys and kisses
Laura Pausini - Surrender
Britney Spears – Gimme more
Jennifer Lopez – Love don´t cost a thing
Madonna – Beautiful stranger
Alejandro Sanz – Corazon partio
Jennifer Lopez – Que hiciste

terça-feira, 15 de julho de 2008

Fundo do espaço


Alguém canta no fundo do espaço
Quatro mesas sentadas em cadeiras descalças
Eu na imensidão do vazio e tu comigo

Alguém canta no fundo do espaço
As casas pintadas de cores garridas
Parecem tomar a vida de um trago
Coisa que desaprendi há muito
Atiro freneticamente para o lago de sal os restos de ontem

Alguém canta no fundo do espaço
Homens cospem fogo no fugir da noite
Tentam correr em seu alcance
Mas acho que ela tem medo de se queimar

Alguém canta no fundo do espaço
Nada me entra ou absorve
Resta apenas o cansaço de te desenhar em traços
geometricamente inconcretos e absortos

Tenho os dedos pretos de tanto me folhear
Mas não faz mal porque também bem não está
Ando. Fico. Desistindo amplifico as coordenadas
Para ver se não me perco de ti

Alguém se cala no fundo do espaço
E as teimosas das coisas acabam por ser sempre como são

Barco Ancorado 15/07/2008


Depois de Dylan, Neil Young foi o grande representante do rock/folk no Oeiras Alive! O gigante canadiano protagonizou um concerto à altura do epíteto como se esperava e como já havia mostrado em passagens recentes por outros países europeus onde não tem deixado os críticos indiferentes.
Young mostrou um pouco das suas afamadas habilidades musicais e dos dois estilos em que é particularmente reconhecido ­ o rock eléctrico e o acústico.

Young foi de poucas palavras na sua passagem pelo Oeiras Alive!, oferecendo em vez disso a poesia das canções como diálogo. Ainda assim, cumprimentou mais cedo a assistência e agradeceu algumas vezes a sua presença, retribuindo-a com sorrisos frequentes.
'Spirit Road' e 'Cortez Killer' foram servidas da mesma maneira: prolongada. E seriam acompanhadas por alguns fiéis seguidores que apesar de tudo pediam os temas de "Harvest", enquanto outra boa parte do público se alheava conversando em grupos maioritariamente juvenis. Mas 'Rockin' In The Free World', favorecida ou não por ser a música de promoção nos spots do evento, viria a despertar ambos os lados e a uni-los, numa explosão colectiva. O tema marcou igualmente a viragem no concerto.

A partir de 'Rockin' In The Free World' foi a guitarra acústica que dominou os momentos seguintes (a começar em 'Oh, Lonesome Me') e o regresso pedido a muitos dos temas de "Harvest", como 'The Needle And The Damage Done', 'Heart of Gold', 'Words (Between The Line of Age)' ou 'Old Man', esta última curiosamente entoada de fio a pavio por alguns "insuspeitos" grupos de jovens. Pelo meio, 'Mother Earth' mostrou Young ao piano com a harmónica, num ambiente mais introspectivo, quase litúrgico, convidando à contemplação atenta.

A transição para o retorno ao feixe da sua vertente eléctrica começou a fazer-se através do apoio de fundo da banda, composta por Ben Keith, Rick Rosas, Chad Cromwell, Anthony Crawford e Pegi Young (mulher de Young e elemento do coro) em 'Unknown Legend', crescendo em 'Get Back to the Country' e aumentando de tom até atingir o seu auge em 'No Hidden Path', do mais recente "Chrome Dreams II", com Neil Young a terminar como começou, agarrado à guitarra eléctrica tirando dela todo o proveito e fornecendo um dos melhores momentos do género, dentro da sua actuação, com perícia e alma.
No encore recordou numa versão quase psicadélica 'A Day In Life', dos Beatles, despedindo-se com a humildade e a classe de um grande senhor, com a sua banda, numa vénia conjunta para o público.

Alinhamento
Neil Young – Harvest moon
Neil Young – Keep on rockin´in the free world
Bob Dylan – Things have changed
Van Morrison – Brown eyed girl
Janis Joplin – Mercedes Benz
Neil Young - Stringman
The Animals – The house of the rising sun
Nazareth – Love hurts
Neil Young – Unknown legend

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Barco Ancorado 14/07/2008


Beck actuou na última semana no Festival Super Bock Super Rock. Começou atrasado este regresso de Beck Hansen ao nosso país e talvez por isso o músico e a sua banda tenham entrado de forma tão discreta em palco. A maior parte do público presente só reparou que a figura magra e loira do compositor já estava no palco quando soaram, logo a abrir, os primeiros acordes de 'Devil's Haircut'.
E foi para uma pequena massa humana susceptível de ofender qualquer fã mais acérrimo de um dos mais geniais compositores americanos das últimas décadas, que Beck, ele próprio, e o seu quinteto, continuaram como se não fosse nada com eles, com o sempre bem aceite 'Loser', seguido de 'Nausea' e 'Girl', estes dois, temas de "The Information", o penúltimo disco do músico e curiosamente o mais focado da noite.

Beck chegou a este SBSR com novo disco na bagagem, o oitavo numa discografia com mais altos que baixos. "Modern Guilt" está nas lojas desde Segunda-Feira, e talvez por isso a maior parte do público esteja menos familiarizado com os seus temas. Mesmo assim, 'Modern Guilt', 'Walls', 'Gamma Ray' e o single 'Chemtrails', chegam de sobra para deixar, a quem se quisesse dar ao trabalho, com água na boca para quiçá, um regresso mais a sós e no conforto de uma multidão de fãs. Apesar de todos os problemas de som e o cansaço da voz do músico, foi sobretudo o calor do público que faltou na presença de Beck em Portugal.

Beck está cada vez com mais pinta de adolescente, mas bem longe de ser imberbe na sua atitude perante a música. Experimentalista q.b, transmite a ele, ao seus colegas de banda e ao público, aquela alegria típica de quem está a fazer o que mais quer na vida. A sua guitarra, vintage e remendada, não pára nem um segundo, numa inquietude que lhe é tão típica e que sobressai, por vezes até em excesso, nas suas composições. Sem medo de arriscar, toca o single isolado, menos conhecido mas não menos excelente, 'Timebomb', salta até ao filme "Despertar da Mente", para oferecer a sentida versão de 'Everybody's Gotta Learn Sometime e revisita uma irreconhecível, para ouvidos menos atentos, 'Mixed Bizness'. A terminar, e de sorriso nos lábios, ele e o público, ficam 'Where It's At' e o, bem mais interessante ao vivo, 'Epro'.

Naquela que será a fase mais blues do seu percurso como camaleão da música, e a parecer bem longe do tempo do cantautor de "Mellow Gold" ou o DJ de "Midnite Voltures", Beck continua tudo o que quiser ser sem fazer qualquer esforço. Mesmo a soar tão deslocado como naquela noite de SBSR. Até à próxima, Mr. Hansen.

Alinhamento
Beck – Devil´s haircut
Beck – Lost cause
Radiohead - Creep
The Cranberries – Chocolate brown
Counting Crows – Long December
Beck - Loser
No Doubt – Don´t speak
Dido – My life
Beck - Girl

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Barco Ancorado 11/07/2008


Peter John Murphy faz hoje anos. Nasceu a 11 de Julho de 1957, perto de Northampton, na Inglaterra. Completa, por isso, 51 anos. Mítico vocalista da banda de rock gótico Bauhaus, há já alguns anos que assumiu uma carreira a solo. Peter Murphy é casado com Beyhan e tem dois filhos, Hurihan e Adem. A sua esposa é líder da Companhia Turca Nacional de Dança Moderna.

Inseparável do percurso feito com os Bauhaus, uma das bandas referência nos campos alternativos, Peter Murphy logrou conquistar a solo, mesmo que com menos impacto, uma projecção não menos redentora nas áreas da música independente. Murphy, logo depois de abandonar os autores de "Bela Lugosi", preferiu juntar-se a Mick Karn, ex-Japan, para formar os Dali's Car, em vez de enveredar desde logo por um caminho em nome próprio. O álbum "The Waking Hour", o primeiro e único fruto da colaboração entre os dois apareceu no mercado em 1984, pouco antes do fim do duo.

Por fim, em 1985, Murphy mostra-se pela primeira vez a solo, ao criar uma versão de "The Light Pours of Me", um original dos Magazine, para a compilação "The State of Things" editada pela Beggars Banquet. "Should the World Fail to Fall Apart", o primeiro longa duração de Murphy, surgiu em 1986. O disco, que contou com a participação de Daniel Ash, também ele um ex-Bauhaus, confirmou os créditos de Murphy no seio do estilo alternativo, e ajudou ainda mais à consolidação de uma vasta legião de fãs. "Love Hysteria" apareceu no mercado dois anos mais tarde, antes de "Deep", de 1990, que ofereceu a Murphy o seu primeiro hit-single, o reconhecido "Cuts You Up".

"Holy Smoke", editado em 1992, não trouxe a melhor continuidade à prestação de Murphy nos tops, assim como "Cascade" de 1995. Durante os anos que se seguiram, Murphy dividiu-se entre a digressão de reunião com os Bauhaus, em 1998, e as tours feitas em nome próprio, em promoção de "Wild Birds 1985-1995", uma colectânea dos seus melhores temas. Por fim, em 2002, Murphy lançou "Dust" um disco que, tal como os anteriores, não conheceu o sucesso nas tabelas de vendas. Em 2004 surgiu o seu mais recente trabalho, a que chamou "Unshattered".

Alinhamento
Peter Murphy – All night long
Peter Murphy – Seven veils
Cocteau Twins - Pandora
The Jesus & Mary Chain – Just like honey
Peter Murphy – Cuts you up
Joy Division – She´s lost control
Peter Murphy – Strange kind of love

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Mãos


As mãos escrevem-se tão próximo
de mim nos nomes que lhes dei,
que posso compreender o desejo
sem imagens ilusórias

As marés iniciam-se nos dedos,
embaralham o reflexo e o disfarce
de retornos e andanças nómadas
a serem lidas na nossa historia

O olhar não se restringe nos nossos
limites das redes visíveis das linhas
Os corpos deixam de ser ancoradouro
O oceano agita-se nos ossos
como um sismo no coração da terra

Percebe-se na palma da mão o frio,
a advertência clara do naufrágio
Mesmo quando os barcos passam
ao largo do nosso desalento

Barco Ancorado 10/07/2008


Esta quinta-feira, a propósito de mais um aniversário de Neil Tennant, vamos falar dos Pet Shop Boys no Barco Ancorado.
Irónicos e pós-modernos, os Pet Shop Boys, com inteligência, audácia e uma música pop dançável e luxuriante, estabeleceram-se entre o grupo de bandas mais bem sucedidas. Sempre um passo à frente dos seus contemporâneos, o duo britânico navega na paisagem ondulante da música moderna com rara graciosidade, passando facilmente da disco para a house e o tecno.

Os Pet Shop Boys formaram-se em Londres, em Agosto de 1981, quando o vocalista Neil Tennant (um ex-editor da Marvel Comics e jornalista) conheceu o teclista Chris Lowe (então, estudante de arquitectura), numa loja de electrónica. Rapidamente descobriram a sua paixão comum pela música de dança e pelos sintetizadores, decidindo de imediato formar uma banda. O seu nome curioso, deve-se ao facto de quererem homenagear amigos seus que trabalhavam nesse ramo (embora estivessem também a citar o tipo de nomes recorrentes na cultura hip-hop de Nova Iorque do início dos anos 80).
A sua carreira começa em 1983, quando Tennant conhece o produtor Bobby "O" Orlando, que entretanto produz o seu primeiro single, "West End Gils", já em 1984. O tema não obteve grande aceitação, tanto nos EUA como em Inglaterra. O mesmo acontecendo com o seu segundo, "One More Chance".

Assinam pela EMI, e reeditam o primeiro single, desta feita produzido por Stephen Hague e com uma roupagem bastante diferente. O tema torna-se um sucesso, galgando até ao topo das tabelas internacionais. Este êxito impulsionou-os a gravar o seu álbum de estreia, "Please", em 1986. O disco entrou para o top ten. E, devido ao sucesso, "Disco", uma colecção de misturas de música de dança chegou rapidamente às lojas. Em 1987, o grupo volta de novo à carga com "Actualy", do qual retiraram mais três grandes hits: "It's A Sin", "Always On My Mind" e "What Have I Done To Deserv This?". Um documentário intitulado "It Could Happened To You" é editado no ano seguinte. Ainda em 1988, lançam o álbum "Introspective", um trabalho ecléctico do qual retiraram o single "Domino Dancing", que foi o seu último hit a entrar para o top 40 norte americano.

No ano que se seguiu, colaboraram com vários artistas, entre os quais Liza Minelli (para quem produziram um álbum). Entretanto, o vocalista, Neil Tennant, junta-se a Bernard Sumner (New Order) e Johny Marr (ex-Smiths) no grupo Electronic.
Em 1990, chega às lojas o seu quarto álbum "Behaviour", com produção de Harold Faltermeyer. No ano seguinte, lançam um "medley" de "Where The Streets Have No Name" dos U2 e "Can't Take My Eyes Out Of You" de Frankie Valli. Em 1993, surge novo album: "Very", que está entre as melhores produções do grupo.
Depois de um interregno de três anos, os Pet Shop Boys voltam com "Bilingual", uma expansão fluída até aos ritmos latinos. "Nightlife" seguiu-se em 1999, três anos depois foi a vez de "Release", em 2003 seriam editados 'Disco 3' e 'Pop Art - The Hits' e em 2006 'Fundamental' e 'Concrete', antes de 'Disco 4' de 2007.

Alinhamento
Pet Shop Boys – Always on my mind
Pet Shop Boys – It´s a sin
New Order – Blue monday
Erasure - Sometimes
Pet Shop Boys – West end girls
Moby – Why does my heart feels so bad
Pet Shop Boys – What have I done to deserve this

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Barco Ancorado 09/07/2008


Bruce Springsteen vai lançar um EP ao vivo no dia 15 de Julho, através do iTunes.
"Magic Tour Highlights" apresenta, como aliás o nome indica, momentos seleccionados da mais recente digressão do músico, com convidados especiais como Tom Morello (Rage Against the Machine), Alejandro Escovedo e a E Street Band, incluindo o último concerto do falecido teclista Danny Federici.
As receitas das vendas vão na íntegra para o Danny Federici Melanoma Fund, um projecto de investigação dedicado a este tipo de cancro que vitimou o músico da E Street Band.

Estávamos em 1975 quando Bruce Springsteen conseguiu, por fim, o reconhecimento que há muito procurava com "Born To Run". Dois anos antes, Bruce saudou o mundo desde a sua New Jersey natal, com a publicação de "Greetings From Asbury Park, NJ". O sucesso não foi assinalável, tal como "The Wild, The Innocent & The E Street Shuffle" (mais tarde, Springsteen deu o nome de E Street Band ao grupo que o acompanhava) editado em Setembro do mesmo ano.
O sucesso de "Born To Run" era agora irreversível e o álbum chegava ao Top Ten americano, enquanto Bruce aparecia na capa das revistas Time e Newsweek de Novembro de 75, marcado como fenómeno americano. Mas, pouco depois o músico sofria um revés na então fulgurante carreira quando o empresário Mike Appel, um antigo manager, o impediu de gravar, movendo-lhe uma acção em tribunal devido a contratos assinados pelo "Boss" anos antes. O retiro forçado dos estúdios duraria três anos.
"Darkness On The Edge Of Town" foi o quarto trabalho de originais editado em 1978. O álbum surgido depois de um interregno de três anos encontrou um mercado consideravelmente diferente, o que acabou por ditar uma inevitável queda nas vendas. Ainda assim, Bruce tinha uma legião de fãs considerável, o que ajudou em muito à performance do disco nos tops. Seguem-se, "The River" e "Nebraska" que pareciam continuar a denunciar as dificuldades de Springsteen em manter-se à tona da vanguarda na música rock. É, então, que em 1984 Bruce edita "Born In The USA". Quinze milhões de discos vendidos, uma digressão mundial de quinze meses e sete temas que ficaram entre os dez melhores nas vendas do Top americano. O homem nascido em 23 de Setembro de 1949 era, incontestavelmente, um autêntico porta bandeira da música rock americana.

O trabalho "Tunnel Of Love", de 1987, foi um trabalho introspectivo que não almejou grande sucesso, mas acabou por chegar a número 1 no top americano. Bruce entrou uma vez mais em digressão, fazendo de novo concertos memoráveis e surpreendentemente, em Novembro de 1989, põe termo à colaboração com a E Street Band.
Passados três anos, "Lucky Town" e "Human Touch" devolveram o êxito de vendas e o reconhecimento por parte da indústria discográfica. Os álbuns, produzidos sem a E Street Band, mostravam novas facetas de Bruce. Sons mais simples, talvez mais comerciais, mas até então evitados pelo homem de Jersey conseguiram levar os discos ao terceiro e ao segundo lugar, respectivamente, no top dos Estados Unidos. Depois, em 1994, seria o tema "Streets Of Philadelphia", da banda sonora do filme "Philadelphia", deu ao "Boss" a conquista de quatro Grammys e um Oscar de Hollywood.
No início de 95, Bruce editou um "Greatest Hits" que contou com três novos temas gravados num regresso à colaboração com a E Street Band. O último conjunto de originais, "The Ghost Of Tom Joad", um trabalho acústico, bastante bem recebido pela crítica deu a Springsteen novo reconhecimento, ao ganhar o Grammy para melhor álbum folk do ano. O músico americano optou então por fazer uma tour a solo, acústica, onde em pequenos recintos cobertos provou uma vez mais ser um criador de música e não só o tão aclamado rocker.

Os problemas legais voltaram então a surgir. Primeiramente com duas editoras de New Jersey que reclamavam direitos sobre gravações feitas por Springsteen em 1972. Após um processo conturbado, a Pony Express e a JEC Music esclareceram ter adquirido esse direitos a James Creteco que dividia os créditos da produção nos dois primeiros álbuns de Bruce com Mike Appel. Desde então, têm tentado editar um conjunto de gravações anteriores a 1973. No outro lado do Atlântico, em Londres, Bruce denunciou junto de um tribunal as intenções de duas editoras londrinas em editar o mesmo material. A justa causa do processo em tribunal foi justificada por Bruce com a então qualidade insuficiente dos temas aí contidos.
"Tracks", em 1998 foi a etapa seguinte. Um conjunto de quatro CDs com o lado B de singles editados e um número considerável de canções inéditas. Muitas horas de música em mais uma demonstração de força por parte de Springsteen. Desde então, o músico juntou-se novamente à E Street Band numa digressão que terminou no Madison Square Garden em Julho de 2000. A especulação à volta de uma possível reunião para novas produções continuou sem no entanto haver qualquer confirmação oficial.
Bruce Springsteen é um herói moderno do rock, um performer acima de tudo. Não podem deixar de ser célebres as suas actuações de quatro horas, a veracidade do máximo de si que dá em palco, uma mistura de guitarras e de suor que resulta num espectáculo total. Duas dessas noites especiais, ocorridas no verão de 2000, surgem no disco "Live In New York City", com a mítica E-Street Band de volta ao activo. Em 2002, Bruce regressou a estúdio, ainda com a Band, para gravar "The Rising", editado em Julho de 2002.
De lá para cá, o 'Boss' editou ainda 'Devils & Dust' (2005), 'We Shall Overcome The Seeger Sessions' (2006) e ' Magic' (2007).

Alinhamento
Bruce Springsteen – Streets of Philadelphia
Bruce Springsteen – The river
Bob Dylan – Things have changed
Bruce Springsteen – My city of ruins
INXS – By my side
Billy Idol – Eyes whitout a face
Bruce Springsteen - Paradise

terça-feira, 8 de julho de 2008

Barco Ancorado 08/07/2008


Os Delfins vão cessar actividades em 2009. A banda de Cascais prepara um comunicado, no qual anunciará o final de carreira, após um percurso de 25 anos.
Antes de dar a respectiva carreira por terminada, o grupo de 'A Cor Azul' tem prevista a edição de novo álbum de originais em Setembro e uma digressão de despedida dos palcos em 2009.
A saída do guitarrista Fernando Cunha da formação foi revelada há alguns dias. O músico já não acompanhou o colectivo na viagem recente ao Canadá, ou sequer nos últimos espectáculos em Portugal, tendo sido substituído por Mário Andrade.

Os Delfins são uma das mais bem sucedidas bandas pop do panorama musical português. Para isso, muito contribui a figura carismática e mediática do seu vocalista, Miguel Ângelo. A história do grupo começa, no entanto, antes da entrada de Ângelo, quando, em 1981, Fernando Cunha (guitarra), João Carlos (baixo) e Silvestre (teclas) começam a dar forma ao sonho de formar uma banda. No Verão do ano seguinte, encontram Miguel Ângelo, irmão mais novo de João Carlos e, em Janeiro de 1983, o baterista Pedro Molkow. No entanto, o Serviço Militar Obrigatório reclama a presença do baixista João Carlos, que é substituído por Rui Fadigas, entrando ainda para a bateria Jorge Quadros. Em 1984, editam um par de singles numa editora independente. O primeiro álbum só surge em 1987 e intitula-se "Libertação", com produção a cargo de Carlos Maria Trindade.
O grupo só começa a ser verdadeiramente apreciado com uma versão da "Canção do Engate", de António Variações. O segundo álbum, "U Outro Lado Existe", de 1988, apesar de não vender muito, rende-lhes vários êxitos de rádio, nomeadamente "Um Lugar ao Sol". A produção esteve, mais uma vez, a cargo de Carlos Maria Trindade, que também se responsabilizou pelos teclados e computador, após a saída de Silvestre. Em 1989, dá-se a entrada no grupo de Luís Sampaio para as teclas, vindo dos Radar Kadafi.

Para o terceiro álbum, "Desalinhados", de 1990, o grupo muda de editora. O disco, com selo BMG, que inclui o êxito "Nasce Selvagem", torna-se no seu primeiro LP de sucesso, ao atingir o disco de prata. No mesmo ano, as irmãs Dora e Sandra Fidalgo, na voz, passam a integrar também a banda. Enquanto isso, Miguel Ângelo e Fernando Cunha colaboram (com outros músicos) no projecto "Resistência".
Entretanto, em 1991, a EMI edita a compilação "Delfins 86/89 1 Só Céu". No mesmo ano, entre digressões, os Delfins criam o seu próprio estúdio, o 1 Só Céu, onde gravam o seu álbum seguinte, "Ser Maior-Uma História Natural", em 1993. Criam ainda, um espectáculo multimédia para o Teatro da Trindade, em Lisboa, e esgotam a sala três noites consecutivas. É um espectáculo diferente, só com as canções do disco, com actores de teatro, figurantes, instalações áudio e vídeo e um grande cuidado cénico. Ainda em 1993, musicam uma peça de teatro para o Teatro Experimental de Cascais, intitulada "Breve Sumário da História de Deus" de Gil Vicente. O álbum com o mesmo nome sai um ano depois.
Durante os dois anos seguintes, tocam ao vivo como poucos. Com muito trabalho, tornam-se a banda portuguesa mais popular, graças também à mediatização do seu vocalista, agora membro do júri do programa da SIC, "Chuva de Estrelas".

Em 1995, editam "O caminho da Felicidade", que reúne algumas das suas canções mais populares e dois temas novos, dos quais se destaca "Sou Como Um Rio". A colectânea torna-se no disco português mais vendido de sempre. No ano seguinte, sai então novo álbum de originais de nome, "Saber A Mar", que é, como o anterior, seguido de extensas digressões.. Ainda em 1996, são responsáveis pela banda sonora do filme, "Adeus Pai", de Luís Filipe Rocha. Nesta época, a popularidade do grupo atinge os píncaros e, mais uma vez, Miguel Ângelo participa num programa televisivo campeão de audiências, o "Cantigas da Rua".
"Azul" sai em 1998 e tem a particularidade de ser editado em castelhano, revelando a ambição do grupo de conquistar o mercado espanhol. Nesse mesmo ano, a cantora Nicole Eitner substitui Dora.
O ano de 1999 marca a estreia a solo dos dois membros mais influentes e populares da banda, Miguel Ângelo e Fernando Cunha. Já em 2000, os Delfins actualizam o grafismo do nome, adoptando "Del7ins", uma vez que recuperaram a sua formação de sete elementos (Jorge Quadros na bateria, Rui Fadigas no baixo, Carlos Maria nos sintetizadores, Fernando Cunha na guitarra, Miguel Angelo na voz e Nicole Eitner nos coros).
Em 2002, novo passo dado com a edição de "Babilónia". Agora, os Delfins preparam-se para cessar a sua actividade.

Alinhamento
Delfins – A baía de Cascais
Delfins – Aquele Inverno
UHF – Na tua cama
Quinta do Bill – Dias de cumplicidade
Delfins – Através da multidão
Ala dos Namorados – Lisboa ausente
Paulo Gonzo – Jardins proibidos
Delfins – A cor azul

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Barco Ancorado 07/07/2008


James Blunt subiu ao palco do Campo Pequeno, em Lisboa, na passada sexta-feira. O intérprete britânico regressou ao nosso país para apresentar o seu segundo álbum de estúdio, "All the Lost Souls", lançado no ano passado.
Esta segunda-feira falamos de James Blunt no Barco Ancorado.

James Blunt entrou no mundo da música arrebatando tabelas e conquistando o título de single mais vendido de 2005 no Reino Unido, graças a 'You're Beautiful'. Quem diria que, antes de ser cantor, Blunt já tinha completado quatro anos no Exército Britânico, servindo inclusivamente no Kosovo, para onde fez questão de levar a sua guitarra.
O percurso de James Blunt esteve sempre bem distante da música: integrou um colégio interno aos sete anos, matriculou-se em Engenharia Aeroespacial por engano e alistou-se no Exército, onde foi guarda da Rainha de Inglaterra, enterrou a Rainha Mãe e serviu de modelo para muitas fotografias de turistas.

Mas a música falou mais alto e, em Setembro de 2003, James Blunt rumou a Los Angeles e captou a atenção da compositora e produtora Linda Perry, a ex-líder dos 4 Non Blondes, que tem produzido trabalhos de artistas como Pink e Christina Aguilera , e que ofereceu a Blunt um contrato discográfico com a sua editora, a Custard.

A partir daí, James Blunt gravou o seu álbum de estreia, produzido em parceria com Tom Rothrock (Beck, Elliot Smith), que lhe valeu o troféu para Artista Revelação nos prémios MTV Europe Music Awards em Novembro de 2005. Na altura, o cantor não pôde receber o prémio em mãos na cerimónia que se realizou em Lisboa, já que estava em digressão pelos Estados Unidos.
Em 2007, James Blunt reacende as luzes de ribalta com o seu segundo álbum, "All the Lost Souls". O sucesso não esperou muito: em três meses, James Blunt já tinha vendido 3 milhões e meio de cópias, o que num período de crise discográfica, é um feito quase inalcançável.

Alinhamento
James Blunt – Carry your home
James Blunt - 1973
Daniel Powter – Bad day
Robbie Williams – She´s the one
Keane – This is the last time
James Blunt – Same mistake
Snow Patrol – Chasing cars
James Blunt – You´re beautiful

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Barco Ancorado 04/07/2008


Barry White morreu há 5 anos. A 4 de Julho de 2003. Teve uma longa e altamente respeitável carreira, que fez dele uma das mais referidas influências de artistas de gerações mais novas. E são estas gerações que vão dando a conhecer a obra de White, àquelas ainda mais novas. Os Fun Lovin' Criminals, por exemplo, apresentaram-no a meio mundo, no ano de 1998, quando cantaram "Love Unlimited" , no álbum "100% Columbian", numa espécie de homenagem ao artista.
Barry White passa esta sexta-feira no Barco Ancorado.

Nasceu no Texas, em 1944, e antes de começar a gravar discos em nome próprio participou em vários trabalhos de músicos como Quincy Jones, Big Daddy Kane e Regina Belle, para além de que trabalhou como A&R de várias editoras independentes. Começou entretanto a trabalhar com uma banda feminina, com a qual ensaiou durante um ano, e que White veio a baptizar de Love Unlimited. Do trabalho conjunto resultou o álbum "From a Girl's Point of View", que se revelou um êxito de vendas nos EUA.
Interessado em colaborar posteriormente com um artista masculino, Barry White começou a adiantar trabalho gravando ele próprio uma maqueta com três canções suas, nas quais cantou e tocou piano. Um dos responsáveis da editora ouviu o resultado e convenceu o músico a editar o álbum, que chegou às lojas em 1973, com o título "I've Got So Much To Give".
Apesar da sua carreira de músico ter arrancado a passo lento, Barry White depressa recuperou o tempo perdido editando, a partir de então, um álbum novo (no mínimo) todos os anos, abrandando no entanto o ritmo na década de 80.

Tocou em estúdio com uma banda formada pelos músicos Ray Parker Jr., Nathan East, Wah Wah Watson, David T. Walker, Dean Parks, Don Peake, Wilton Felder (dos Crusaders), Lee Ritenour, Ed Greene, Gary Coleman e Rahn Coleman, que se juntou mais tarde ao colectivo. O projecto não durou muito, e alguns álbuns depois Barry White editou um trabalho gravado em dueto com Glodean, uma das cantoras da banda Love Unlimited, intitulado "Barry & Glodean" .
O cansaço das digressões constantes e das edições discográficas constantes levaram o músico a retirar-se por um algum tempo da agitação da vida artística.

No entanto, em 1992, regressou em força, tendo inclusivamente gravado um dueto com Isaac Hayes, que deu origem ao tema "Dark and Lovely". Durante a década de 90, o músico continuou a editar regularmente, mostrando que apesar do passar dos anos continuava na linha da frente dos grandes nomes da soul. Já em 2000, fez chegar às lojas o registo "Your Heart and Soul: The Love Album".
Três anos mais tarde, e depois de acumuladas complicações a nível de saúde, especificamente problemas de hipertensão e renais, Barry White faleceu, no dia 4 de Julho de 2003. Apesar do seu falecimento prematuro, White ganhou um estatuto no mundo da música alcançado por muito poucos.

Alinhamento
Barry White – Let the music play
Barry White – Can´t get enough of my love
Aretha Franklin – Day dreaming
Diana Ross – Endless love
Barry White – Just the way you are
Lionel Richie – Three times a lady
Sade – King of sorrow
Barry White – You´re the first, the last, my everything

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Navegar


Deixem-me navegar para além do mar esmeralda
Deixem-me navegar além dos ventos enganosos
Deixem-me navegar muito além das tormentas
Deixem-me nas águas mansas dos meus sonhos

Posso abrir o peito às brisas matinais
Sei navegar no prateado da lua cheia
Deixem-me dizer adeus às dores profundas
Deixem-me velas pandas na minha verdade

Traçarei uma linha branca sobre mar anil
Navegarei o mundo em busca de afagos
Estarei sonhador sobre sorriso da realidade

Posso sonhar com olhos abertos ao mundo
que irá ficando pequeno como novelo de lã
Puxarei pela ponta desenrolando no rumo
irei atando e cortando os pedaços de mágoa
Será mais fácil destinos se encontrarem
Será difícil nos perdermos em tempestades

Deixem-me navegar para além do mar esmeralda
Deixem-me navegar além dos ventos enganosos
Deixem-me navegar muito além das tormentas
Deixem-me nas águas mansas dos meus sonhos

Barco Ancorado 03/07/2008


James Douglas Morrison morreu há 27 anos. Jim Morrison nasceu em Melbourne, na Flórida, a 8 de Dezembro de 1943 e oficialmente viria a falecer na madrugada do dia 3de Julho de 1971 em Paris. Cantor, compositor, poeta, Jim Morrison foi o vocalista e autor da maior parte das letras da banda The Doors e ainda hoje é um ícone da música.
Jim Morrison era filho do almirante George Stephen Morrison e de Clara Clark Morrison, ambos funcionários da marinha americana. Os seus pais eram conservadores e rigorosos. Todavia, Jim acabou por tomar para si pontos de vista completamente antagónicos aos que lhe foram ensinados.

De acordo com o próprio Jim Morrison, um dos eventos mais importantes da sua vida aconteceu em 1949 durante uma viagem de família ao Novo México. O momento foi assim descrito:
“A primeira vez que descobri a morte… eu, os meus pais e os meus avós íamos de automóvel no meio do deserto ao amanhecer. Um camião carregado de índios tinha chocado com outra viatura e havia índios espalhados por toda a auto-estrada, sangrando. Eu era apenas um miúdo e fui obrigado a ficar dentro do automóvel enquanto os meus pais foram ver o que se passava. Não consegui ver nada – para mim era apenas tinta vermelha esquisita e pessoas deitadas no chão, mas sentia que alguma coisa se tinha passado, porque conseguia perceber a vibração das pessoas à minha volta, então de repente apercebi-me que elas não sabiam mais do que eu sobre o que tinha acontecido. Esta foi a primeira vez que senti medo... e eu penso que nessa altura as almas daqueles índios mortos – talvez de um ou dois deles – andavam a correr e aos pulos e vieram parar à minha alma, e eu, apenas como uma esponja, ali sentado a absorvê-las.”
Os pais de Morrison afirmaram que tal incidente nunca ocorreu. Morrison dizia que ficara tão perturbado pelo caso que os seus pais lhe diziam que tinha sido um pesadelo, para o acalmar. Em qualquer caso, tenha sido real ou imaginário, o incidente marcou-o profundamente, e ele fez repetidas referências nas suas canções, poemas e entrevistas, como por exemplo no tema "Peace Frog".

Morrison tornou-se um descobridor, interessado em explorar novos caminhos e sensações diferentes, seguiu uma vida de boémia na Califórnia e frequentou a Universidade em Los Angeles, formando-se no curso de cinema. Após a graduação pela UCLA, após um encontro casual com o seu antigo colega Ray Manzarek, leu-lhe alguns poemas (entre os quais o famoso "Moonlight Drive"), e ambos decidiram na hora fazer uma banda rock. Para completar a banda vieram mais dois membros: Robby Krieger e John Densmore, que Ray conhecia das suas aulas de meditação. O nome da banda – The Doors - foi inspirado no livro The Doors of Perception de Aldous Huxley, que o tinha ido buscar a um verso de um poema de William Blake, que dizia: “Se as portas da percepção estiverem limpas/tudo se apresentará ao homem como é, infinito”.
Criados os The Doors, Jim Morrison desenvolveu um estilo de cantar único e um estilo de poesia a tocar fortemente no misticismo.
Adoptou a alcunha de “Mr. Mojo Risin’”, um anagrama de “Jim Morrison”, que usou como refrão na música “LA Woman” no álbum do mesmo nome e o último que gravou. Era também chamado de Lizard King, retirado de um verso do seu famoso épico “The celebration of the Lizard”, parte do qual foi gravado no álbum Waiting for the Sun, adaptado a musical nos anos 90.
Ainda antes da formação dos Doors, Morrison começou a consumir várias drogas, a beber álcool em grandes quantidades e a entregar-se a bacanais, aparecendo embriagado para as sessões de gravação.
Em Março de 1971, após todos os membros da banda terem decidido parar por algum tempo, Morrison mudou-se para Paris na companhia da sua namorada de sempre, Pamela Courson, com o propósito de se concentrar na escrita.

Oficialmente, Jim Morrison morreu na madrugada de 3 de Julho de 1971, em Paris, com apenas 27 anos. Muitos fãs e biógrafos especulam ainda sobre a causa da morte. Jim não era conhecido por consumir heroína, mas Pam fazia-o e morreu de overdose em 1974, e é sabido que nesse Verão correu por Paris heroína de uma pureza invulgar. Outra hipótese seria um assassinato feito pelas próprias autoridades do governo americano. Morrison referiu-se a si próprio como sendo o nº 3 a morrer misteriosamente, tendo sido os dois primeiros Jimi Hendrix e Janis Joplin. O relatório oficial diz que foi “ataque de coração” a causa da sua morte.
Jim Morrison está sepultado no famoso cemitério do Père-Lachaise em Paris. Devido a actos de vandalismo de alguns fãs, por diversas vezes a associação de amigos do cemitério sugeriu que o corpo fosse transferido para outra necrópole.
Não o foi ainda e é seguro que hoje houve romaria ao Père-Lachaise. Jim Morrison morreu já lá vão 27 anos.

Alinhamento
The Doors – Light my fire
The Doors – Spanish caravan
Boston – More than a feeling
The Doors – People are strange
Pink Floyd – Is there anybody out there
The Doors – The end

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Barco Ancorado 02/07/2008


Rita Lee esteve no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, ontem à noite. Uma sala quase lotada assistiu ao regresso da cantora brasileira, integrado na sua "Picnic Tour". Ou seja um espectáculo recheado de êxitos para celebrar 40 anos de carreira da "vovó" do rock brasileiro. Foi com 'Flagra (No Escurinho do Cinema)', um dos seus temas mais conhecidos, que Rita Lee presenteou desde logo os presentes na sala lisboeta. Mas o escurinho aconteceu apenas na letra da dita canção, porque o espectáculo visual, esse, fez-se de cor, muita cor. As luzes e figuras psicadélicas que iam aparecendo no ecrã encontravam rival à altura no visual da cantora, que se apresentou com a sua imagem irreverente de sempre, desta feita em forma de chapéu verde, óculos de lentes avermelhadas, calças e colete pretos e camisa de padrão e colorido tropicais. Hoje, Rita Lee passa pelo Barco Ancorado.

Rita Lee é também uma actriz em palco e encarna várias personagens nos seus temas, usando acessórios e piadas a gosto, ao seu jeito viperino, para os introduzir. Em Lisboa, nem Scolari escapou. Ou então a versão para 'I Want to Hold Your Hand', dos Beatles, servida numa adaptação lírica para português e arranjos musicais de forró, com direito a chapéu nordestino e ferrinhos e referências desdenhosas a Yoko Ono, apenas denominada de «a japonesa».
A diversidade interpretativa de Rita Lee em palco foi sendo acompanhada pela alternância dos temas mais rock com as baladas mais pop e os passos de dança do público. O desfiar das memórias do baú musical da cantora que fez parte dos Mutantes, encontrou um coro afinado em uníssono. Nem de propósito, 'Mutante' foi uma delas, sendo que noutras a artista simplesmente parou para ouvir o reflexo sonoro das suas canções nas vozes dos seus fãs. 'Doce Vampiro' ou 'Ovelha Negra' deram o exemplo. Nesta última houve também lugar a projecções autobiográficas com fotografias suas.

Se a familiaridade com a cultura nacional é notória em Rita Lee, há coisas mais modernas que a surpreenderam num dos passeios recentes pela capital portuguesa. Ao pedir opinião à lojista de um estabelecimento comercial onde experimentou umas calças, obteve a seguinte resposta: «estão um bocado apertadinhas no cu», contou, completando sem esconder a indignação, «eu sou uma senhora, pô». E esta senhora deu mais meia dúzia de canções no Coliseu, deixando o melhor para o fim e oferecendo no encore uma sequência que juntou clássicos como 'Mania de Você', 'Banho de Espuma', 'Desculpe o Auê', 'Erva Venenosa' ou 'Lança Perfume'.

Rita Lee é também uma senhora de família e esta esteve em palco: o companheiro de longa data Roberto Carvalho e o filho Berto Lee, ambos nas guitarras. Daí que o gesto de lamber o braço a um dos guitarristas (no caso, o filho) tenha aqui o condão de dar um toque de maturidade à atitude de irreverência roqueira. De resto, em Rita Lee tudo parece encaixar naturalmente. Ela até pode ser uma "avó do rock" mas é-o com estilo, garra e sentido de limites. Conforme a própria ao parafrasear Nelson Rodrigues, é caso para dizer: «jovens, envelheçam».

Alinhamento
Rita Lee – Amor e sexo
Rita Lee – Caso sério
Elis Regina – Me deixas louca
Adriana Calcanhoto - Devolva-me
Chico Buarque – Lança perfume
Rita Lee – Lança perfume
Arnaldo Antunes – O silêncio
Caetano Veloso – Beleza pura
Rita Lee – Desculpe o auê

terça-feira, 1 de julho de 2008

Noites de silêncios


Adormece meu corpo cansado
Nos mares distantes e até neste estive a teu lado
Morremos muitas vezes
Fomos devorados por gargantas enormes, negras
e cuspidos de volta
Não nos engoliram
Não gostaram
Urraram enraivecidas e delas rimos abraçados

As sombras fundem-se na negrura
e desaparecem com os seus medos

As estrelas nós conhecemos
sabemos os seus versos de cor
Decorámos nas longas noites de silêncios das horas mortas

Vou abrir as asas para proteger o teu sono
É tempo de calar-me
para ser ouvido entre os sibilos dos ventos tépidos

Barco Ancorado 01/07/2008


Uma das mais brilhantes vozes da Música Popular Brasileira, surgida nos últimos vinte anos, está hoje de parabéns. Completa 41 anos. Marisa Monte nasceu no Rio de Janeiro em 1967. Começou a estudar música aos 14 anos, influenciada pelo samba, bossa nova, tropicalismo, e por todos os nomes grandes da música brasileira que emergiram na segunda metade do século passado (Caetano Veloso, Gilberto Gil, António Carlos Jobim e João Gilberto, à cabeça). Marisa vê-se enquadrada numa segunda geração de continuadores desse período de ouro, onde a música brasileira ganhou asas com a fusão de elementos de jazz e pop.

Como quase todos os jovens brasileiros que viveram a década de 70, Marisa Monte é fortemente influenciada por Elis Regina. Embora a sua voz não seja exactamente igual à de Elis, Marisa tem em comum com a primeira a elasticidade vocal e a carga emocional que coloca em cada palavra que canta.
No final da década de 80, estudou Canto Clássico Europeu em Roma, regressando em seguida ao Brasil para combinar os conhecimentos entretanto adquiridos com a música do seu país. O resultado é uma música pop fresca, inovadora e altamente melódica.

Marisa Monte gravou o seu álbum de estreia homónimo em 1989, mas é com seu segundo trabalho "Mais", de 1991, que chega aos ouvidos do mundo. O disco, que atinge a platina no Brasil, teve produção de Arto Linsay e contou com as participações de nomes como Ryuichi Sakamoto e John Zorn. O sucesso do álbum leva Marisa a tocar fora do Brasil, nomeadamente nos EUA (onde dá os seus primeiros concertos) e na Europa (com uma participação notável no Festival de Jazz de Montreux).

A seguir a "Mais", Marisa Monte edita mais dois excelentes álbuns: "Verde Anil Amarelo Cor De Rosa E Carvão", em 1994, e "Barulhinho Bom", em 1996, ambos produzidos por Arto Linsay. Os dois trabalhos confirmam a sua maturidade, inteligência, e, acima de tudo, uma voz consolidada, que emerge como uma das melhores vindas do Brasil.
Em 2000, é editado "Memórias, Crónicas E Declarações De Amor", centrado no tema do amor e muito aclamado pela crítica. A turnê do álbum durou aproximadamente um ano e gerou o DVD homónimo com os melhores momentos do show.
Após quase cinco anos sem aparições relevantes Marisa voltou no primeiro semestre de 2006, quando lançou simultaneamente dois discos: “Infinito Particular” e “Universo Ao Meu Redor”, dedicados a canções inéditas do samba e da MPB no que resulta na criação da turnê Universo Particular.

Alinhamento
Marisa Monte – Não é fácil
Marisa Monte – Amor I love you
Maria Rita – Veja bem meu bem
Vanessa da Mata – A nossa canção
Adriana Calcanhoto - Devolva-me
Marisa Monte – Tema de amor
Tribalistas – Velha infância
Djavan – Se acontecer
Marisa Monte – Água também é mar