
Sinto saudades do dia em que nunca nos encontramos
Daquele em que não nos vimos pela primeira vez
Desse em que nunca te tive
Daquele em que não falaste o que eu queria ouvir
Da nossa primeira noite que jamais houve
Quando deixamos de conhecer-nos biblicamente até ao desmaio
Tenho sede da noite em que nem começamos a beber-nos
Sinto fome dos momentos em que não estávamos um no outro
Devorando-nos gota a gota
Poderia desenhar com os mínimos detalhes tudo o que não aconteceu
O amor que não explodiu
O desejo que não cristalizou
Todo esse nada que não vivemos tão intensamente separados
Uma saudade como se nunca tivesse acontecido
Como este afago que não te mando
e que ainda assim nunca receberás
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