quarta-feira, 25 de junho de 2008

Barco Ancorado 25/06/2008


Os Rádio Macau acabam de anunciar um novo single para o disco "8", que a banda editou há algumas semanas.
'Entre As Memórias e o Sonho' é o segundo avanço para o registo, sucedendo a 'Cantiga D' Amor'.
O oitavo disco de estúdio dos Rádio Macau, e o primeiro de originais em cinco anos, marca o regresso ao pop/rock e a temas mais orgânicos e com menos recurso à electrónica. A acompanhar as canções a banda lançou um DVD com 12 filmes realizados por José Nascimento, dois dos quais ilustram inéditos que não foram incluídos no CD.

Olhando para trás, recordamos que os Rádio Macau deram início à sua já extensa carreira em 1980, ano em que nasceram as primeiras canções do grupo, na altura, constituído somente por Xana, Alex e Flak. Filipe Valentim só se juntou à banda três anos mais tarde, ocupando o lugar de teclista.
O grupo começou a dar nas vistas algum tempo depois, com a gravação de uma maquete, que contou com a participação de Ramalho na bateria. Uma vez captada a atenção das rádios e dos jornais, foi mais fácil conseguir espectáculos e entrevistas. Seguiu-se a assinatura do contrato com a EMI - Valentim de Carvalho, e a edição do primeiro álbum de originais da banda, em 1984, simplesmente intitulado "Rádio Macau". A crítica foi unânime, considerando o grupo como um dos mais importantes da música moderna portuguesa. Dois anos depois, foi editado "Spleen", um disco conceptual, cujo papel principal foi atribuído às letras, destacando-se no disco o texto de Pedro Malaquias - que passaria a ser colaborador regular nas letras dos Rádio Macau - para o tema "Entre a Espada e a Parede".

Depois de uma série de concertos inseridos numa digressão que passou por Espanha, Berlim e Grécia, os músicos editaram o "Elevador da Glória", em 1987: um álbum repleto de canções, gravado sem grandes artifícios e onde o protagonismo foi devolvido às guitarras. Coincidência ou não, o que é certo é que foi precisamente com o "Elevador da Glória" que os Rádio Macau viram subir ainda mais a glória da banda, tendo sido este o álbum mais vendido do grupo.
Mantendo uma evolução constante, os Rádio Macau editaram, dois anos mais tarde, o disco "O Rapaz do Trapézio Voador", onde os músicos trabalharam com meios técnicos até então nunca por eles utilizados, o que conferiu ao disco sons e ambientes inovadores. "Disco Pirata" surgiu em 1991 e, um ano mais tarde, foi a vez d'"A Marca Amarela", disco que se revela agora essencial para uma melhor compreensão da mudança de sonoridade praticada pela banda no álbum "Onde o Tempo Faz a Curva", do qual foi extraído "Uma Questão de Tempo", o primeiro single.
Nos álbuns seguintes, o outonal "Acordar" (2003) e o primaveril "8", a banda volta a interessar-se pela canção mais despida e por uma vertente mais acústica.

Após uma ausência de oito anos, os Rádio Macau voltaram a dar cartas em 2000. O trunfo tem por nome "Onde o Tempo Faz a Curva". Este afastamento prolongado do grupo não constituiu, no entanto, uma completa paragem por parte de Xana, Flak, Alex e Filipe Valentim.
Recorde-se que tanto Xana como Flak, aproveitaram este intervalo para desenvolver projectos a solo. Ela, vocalista da banda, editou em 1994 o disco "As Meninas Boas Vão Para o Céu, As Más Para Toda a Parte", ao qual sucedeu, quatro anos depois, o seu "Manual de Sobrevivência". Entretanto, aproveitou para se dedicar mais a sério ao curso de Filosofia que então frequentava. Ele, o guitarrista do grupo, desenvolveu o projecto "A Máquina do Almoço dá Pancadas" juntamente com Luís Filipe Valentim, Lívio, Rodrigo e Gui, tendo também editado o álbum "Flak" em 1998, um disco ao qual também deu a voz.

Alinhamento
Rádio Macau – Amanhã é sempre longe demais
Rádio Macau – O anzol
Mesa – Luz vaga (com Rui Reininho)
Xutos & Pontapés – Manhã submersa
Rádio Macau – Sempre mais
Jorge Palma – Encosta-te a mim
Clã – O sopro do coração
Rádio Macau – Cantiga d´amor

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