sexta-feira, 13 de junho de 2008

Barco Ancorado 13/06/2008


António Joaquim Rodrigues Ribeiro morreu há 24 anos. A 13 de Junho de 1984. Nasceu em Amares, em 1945 e, com apenas 12 anos, vogou rumo a Lisboa, tendo relatado o episódio da sua partida, anos mais tarde, no tema "Olhei Para Trás", incluído no álbum "Dar e Receber". Partiu, em seguida, para Londres e Amesterdão, para regressar a Lisboa em 1977, pronto para implantar a inovação na cidade. O cantor abriu num centro comercial o primeiro cabeleireiro unissexo da capital.
Foi no ano seguinte que a Valentim de Carvalho tomou pela primeira vez contacto com os dotes musicais do cantor, através de uma maqueta que o mesmo fez chegar à editora. Mas, só em 1982, editou o seu primeiro single, um duplo lado-A produzido por Ricardo Camacho, que incluiu o tema "Povo Que Lavas no Rio", um fado de Pedro Homem de Mello e Joaquim Campos imortalizado por Amália, e "Estou Além", este um original de António Joaquim Rodrigues Ribeiro. António Variações, hoje, no Barco Ancorado.

No compasso de espera que antecedeu a edição do seu primeiro single, António Variações fez a sua estreia televisiva no programa "O Passeio dos Alegres" pela mão de Júlio Isidro, ainda sob a designação de António & Variações, o nome da banda que o acompanhou durante a sua actuação. 'Vestido' de aspirina, o cantor interpretou o tema "Toma o Comprimido", ao mesmo tempo que lançava "smarties" para o público e para as câmaras.
"Anjo-da-Guarda", o álbum de estreia de António Variações, chegou às lojas em 1983, tendo sido alvo dos aplausos da crítica, tanto pela inovação do som presente no disco como pela sua originalidade. Variações passou então a ser um dos nomes de referência da música da época graças aos temas "Estou Além", "É P'rá Amanhã..." e "... O Corpo É Que Paga", muito divulgados pela rádio.

As gravações do sucessor de "Anjo-da-Guarda", intitulado "Dar e Receber", tiveram início em Fevereiro de 1984, nos Estúdios Valentim de Carvalho, e contaram com os Heróis do Mar como banda de apoio de António Variações. A produção do disco ficou a cargo de Pedro Ayres Magalhães e Carlos Maria Trindade, dois dos membros daquela banda.
O resultado final ficou disponível em Maio desse ano e, mais uma vez, o músico reuniu a aclamação do público e da crítica, tendo no entanto este seu segundo disco ficado um pouco aquém do sucesso alcançado com o trabalho anterior.
"Canção de Engate", tema incluído em "Dar e Receber", foi o último grande êxito do cantor, uma vez que cerca de um mês depois da edição do disco, em 13 de Junho de 1984 (curiosamente, dia de Santo António), António Variações falecia no hospital da Cruz Vermelha. Mais tarde, uma versão deste tema deu aos Delfins um dos seus grandes êxitos e Lena d'Água fez um disco inteiramente preenchido com canções do músico, muitas delas inéditas.

Dez anos após a morte de António Variações, Manuel Faria (Trovante) produziu um disco de homenagem em que participaram muitos nomes conhecidos da nossa música como Sérgio Godinho, Resistência ou Três Tristes Tigres.
Em 2000, foi reeditado "Dar e Receber", numa versão remasterizada, e que inclui o tema inédito "Minha Cara Sem Fronteiras", nunca anteriormente editado.
Mais tarde, seriam os Humanos, um projecto interessantíssimo, a contribuir para a imortalização da música de Variações.

Alinhamento
António Variações – Povo que lavas no rio
António Variações – Anjo da guarda
Humanos – Muda de vida
Humanos – Quero é viver
António Variações – Sempre ausente
Humanos - Rugas
António Variações – Estou além

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