terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Barco Ancorado 27/01/2009


Há quem o compare com o vinho, justificando que com o tempo "vai ficando cada vez melhor", e o certo é que, à primeira vista, ninguém suspeitaria sequer que esta terça-feira complete a respeitável idade de 60 anos.
Djavan Caetano Viana, ou simplesmente Djavan, nasceu em Maceió, Alagoas, no seio de uma família pobre, que lhe transmitiu a paixão pela música. Foi aí que, ainda muito jovem, formou a banda LSD, que é como quem diz, Luz, Som, Dimensão, cujo repertório era constituído por versões de temas dos Beatles.
Corria o ano de 1973 quando o músico partiu em direcção ao Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar como crooner numa discoteca, actividade que desempenhou durante quatro anos. Foi no Rio que travou conhecimento com um locutor de desporto da Rádio Globo chamado Edson Mauro, que o apresentou ao produtor da editora Som Livre, João Mello. Demorou um mês até Djavan ser contratado como cantor de temas de novelas e, dessa época, resultaram canções como "Presunçosa", de António Carlos e Jocafi para "Super Manuela"; "Calmaria e Vendaval", de Toquinho e Vinicius, para "Fogo Sobre Terra"; e "Alegre Menina", de Dori Caymmi e Jorge Amado, para "Gabriela".

O salto para a fama aconteceu finalmente através de uma participação no festival "Fato Consumado" da TV Globo, em 1975, onde o cantor apresentou o tema "Abertura", deixando transparecer os seus dotes de compositor, ao conquistar um segundo lugar. O primeiro single, foi editado quatro meses depois, e incluiu os temas "E Que Deus Ajude", "Um Dia", "Rei do Mar" e "Fato Consumado". O primeiro álbum, "A Voz, o Violão, a Música de Djavan", viu a luz do dia em 1976 e, do alinhamento, fez parte o grande êxito "Flor de Lis".
Depois da gravação do single, que incluiu as faixas "É Hora" e "Romeiros", o músico abandonou a Som Livre para se juntar ao catálogo da editora Odeon, para a qual gravou os álbuns "Djavan" (1979), "Alumbramento" (1980) e "Seduzir" (1981). "Luz", de 1982, foi gravado nos Estados Unidos, onde Djavan conheceu Quincy Jones, que adquiriu os direitos de distribuição de uma série de temas do compositor brasileiro.

Seguiu-se "Lilás", em 1984, cuja produção ficou a cargo de Eric Bulling e, no mesmo ano, o cantor trabalhou igualmente no filme "Para Viver Um Grande Amor".
O resto da década de 80 foi preenchido com a edição dos álbuns "Brazilian Knights And A Lady" (1985), "Meu Lado" (1986), "Não É Azul Mas É Mar" (1987), "Bird Of Paradise" (1988) e "Djavan" (1989). Neste último registo, o músico contou com a colaboração do guitarrista de flamenco Paco de Lucia na faixa "Oceano".
Caetano Veloso foi mais um músico de referência do panorama musical brasileiro, que colaborou com Djavan, desta feita na faixa "Linha do Equador", incluída no registo de 1991, "Coisa De Acender". O disco de 1996, "Malásia", contou no alinhamento com o tema de Tom Jobim, "Linha do Equador", posteriormente incluído em "Bicho Solto o XIII", de 1998.

O registo "Ao Vivo", editado em formato duplo, chegou ao mercado em 1999 e vendeu cerca de 1,2 milhões de unidades e foi nomeado para três categorias dos prémios Multiprize, nomeadamente "Best CD", "Best Show" e "Best Singer".
Ao longo da sua carreira, Djavan viu as suas canções serem imortalizadas na voz de grandes nomes da música brasileira, tais como Chico César, Paralamas do Sucesso, Lenine, Elba Ramalho, Chico Buarque, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, entre muitos outros.

Alinhamento
Djavan – Flor de Lis
Djavan – Meu bem-querer
Elis Regina - Romaria
Maria Bethânia – Onde estará o meu amor
Gal Costa - India
Djavan – Se acontecer
Tim Maia e Marisa Monte – Ainda lembro
Tom Jobim – Chega de saudade
Djavan - Lilás

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