terça-feira, 8 de abril de 2008

Barco Ancorado 08/04/2008


Esta terça-feira passa música em português no Barco Ancorado. A cantora Dulce Pontes faz 39 anos. Nasceu a 8 de Abril de 1969, no Montijo e, desde tenra idade, revelou talento para a música. Passou a infância a ouvir Amália, José Afonso, Argentina Santos e Carlos do Carmo, entre outros. Aos sete anos, inicia os seus estudos na área da música, no Conservatório Nacional, em Lisboa. Pisa os palcos pela primeira vez aos 16 anos, como vocalista na banda Percapita.
Mas o grande salto, dá-o em 1991, com a vitória no Festival RTP da Canção, interpretando o tema "Lusitana Paixão" (mais tarde, incluído no seu primeiro CD), que lhe valeu também o prémio de Melhor Intérprete. Representa então Portugal no Festival da Eurovisão, conseguindo uma das melhores classificações portuguesas de sempre: um oitavo lugar, entre 22 concorrentes, arrecadando ainda o prémio para a melhor voz e interpretação. Segue-se o Festival da OTI (realizado no México), onde se classificou em quarto lugar.

Em Maio de 1992, Dulce Pontes edita o seu álbum de estreia, "Lusitana", que lhe valeu excelentes críticas. Nesse mesmo ano, é convidada a participar no show da Lotaria Europeia, na Turquia, e noutro da TV Galiza, de Espanha.
Surge então, em 1993, o seu segundo trabalho "Lágrimas". Um álbum onde Dulce abandona as baladas rock, iniciando uma viagem pela busca da sua identidade na música tradicional portuguesa, nomeadamente no fado, a sua grande paixão. Aí, interpreta temas célebres de Amália Rodrigues, como "Lágrimas", "Povo Que Lavas No Rio", ou "Canção Do Mar". E é aqui que podemos afirmar que se inicia a carreira internacional de Dulce Pontes, conquistando audiências, nos anos seguintes, em locais inesperados como o Japão, Holanda ou Brasil, onde actua em festivais e shows televisivos.
É então que a sua voz chega a Hollywood. A sua interpretação de "Canção Do Mar" foi escolhida para fazer parte da banda sonora do filme "Primal Fear", com Richard Gere, em 1996. Tendo a mesma canção integrado outra banda sonora, a da telenovela brasileira "As Púpilas do Senhor Reitor", um ano antes. Nessa mesma época, grava "A Brisa Do Coração", com música de de Ennio Morriconne, que é incluída na banda sonora do filme "Afirma Pereira", com Marcello Mastroianni.

O segundo longa duração de Dulce Pontes surgiu em 1995. Um CD duplo intitulado "A Brisa Do Coração", gravado ao vivo num espectáculo no Coliseu do Porto. Um registo, como a própria afirma, de "uma noite mágica". Recebe então variados prémios como o "RCL", para "Melhor Concerto Ao Vivo", Prémio Bordalo atribuído pela Casa da Imprensa para a "Melhor Voz Feminina" ou Globo de Ouro (atribuído pela SIC e pela revista Caras), no ano de 1995.
Em 1996, edita "Caminhos", um disco em que Dulce continua a explorar e reiventar o fado, e que contou com as colaborações de como músicos Xirandela, Leonardo Amuedo ou Carlos Nuñez. Algumas das letras são de poetas conceituados portugueses, como é o caso de Fernando Pessoa. Inicia então uma extensa digressão, nos anos seguintes, que a leva a países como Alemanha, EUA ou Itália, provando que a música é uma linguagem universal. Destacam-se ainda os seus duetos com nomes grandes da música, nomeadamente, Caetano Veloso que com ela canta, em Roma, no concerto "World Food Day", e com Andrea Bocelli, com quem gravou a balada "O' Mare E Tu".

"O Primeiro Canto", editado em 1999, é um trabalho muito pensado, onde a maioria das canções são originais de Dulce Pontes, música e letras. Um álbum que confirma a sua maturidade e ousadia enquanto compositora e intérprete, e que lhe valeu um disco de platina em Portugal, sendo também muito bem recebido em Itália, Espanha, Holanda e Brasil.
Dulce Pontes é uma perfeccionista, e procura a perfeição em todo o lado, colaborando com artistas de todo o mundo, como Kepa Junkera, Waldemar Bastos ou Jacques Morelenbaum. Viaja por Portugal com um gravador de cassetes à procura de sons tradicionais, bem como todo o tipo de sons mais exóticos, para se sentar então ao piano e compor as suas canções. Não esquecendo nunca a técnica, Dulce afirma que "o sentimento é o mais importante" e é talvez isso que explica que uma plateia de japoneses se emocione ao ouvi-la cantar o fado.

Alinhamento
Dulce Pontes – Lusitana paixão
Dulce Pontes – Povo que lavas no rio
Cristina Branco – Sete pedaços de vento
Ana Moura – Ao poeta perguntei
Mariza – Recusa
Dulce Pontes – Brisa do coração
Madredeus – Vem (além de toda a solidão)
Rodrigo Leão – Rosa
Dulce Pontes – Se voaras mais ao perto

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