quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Poema da despedida
Não tenho como saber se te encontrarás
no tempo casual que buscas.
Num espaço incerto que persegues.
Mas se acontecer e se me vires nada digas.
Eu terei na retina o que pensaste ter-me escondido.
E do silêncio da minha voz nada ouvirás.
Nem ecos eu tenho para os teus ouvidos.
Mas sei que irás sentir do meu olhar
o poema da despedida.
Se a tua voz atrevida falar de chegada.
Ela colherá das minhas mãos o tempo de dar.
Não fará falta no meu existir uma lasca de vida.
Já vim feito com o dom de doar.
Esperei todos os dias pela manhã do amanhã
Mas ela não voltou.
E toda a claridade trouxe apenas ontem.
Ouvi nas madrugadas algumas melodias repetitivas.
Intercaladas de longas horas vazias.
Rareiam os poetas
e os corações românticos para ouvi-los.
Eu prossigo sem me perder.
Estarás para sempre presença que preferiu partir.
Não tenho como saber se te encontrarás.
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