quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Barco Ancorado 25/09/2008


Carlos Santana lança este mês uma nova colectânea. "Multi Dimensional Warrior", título do registo, traz uma selecção de temas do guitarrista, materializada em cerca de 30 canções, que reflectem o seu olhar pessoal sobre os seus 40 anos de carreira.
Editado em duplo CD, o álbum divide-se em duas partes distintas: a primeira contendo 14 canções e a segunda apresentando 14 temas instrumentais.
"Multi Dimensional Warrior", considerado o projecto em que o artista mais se envolveu, chega às lojas na próxima segunda-feira (dia 29 de Setembro).

Durante os últimos 30 anos, Carlos Santana não tem parado de criar a sua fusão única e apaixonada de rock e blues com ritmos sensuais afro-cubanos à mistura, além de outras infusões em numerosos idiomas musicais.
A sua história começa com a Santana Blues Band, formada em São Francisco, em meados dos anos 60, que começa a ganhar notoriedade nas mesmas salas de espectáculos que receberam os grupos de rock psicadélico. No entanto, devido às suas raízes latinas e africanas, Santana nunca se enquadrou plenamente nesse estilo.
O grupo começa a fazer furor e toca no Festival de Woodstock em Agosto de 1969, perante uma assistência de cerca de 500 mil pessoas. O conjunto era formado, além de Santana, por Gregg Rollie (voz e teclados), Dave Brown (baixo), Mike Shrieve (bateria), e os percussionistas Armando Peraza, Mike Carabello e Jose Areas.
"Santana", o seu álbum de estreia, em 1969, foi um grande sucesso (chega a disco de platina), e incluía o single "Evil Ways". Segue-se "Abraxas", em 1970, que teve ainda melhor aceitação, liderando os tops de vendas durante seis semanas, graças em grande parte, a verdadeiros clássicos como "Black Magic Woman" e "Oye Como Va".
O terceiro capitulo é escrito com "Santana III", em 1971. O álbum é um êxito, ocupando o primeiro lugar das tabelas durante cinco semanas. Nesta altura, tornam-se um septeto com a inclusão do guitarrista Neal Schon.

Em 1972, Santana grava a solo, num dueto ao vivo com o baterista e vocalista Buddy Miles (futuro membro da sua banda). Segue-se o seu quarto disco com a Santana Blues Band, "Caravanserai". Em 73, assina uma nova colaboração, desta feita com o guitarrista John McLaughlin.
Pouco depois, inicia nova etapa da sua carreira com a New Santana Band, um projecto que inclui Mike Shrieve e Armand Peraza e Jose Areas que transitaram do seu anterior grupo).
Nos anos subsequentes, começa a trabalhar numa profícua carreira a solo, onde vai testando e expandindo os limites do seu estilo. Do seu primeiro álbum, "Santana", até aos seus projectos a solo mais arrojados de influência jazzística; do seu álbum de estreia pela Polydor, "Milagro" (onde homenageia Miles Davis) até à criação, em 1993, da sua editora; passando pelo lançamento de "Brothers", Santana sempre revelou uma firme crença na sua visão pessoal da música. Esta fé permitiu-o aventurar-se e descobrir novos territórios geográficos e musicais.
Carlos Santana participou no filme "La Bamba" e, depois de participar, em 1987, no "Rock n'Roll Summit" (o primeiro concerto rock que promovia a união entre os EUA e a URSS) passou a colaborar com inúmeras causas humanitárias. Facto que lhe valeu o respeito e a consideração de milhões de fãs pelo mundo fora, comprovado pelos muitos prémios que recebeu, incluindo um Grammy como "Melhor Performance Instrumental Rock" em 1988, seis Bammies (incluindo três prémios de Músico do Ano, o último em 1993), ou ainda o primeiro Prémio Records Crystal Globe, por ter vendido 10 milhões de álbuns.

Em 1997, Carlos Santana assinou com a Arista Records, pela qual editou, em 1999, "Supernatural" - um verdadeiro sucesso comercial (vende 10 milhões de cópias), que conta com a participação de vários nomes grandes da música, como Eric Clapton, Lauryn Hill, ou Wyclef Jean. O hit single "Smooth" (que conta com a participação de Rob Thomas dos Matchbox Twenty) foi o cartão de visita de um álbum que lhe valeu, nada mais nada menos, do que oito Grammys e o impensável regresso aos "dias de glória".
Três anos depois, Santana editou "Shaman" (2002), um disco que, na senda de "Supernatural", embora sem a força deste, reúne participações de outros artistas como Seal, Nickelback, Rob Thomas (na composição de letras para algumas canções) e Michelle Branch, que interpretou aquele que terá sido o maior êxito deste disco, o tema "The Game Of Love".
Em 2005, Santana lançou "All That I Am", que volta a juntar as sonoridades rock, soul, pop e jazz com o génio latino e as influências africanas que têm pautado, desde sempre, o seu percurso musical.
Essa diversidade está também patente no leque de colaborações, provenientes de vários géneros musicais, com que Santana conta neste álbum. Além de ter novamente a seu lado Michelle Branch, o músico reuniu, também, as prestações de, entre outros, Steven Tyler (dos Aerosmith), Mary J. Blige, Sean Paul e Joss Stone.

Alinhamento
Santana – Oye como va
Santana (ft Rob Thomas) - Smooth
Jimi Hendrix – Hey Joe
Janis Joplin – Me and Bobby McGee
Santana (ft Big Boy) – My man
Dire Straits – So far away
Heart - Alone
Santana (ft Joss Stone e Sean Paul) – Cry baby cry

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