quinta-feira, 10 de julho de 2008

Mãos


As mãos escrevem-se tão próximo
de mim nos nomes que lhes dei,
que posso compreender o desejo
sem imagens ilusórias

As marés iniciam-se nos dedos,
embaralham o reflexo e o disfarce
de retornos e andanças nómadas
a serem lidas na nossa historia

O olhar não se restringe nos nossos
limites das redes visíveis das linhas
Os corpos deixam de ser ancoradouro
O oceano agita-se nos ossos
como um sismo no coração da terra

Percebe-se na palma da mão o frio,
a advertência clara do naufrágio
Mesmo quando os barcos passam
ao largo do nosso desalento

1 comentário:

marta pinto disse...

Lindo e digno de apresentar, no livro a editar...

Parabéns Abel

Beijinhos