terça-feira, 8 de julho de 2008
Barco Ancorado 08/07/2008
Os Delfins vão cessar actividades em 2009. A banda de Cascais prepara um comunicado, no qual anunciará o final de carreira, após um percurso de 25 anos.
Antes de dar a respectiva carreira por terminada, o grupo de 'A Cor Azul' tem prevista a edição de novo álbum de originais em Setembro e uma digressão de despedida dos palcos em 2009.
A saída do guitarrista Fernando Cunha da formação foi revelada há alguns dias. O músico já não acompanhou o colectivo na viagem recente ao Canadá, ou sequer nos últimos espectáculos em Portugal, tendo sido substituído por Mário Andrade.
Os Delfins são uma das mais bem sucedidas bandas pop do panorama musical português. Para isso, muito contribui a figura carismática e mediática do seu vocalista, Miguel Ângelo. A história do grupo começa, no entanto, antes da entrada de Ângelo, quando, em 1981, Fernando Cunha (guitarra), João Carlos (baixo) e Silvestre (teclas) começam a dar forma ao sonho de formar uma banda. No Verão do ano seguinte, encontram Miguel Ângelo, irmão mais novo de João Carlos e, em Janeiro de 1983, o baterista Pedro Molkow. No entanto, o Serviço Militar Obrigatório reclama a presença do baixista João Carlos, que é substituído por Rui Fadigas, entrando ainda para a bateria Jorge Quadros. Em 1984, editam um par de singles numa editora independente. O primeiro álbum só surge em 1987 e intitula-se "Libertação", com produção a cargo de Carlos Maria Trindade.
O grupo só começa a ser verdadeiramente apreciado com uma versão da "Canção do Engate", de António Variações. O segundo álbum, "U Outro Lado Existe", de 1988, apesar de não vender muito, rende-lhes vários êxitos de rádio, nomeadamente "Um Lugar ao Sol". A produção esteve, mais uma vez, a cargo de Carlos Maria Trindade, que também se responsabilizou pelos teclados e computador, após a saída de Silvestre. Em 1989, dá-se a entrada no grupo de Luís Sampaio para as teclas, vindo dos Radar Kadafi.
Para o terceiro álbum, "Desalinhados", de 1990, o grupo muda de editora. O disco, com selo BMG, que inclui o êxito "Nasce Selvagem", torna-se no seu primeiro LP de sucesso, ao atingir o disco de prata. No mesmo ano, as irmãs Dora e Sandra Fidalgo, na voz, passam a integrar também a banda. Enquanto isso, Miguel Ângelo e Fernando Cunha colaboram (com outros músicos) no projecto "Resistência".
Entretanto, em 1991, a EMI edita a compilação "Delfins 86/89 1 Só Céu". No mesmo ano, entre digressões, os Delfins criam o seu próprio estúdio, o 1 Só Céu, onde gravam o seu álbum seguinte, "Ser Maior-Uma História Natural", em 1993. Criam ainda, um espectáculo multimédia para o Teatro da Trindade, em Lisboa, e esgotam a sala três noites consecutivas. É um espectáculo diferente, só com as canções do disco, com actores de teatro, figurantes, instalações áudio e vídeo e um grande cuidado cénico. Ainda em 1993, musicam uma peça de teatro para o Teatro Experimental de Cascais, intitulada "Breve Sumário da História de Deus" de Gil Vicente. O álbum com o mesmo nome sai um ano depois.
Durante os dois anos seguintes, tocam ao vivo como poucos. Com muito trabalho, tornam-se a banda portuguesa mais popular, graças também à mediatização do seu vocalista, agora membro do júri do programa da SIC, "Chuva de Estrelas".
Em 1995, editam "O caminho da Felicidade", que reúne algumas das suas canções mais populares e dois temas novos, dos quais se destaca "Sou Como Um Rio". A colectânea torna-se no disco português mais vendido de sempre. No ano seguinte, sai então novo álbum de originais de nome, "Saber A Mar", que é, como o anterior, seguido de extensas digressões.. Ainda em 1996, são responsáveis pela banda sonora do filme, "Adeus Pai", de Luís Filipe Rocha. Nesta época, a popularidade do grupo atinge os píncaros e, mais uma vez, Miguel Ângelo participa num programa televisivo campeão de audiências, o "Cantigas da Rua".
"Azul" sai em 1998 e tem a particularidade de ser editado em castelhano, revelando a ambição do grupo de conquistar o mercado espanhol. Nesse mesmo ano, a cantora Nicole Eitner substitui Dora.
O ano de 1999 marca a estreia a solo dos dois membros mais influentes e populares da banda, Miguel Ângelo e Fernando Cunha. Já em 2000, os Delfins actualizam o grafismo do nome, adoptando "Del7ins", uma vez que recuperaram a sua formação de sete elementos (Jorge Quadros na bateria, Rui Fadigas no baixo, Carlos Maria nos sintetizadores, Fernando Cunha na guitarra, Miguel Angelo na voz e Nicole Eitner nos coros).
Em 2002, novo passo dado com a edição de "Babilónia". Agora, os Delfins preparam-se para cessar a sua actividade.
Alinhamento
Delfins – A baía de Cascais
Delfins – Aquele Inverno
UHF – Na tua cama
Quinta do Bill – Dias de cumplicidade
Delfins – Através da multidão
Ala dos Namorados – Lisboa ausente
Paulo Gonzo – Jardins proibidos
Delfins – A cor azul
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