quarta-feira, 7 de maio de 2008

Volúpia


Escreve o poema de amor no meu corpo
Escreve o poema que jamais escreveste

Escreve o poema de amor no meu corpo
De pele arrepiada, de silêncio sacro e olhar incandescente
O beijo ardente, exigente, provocante...
Da posse, do dar e do querer, do pedir e do exigir
E conta nele os prazeres dos santos na suprema glória

Diz da paz na guerra das nossas noites de amor sem fim

Conta da dor de ser feliz num beijo e morrer de tanto se dar
Escreve da ânsia da paixão da vítima por seu algoz amado
Que lhe dá a suprema dádiva da eternidade no espasmo do gozo

Canta a alegria do seixo ao ser levado pelas correntezas da volúpia
Lapidando-o no fogo azul do amor
Ao mais puro diamante do suspiro último da entrega

Escreve um poema de amor em que nossas almas em êxtase e enlevadas
Ultrapassem todas as barreiras e sejam apenas amantes-amadas

Escreve na madrugada todo o riso para as estrelas
O cheiro do orvalho em nossos corpos exaustos do amor que nos sustenta
E a manhã que nos aguarda embalando nossos sonhos de poetas

Escreve o poema de amor no meu corpo

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