terça-feira, 27 de maio de 2008

Tarde de Maio


Irrompe serena a tarde de Maio
A tarde que nos leva até a praça
onde cada homem canta o seu exílio
e onde pungentes flores são vendidas
numa cidade, uma babilónia

Assim permaneço, a contemplá-la
enquanto ela colhe rosas vermelhas
e respira o perfume dos jasmins
como um inaudito sopro de vida

A centelha do amor que perseguimos
enquanto vem o brando entardecer

O derradeiro ardor do sol poente
e as sombras adejando sobre a casa

Mas agora a casa está redimida
Há um vaso com lírios e crisântemos
na sala de jantar,
o que convém à imensa fragilidade da carne

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