quinta-feira, 15 de maio de 2008

Barco Ancorado 15/05/08


Paulo de Carvalho, ou a "Voz", como já foi apelidado, é um dos nomes incontornáveis da música nacional, com uma carreira de quatro décadas recheada de sucessos, que se tornaram verdadeiros clássicos da música portuguesa. Hoje, completa 61 anos. Nasceu a 15 de Maio de 1947 em Lisboa, iniciando a sua carreira musical em 1962, fundando os Sheiks, a mais popular banda pop portuguesa dos anos 60 (que integrou, entre outros, com Carlos Mendes, Fernando Tordo, Edmundo Silva e Fernando Chaby), onde tocava bateria e cantava. Em paralelo, Paulo de Carvalho jogava futebol nos juvenis do Benfica.
A partir de 1968, depois do fim da banda, funda, ou é convidado para integrar, alguns dos mais importantes grupos dessa época, como os Fluído, Banda-4 ou Thilo's Combo.
Em 1970, respondendo a um convite de Pedro Osório, participa no Festival RTP da Canção, com o tema "Corre Nina". No ano seguinte, volta ao Festival com a canção "Flor Sem Tempo", que deu a conhecer José Calvário. Com o tema, vence o Prémio da Casa da Imprensa para Melhor Intérprete Português.

Em 1973 Paulo de Carvalho grava, em Madrid, o seu primeiro álbum de originais "Eu, Paulo de Carvalho", que contou com a colaboração de alguns músicos espanhóis de nomeada.
Vence o Festival da Canção no ano de 1974 com o tema "E Depois Do Adeus", de José Calvário e José Niza, uma canção que no 25 de Abril serve de primeira senha para iniciar o Movimento dos Capitães.
Em 1975, grava o seu segundo trabalho "Não De Costas Mas De Frente", com arranjos e produção de Júlio Pereira, ganhando, ainda no mesmo ano, o prémio de interpretação no Festival de Slantchev Briag, na Bulgária. Em 77, integra o colectivo Os Amigos que ganha o Festival RTP da Canção. Na década de 70, grava mais dois álbuns: "Volume I; Os Operários Do Natal", em 1978, e "Cantar De Amigo", em 1979.
Começa bem o ano de 1980, ao classificar-se em segundo lugar no Festival Internacional de Viña del Mar, no Chile, e recebendo, pouco depois, um prémio de televisão para Melhor Interpréte, na Polónia. Nesse ano, grava o álbum "Até Me Dava Jeito" (que inclui canções como "10 Anos Depois"). Seguem-se "Abracadabra", em 1981 e "Cabracega", em 1982.

Em 1984, participa com o seu Quinteto em mais uma edição do Festival da Canção com o tema "Já Pode Ser Tarde". No ano de 1985, tenta combater a invasão da música anglo-saxónica e grava "Desculpem Qualquer Coisinha", com acompanhamento de guitarra portuguesa, o que provoca grande polémica. No entanto, é com este trabalho que regista um dos maiores sucessos da sua carreira, "Os Meninos Do Huambo", obtendo mesmo o seu primeiro Disco de Ouro. Seguem-se "Homem Português", acompanhado mais uma vez pela guitarra portuguesa, em 1986, e "Terras Da Lua Cheia" em 1987.
Em 1989, participa no espectáculo "Só Nós Três", juntamente com Carlos Mendes e Fernando Tordo, sob a direcção de Pedro Osório, que resulta na gravação de um disco.
Em 1991, grava "Gostar De Ti", que conta com a participação dos músicos Armindo Neves e Paulo Jorge Santos (na guitarra portuguesa).
Ao completar 30 anos de carreira, em 1992, é homenageado pela Casa da Imprensa na Grande Noite do Fado. Em 1994. grava "Alma", nos famosos Estúdios Abbey Road da EMI (onde os Beatles gravaram muitos dos seus álbuns), em Londres, um disco de música portuguesa da área do Fado de Lisboa, com a participação da Royal Philarmonic Orchestra. Em 1995. assinala 33 anos de carreira com um disco gravado ao vivo: "33...Vivo". Um ano depois é a vez de "Fados Meus", participando no mesmo ano no espectáculo "4 Caminhos", juntamente com Carlos do Carmo, Rita Guerra e Maria João.

Em 1998, actua na Expo-98 (em Lisboa) ao lado de Ivan Lins, num espectáculo organizado pelos dois músicos. E em Outubro de 1999, edita o seu mais recente trabalho "Mátria", um álbum em que Paulo de Carvalho musica, em colaboração com Filipe Lucas (tocador de guitarra portuguesa de 14 cordas) e André Sarbib (ao piano), poemas de Maria Barroso, Né Ladeiras, Dulce Pontes, Ana Zanatti, Simone de Oliveira, Isabel Ruth, Mafalda Veiga e Maria Rosa Colaço, com a produção a cargo de Ivan Lins.
Em 2002, celebra 40 anos de carreira com a edição do duplo CD "Antologia 40 Anos", uma recolha de temas elaborada por José Niza.

Alinhamento
Paulo de Carvalho – Flor sem tempo
Paulo de Carvalho – E depois do adeus
Camané – A cantar é que te deixas levar
Ana Moura – Ao poeta perguntei
Mariza - Retrato
Paulo de Carvalho – Os meninos do Huambo
Jorge Palma – Bairro do amor
Ala dos Namorados – Lisboa ausente
Cristina Branco – Sete pedaços de vento
Madredeus – Haja o que houver
Paulo de Carvalho - Quando um homem quiser

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