sexta-feira, 7 de março de 2008
Solidão II
Não te falarei dos séculos de latifúndio
dos aparelhos de tortura
Não te falarei de séculos de enforcados
do sangue dos fuzilados
Estou preso a este quarto verde-musgo de pensão
no silêncio da miséria
neste limo das paredes
onde se espremem todos os mortos da estrofe anterior
Estou preso nesta solidão incolor
o que equivale dizer
que só há um jeito de abrir a porta
e reencontrar os mortos
Estou preso a este pequeno quarto
da solidão e do exílio
É dele que escrevo a esperança de ossos
É dele que saio para falar do século do futuro
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