quarta-feira, 19 de março de 2008

Barco Ancorado 19/03/2008



Alicia Keys actua esta quarta-feira no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. A cantora americana vem mostrar o seu mais recente álbum, "As I Am", perante uma sala completamente esgotada. Este é o regresso de Keys ao nosso país depois da estreia no Rock in Rio Lisboa, em 2004. A primeira parte estará a cargo de Patrice.

Houve quem a quisesse moldar à imagem de uma Mariah Carey ou Whitney Houston. Na sua editora houve quem pensasse que devido à sua tenra idade ia ser fácil construir mais um protótipo de "cantora para as massas". Alicia Keys bateu com a porta da Columbia, e mudou-se de malas e bagagens para a J Records, onde foi recebida de braços abertos por Clive Davis, que assegurou o lançamento do seu álbum de estreia, "Songs In A Minor".
Alicia Augello Cook é natural de Manhattan, Nova Iorque, onde nasceu em 1981. Assistiu à separação dos pais quando tinha dois anos, e a partir daí ficou entregue aos cuidados da mãe, que sempre lhe incentivou o gosto pela música. Alicia vivia em Manhattan, mas era no Harlem que se sentia em casa, pelo que sempre que podia era lá que a encontravam. Foi aí que aprendeu a pensar depressa, a desenrascar-se em situações complicadas e, sobretudo, a desenrascar-se sozinha. Foi lá que conheceu Marvin Gaye e Biggie Smalls, que por sua vez lhe abriram as portas para o contacto com muitos outros artistas que viriam a revelar um papel fulgurante no seu futuro, caso de Curtis Mayfield, Nina Simone, Miles Davis, Jimi Hendrix, Prince e Rakim.

Alicia Keys escreveu a primeira canção aos 14 anos, depois da morte do avô, com quem tinha uma ligação muito forte. Chamou-lhe "I'm All Alone".
A sorte de ter descoberto tão cedo aquilo para que nascera fê-la trabalhar desde sempre na conquista do seu objectivo principal: a música. Teve formação clássica de piano dos seis aos dezoito anos, e apesar de ser grande fã de Chopin, a certa altura sentiu que a música clássica não era suficiente para se expressar.
Conheceu o manager Jeff Robinson quando tinha quinze anos e trabalhou com ele durante cinco anos. O irmão de Robinson chegou a dar-lhe aulas de canto no Harlem, e desde o início ficou impressionado com a alma que a cantora depositava nas canções. Seis meses depois a cantora estava a cantar na presença de uma série de executivos de multinacionais, que não tentaram sequer esconder o entusiasmo. A Columbia Records ganhou a batalha.
No entanto, as coisas não correram pelo melhor. Os problemas começaram logo desde o início durante o processo de gravações, até que Alicia, na altura com dezasseis anos, decidiu ser ela própria a escrever as suas canções e a produzi-las, uma tarefa que aprendeu através da observação do trabalho dos profissionais em acção. Um ano depois, comprava um apartamento no Harlem, onde montou um estúdio. Foi lá que trabalhou na maioria das canções que viriam a dar forma a "Songs In A Minor".
Alterações no interior administrativo da Columbia trouxeram algumas incompatibilidades criativas entre Alicia e a editora. O álbum estava praticamente terminado e a cantora não estava disposta a voltar atrás. Uma chamada de Clive Davis (o mesmo que descobriu Bruce Springsteen, Patti Smith e Whitney Houston) salvou a situação e a cantora aterrou na J Records. Davis apostou em Alicia, e foi inclusivamente o próprio que levou o teledisco do single "Fallin'" às instalações da MTV.

Na primeira semana em que foi lançado, o álbum de estreia de Alicia Keys vendeu 236 mil cópias. Na segunda semana, com a ajuda dos média, as discotecas pediram mais uma mão cheia de 450 mil cópias para repor o stock. Ainda assim, a cantora continua a gostar de nadar, de dormir (que encara como uma forma de meditação), não deixou de actualizar o seu diário regularmente, e reza três a quatro vezes por dia.
"Songs in A Minor" fez com que Keys levasse para casa cinco prémios na cerimónia de entrega dos Prémios Grammy de 2002, incluindo Artista Revelação e Canção do Ano para 'Fallin'.
O segundo disco chega em 2003 e intitula-se "The Diary of Alicia Keys". Rapidamente se torna o sexto mais vendido de sempre por uma mulher e o segundo dentro do R&B no feminino.
Em 2004 vence quatro prémios MTV e em 2007 estreia-se no cinema com o filme "Smokin' Aces", no qual interpreta uma assassina profissional contracenando com Ben Affleck e Ray Liotta. Segue-se "The Nanny Diaries", onde a cantora faz de melhor amiga da personagem interpretada por Scarlett Johansson.
No mesmo ano é lançado o terceiro disco de estúdio de Alicia Keys, "As I Am", que a belíssima cantora americana apresenta hoje no Pavilhão Atlântico.

Alinhamento
Alicia Keys – Diary (ft Tony Toni Tone)
Alicia Keys – U don´t know my name
Richard Marx – Right were waiting
Alicia Keys – Like you´ll never see me again
Toni Braxton – Spanish guitar
Lionel Richie – The magic of love
Alicia Keys – No one

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