sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Não sei que faço aqui


Eu não sei o que faço aqui
sei que faço alguma coisa
pequenas coisas sem importância
às vezes aborreço-me
não é grave
fico apenas um pouco mais triste
depois levanto a cabeça
os ombros vacilam
transporto uma loba
mas não sei até quando
uma loba que vai deixando o pelo
na casa do poema na cave acumulada
por um sábio que não sabe nada
nem cuidar de si
nem cuidar dos homens
aparentemente foi tudo morrendo
neste reino de pequenos casamentos de conveniência:
ficaram figuras de musgo
que não conhecem a separação entre o ser e as nuvens
As nuvens que envolvem os caminhos do corpo
as pegadas de um vírus que não cessa de cantar o pó,
tão fácil de soprar
Chove
A chuva pede que me cale

1 comentário:

marta pinto disse...

Desde o nascimento, começamos a lutar...

Todos temos o direito e dever de lutar, para obter o necessário à vida!!!
A primeira luta é pelo amor,desque nascemos, desde berço, choramos para obter em troca, um carinho, um afago, uma voz calmia, ou um beijo de carinho.

Nunca te cales !!!