quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Barco Ancorado 28/02/2008


O carismático vocalista e líder do GNR faz hoje anos. Rui Reininho completa 53 anos. Rui Manuel Reininho Braga nasceu no Porto, a 28 de Fevereiro de 1955. Estudou cinema no Conservatório Nacional e em 1977 colaborou com Jorge Lima Barreto no projecto Anar Band. Em 1981, torna-se vocalista do GNR, e depois da saída de Vítor Rua em 1982, o seu principal mentor e figura mais destacada. Com o GNR, Rui Reininho criou uma série de canções que são o espelho de uma geração da juventude burguesa que cresceu e se tornou adulta a ouvi-los e a admirá-los: Dunas, Efectivamente, Bellevue, Pós-Modernos, Vídeo Maria, Pronúncia do Norte, Ana Lee, etc.
Reininho tem um filho, fruto da relação com a ex-mulher, a actriz Alexandra Leite. Por força do aniversário de Rui Reininho, hoje falamos do GNR no Barco Ancorado.

O estatuto de banda de culto conseguido em finais dos anos 80 e o sucesso comercial em inícios de 90 deram ao Grupo Novo Rock uma dimensão até então inimaginável para qualquer banda portuguesa. A única banda nacional que conseguiu encher o Estádio de Alvalade - é esta a dimensão do GNR.
Os caminhos do G.N.R. começam no Porto, em 1980, quando Alexandre Soares, Vítor Rua e Toli César Machado ensaiam formações e sonoridades que resultariam no primeiro single, "Portugal na CEE". O segundo registo em single, "Sê Um GNR" revela uma vez mais o carácter inovador da banda. O êxito de vendas é considerável com ambos os discos a venderem na ordem das vinte mil cópias.
Em Setembro de 1981, dá-se a entrada de Rui Reininho. "Independança" foi a designação do primeiro longa duração editado um ano mais tarde. Depois de alguns conflitos internos e de indefinições constantes na constituição da formação, em 1983 surge o esqueleto definitivo do sucesso: Alexandre Soares na guitarra, Jorge Romão no baixo, Toli César Machado na bateria e Reininho na voz. A saída de Vítor Rua provocaria ainda conflitos. Em causa estavam os direitos de autor e a propriedade do nome da banda. O ano de 1984 deu lugar à edição de "Defeitos Especiais" e a uma tournée promocional com bons resultados. "Os Homens Não Se Querem Bonitos", terceiro álbum, editado no ano seguinte, foi aclamado por todos. Da crítica aos ouvintes toda a gente cantou "Nas dunas...".

O ano de 1986 é o da consagração definitiva com 'Psicopátria'. Em plena crise de identidade do rock português, o G.N.R. superara as melhores expectativas e consegue um disco de prata. Temas como "Efectivamente", "Pós-Modernos" ou "Bellevue" transformaram-se rapidamente em referências de uma banda que começou a ver os frutos comerciais do seu trabalho. Depois da edição do disco, deu-se a saída de Alexandre Soares, dando lugar a Zézé Garcia que, por sua vez, acabou por sair em 94. "Vídeo Maria" de 1988, um EP que provocou alguma celeuma em certas rádios por alegadas "heresias" constantes na letra, foi o passo seguinte e revelou Toli como o compositor de serviço. O percurso de triunfo em todas as frentes continuou com "Valsa dos Detectives" de 1989. O estilo pop/rock do G.N.R. era agora claro, depois de diferentes espaços sonoros visitados em outros tantos anos de crescimento. Em 30 de Abril e 1 de Maio de 1990 esgotam o Coliseu de Lisboa, gravando o que seria o polémico "GNR-In Vivo". Vítor Rua que ainda não tinha desistido da demanda de direitos de autor sobre a banda, conseguiu que a primeira edição do disco fosse retirada, obrigando a uma segunda edição, já sem temas da sua autoria.
"Rock In Rio Douro", álbum de 1992, significou a venda de 94 mil cópias, 38 semanas de permanência no top nacional e 40 mil pessoas a assistir ao primeiro concerto de uma banda portuguesa em Estádio. Os duetos de Reininho com Javier Andreu em "Sangue Oculto" e com Isabel Silvestre em "Pronúncia do Norte" foram dois dos pontos altos do trabalho.
O ano de 1996 deu lugar à edição de um "best of ". "Tudo O Que Você Queria Ouvir - O Melhor Dos G.N.R." juntou os melhores temas da banda nortenha. A pop, até então disfarçada com sons mais ou menos rock, teve o seu lugar de honra em "Mosquito", que sucedeu a "Sob Escuta" de 1995.

A participação do GNR na banda sonora do primeiro telefilme da SIC "Amo-te Teresa", com o tema "Asas Eléctricas", e a edição de mais um conjunto de originais, "Popless", no qual recorrem aos préstimos do produtor brasileiro Nilo Romero, foram os registos que se seguiram. O disco inclui, também, os temas "Popless" (com direito a videoclip censurado na Televisão) e outros temas como "L's" e "Essa Fada".
Em Fevereiro de 2002 é lançada a antologia "Câmara Lenta" com as baladas mais emblemáticas do grupo portuense. O disco obtém um grande sucesso chegando a nº 1 do top nacional de vendas. "Você" e "Nunca Mais Digas Adeus" são os dois inéditos incluídos neste disco.
No final de 2002 é editado "Do Lado dos Cisnes", produzido novamente por Nilo Romero, que mostra o GNR de volta ao rock.
Em 2003 gravam uma nova versão (acústica) de "Canadádá", com a participação do brasileiro Paulinho Moska.
E chega 2006, ano em que os GNR comemoram os 25 anos de carreira. A banda portuense teve um ano em cheio com a edição do CD de tributo "Revistados 25-06", a actuação no Rock-in-Rio Lisboa e o lançamento do Best Of "ContinuAcção - O Melhor dos GNR vol.3". A colectânea, composta por dois CDs, apresenta vários temas emblemáticos do grupo, algumas raridades, a que se juntam dois novos: um inédito ("Continuação") e uma versão de "Quero que Vá Tudo Para o Inferno", original de Roberto Carlos, que obteve airplay nas rádios nacionais.
A música "I Don't Feel Funky (Anymore)" é uma oportunidade rara de ouvir a banda a cantar em Inglês.
Para culminar as comemorações das bodas de prata da carreira, os GNR actuaram nos Coliseus do Porto e de Lisboa.

Alinhamento
GNR - Saliva
GNR - Dunas
Rui Veloso – Cavaleiro andante
Humanos - Rugas
GNR – A culpa é do mosquito
Rádio Macau – O anzol
Xutos & Pontapés - O homem do leme
GNR – Nunca mais digas adeus

Sem comentários: