AMORES PASSADOS
Amores passados, perdidos, partidos,
apenas convidam ao silêncio,
e a confissão, e a solidão,
florescem implacáveis na ponta da língua,
como brados, como adagas,
e então, ao pretender o afago,
apenas desenho um lamento profundo,
e ao tentar esquecer o inesquecível
implanto as lembranças na retina da memória,
que dói como se fosse o dia da partida
e não a hora das reminiscências.
O eco dos teus pés- que já foram o meu chão -
retumba a cada passo que caminho
nesta doce amargura escandinava,
escondido entre loiríssimos cabelos e branquíssimas mentiras.
A noite do tempo deitou-se
para sempre entre nós,
como águas em barco,
como margens sem rio
como um dia sem horas.
Horas que ficam dias
teimando em reviver os instantes
que não voltam,
apenas desamarram as palavras
que impunes e sem medos
escrevem letra a letra
rabiscando um retorno ao passado,
esculpindo um desejo de futuro.
Nem mais,
nem menos,
nem muito ou pouco,
nem tarde ou nunca:
um tudo ou nada.
2 comentários:
Consigo vê-lo ao ler o poema. Não será "mais um passado", antes, um albúm. Pense nisso.
Um abraço
(sem ressentimentos)
Marta
Entendo...conheço melhor, acredito na beleza que imanas, do mais profundo do teu ser....
Liberta-te e vive !!!
Parabéns
Marta Pinto
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