sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Insónia II


Alma de cristal velando angústias de metal

Sonhos de papel embrulhando o ódio sem quartel

Lembranças de coral gerando dores sem moral

Essa é a luta

a disputa

a labuta

a contenda

entre o ser e o seu destino,

entre o amor e o seu verdugo,

entre a noite e a sua insónia


Boas intenções...

duras traições...

fundas ilusões...

só desilusões,

trazendo a raiva e roendo o grito

e lambendo o verso

que esculpe sem rima

essa espera

essa entrega

essa angústia

que sem trégua aperta fundo

e mansamente inunda com calado pranto

as olheiras trasnoitadas

carregadas de partidas sem retorno,

de ausências sem motivo,

de olhares carentes,

clementes,

silentes,

dementes.

Assim fabrica a noite o seu discurso

até que o sono se rebele e diga basta!..

Impondo mansamente a calma,

anestesiando docemente a angústia,

inaugurando finalmente o sono

1 comentário:

marta pinto disse...

Diz:

-Basta, basta de sofrer !!!

- Vou saltar e dar do meu melhor.

Parabéns Abel, continua a expressar aquilo que te rói, aquilo que te dói.

Um beijo