segunda-feira, 6 de abril de 2009

Barco Ancorado 06/04/2009


A cantora brasileira Cibelle vai regressar em Setembro ao nosso país, com o seu terceiro disco de originais. A informação é avançada pelo blog Drops Cultural, que falou com a artista no final de um concerto que teve lugar na passada semana em Brasília.
Do alinhamento do espectáculo fizeram parte canções como “Green Grass”, um original de Tom Waits, que Cibelle gravou para o seu segundo disco, “The Shine of Dried Electric Leaves”, editado em 2006. A cantora também cantou “London, London”, uma versão de um original de Caetano Veloso, que em disco Cibelle canta ao lado de Devendra Banhart.

Cibelle é uma cantora paulistana radicada em Londres desde a década de 90. Lançada sob o mesmo selo de Bebel Gilberto, à primeira audição pode até parecer mais uma da turma do sussurro, mas, de cara, foi possível rapidamente perceber um senso de aventura e experimentalismo que não se encontra em Bebel, nem em qualquer outra cantora brasileira da mesma geração. A nítida influência da bossa-nova, em especial do maestro Tom Jobim, as colagens que lembram o tropicalismo de Caetano e a batida electrónica da lounge music fazem do trabalho de Cibelle algo único na música moderna.

Cibelle começou por se notabilizar como a voz do álbum "São Paulo Confessions", primeiro e único disco do produtor jugoslavo Suba, falecido num incêndio. A solo, Cibelle estreou-se com um álbum homónimo, em 2003, bem recebido pela imprensa internacional. Cantando em inglês e português, Cibelle mistura originais e versões, música brasileira e electrónica, numa voz doce que de imediato lhe rendeu numerosos fãs.
O percurso da brasileira na música começou na infância, altura em que aprendeu a tocar piano, guitarra e percussão no Conservatório. A cantora cita como maior influência o dia em que a mãe a levou ao teatro - Cibelle tinha, na altura, seis anos, e assistir a espectáculos «de orquestras e quartetos de cordas» tornou-se um vício. Além de música, a brasileira já deu provas como actriz, gravando «muita propaganda» no seu país. O trajecto de actriz foi interrompido pela opção pela música.

No primeiro disco, Cibelle contou com a ajuda do produtor de São Paulo Apollo Nove; no segundo, de título "The Shine of Dried Electric Leaves", repetiu esta parceria, acrescentando-lhe Mike Lindsay e Yann Arnaud. Entre os convidados especiais deste trabalho, gravado entre São Paulo e Londres e editado na Primavera de 2006, destaque para Devendra Banhart, na versão para 'London, London' de Caetano Veloso, Seu Jorge e Spleen, o colaborador francês das CocoRosie. Spleen e Cibelle dão vida a 'Mad Man Song', canção feita apenas de vozes e pequenos ruídos.
Cibelle diz que gosta de olhar para a sua vida como um laboratório, no qual joga simultaneamente os papéis de cobaia e cientista. A artista esteve em Portugal em 2003, para uma actuação no Festival Sons Em Trânsito, em Aveiro, regressando em 2006, para showcases na FNAC e no Cotonete, assim como para um concerto na Casa da Música, integrado no Festival Mestiço.
Este ano, Cibelle regressará para apresentar o seu terceiro disco de originais.

Alinhamento
Cibelle – London, London
Cibelle – Green Grass
Bebel Gilberto – O caminho
Nouvelle Vague – This is not a love song
Feist – One evening
Andrew Bird - Plasticities
Cibelle – Mad man song
Bjork – Hidden place
Morcheeba – The sea
Cibelle – Sereia amor d´água

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