quinta-feira, 9 de julho de 2009

Barco Ancorado 09/07/2009


Dulce Pontes vai fazer uma revisão de carreira numa edição dupla chamada "Momentos". O álbum resume em 17 temas os 20 anos de carreira da cantora portuguesa, captados em várias salas por toda a Europa. Entre os convidados da edição podemos ouvir José Carreras, que interpreta com Dulce Pontes 'Todos Somos Um', o hino das Sete Maravilhas do Mundo, e George Delaras, no dueto 'O Mar e Tu'. 'Fadinho Serrano', 'Lágrima', 'Uma Mulher na Cidade' e uma nova versão de 'Canção do Mar' são outros dos temas do alinhamento da compilação.

Dulce Pontes nasceu a 8 de Abril de 1969, no Montijo, e desde tenra idade revelou talento para a música. Passou a infância a ouvir Amália, José Afonso, Argentina Santos e Carlos do Carmo, entre outros. Pisa os palcos pela primeira vez ao 16 anos, como vocalista na banda Percapita.
Mas o grande salto, dá-o em 1991, com a vitória no Festival RTP da Canção, interpretando o tema "Lusitana Paixão" (mais tarde, incluído no seu primeiro CD), que lhe valeu também o prémio de Melhor Intérprete. Representa então Portugal no Festival da Eurovisão, conseguindo uma das melhores classificações portuguesas de sempre: um oitavo lugar, entre 22 concorrentes, arrecadando ainda o prémio para a melhor voz e interpretação. Segue-se o Festival da OTI (realizado no México), onde se classificou em quarto lugar.
Em Maio de 1992, edita o seu álbum de estreia, "Lusitana", que lhe valeu excelentes críticas. Nesse mesmo ano, é convidada a participar no show da Lotaria Europeia, na Turquia, e noutro da TV Galiza, de Espanha.
Surge então, em 1993, o seu segundo trabalho "Lágrimas". Um álbum onde Dulce abandona as baladas rock, iniciando uma viagem pela busca da sua identidade na música tradicional portuguesa, nomeadamente no fado, a sua grande paixão. Aí, interpreta temas célebres de Amália Rodrigues, como "Lágrimas", "Povo Que Lavas No Rio", ou "Canção Do Mar". E é aqui que podemos afirmar que se inicia a carreira internacional de Dulce Pontes, conquistando audiências, nos anos seguintes, em locais inesperados como o Japão, Holanda ou Brasil, onde actua em festivais e shows televisivos.

A interpretação de "Canção Do Mar" foi escolhida para fazer parte da banda sonora do filme "Primal Fear", com Richard Gere, em 1996, tendo integrado outra banda sonora, a da telenovela brasileira "As Púpilas do Senhor Reitor", um ano antes. Nessa mesma época, grava "A Brisa Do Coração", com música de Ennio Morriconne, que é incluída na banda sonora do filme "Afirma Pereira", com Marcello Mastroianni.
O seu segundo longa duração surge em 1995, um CD duplo intitulado "A Brisa Do Coração", gravado ao vivo num espectáculo no Coliseu do Porto. Um registo que recebe variados prémios.
Em 1996, edita "Caminhos", um disco em que Dulce continua a explorar e reiventar o fado, e que contou com as colaborações de músicos como Xirandela, Leonardo Amuedo ou Carlos Nuñez. Inicia então uma extensa digressão, nos anos seguintes, que a leva a países como Alemanha, EUA ou Itália, provando que a música é uma linguagem universal. Destacam-se ainda os seus duetos com nomes grandes da música, nomeadamente Caetano Veloso e Andrea Bocelli.

Dulce Pontes é uma perfeccionista, e procura a perfeição em todo o lado, colaborando com artistas de todo o mundo, como Kepa Junkera, Waldemar Bastos ou Jacques Morelenbaum. Viaja por Portugal com um gravador de cassetes à procura de sons tradicionais, bem como todo o tipo de sons mais exóticos, para se sentar então ao piano e compor as suas canções. Não esquecendo nunca a técnica, Dulce afirma que "o sentimento é o mais importante" e é talvez isso que explica que uma plateia de japoneses se emocione ao ouvi-la cantar o fado.

Alinhamento
Dulce Pontes – Brisa do coração
Dulce Pontes – Lusitana paixão
Teresa Salgueiro – Vivo deste quase nada
Madredeus e a Banda Cósmica – A profecia atlântica
Rodrigo Leão – Vida tão estranha
Dulce Pontes – Povo que lavas no rio
Carlos Paredes - Despertar
Sétima Legião – Cantigas do Maio
Dulce Pontes – Se voaras mais ao perto

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