sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Barco Ancorado 01/10/2010
Há quase três anos, Amy Macdonald invadiu o airplay das rádios de forma surpreendente, dada a sua juventude, com a canção-título do seu primeiro álbum, 'This Is The Life'. Na altura, os mais cépticos preconizaram para Macdonald a vida curta associada aos chamados one hit artists, mas a miúda de 19 anos aguentou-se à bronca navegando pelos espaços deixados pela pop-rock com perfume tradicional dos Cranberries e os Corrs. Claro que para isso também ajudaram singles menos ouvidos, mas igualmente orelhudos, como 'Poison Prince' e 'Mr Rock and Roll'.
Hoje em dia, Macdonald tem mais um disco no bolso, "A Curious Thing", registo que até já serve de pretexto para um concerto em nome próprio numa sala com tanta história como o Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
Ontem à noite, sob a aura sempre presente de Bruce Springsteen, tudo começou mais para os lados dos U2 com o crescente dramático de 'An Ordinary Life', uma das melhores canções do novo disco. 'Poison Prince' chega logo a seguir como o primeiro pregão popular, no meio de uma sequência de temas mais recentes: 'Love Love', 'Give It All Up' e 'Next Big Thing', este último um dos mais rockeiros da escocesa.
Muito bem servidas por uma bateria em alta rotação e uma guitarra mais blues-rocker do que seria de esperar, as canções de Macdonald ganham bastante com a sua passagem para palco, quase sempre introduzidas por uma pequena história contada pela cantora no seu cerrado sotaque de Glasgow. Ficámos a saber, por exemplo, que 'Run' foi inspirada por um concerto dos Killers e que 'Don't Tell Me That It's Over' é das canções mais «mentais que escrevi». 'Spark' volta a pôr tudo de pé, tal como o esperado 'This Is the Life', apresentado com humildade como um tema «que o meu pai sempre disse que iria ser um sucesso, mas eu nunca acreditei».
Esperava-se a saída para o encore, mas Macdonald ainda oferece a balada com final a abrir de 'What Happiness Means to Me'. Para o regresso, a cantora reserva a versão de 'Born to Run', de Bruce Springsteen, a solo à guitarra, recebida com algum cepticismo por um público a dar mostras de ser pouco letrado nisto da árvore genealógica do rock. O final chega com 'Let's Start a Band' e o agradecimento à boca de palco para o merecido aplauso final.
Um bom concerto em nome próprio desta jovem escocesa que dá mostras de não ter falhado nenhuma aula na escola do Boss.
Alinhamento
Amy Macdonald - Run
Amy Macdonald – An ordinary life
Gabriella Cilmi – Sweet about me
Katie Melua – If you were a sailboat
KT Tunstall – Other side of the world
Amy Macdonald – This is the life
Dido - Isobel
Duffy – Warwick Avenue
James Blunt – Carry you home
Amy Macdonald - Spark
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