sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Barco Ancorado 15/02/2013

Por mais anos que passem e por mais vezes que os Sigur Rós venham, o efeito de monumentalidade dos seus concertos não se gorou minimamente. Perante um Campo Pequeno completamente cheio, com muitos estrangeiros à mistura (um sinal cada vez mais habitual), os Sigur Rós apareceram protegidos numa caixa de panos a envolver o palco, onde eram projectadas imagens que davam a ilusão de uma tridimensionalidade por causa de um ecrã largo e estreito mais atrás que duplicava o que se via mais à frente. Com um alinhamento salomonicamente dividido por todos os álbuns do grupo excepto o longo de estreia Von, e até com algumas músicas novas, os Sigur Rós lançaram logo ao segundo tema da noite uma das suas cartadas mais fortes, Vaka, que os assenhora de uma das grandes belezas naturais do rock. Imediatamente a seguir, ouve-se outro tema familiar, Ny Batteri (do álbum Ágætis Byrjun), com o vocalista Birgisson a usar um dos seus maiores atributos: o arco de violoncelo que, ao fazer tremer as cordas da guitarra, é a sua varinha magica para os sismos que bem entender na sala. Já não têm o impacto da novidade a favorecê-los. E há nos vários momentos do espectáculo uma sensação de remake. Mas os Sigur Rós ainda são uma das melhores bandas ao vivo que há, com um poder inigualável. Se o aplauso contínuo e entusiasta do público no final poder servir de medidor, esse mesmo aplauso que obrigou os 11 músicos a regressarem mais duas vezes a palco só para agradecerem, então os Sigur Rós deram um espectáculo extraordinário no Campo Pequeno, em Lisboa. Alinhamento Sigur Rós (Avalon); Sigur Rós (Gobbledigook); Bjork (Oceania); Mogwai (Acid food); Radiohead (Lotus flower); Sigur Rós (Staralfur); Bon Iver (Calgary); Sigur Rós (The nothing song)

Sem comentários: