Quando alguém é precoce ao ponto de gravar um disco com 16 anos, ainda para mais com um vozeirão de negra anafada, fica-se sempre à espera do primeiro e potencialmente fatal tropeção. Pois, Joss Stone aguentou-se bem do primeiro, "The Soul Sessions", para o segundo álbum, "Mind, Body & Soul", começou a ceder ao terceiro, "Introducing Joss Stone", e basicamente fez o que quis com o quarto. Foi justamente "Colour Me Free!", editado no ano passado, que apresentou esta segunda-feira a um Coliseu dos Recreios esgotadíssimo.
Hoje com 22 anos, a loira inglesa (há dias em que é ruiva) é senhora da sua música. Mesmo que desbarate o capital de soul clássica que muitos ouviam nas sombras da sua voz. Mesmo que agora consinta o jazz e o hip-hop desgovernados num registo que é, mais do que nunca, o de uma estrela pop. Às vezes, a leveza faz bem.
Hoje com 22 anos, a loira inglesa (há dias em que é ruiva) é senhora da sua música. Mesmo que desbarate o capital de soul clássica que muitos ouviam nas sombras da sua voz. Mesmo que agora consinta o jazz e o hip-hop desgovernados num registo que é, mais do que nunca, o de uma estrela pop. Às vezes, a leveza faz bem.
A noite do Coliseu lisboeta abriu com 'Super Duper Love (Are You Diggin' On Me?) Pt. 1', tema incluído no primeiro álbum daquela figura que se apresentava de pé descalço, calça preta elástica e vestido curto e justo. À boca do palco e ao centro, o suporte do microfone vestia um véu branco, no topo do qual Joss colocou um colar arremessado por um elemento do público (seguiram-se outras oferendas que ela aceitava com risinhos nervosos). Quando começou a soar 'Tell Me What We're Gonna Do Now', a terceira no alinhamento, a sala já estava rendida àquela voz e àquela banda. No momento em que o rapper Common entra no disco, no final dessa canção, os músicos em palco fazem uma viragem para o reggae. Mas o primeiro grande êxtase (com saxofone, bateria, guitarra, baixo, teclas e as duas vozes negras de apoio) atinge-se com 'Put Your Hands On Me', também do terceiro disco.
Seguem-se 'Music' (no início, em registo de canção de amor, ainda com uma caneca na mão mas sem a Lauryn Hill do disco), '4 and 20' (esta do novo álbum) e 'Fell in Love With a Boy', na interpretação livre do original dos White Stripes, e que exigiu de Joss um enorme esforço vocal e um cantar ao desafio com o público. Antes da primeira saída de palco, decorrida que estava uma hora e 15 minutos de concerto, a cantora aproveita 'Tell Me 'bout It' para apresentar a banda (com o teclista a pisar os teclados de forma impiedosa) e fazer um arrojado despique a três vozes.
Na reentrada, ouve-se primeiro 'The Chokin' Kind' (do álbum inaugural) e depois 'Big Ol' Game' (do último disco), como que a fechar o ciclo. Há ainda um cartaz que consegue chegar ao palco e que diz "We Are Joss Stoned". Joss Stone esteve pois vaporosa e leve, ligeira até. A leveza e a ligeireza ficam-lhe bem. Em cima do palco, usa da mesma ligeireza com que, em entrevista, confessa não ouvir os discos de soul que todos assumem que ela ouve (apenas alguns discos, não todos). Mas a verdade é que para a lição que deu na noite de segunda-feira no Coliseu, não precisa de estudar muito mais.
Alinhamento
Joss Stone – Right to be wrong
Joss Stone – Super duper love
Alicia Keys - Fallin
Corinne Bailey Rae - Breathless
Joss Stone – Tell me´ bout it
Adele - Tired
Amy Winehouse - Rehab
Duffy – Warwick Avenue
Joss Stone – Fell in love with a boy
Joss Stone – Right to be wrong
Joss Stone – Super duper love
Alicia Keys - Fallin
Corinne Bailey Rae - Breathless
Joss Stone – Tell me´ bout it
Adele - Tired
Amy Winehouse - Rehab
Duffy – Warwick Avenue
Joss Stone – Fell in love with a boy
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