terça-feira, 30 de setembro de 2008

Barco Ancorado 30/09/2008


Rodrigo Leão actua esta semana na Coreia do Sul. O músico português será o convidado especial do Ulsan World Music Festival, acompanhado pelo seu Cinema Ensemble, com quem se apresentará a 2 e 3 de Outubro.
No primeiro dia, a banda participará nas cerimónias de abertura do evento e no segundo acontece o espectáculo propriamente dito. 'O Imortal' será um dos temas interpretados por Rodrigo Leão, a pedido da organização do festival. Algumas composições em latim da fase inicial da carreira do músico também vão integrar o alinhamento do concerto.
De referir que o álbum "Alma Mater" foi editado este ano na Coreia do Sul, tendo atingido vendas superiores a 3.000 unidades em apenas 6 meses. "Cinema" tem, também, distribuição assegurada naquele país e a compilação "O Mundo" será lançada em breve.

O início da carreira de Rodrigo Leão confunde-se com o começo das actividades de uma das mais importantes bandas da música moderna portuguesa, os Sétima Legião. O ano era o de 1982, e os Sétima tentaram então um começo de carreira, ao concorrerem a um concurso de música moderna, que não ganharam. Mas o primeiro passo foi dado para o que depois se transformou numa compensadora aventura a todos os níveis. Contudo, a criatividade das composições de Rodrigo não ficou cingida ao repertório dos Sétima Legião. O músico iniciou em 1985 um projecto paralelo, que cedo se transformou num dos mais singulares conjuntos no panorama musical luso, os Madredeus.

Em 1989, Rodrigo Leão fez a primeira experiência de composição a solo, na banda sonora do filme "Um passo, outro passo e depois..." de Manuel Mozos. O tempo passou e a vontade de prosseguir com as realizações em forma singular continuou. "Ave Mundi Luminar", de Rodrigo Leão e Vox Ensemble, vê a luz do dia em 1993. A música composta por Rodrigo visitou então sons clássicos, com abordagens modernas, acompanhados de letras cantadas em latim. O disco contou com as participações de nomes como Teresa Salgueiro, Francisco Ribeiro, Nuno Guerreiro, Gabriel Gomes e Paulo Abelho. O longa duração teve edições em vários países, e os resultados obtidos superaram as melhores expectativas.
O trabalho de Rodrigo na carreira a solo acabou por ditar a saída dos Madredeus, em 1994. No ano seguinte, houve lugar a um novo lançamento, um EP intitulado "Mysterium", que foi editado exclusivamente na Península Ibérica. As composições de Rodrigo sofreram então uma nova mutação, e isso foi perceptível em "Theatrum", o segundo conjunto de originais. O registo reflectiu ambientes mais soturnos, e consideravelmente mais complexos que o anterior. Mais três anos foi o tempo necessário para a concretização de uma nova abordagem. Rodrigo juntou-se ao produtor Hermínio Monteiro e realizou "Entre Nós e As Palavras". O agrupamento, com o nome Os Poetas, compôs um disco em redor de versos de vários poetas portugueses.

"Alma Mater", editado em 2000, reflectiu uma nova transformação nas composições do músico. A colaboração com Pedro Oliveira teve como resultado um álbum bastante mais leve que o anterior, que contou ainda com as colaborações de Luís San Payo, Pedro Wallenstein, Pedro Jóia, Ruben Costa ou Denis Stetsenko. A participação das vozes de Lula Pena e de Adriana Calcanhoto produziram sonoridades ainda mais singulares se comparadas aos trabalhos anteriores.
Em 2001, o músico editou o seu primeiro registo ao vivo, intitulado "Pasión", gravado na Aula Magna.
Em 2004, o músico lança "Cinema", álbum que conta com a participação de Ryuchi Sakamoto, Helena Noguerra, Rosa Passos, Sónia Tavares, dos The Gift, e Beth Gibbons, dos Portishead.

Alinhamento
Rodrigo Leão (ft Sónia Tavares) – Deep blue
Rodrigo Leão (ft Rosa Passos) - Rosa
Madredeus – Haja o que houver
Carlos Paredes - Despertar
Rodrigo Leão (ft Adriana Calcanhoto) – A casa
Ala dos Namorados – Lisboa ausente
Quinta do Bill – Dias de cumplicidade
Pedro Abrunhosa - Ilumina-me
Rodrigo Leão (ft Beth Gibbons) – Lonely caroussel

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Barco Ancorado 29/09/2008


O canadiano Daniel Powter lança esta segunda-feira um novo disco de originais. "Under The Radar" é o título do registo, que é apresentado pelo single 'Next Plane Home'.
O longa duração foi produzido pela ex-4 Non Blondes Linda Perry, que canta em dueto com o cantor o tema 'Am I Still The One?'.
"Under The Radar" é o sucessor do disco homónimo de 2005, que liderou as tabelas de vendas em vários países e deu a conhecer o êxito 'Bad Day', o single digital mais vendido de sempre nos EUA.

Daniel Powter nasceu no Canadá, onde cresceu e aprendeu tocar violino ao lado da mãe. Na adolescência, cansado de ser alvo da troça dos amigos, abandonou o violino para aprender piano e, desde logo, começou a tocar composições de artistas famosos como os Beatles, Fleetwood Mac e Prince, entre outros, tentando ser o mais rigoroso possível na composição.

Aos seus 18 anos, Daniel Powter decidiu mostrar em público o seu talento e formou um grupo, mas a verdade é que a estreia, face à sua timidez, não lhe correu bem. Só na segunda actuação é que conseguiu transmitir a sua energia ao público. Antes de terminar a noite já Powter tinha decidido dedicar-se para sempre à música.
Entrou entretanto para a Universidade MacEwan, de Edmonton, para cursar música, mas abandonou os estudos dois anos depois e mudou-se para Vancouver, onde conheceu Jeff Dawton. Começaram a escrever canções em parceria. A produção saía fluída e foi isso que deu ânimo a Daniel Powter para seguir em diante.

Diferente. É uma boa palavra para ter em conta enquanto se vai conhecendo Daniel Powter. O álbum de estreia deste talento natural para a música foi publicado em 2005, e dele se extraiu um verdadeiro sucesso mundial: Bad Day.
Esta segunda-feira, o cantor canadiano apresenta o seu segundo álbum. Chama-se "Under The Radar" e já aqui ouvimos o single de apresentação: 'Next Plane Home'.

Alinhamento
Daniel Powter – Next plane home
Daniel Powter – Love you lately
Rob Thomas – Lonely no more
Jack Johnson – Wasting time
James Blunt – Some mistake
Daniel Powter - Hollywood
Sheryl Crow – The firts cut is the deepest
Josh Groban – Remember when it rained
Celine Dion – All by myself
Daniel Powter – Bad day

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Barco Ancorado 26/09/2008


Apesar do ponto alto da sua carreira ter tido lugar enquanto liderava a famosa banda Roxy Music, o cantor Bryan Ferry experimenta também uma bem sucedida carreira a solo, na qual aprofundou a estética sofisticada e luxuriante característica dos últimos discos da sua antiga banda. Já lhe chamaram "o Sinatra da pop". Esta sexta-feira completa 63 anos.

Bryan Ferry nasceu a 26 de Setembro de 1945 em Washington, Inglaterra. A sua carreira na música começou quando ingressou, como vocalista, numa banda local chamada Banshees, ao mesmo tempo que estudava Arte na Universidade de Newcastle. Em seguida, entra noutra banda, os Gas Board, aí conhece o baixista Graham Simpson, com o qual, em 1970, forma os Roxy Music.
Nos anos seguintes, o grupo atinge enorme sucesso, dando a Ferry a oportunidade de gravar o seu primeiro álbum a solo em 1973. "These Foolish Things", estabelece o padrão musical que, a partir daí, Ferry seguiu: interpretações elegantes de temas clássicos da década de 60, assentes em ambientes dramáticos e cool moldados por sintetizadores.
Sem abandonar os Roxy Music, Ferry edita em 1974 o seu segundo trabalho. "Another Time, Another Place", uma nova série de versões de temas bem conhecidos como "You Are My Sunshine" ou "It Ain't Me, Babe".
Dois anos depois, é a vez "Let's Stick Together", que incluía novas interpretações, remodeladas e remisturadas de temas dos Roxy Music, bem como as já habituais versões de "clássicos" de outras bandas.

Em 1977, segue-se "In Your Mind", o seu primeiro disco totalmente composto por originais. E um ano depois, edita "The Bride Stripped Bare", um álbum inspirado no fim do seu romance com a modelo Jerry Hall, onde mais uma vez são incluídas canções originais e versões.
E é preciso esperar até 1985 para se ouvir novo trabalho de Bryan Ferry. Nesse ano é editado "Boys And Girls", um álbum que foi a seu primeira edição "oficial" a solo, uma vez que nessa altura já os Roxy Music se tinham desintegrado. Dois anos depois, grava "Bête Noir", que conta com a participação de Johnny Marr (ex-guitarrista dos Smiths) no tema "The Right Stuff". O álbum inclui ainda o seu único hit de top-40 nos EUA, "Kiss And Tell".

Em 1993, Ferry edita nova colecção de versões no álbum "Taxi". "Mamouna", o seu próximo trabalho de originais aparece no ano seguinte.
Em 1999, Ferry regressa com "As Time Goes By", uma nova colectânea de standards. E, um ano depois, é editado "Slave To Love: Best Of The Ballads", um álbum baseado no repertório dos Roxy Music que melhor serve a voz e o estilo de crooner de Bryan Ferry.
“Frantic” (2002) e o recente “Dylanesque” (2007), uma homenagem a Bob Dylan, são os seus trabalhos mais recentes.

Alinhamento
Bryan Ferry – Let´s stick togheter
Bryan Ferry – Goddess of love
Alyson Moyet – Is this love
Kate Bush - Babooshka
Bryan Ferry – Don´t stop the dance
Spandau Ballet - True
Simple Minds – Alive and kicking
Chris Isaak – Wicked game
Bryan Ferry – Slave to love

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Barco Ancorado 25/09/2008


Carlos Santana lança este mês uma nova colectânea. "Multi Dimensional Warrior", título do registo, traz uma selecção de temas do guitarrista, materializada em cerca de 30 canções, que reflectem o seu olhar pessoal sobre os seus 40 anos de carreira.
Editado em duplo CD, o álbum divide-se em duas partes distintas: a primeira contendo 14 canções e a segunda apresentando 14 temas instrumentais.
"Multi Dimensional Warrior", considerado o projecto em que o artista mais se envolveu, chega às lojas na próxima segunda-feira (dia 29 de Setembro).

Durante os últimos 30 anos, Carlos Santana não tem parado de criar a sua fusão única e apaixonada de rock e blues com ritmos sensuais afro-cubanos à mistura, além de outras infusões em numerosos idiomas musicais.
A sua história começa com a Santana Blues Band, formada em São Francisco, em meados dos anos 60, que começa a ganhar notoriedade nas mesmas salas de espectáculos que receberam os grupos de rock psicadélico. No entanto, devido às suas raízes latinas e africanas, Santana nunca se enquadrou plenamente nesse estilo.
O grupo começa a fazer furor e toca no Festival de Woodstock em Agosto de 1969, perante uma assistência de cerca de 500 mil pessoas. O conjunto era formado, além de Santana, por Gregg Rollie (voz e teclados), Dave Brown (baixo), Mike Shrieve (bateria), e os percussionistas Armando Peraza, Mike Carabello e Jose Areas.
"Santana", o seu álbum de estreia, em 1969, foi um grande sucesso (chega a disco de platina), e incluía o single "Evil Ways". Segue-se "Abraxas", em 1970, que teve ainda melhor aceitação, liderando os tops de vendas durante seis semanas, graças em grande parte, a verdadeiros clássicos como "Black Magic Woman" e "Oye Como Va".
O terceiro capitulo é escrito com "Santana III", em 1971. O álbum é um êxito, ocupando o primeiro lugar das tabelas durante cinco semanas. Nesta altura, tornam-se um septeto com a inclusão do guitarrista Neal Schon.

Em 1972, Santana grava a solo, num dueto ao vivo com o baterista e vocalista Buddy Miles (futuro membro da sua banda). Segue-se o seu quarto disco com a Santana Blues Band, "Caravanserai". Em 73, assina uma nova colaboração, desta feita com o guitarrista John McLaughlin.
Pouco depois, inicia nova etapa da sua carreira com a New Santana Band, um projecto que inclui Mike Shrieve e Armand Peraza e Jose Areas que transitaram do seu anterior grupo).
Nos anos subsequentes, começa a trabalhar numa profícua carreira a solo, onde vai testando e expandindo os limites do seu estilo. Do seu primeiro álbum, "Santana", até aos seus projectos a solo mais arrojados de influência jazzística; do seu álbum de estreia pela Polydor, "Milagro" (onde homenageia Miles Davis) até à criação, em 1993, da sua editora; passando pelo lançamento de "Brothers", Santana sempre revelou uma firme crença na sua visão pessoal da música. Esta fé permitiu-o aventurar-se e descobrir novos territórios geográficos e musicais.
Carlos Santana participou no filme "La Bamba" e, depois de participar, em 1987, no "Rock n'Roll Summit" (o primeiro concerto rock que promovia a união entre os EUA e a URSS) passou a colaborar com inúmeras causas humanitárias. Facto que lhe valeu o respeito e a consideração de milhões de fãs pelo mundo fora, comprovado pelos muitos prémios que recebeu, incluindo um Grammy como "Melhor Performance Instrumental Rock" em 1988, seis Bammies (incluindo três prémios de Músico do Ano, o último em 1993), ou ainda o primeiro Prémio Records Crystal Globe, por ter vendido 10 milhões de álbuns.

Em 1997, Carlos Santana assinou com a Arista Records, pela qual editou, em 1999, "Supernatural" - um verdadeiro sucesso comercial (vende 10 milhões de cópias), que conta com a participação de vários nomes grandes da música, como Eric Clapton, Lauryn Hill, ou Wyclef Jean. O hit single "Smooth" (que conta com a participação de Rob Thomas dos Matchbox Twenty) foi o cartão de visita de um álbum que lhe valeu, nada mais nada menos, do que oito Grammys e o impensável regresso aos "dias de glória".
Três anos depois, Santana editou "Shaman" (2002), um disco que, na senda de "Supernatural", embora sem a força deste, reúne participações de outros artistas como Seal, Nickelback, Rob Thomas (na composição de letras para algumas canções) e Michelle Branch, que interpretou aquele que terá sido o maior êxito deste disco, o tema "The Game Of Love".
Em 2005, Santana lançou "All That I Am", que volta a juntar as sonoridades rock, soul, pop e jazz com o génio latino e as influências africanas que têm pautado, desde sempre, o seu percurso musical.
Essa diversidade está também patente no leque de colaborações, provenientes de vários géneros musicais, com que Santana conta neste álbum. Além de ter novamente a seu lado Michelle Branch, o músico reuniu, também, as prestações de, entre outros, Steven Tyler (dos Aerosmith), Mary J. Blige, Sean Paul e Joss Stone.

Alinhamento
Santana – Oye como va
Santana (ft Rob Thomas) - Smooth
Jimi Hendrix – Hey Joe
Janis Joplin – Me and Bobby McGee
Santana (ft Big Boy) – My man
Dire Straits – So far away
Heart - Alone
Santana (ft Joss Stone e Sean Paul) – Cry baby cry

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Mãos que desistem


Hoje chegaram palavras sabendo a fel.
Distorcidas.
Escutei-as.
Vieram de negrumes desabitados,
pois estavam com tantas carências,
e carregavam tantos rancores,
que clamavam por serem ouvidas.

Escutei-as com os olhos...
Falaram-me de tempo perdido,
e golpearam-me o coração.
Acolhi-as na alma mesmo assim,
e permiti que bebessem do mel que havia,
para curar as feridas.

Ávidas por doçura, fartaram-se e partiram.
Não murcharam a flor do amor,
nem levaram o viço da florescência
de vida do jardim.

Na despedida não deixaram frangalhos...
Apenas se soltaram,
como se soltam as mãos que desistem,
e foram-se sem agradecer o conforto,
deixando apenas murmúrios.

Barco Ancorado 23/09/2008


Brandi Carlile regressa a Portugal no próximo mês de Novembro. A cantora vai dar três espectáculos, nas cidades de Lisboa, Porto e Coimbra. Na bagagem, Brandie Carlile traz o seu novo disco, "The Story".
Entretanto, os bilhetes para os concertos já se encontram à venda, custando entre 25 e 35 euros para a apresentação da capital, entre 20 e 30 euros para o espectáculo da Invicta e entre 25 e 30 euros para o de Coimbra.

Brandi Carlile nasceu a 1 de Junho de 1981, em Ravensdale, nos EUA. Cedo começou a demonstrar especial apetência para a música e aos 8 anos de idade interpretou uma versão do clássico country 'Tennessee Flat Top Box'. Mais tarde, aos 15, aprendeu a tocar guitarra e escreveu as suas primeiras canções.

Antes de assinar o primeiro contrato com uma multinacional, Carlile fez parte de uma banda com os irmãos gémeos Tim e Phil Hanseroth. A vida da cantora não mais seria a mesma depois de Dave Matthews a ter visto e ouvido com o seu grupo no Sasquatch! Music Festival, em 2003. Um ano depois Brandi assinou pela Columbia Records, editora pela qual havia de lançar o álbum homónimo de estreia, que apresentou ao vivo com os irmãos Hanseroth, numa digressão que se prolongou durante cerca de dois anos e que os levou a abrir espectáculos de artistas como Dave Matthews, Shawn Colvin e India Arie. Nesse período o trio começou a trabalhar no segundo disco de Brandi Carlile que, em 2005, foi eleita pela Rolling Stone um dos "Artistas a Prestar Atenção" nesse ano.

"The Story", o segundo álbum de Brandi Carlile, chegou às lojas americanas em Abril de 2007, com produção assinada por T Bone Burnett (Counting Crows, Roy Orbison) e colaborações do baterista Matt Chamberlain (Tori Amos, Morrissey) e de Amy Ray e Emily Saliers (Indigo Girls). No mesmo mês várias músicas do registo começaram a servir de banda sonora à série americana "Anatomia de Grey". O tema título, 'The Story', teve direito a um novo vídeo, com imagens do programa e levou o disco à liderança das tabelas de vendas um pouco por todo o mundo, incluindo Portugal, país no qual o longa duração só seria editado em meados de 2008. Em terras lusas, a canção 'The Story' sonorizou um anúncio publicitário de uma conhecida marca de cerveja, alcançou a liderança do top de downloads do iTunes e rapidamente se tornou numa das músicas mais tocadas nas rádios. A 9 de Agosto de 2008 a cantora estreou-se no nosso país, com um espectáculo no festival Sudoeste.
Em Novembro regressa para mais três concertos.

Alinhamento
Brandi Carlile - Tragedy
Brandi Carlile – What can I say
Colbie Caillat - Bubbly
Keane - Bedshapped
Mandy Moore – Walk me home
Brandi Carlile – Fall apart again
Snow Patrol – Chasing cars
No Doubt – Don´t speak
Brandi Carlile – The story

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Política e políticos


A política é mundana - os políticos são os servidores do lixo. A política tem sido uma praga, uma calamidade. E a política é responsável por tudo o que é feio na humanidade. Mas o problema é que a política tem poder. Tem todas as armas destrutivas; não tem coração, é como uma pedra - está morta. Mas a pedra pode destruir a flor, e a flor não tem defesa alguma. A política é agressiva.
Durante séculos só matou e destruiu pessoas, toda a história da política é a história de criminosos, de assassinos. Em três mil anos os políticos criaram cinco mil guerras. No político o instinto bárbaro é muito poderoso; o seu único prazer é o de destruir, de dominar.
O misticismo é um problema para a política, porque deu ao mundo os seus mais altos picos de consciência. Um Gautama Buda, um Jesus, um Chuang Tzu, um Nanak, um Kabir. Esses são o próprio sal da terra. O que é que a política deu ao mundo? Genghis Khan? Nadir Shah? Alexandre? Napoleão? Ivan, o Terrível? Estaline? Hitler? Mussolini? Mao Tse-Tung? Criminosos. Pessoas espiritualmente doentes.
O desejo de poder, de dominar, surge apenas numa mente doentia. Surge a partir de um complexo de inferioridade. Pessoas que não têm complexo de inferioridade não se importam com o poder. Todo o seu empenho é pela paz, porque o sentido da vida só pode ser conhecido na paz - o poder não é o caminho. Paz, silêncio, gratidão, meditação esses são os constituintes básicos da religião.
Não se pode permitir que a consciência seja dominada pelos estúpidos políticos. A situação é como se pessoas doentes tentassem dominar os médicos, definindo o que devem e o que não devem fazer. É verdade que elas estão em maioria, mas isto não significa que o médico deva ser dominado pela maioria. Ele pode curar as feridas, pode curar as doenças da humanidade. A iluminação é o médico. Os políticos já causaram mal suficiente e dirigem a humanidade para um suicídio global. Não apenas o ser humano, mas tudo o que está vivo. Os políticos conseguiram criar um poder destrutivo suficiente para destruir toda a vida da Terra.
A política como um todo depende de mentiras. Os políticos vivem de mentiras, de promessas, mas essas promessas jamais são cumpridas. São as pessoas mais desqualificadas do mundo. A sua única qualidade é a de enganar as massas pobres. Compram os votos e, uma vez no poder, esquecem completamente que são servidores do povo.
Não sou político. Jamais irei votar. Qual é o sentido de escolher entre dois chimpanzés, apenas porque seguram bandeiras diferentes? Apenas porque têm símbolos diferentes? Chimpanzés são chimpanzés.
A política é algo que pertence às sarjetas. O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente. Todos os políticos são corrompidos pelo seu poder. E qual é o poder que têm? O poder do açougueiro, nada glorioso, nada respeitável.
O político é doente, psicologicamente doente, espiritualmente doente. Tem a doença do complexo de inferioridade.

Barco Ancorado 23/09/2008


Nasceu em Madrid, às 2 horas da madrugada do dia 23 de Setembro de 1943. A família viveu na Rua Altamiro até aos seus primeiros três anos de vida. Em 1946 mudou-se para a Rua Benito Gutierrez, onde permaneceu até ao seu casamento em 1971.
Destacado atleta de futebol, ocupava a posição de guarda-redes nas camadas jovens do Real Madrid. O seu sonho era, de resto, ser futebolista profissional mas na noite de 22 Setembro de 1963, quando tinha 20 anos, ao conduzir entre Majadahonda e Madrid teve um trágico acidente que o deixou semi-paralisado durante ano e meio. No hospital ouvia rádio e escrevia poemas e versos românticos. Eladio Magdaleno, uma jovem enfermeira que o tratava, ofereceu-lhe uma guitarra. A vida tem as suas surpresas. Nascia aí uma lenda viva que hoje completa 65 anos. Julio Iglesias no Barco Ancorado.

Felizmente, Julio Iglesias recuperou do grave acidente sofrido e, em 1966, matriculou-se na Universidade de Murcia, para prosseguir os estudos. Viveu também em Inglaterra para aperfeiçoar o inglês. Aos fins-de-semana costumava cantar no pub "Air Port" algumas canções de Tom Jones, Engelbert Humperdinck e dos Beatles que estavam em voga na época. E foi em Cambridge que encontrou Gwendolyne Bollore, que foi sua namorada e a quem dedicou uma canção que fez enorme sucesso.
De regresso a Madrid, dirigiu-se a um estúdio musical, na esperança de conseguir arranjar alguém para interpretar a sua canção. No entanto, e para sua surpresa, o gerente perguntou-lhe "Porque não a cantas tu?". Julio respondeu "Porque eu não sou cantor"!
Pois, mas a verdade é que em Julho de 1968 ganhou o festival de Benidorm com a canção La vida sigue igual, tendo assinado um contrato com a Columbia Records.
Em 1969 gravou o seu primeiro LP em Londres, fez a sua primeira digressão em Espanha, cantou no Festival de Viña del Mar (Chile), participou no Festival de San Remo (Itália) e fez o seu primeiro filme 'La vida sigue igual'.
Casou em 1971 em Toledo com Isabel Preysler Arrastria, passando a sua lua de mel nas Canárias. Desse casamento nasceram três filhos: "Chabeli", Julio José e Enrique. O casal separou-se em 1978, sendo o seu casamento anulado um ano depois.

Julio Iglesias participou no Festival da Eurovisão em 1971, com a canção Gwendolyne. No ano seguinte gravou o seu primeiro disco em alemão e em 1975 o primeiro álbum em português. Três anos depois lançava discos em francês e em italiano e em 1983, em Paris, recebia o seu primeiro disco de platina do Guiness Book por ter sido o cantor que mais discos vendeu em várias línguas na história da música.
Em 1985 tornou-se um dos poucos artistas hispânicos a receber uma estrela no Hollywood Walk of Fame. Em 1988 recebeu o Grammy Award pela melhor canção latina do ano anterior com o seu álbum 'Un hombre solo'.
De tributo em tributo, em 1995 Iglesias tornou-se o primeiro artista estrangeiro na história da China a receber a prestigiada Golden Record Award.
É o artista mais popular do planeta, tendo vendido mais de 250 milhões de álbuns e recebido mais de 2.600 discos de platina e de ouro em todo o mundo.
Nenhum detalhe da sua carreira é demasiado pequeno para escapar ao seu sentido de perfeição. No estúdio de gravação Julio grava cada canção, nota por nota, palavra por palavra, até que alcance o efeito que quer - até que ouça algo que talvez somente Julio pode ouvir mas que todos podem sentir - o som da alma que treme com sentimento, um som conseguido somente com uma disciplina de ferro.

Julio Iglesias nunca esquecerá a noite de 8 de Setembro de 1997, quando recebeu o ASCAP Pied Piper Award, o mais prestigiado galardão para "entertainers", juntando-se a Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e Barbara Streisand, entre outros.
Aos 65 anos, Julio segue a sua contínua marcha triunfal pelo mundo. A cada trinta segundos ouve-se um disco seu em qualquer rádio do mundo; os seus concertos programam-se por todo o universo e os seus discos continuam a alcançar êxitos de vendas.

Alinhamento
Julio Iglesias – Milonga (medley)
Julio Iglesias – La carretera
Mecano – Me custa tanto olvidarte
Amistades Peligrosas – Lagrimas de metal
Miguel Bosé – Eres todo para mi
Julio Iglesias – Me olvide de vivir
Enrique Iglesias – No llores por mi
Chayanne - Contra vientos y mareas
Julio Iglesias – Un canto a Galicia

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Barco Ancorado 22/09/2008


As actividades dos Birthday Party foram a primeira exposição do trabalho vocal e de composição do australiano Nick Cave que, depois de estar estabelecido em Londres, viu a sua celebridade crescer no período pós-punk. A actividade dos Party encerrou em 1983, altura em que Cave agrupou um outro conjunto de peso, os não menos famosos Bad Seeds, que passaram desde então a acompanhá-lo. O agrupamento contou com a presença de Mick Harvey, que foi igualmente elemento dos Birthday Party, Barry Adamson, e Blixa Bargeld, emigrado dos Einstürzende Neubauten.
A singularidade do trabalho de Nick, que teve assim uma continuidade do que havia já feito nos Party, ficou definida nas suas letras, verdadeiras histórias onde temas como a morte, o amor ou a mais requintada violência eram protagonistas. O primeiro conjunto de originais com os Bad Seeds viu a luz do dia em 1984. "From Her To Eternity" explanou os desejos líricos de Cave, ao cantar temas da autoria de Leonard Cohen, como "Avalanche", ou ao demonstrar o pretenso caminho por entre os mais negros registos de rock, clarificados em "Well Of Misery". O disco que se seguiu, "The Firstborn Is Dead" expôs repetidamente a ecléctica capacidade dos Bad Seeds ao fazerem uma destemida incursão em ritmos de blues.
Esta segunda-feira, Nick Cave está de parabéns. Completa 51 anos.

O terceiro álbum dos Seeds foi construído com base em temas de outros artistas, como John Lee Hooker ou os Velvet Underground. O registo foi um autêntico despertar de sucesso para Nick Cave, que conquistou o primeiro lugar do top inglês de independentes com "The Singer", um original de Johnny Cash. "Your Funeral My Trial", lançado ainda no decorrer de 1986, significou o retorno à tradição das narrativas cantadas de Nick. O disco sublimou ainda o poder de composição nos melhores ritmos entre o rock, os blues e outras opções clássicas.
O grupo fez depois uma paragem durante dois anos, antes da edição de "Tender Prey", em 1988. O álbum produziu um dos mais clássicos temas de Cave, "Mercy Seat". Considerado por muitos como um dos expoentes máximos das criações de Nick, "Tender Prey" ficou catalogado como uma obra-prima do australiano. A continuidade do expoente artístico de Cave continuou em 1989 quando escreveu o livro "And The Ass Saw The Angel", e um ano depois, quando editou "The Good Son", um disco que mostrou novos campos de acção. Os Bad Seeds investiram desta feita em géneros mais leves, com influências das mais variadas categorias, e Nick cantou até em português, no caso a faixa "Foi Na Cruz". "Henry's Dream" promoveu o regresso à música mais violenta, entre temas como "Papa Won't Leave You Henry" e "Jack The Ripper", Cave demonstrou uma continuação crescente dos primeiros registos.

O ano de 94 trouxe a edição de "Let Love In" e, dois anos depois, os Bad Seeds lançaram o disco que os levou à fama mundial. O álbum "Murder Ballads" expôs os duetos de Cave com Kylie Minogue e com PJ Harvey nos temas "Where The Wild Roses Grow" e em "Henry Lee", respectivamente. O consolidado êxito de "Murder Ballads" foi o melhor tónico para a edição de "The Boatman's Call", em 1997. Os registos seguintes de Cave, "The Secret Life O Te Love Song", "And the Ass Saw the Angel" e "No More Shall We Part" seguem a melhor tradição do trabalho de Cave na música, entre as palavras e a singular forma de as musicar.
No ano de 2003, Nick Cave lança o mais fraco "Nocturama" e perde pouco tempo depois o Bad Seed de longa data Blixa Bargeld, por divergências estéticas.

Um ano depois, Nick Cave recupera o velho fulgor dos Bad Seeds, através do álbum duplo "Abattoir Blues/The Lyre of Orpheus", com uma energia rock nova, utilizando coros gospel e aproximando-se, à sua maneira bem individual, da soul, como nunca aconteceu na sua carreira.
Nick Cave manteve a fertilidade criativa nos anos seguintes, através da parceria com Warren Ellis na composição das bandas sonoras de dois westerns: o australiano "The Proposition" (filme para o qual Cave assinou o argumento) e a grande produção hollywoodesca "The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford". Formou com mais três Bad Seeds (Ellis, Martin Casey e Jim Sclavunos) os Grinderman, onde Nick Cave explora o lado mais selvagem do punk-blues com uma maturidade que não tinha nos tempos dos Birthday Party. E em 2008, lança mais um álbum com os Bad Seeds: "Dig!!! Lazarus Dig!!!.

Alinhamento
Nick Cave & The Bad Seeds - The ship song
Nick Cave & The Bad Seeds – Red right hand
Sonic Youth - Superstar
Joy Division - Decades
Nick Cave - Into my arms
Jeff Buckley – Dream brother
Nick Cave & The Bad Seeds – Stagger Lee

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Barco Ancorado 19/09/2008


Os Xutos & Pontapés encontram-se já nos preparativos para a edição do seu novo álbum, que está previsto ser lançado em Janeiro de 2009.
A banda encontra-se a seleccionar os temas que, tal como o álbum, ainda não têm título. A entrada no estúdio é a fase seguinte, mas o grupo já reuniu ao todo mais de 16 músicas novas.

O lançamento do próximo disco longo no primeiro mês do próximo ano deve-se à intenção dos Xutos em assinalarem os 30 anos de existência do grupo (o primeiro concerto de sempre ocorreu em Janeiro de 1979), segundo confirma o vocalista e baixista do grupo.
Tim afirma que a banda pretende manter-se fiel à sua linha rock clássica com que se popularizou, com uma formação que se mantém como quinteto (Tim nas vozes e baixo, Zé Pedro e José Cabeleira nas guitarras eléctricas, Kalú na bateria e Gui no saxofone), sem quaisquer convidados de renome previstos para a gravação.

Tim adianta ainda que o novo álbum a solo, de apoio ao concerto que vai apresentar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, no dia 18 de Outubro, irá ter o mesmo nome do espectáculo: "Braço de Prata". O disco novo, com edição pela I-Play prevista para este Outono, é um misto composto por temas inéditos e por músicas já gravadas a solo anteriormente, tanto nos dois álbuns anteriores, como nas várias colectâneas onde participou. "Braço de Prata" é produzido por Fernando Júdice (ex-Madredeus), que também participa no disco como baixista.
O espectáculo no CCB insere-se numa digressão à volta do país que Tim vai efectuar no próximo mês.

Alinhamento
Xutos & Pontapés – O homem do leme
Xutos & Pontapés – Chuva dissolvente
Mesa (ft Rui Reininho) – Luz vaga
Pólo Norte - Grito
GNR - Saliva
Xutos & Pontapés – Circo de feras
Toranja - Laços
Rádio Macau – Sempre mais
Rui Veloso – Sei de uma camponesa
Xutos & Pontapés – Manhã submersa

Vigie os seus pensamentos


Vigie os seus pensamentos
porque eles se tornarão palavras

Vigie as suas palavras
porque elas se tornarão actos

Vigie os seus actos
porque eles se tornarão hábitos

Vigie os seus hábitos
porque eles se tornarão o seu carácter

Vigie o seu carácter
porque ele será o seu destino

Barco Ancorado 18/09/2008


Morreu há 38 anos. Unanimemente considerado como um dos maiores guitarristas de todos os tempos, um génio criativo para alguns ou simplesmente um artesão da arte de bem tocar para outros, Jimi Hendrix, apesar da efémera carreira, conquistou um lugar cativo na história do rock'n'roll. O guitarrista norte-americano que atingiu a fama em terras britânicas, começou por tocar em várias formações, entre as quais, as bandas de apoio a nomes como Little Richard ou King Curtis. A excepção das suas capacidades depressa se tornaram uma desvantagem para a prossecução dos seus objectivos. O potencial protagonismo de Jimi ameaçou os cabeças de cartaz que então apoiava com os seus acordes, ditando desta forma o seu afastamento. A mudança para Nova Iorque ocorreu perante a necessidade de uma evolução que se mostrou complicada até então.
Hendrix começou depois a tocar em pequenos clubes e em vários agrupamentos, e viveu sérias dificuldades de subsistência, chegando mesmo a considerar a vida na capital do planeta como impessoal e selvática. Mas, no momento certo, Hendrix foi descoberto pela pessoa indicada. O baixista dos Animals, Chass Chandler, em princípio de carreira como empresário, levou Jimi para Londres. Na capital inglesa, Mitch Mitchell foi escolhido para a bateria e Noel Redding para o baixo, constituindo assim os Jimi Hendrix Experience. O colectivo depressa se transformou em fenómeno no Reino Unido, e os singles "Hey Joe", "Purple Haze" e "The Wind Cries Mary" alcançaram o top10. O álbum depois editado, "Are You Experienced?" tornou-se um sucesso incontestável, quer em Inglaterra, quer nos Estados Unidos, depois da apresentação feita no Festival de Monterey.

A capacidade inovadora das composições de Hendrix, com experimentações surpreendentes nos blues e em novas formas sonoras, acompanhadas pelos seus famosos feedbacks, ajudaram à construção de um estatuto de super estrela para o jovem americano. A música de Jimi era desconhecida, inovadora, surpreendente e psicadélica.
Uma série de conflitos com empresários e discordâncias quanto às movimentações a seguir na carreira dos "Experience" originaram o fim da formação no final de 1969. No Festival de Woodstock, Jimi apareceu em palco com uma formação de recurso, com o nome Electric Sky Church, para mais tarde formar os Band of Gypsys, com Billy Cox e Buddy Miles.
A carreira de Hendrix começou, como pouco mais tarde terminou, rapidamente. As suas composições, continuamente gravadas em estúdio, resultaram, no entanto, em apenas mais dois álbuns editados ainda em vida, "Axis: Bold as Love" e "Electric Ladyland". Os dois registos, acabaram por demonstrar-se menos consistentes que o álbum de estreia, apesar de terem tido um cuidado bem maior por parte de Hendrix, no respeitante aos arranjos finais. Estávamos então em 1970, e Jimi precipitava-se para o fim.

Os últimos meses de vida de Hendrix foram em grande parte passados em digressão. A formação tinha então Cox no baixo e Mitchell na bateria. As incidências confusas com empresários, em parte devido a contratos assinados por Hendrix antes da formação dos Experience, e com colaboradores que se multiplicavam em sugestões sobre as formas criativas de Jimi, tornaram-se habituais. No dia 18 de Setembro de 1970, Jimi Hendrix morreu em Londres, alegadamente devido a complicações derivadas do consumo excessivo de drogas. O músico compunha, na altura, mais um conjunto de originais que teria o título de "First Ray Of The New Rising Sun".

Após a morte de Jimi Hendrix, foram incontáveis as edições póstumas feitas a partir de registos deixados em estúdio ou de actuações ao vivo. No entanto, só uma foi autorizada ainda em vida por Hendrix, com os Band Of Gypsys, disco editado no ano da sua morte. O combate pelos direitos de autor das suas composições e pelo seu património prolongou-se durante largos anos, terminando apenas em 1995, quando Al Hendrix, o seu pai, conseguiu por fim a posse exclusiva dos direitos e propriedades do seu filho.

Alinhamento
Jimi Hendrix – Purple haze
Jimi Hendrix – Hey Joe
The Doors – Riders on the storm
Led Zeppelin – Whole lotta love
Jimi Hendrix - Cocaine
Gary Moore – Parisienne walkways
Pink Floyd – Waiting for the worms + The show must go on
Jimi Hendrix – Voodoo child

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Barco Ancorado 17/09/2008


Em 1998 estava desempregada. Dois anos depois, era uma das mais requisitadas cantoras norte-americanas. Muito trabalho e uma pitada de sorte foram os ingredientes necessários à confecção do seu álbum de estreia, "Not That Kind". Esta quarta-feira, 17 de Setembro, Anastacia completa 35 anos.

Anastacia Newkirk nasceu em Nova Iorque mas, após o divórcio dos pais, foi viver para Chicago com a mãe. Embora nem sempre tenha desejado seguir uma carreira musical, a cantora cresceu inserida no meio do espectáculo. A mãe era actriz de musicais e o pai cantava em hotéis e em discotecas, daí que o gosto pelo meio artístico tenha acompanhado sempre a vida de Anastacia.
Estudou na Professional Children's School em Manhattan, cidade para onde se mudou com a mãe, quando tinha 14 anos. Quando terminou o curso lembrou-se de que era das poucas que ainda não trabalhava. Gostava de poesia, de ouvir os discos de Barbra Streisand e de Elton John da mãe, e de ir a discotecas com a irmã, e foi precisamente das suas regulares saídas à noite que nasceu o gosto pela música de dança e pelo freestyle. Tornou-se uma frequentadora assídua do programa de televisão "Club MTV" e dançou numa série de telediscos, caso de "Eveybody Get Up" e "Twist and Shout" das Salt n' Pepa, até ao dia em que, numa das gravações, um produtor lhe perguntou se era cantora. Desde então, Anastacia não tem parado de trabalhar arduamente na sua carreira.

Depois de ter colaborado com vários produtores que lhe impunham o que fazer, Anastacia encontrou finalmente, em Los Angeles, O.G. Pierce, letrista, produtor e teclista, também responsável por trabalhos de artistas como Montell Jordan e CeCe Peniston. Foi O.G. o primeiro a dar a Anastacia a liberdade artística que esta procurava, e a conseguir assim registar em cassete uma amostra do talento da cantora, com o tema "One More Chance".
Apesar da gravação do tema não ter resultado na assinatura de um contrato discográfico, em 1998 Anastacia participou num concurso de procura de talentos da MTV, intitulado "The Cut", tendo concorrido com o tema "Not That Kind". Apesar de não ter saído vencedora, foi uma das dez finalistas seleccionadas de entre um total de 160 concorrentes. Do júri, fizeram parte nomes como Pete Rock, David Foster e Faith Evans.
A partir desse dia, muitas portas se abriram para o futuro da cantora, que recorda hoje ter inclusivamente recebido um telefonema de Michael Jackson.

Em 1999, Anastacia juntou-se à Daylight Records. O álbum "Not That Kind" foi editado no ano seguinte e contou com colaborações de grandes produtores da indústria discográfica como Ric Wake, vencedor de Grammy e responsável por alguns dos grandes êxitos de Mariah Carey, Celine Dion e Taylor Dane. A seu cargo ficaram os temas "Not That Kind", "Wishing Well" e "Cowboys and Kisses".
O segundo álbum, intitulado "Freak of Nature", viu a luz do dia em Novembro de 2001. Seguiu-se o homónimo Anastacia, em 2004, e actualmente a cantora encontra-se em estúdio a acabar de preparar o seu novo e quinto álbum que será lançado em Outubro e que se intitula Heavy Rotation.

Alinhamento
Anastacia – One day in your life
Anastacia – Cowboys and kisses
Sarah Connor – Skin on skin
Robbie Williams – She´s the one
Anastacia – One more chance
Alanis Morissette – Thank you
Britney Spears – I´m not a girl not yet a woman
Anastacia - In your eyes

Morrer


Mais triste que a morte é a morte antes da morte. O saber que chega e esperá-la. O não querer esperá-la até que chegue. Mais triste que a morte é morrer e continuar vivendo, fazendo de conta, fingindo que o cadáver que nos olha desde o espelho é real e não apenas um reflexo do que fomos.
Morrer é triste, morrer é fácil, morrer é tudo, morrer é apenas morrer de pena ou de raiva, morrer de dia ou morrer de noite; é morrer dia e noite até ficar definitivamente morto, seja de amor ou velhice, seja de dor ou de espanto.
Morrer é preciso para que uns nos chorem e outros se divirtam, pois nosso morrer é a vida, essa que termina na gaveta das lembranças da memória dos que ficam.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Barco Ancorado 16/09/2008


O teclista Richard Wright, um dos membros fundadores dos Pink Floyd, faleceu segunda-feira, de cancro, aos 65 anos.
O músico, também conhecido por Rick Wright, nasceu em Londres, em 1943, e entrou para os Pink Floyd em finais dos anos 60, participando no primeiro álbum do grupo, «The Piper at The Gates of Dawn», em 1967, com Syd Barrett, Roger Waters e Nick Mason.

Dave Gilmour juntou-se à banda em 1968 e Barrett saiu pouco tempo depois. Com esta nova formação, os Pink Floyd atingiram um dos pontos mais altos da sua carreira, em 1973, ao lançarem o álbum «The Dark Side Of The Moon», no qual Rick Wright teve uma importante prestação e que se manteve na lista dos mais vendidos nos EUA durante mais de uma década.
Com a «impressão digital» de Roger Waters bem evidente, «The Wall», de 1979, foi outro dos grandes êxitos do grupo.
Rick Wright afastou-se, por essa altura, Waters sairia também algum tempo depois, mas o teclista regressou em 1987, participando a partir de então noutros álbuns, nomeadamente em «The Division Bell» e em tournées do grupo.
Os Pink Floyd voltaram a reunir-se em 2005, pela primeira vez em 24 anos, no concerto Live 8 em Hyde Park, em Londres, no Reino Unido.

Wright lançou o seu primeiro disco a solo, “Wet Dream”, em 1978. No ano seguinte, foi demitido como membro oficial dos Pink Floyd pelo baixista Roger Waters e em seguida contratado como músico de apoio.
Somente em 1987, durante as gravações de “A Momentary Lapse of Reason”, Wright regressou aos Pink Floyd como membro, mas sem participar na composição do álbum. O teclista voltaria a participar no processo criativo dos Floyd no álbum “Division Bell”, de 1994, compondo em parceria com David Gilmour as músicas “Cluster One”, “What Do You Want From Me”, “Marooned”, “Wearing The Inside Out” e “Keep Talking”.
Depois disso, Wright lançaria o seu segundo disco a solo, “Broken China”, em 1996, que contou com a participação da cantora Sinead O’Connor nas faixas "Reaching for the Rail" e "Breakthrough".

Alinhamento
Pink Floyd – Wish you were here
Pink Floyd – Comfortably numb
Led Zeppelin – The battle of Evermore
Pink Floyd - Mother
Dire Straits – Brothers in arms
Pink Floyd – Hey you

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Barco Ancorado 15/09/2008


Os Police lançam o CD e DVD ao vivo "The Police: Certifiable" a 11 de Novembro. O registo, que contempla um pack 2 CDs e 2 DVDs, documenta um concerto da banda em Buenos Aires, na Argentina, aquando da última digressão mundial.
Além do concerto, o DVD inclui 50 minutos de extras, entre os quais cenas de bastidores, entrevistas e duas galerias de fotos.
Recorde-se que a bem sucedida tour passou por cinco continentes ao longo de 14 meses, durante os quais a banda tocou para cerca de 3,7 milhões de fãs.
A produção e realização de "The Police: Certifiable" foi entregue à Graying & Balding, Inc., que já assinou trabalhos semelhantes para artistas como os Rolling Stones e Keith Urban.

A história do rock planetário não seria a mesma sem a presença marcada pelos Police na década de 80: uma banda inglesa que marcou em definitivo o caminho nos géneros mais arriscados, ao construir criações entre uma categoria híbrida com raízes no punk da época, e um rock'n'roll que foi depois mainstream. Andy Summers, Stewart Copeland e Sting juntaram o talento e iniciaram as operações em 1977.
O primeiro single, "Fall Out", vendeu um número bastante razoável de cópias, perto de setenta mil. A banda viu-se então catalogada junto dos colectivos punk, mas nunca se integrou devidamente na categoria. As dificuldades de adaptação clara ao movimento então em explosão em Inglaterra vieram não só da própria imagem da banda, como também da formação musical de Sting e de Stewart Copeland.
A assinatura do necessário contrato com uma editora, no caso a A&M Records, materializou-se em 1978. A entrada de Andy Summers para o lugar de Pandovani confirmou-se ainda antes da assinatura do contrato. O experiente Summers veio trazer novas possibilidades criativas a um trio até então cingido a ritmos simples de guitarra. O início do ano conheceu a edição de um dos primeiros clássicos do agrupamento inglês, "Roxanne", que não teve, contudo, os resultados esperados. A operação seguinte revelou o carácter dos Police. A banda partiu para os Estados Unidos em digressão, fazendo concertos com instrumentos alugados e viajando numa carrinha também alugada. "Outlandos D'Amour", o álbum editado no final do ano, trouxe finalmente um pouco do êxito esperado. O single "So Lonely" e, mais tarde, uma reedição de "Roxanne", ajudaram à subida do longa duração até ao sexto lugar da tabela britânica. Os Police pareciam ter por fim encontrado a rota do sucesso.

O segundo conjunto de originais, lançado no final de 1979, mostrou as potencialidades dos Police. "Regatta de Blanc" subiu aos lugares cimeiros do top inglês e confirmou-os como uma banda destinada ao triunfo. A conquista da América veio, no entanto, só no ano seguinte e com o terceiro álbum, "Zenyatta Mondatta". O disco escalou o top americano e instalou-se no primeiro lugar da tabela britânica durante um mês. Foi a vez de outros temas, agora clássicos, serem editados em single, como "Don't Stand So Close to Me". Os singles projectaram mais ainda o êxito dos Police e, no início de 1981, a banda entrou novamente em estúdio para gravar o seu quarto longa duração. "Ghost In The Machine" repetiu a dose triunfal do registo anterior, chegando ao primeiro lugar da tabela inglesa e originando outro tema clássico "Every Little Thing She Does Is Magic".
Os Police eram em definitivo uma banda maior a nível mundial, e o estatuto e obra produzida valeram três Grammys ainda em 81.

O ano de 82 foi de paragem para os Police, proporcionando o seguimento dos projectos a solo de Sting, de Copeland e de Summers. "Synchronicity", lançado em 83, foi mais um disco vencedor. O single "Every Breath You Take" esteve dois meses em primeiro lugar no top americano e um mês na tabela britânica. A digressão mundial feita em seguida levou aos palcos a música universal dos Police. Um novo hiato nas actividades, por decisão colectiva, foi depois concretizado. Mas, o que é certo é que os Police não mais voltaram a juntar-se. As carreiras a solo dos três elementos pareceram sobrepor-se à continuidade do colectivo, para além dos conflitos surgidos no decorrer da digressão terem justificado mais ainda a decisão tomada. Passados três anos, os Police fizeram uma nova tentativa de reunião, da qual desistiram pouco tempo depois, só voltando mesmo a tocar juntos em 92, na ocasião proporcionada pelo casamento de Sting. O lançamento da colectânea "Greatest Hits" originou o crescendo das carreiras a solo dos seus três membros.
Em 2007, a banda regressou com uma turné comemorativa dos seus 30 anos.

Alinhamento
Police – Spirits in the material world
Police – Every breath you take
The Cars - Drive
Peter Gabriel – Don´t give up
Billy Idol – Eyes without a face
Police – Don´t stand so close to me
Heart - Alone
Cyndi Lauper – Time after time
Police - Roxanne

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A inútil busca da felicidade


A felicidade não é algo que se busque. É na busca que se cria a infelicidade. Se não buscarmos, a felicidade virá à nossa procura. Se buscarmos, estaremos sozinhos e não encontraremos nada. Onde iremos procurar? E como? A mente nunca está satisfeita. A mente é o acumular do nosso descontentamento; o acumular do nosso passado infeliz, de todo o sofrimento por que passámos. É uma ferida no nosso ser. A mente continua sempre a procurar e faz com que percamos de vista o que procuramos.
Quando esquecermos a felicidade, seremos, subitamente, felizes. Quando esquecermos o contentamento, ele surgirá. Esteve sempre à nossa volta mas nós não estávamos lá. Estávamos a pensar: algures no futuro há um objectivo que tenho de atingir, a felicidade que tenho de conquistar, o contentamento que tenho de sentir. Estávamos no futuro e a felicidade estava à nossa volta como o perfume de uma flor.
Limitemo-nos a ser, porque quando procuramos permanecemos fechados. A própria tensão de procurar acaba por nos fechar. Quando desejamos de mais, o próprio desejo cria uma tensão tal que a felicidade não consegue vir até nós. A felicidade vem até nós como o sono: quando nos desapegamos, quando ficamos num estado de aceitação, quando nos limitamos a esperar, ele chega. De resto, ele já lá está. Cumpre-nos recebê-lo.
O desapego é o segredo da vida. Quando nos desapegamos, milhões de coisas começam a acontecer. Elas já estavam a acontecer mas nós não demos conta. Estávamos a fazer outras coisas, estávamos ocupados. Os pássaros estão a cantar, as árvores a dar flor, os rios a correr. O todo está continuamente a acontecer e o todo tem celebrações infinitas. Que se abra a janela e o sol em nós para que possamos assistir a essa celebração da vida. Agora!

Barco Ancorado 12/09/2008


Lloyd Cole vai estar esta noite ao vivo em Sesimbra. Neste regresso ao nosso país, o histórico líder dos Commotions continua a trazer na bagagem o último disco, "Antidepressant", e os clássicos da sua carreira, apresentados em palco em versão acústica.
Aproveitamos o ensejo para falar de Lloyd Cole no Barco Ancorado desta sexta-feira.

Lloyd Cole formou os Commotions em 1982, em conjunto com os músicos Blair Cowan, Neil Clark, Lawrence Donegan e Stephen Irvine.
Na altura, o songwriter era ainda um estudante de Filosofia na Universidade de Glasgow mas, dois anos depois, conseguiu um contrato com a editora Polydor, que editou o álbum de estreia de Lloyd Cole and The Commotions, intitulado "Rattlesnakes". Dele, foi extraído o single "Perfect Skin", que figurou no top30 das tabelas de vendas britânicas.
O sucessor de "Rattlesnakes", intitulado "Easy Pieces", surgiu em 1985 e foi produzido pela dupla Alan Winstanley e Clive Langer, também responsável por trabalhos dos Madness e Elvis Costello. Com os temas "Lost Weekend" e "Brand New Friend", a música de Lloyd Cole começou a ser alvo de maior divulgação devido ao apoio de rádios alternativas, que apostaram na rodagem dos singles.

Foi após o lançamento do álbum de 1987, "Mainstream", que Lloyd Cole optou por prosseguir o seu caminho a solo, desmantelando-se assim os Commotions. O músico mudou-se para Nova Iorque, onde iniciou uma nova fase da sua carreira. Contou com a colaboração do baterista Fred Maher, do guitarrista Robert Quine e de Matthew Sweet, a cargo de quem ficou o baixo e que, à semelhança do próprio Cole, era também cantor e escritor de canções.
Da colaboração entre os músicos, resultou o álbum homónimo de 1990, que marcou a estreia de Lloyd Cole a solo, mas apresentou sonoridades muito próximas das dos seus trabalhos anteriores com os Commotions.
O sucessor de "Lloyd Cole" surgiu no ano seguinte, e mostrou-se já um trabalho bem diferente, dado que o cantor apostou, na segunda metade do álbum, na exploração de ritmos próximos da música de cabaret. Os arranjos ficaram a cargo de Paul Buckmaster, também conhecido pelos trabalhos que realizou para artistas como os Rolling Stones e Elton John.
Apesar do empenho do cantor em dar continuidade ao seu projecto a solo, a verdade é que o seu reconhecimento comercial tardou em chegar, e exemplo disso foi o facto de o álbum "Bad Vibes", editado em 1993, só ter conseguido distribuição no mercado norte-americano um ano após o seu lançamento no Reino Unido.

Cole deixou para trás a música de cabaret e procurou, em "Bad Vibes", explorar ambiências psicadélicas e electrónicas, área que abandonou no trabalho seguinte regressando ao ponto de partida. "Love Story", editado em 1995, consistiu numa espécie de retorno de Cole ao folk-rock minimalista que caracterizava a sua colaboração com os Commotions na década de 80, e marcou o reencontro do músico com o seu ex-colega de estrada Neil Clark.
Em 2001 o músico lança novo disco, "The Negatives", desta feita com a colaboração de nomes como Adam Schlesinger, Jill Sobule e Michael Kotch.
Três anos depois, Lloyd Cole regressa com "Music In a Foreign Language", onde se inclui uma versão de 'People Ain't no Good', de Nick Cave.
Em 2006, o ex-Commotions realiza uma mini-digressão por Portugal, longe das grandes cidades, como inspiração para o seu novo álbum de originais. "Antidepressant", título do registo, é lançado no mesmo ano. Hoje, Cole regressa para voltar a promover esse trabalho.

Alinhamento
Lloyd Cole – Are you ready to be heartbroken
Lloyd Cole – Forest fire
The Housemartins – Caravan of love
The Waterboys – Fisherman´s blue
Prefab Sprout – If you don´t love me
Lloyd Cole – Like lovers
The Charlatans – A man needs to be told
Azteca Camera – Somewhere in my heart
Lloyd Cole – She´s a girl and I´m a man

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Torna-te um lago


O velho mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal num copo de água e bebesse.
“Qual é o gosto?”, perguntou o mestre.
“Mau”, disse o aprendiz.
O mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse uma mão cheia de sal e o levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio e o jovem triste atirou o sal ao lago. Então o velho disse: “Bebe um pouco dessa água”.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o mestre perguntou:
“Qual é o gosto?”
“Bom!”, disse o rapaz.
“Sentes o gosto do sal?”, perguntou o mestre.
“Não”, disse o jovem.
O mestre então sentou-se ao lado do jovem, pegou-lhe na mão e disse:
“A dor na vida de uma pessoa é inevitável, mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando sofreres, a única coisa que deves fazer é aumentar a percepção das coisas boas que tens na vida. Deixa de ser um copo. Torna-te um lago."

Barco Ancorado 11/09/2008


Já começaram os preparativos para o concerto de Madonna no Parque da Bela Vista, em Lisboa, no próximo domingo, 14 de Setembro.
Já teve início a montagem do palco, com constantes chegadas de novo material, tais como, luzes, cabos e videowalls.
A cantora chega à capital portuguesa num jacto privado no sábado, um dia antes do espectáculo.

A acompanhar Madonna e os 75 mil assistentes esperados para o concerto, vai estar uma equipa de segurança, composta por 180 vigilantes, seis supervisores, um coordenador e uma central móvel de segurança, única no país. Os responsáveis vão ter especial atenção com a frente do palco, uma vez que este tem apenas 45 cms de altura nessa zona do cenário, como resultado de um pedido expresso da cantora para poder estar ao mesmo nível que o público.
Os rumores indicam que Madonna vai ficar alojada no Pestana Palace Hotel na Ajuda, à semelhança das duas anteriores passagens pela capital, para os concertos no Pavilhão Atlântico e os Prémios da MTV, uma informação que não é, contudo, confirmada pelos responsáveis do luxuoso hotel.

Uma das exigências da cantora foi naturalmente privacidade, uma vez que deve vir acompanhada dos filhos e do marido. Sabe-se que recusou receber a imprensa e os representantes da editora, mesmo para a entrega do Disco de Ouro por "Hard Candy", depois deste ter vendido mais de 10 mil exemplares em Portugal.
A Sticky & Sweet Tour começou no dia 23 de Fevereiro em Cardiff. Quanto a mordomias, sabe-se que nos bastidores existe um camarim com um parque infantil para os filhos da cantora estarem entretidos durante o concerto.

Para levar as quatro partes que compõem o espectáculo, pimp, old school, gypsy e rave, ao público, Madonna e a sua equipa fizeram mais de 650 horas de ensaios. Em palco vão estar junto à cantora, um total de 28 pessoas, entre músicos e bailarinos, vestidos por 36 estilistas. A cantora tem em especial atenção a voz, fazendo mesmo exercícios vocais antes dos espectáculos. Massagens e musculação fazem também parte dos preparativos para uma entrada em grande estilo no palco.
A Sticky & Sweet Tour é a oitava digressão mundial de Madonna e a primeira depois do contrato com a Live Nation. Já "Hard Candy" é o 11º registo de originais da Rainha da Pop.

Alinhamento
Madonna - Music
Madonna - Secret
Anastacia – In your eyes
Kylie Minogue – I should be so lucky
Robbie Williams - Feel
Madonna - History
Britney Spears – Gimme more
R.E.M. - Loosing my religion
Madonna – Hung up

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Tarde


A tarde se fez longa porque nela eu te esperava.
E tu tardavas. Morria o crepúsculo e eu entardecia.
Fez-se escuro e a boca da noite chegou faminta.
No beijo tardio ficamos unidos na luz que extinguia.
A noite comeu os momentos vazios de felicidade.
Fez-se tarde demais o amor em nós para haver outro dia.

Barco Ancorado 10/09/2008


Os Sonic Youth vão lançar um novo disco em 2009. A notícia é avançada pelo site da editora, a Matador Records, a responsável pela próxima edição de Kim Gordon e companhia, depois da quebra de contrato da banda com a Universal.
O início das gravações do 16º registo de estúdio dos Sonic Youth está marcado para o próximo Outono.
Alguns sites avançam com o título "The Eternal" para o sucessor de "Rather Ripped", o disco de 2006 que marcou o fim das obrigações contratuais dos nova-iorquinos com a Geffen.

A formação dos Sonic Youth remonta a 1981, quando Lee Ranaldo, Thurston Moore e Kim Gordon se juntaram em Nova Iorque. Moore aliou-se a Ranaldo em Manhattan, enquanto Gordon, a namorada de Moore, decidiu integrar o agrupamento mais tarde, depois de deixar um colectivo catalogado junto da No Wave, um estilo descoberto e criado por entre as cinzas da era pós-punk. Ainda em 1981, o agrupamento fez a sua primeira apresentação ao vivo, no decorrer do Noise Festival. A entrada do baterista Richard Edson, pouco tempo depois, assegurou o formato necessário à gravação do primeiro EP, em 1982. Contudo, poucos meses passados, Edson decidiu abandonar os Youth, tendo sido então substituído por Bob Bert. Durante esse ano apareceu no mercado o primeiro álbum dos Sonic, "Confusion Is Sex", que trouxe novas luzes e esclarecimentos sobre as intenções estéticas e criativas de uma banda que assegurava a diferença através de uma dissonância sónica provocatória e radical, mas mesmo assim feita à luz das mais puras inspirações do rock. O álbum mereceu até a promoção feita em terras do velho continente, que continuou a auxiliar o decorrer do percurso dos Sonic com a edição do EP "Kill Yr Idols" através do catálogo alemão Zensor.

O regresso a estúdio dos Sonic Youth proporcionou-se em 1985, e meses passados apareceu no mercado "Bad Moon Rising", o primeiro registo lançado com a Blast First. O disco mereceu uma atenção redobrada por parte da imprensa da especialidade e igualmente do meio mais underground nova-iorquino, e o trabalho da banda liderada por Moore e Ranaldo estava assim definitivamente lançado. O disco revelou o grupo americano em espaços além do idolatrado feedback anárquico, com adornos claros de pretensos ritmos pop. "Death Valley 69", um novo EP editado ainda em 85, antecedeu nova mudança na formação, depois da saída de Bob Bert, substituído por Steve Shelley. Em 1986 a banda nova-iorquina lança nova obra, agora, e uma vez mais com diferentes contornos. "Evol" explanou a debandada dos terrenos frágeis das composições mescladas de experimentações, e parece ter materializado em definitivo a entrega dos Youth aos paralelos estruturais do rock. "Sister" de 1987 confirmou o discurso feito com o registo anterior, um ano antes daquele que é unanimemente considerado como o álbum maior dos Sonic Youth. "Daydream Nation", editado em 1988, trouxe consigo os primeiros hinos à la Youth, em temas como "Teen Age Riot", "Silver Rocket" ou "Eric's Trip".

O percurso dos Sonic Youth conheceu alguns sobressaltos, e em 1990 concretiza-se a decisão de mudar de editora. Ao lado da editora de David Geffen, os Sonic Youth tomaram em si a missão de desbravar os territórios alternativos e independentes da música feita na América, acabando por levar a que muitas bandas desconhecidas e independentes assinassem por uma editora maior. "Goo", o sexto álbum de originais dos Youth lançado em 1990, mostrou novas incursões num território disfarçadamente mainstream e preparou as hostes para a celebração de "Dirty", de 1992. O álbum conseguiu resultados verdadeiramente surpreendentes em termos de vendas, dada a ligação temporal e de conteúdo ao auge do movimento grunge vivido na altura nos Estados Unidos. Dois anos depois do sucesso comercial apareceu "Experimental Jet Trash & No Star", um disco que contou uma vez mais com a produção de Vig e que logrou até chegar ao top 10 britânico. Um ano depois, Moore e Gordon oficializaram a sua ligação com o casamento, meses antes do nascimento de Coco Haley, a primeira filha do casal. Em 1995, e passado um período de alguma acalmia, os Youth lançaram "Washing Machine", um disco que mereceu renovadas considerações extremosas por parte da crítica, mas que não repetiu o êxito de vendas dos anteriores. Seguiu-se um novo período de experimentações e retiros, e só em 1998 é que a banda decidiu editar um novo longa duração. "A Thousand Leaves" antecedeu a edição em 2000 do álbum "NYC Ghosts and Flowers".

Alinhamento
Sonic Youth – Diamond sea
Sonic Youth - Superstar
Joy Division - Atmosphere
PJ Harvey – To bring you my love
Sonic Youth – Teenage riot
The Jesus & Mary Chain – Just like honey
Sonic Youth – Kool thing

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Não partas


Tem os teus carinhos o poder
de convulsionar as marés em mim
E quero, para sempre, ser barco
sonhando viagens nas cristas salgadas.

Tem o teu aroma nas minhas roupas
o sabor do mais delicioso bolo
que um dia adocicou meu aniversário
quando eu ainda era jovem ou pouco mais.

Tem o teu abraço a alegria do olhar do
marujo que avista o farol dentre a
cerração corrigindo a rota da nau a tempo
evitando os espinhos das rochas negras.

O teu beijo faz desaparecer a dor do corpo
que na tua ausência só faz aumentar as
próprias chagas - e eu preciso dele agora -
Portanto, não partas...

Barco Ancorado 09/09/2008


Maria Rita completa esta terça-feira 31 anos. A cantora brasileira começou a cantar profissionalmente aos 24 anos. Agora, já com 31, não acha que foi tarde. Filha de Elis Regina e de César Camargo Mariano, antes mesmo de lançar um CD foi a vencedora do Prêmio APCA de 2002 como Revelação do ano. O seu primeiro disco, "Maria Rita", lançado em Setembro de 2003, vendeu mais de 1 milhão de cópias em todo o mundo. O primeiro DVD, que traz o mesmo título e foi para as lojas na primeira semana de Novembro daquele ano, chegou à marca de 180 mil cópias. Ambos foram lançados em mais de 30 países. Os números referentes à jovem cantora são sempre impressionantes. Maria Rita alcançou no Brasil Disco de Platina Triplo e DVD de Diamante; em Portugal, CD de Platina. Foram 160 shows completamente lotados ao longo de 18 meses.
Maria Rita venceu prémios importantíssimos em 2004: Grammy Latino nas categorias Revelação do Ano, Melhor Álbum de MPB e Melhor Canção em Português ("A festa"); Prêmio Faz a Diferença; o troféu da categoria Melhor Cantora do Premio Multishow e os Prémios Tim nas categorias Revelação e Escolha do Público.

A aprendizagem de Maria Rita deu-se de maneira instintiva e informal. Uma conversa com o pai, quando era mais jovem, ilustra bem isso. Maria Rita pediu que Camargo Mariano a ensinasse a tocar piano. Diante de uma negativa, encolheu-se e pensou, “Ok, tenho de aprender sozinha.” Passou a fazer aulas de canto, mais tarde, para "saber usar o instrumento". A cantora até gostaria de ter uma bagagem mais formal, mas por outro lado mostra-se satisfeita com os caminhos que escolheu, guiada pelo instinto e pelo coração.

Em Setembro de 2005, chegou às lojas o segundo trabalho de Maria Rita, exactamente intitulado "Segundo". O primeiro single foi "Caminho das águas". Juntamente com a pré-venda do CD em lojas online, foi feita a venda digital do single. Neste último caso, uma novidade no mercado brasileiro de discos. Tantos foram os downloads que houve congestionamento logo na data de lançamento.
O novo CD rendeu à cantora uma extensa turnée pelo Brasil, participações especiais em diversos CDs nacionais, shows nacionais e internacionais. O sucesso mundial de "Segundo" rendeu-lhe, em 2006, mais dois Grammys Latinos - Melhor Álbum de MPB e Melhor Canção Brasileira com "Caminho das Águas" - e mais de 50 apresentações no estrangeiro com sucesso absoluto de público e crítica no Montreux Jazz Festival, North Sea Jazz Festival, Irving Plaza e San Francisco Jazz Festival, entre outros.

No dia 14 de Setembro de 2007, Maria Rita lançou o seu terceiro CD, "Samba Meu", produzido por Leandro Sapucahy e co-produzido pela própria cantora. O CD teve lançamento simultâneo nos Estados Unidos, América Latina, México, Portugal, Israel e Reino Unido.
Já em Abril deste ano, foi-lhe concedido o Disco de Platina a "Samba Meu" pelas mais de 125 mil cópias vendidas do CD. O álbum, que foi o décimo CD mais vendido em 2007, também ganhou o prêmio de "melhor CD" no 15º Prêmio Multishow de Música Brasileira.

Alinhamento
Maria Rita – A festa
Maria Rita – Agora só falta você
Marisa Monte – Amor I love you
Arnaldo Antunes – O silêncio
Daniela Mercury – À primeira vista
Maria Rita – Veja bem meu bem
Maria Bethânia – Onde está o meu amor
Elis Regina - Romaria
Maria Rita – Dos gardenias

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Barco Ancorado 08/09/2008


Esta segunda-feira damos os parabéns a Chrissie Hynde, que ontem completou 57 anos. Cantora, compositora e guitarrista norte-americana, Chrissie Hynde é conhecida especialmente como líder da banda The Pretenders. De resto, predominou como único membro permanente e em controle no decurso da história dos The Pretenders.

Hynde mudou-se para Londres em 1973 e tornou-se famosa como repórter da revista New Musical Express, especializada em bandas de rock. Inseriu-se em vários projectos roqueiros, chegando a praticar com Mick Jones antes deste formar os Clash, tendo participado em Masters of the Backside, de Malcolm McLaren, por volta de 1975, e em 1977 na notória banda punk The Moors Murderers.

Hynde formou os The Pretenders em 1978 juntamente com os músicos ingleses James Honeyman-Scott, Pete Farndon e Martin Chambers. Entre muitas desavenças, desencontros, mortes e outras coisas tais, a cantora manteve a linha e liderança do grupo.
Hynde permanece uma raridade como mulher líder de um grupo com origem nos primórdios da história do movimento punk rock e new wave. Sempre assertiva, acabou por obter o respeito de vultos da música e críticos, e mesmo a admiração de milhares de raparigas que, inspiradas, seguiram os seus passos.

Nos últimos anos Chrissie Hynde tem-se se tornado cada vez mais uma remarcável activista e tenaz defensora dos direitos dos animais, para quem reclama um tratamento digno e ético por parte dos seres humanos.

Alinhamento
The Pretenders – My baby
The Pretenders – Don´t get me wrong
Human League – Don´t you want me
Spandau Ballet - True
Simple Minds – Alive and kicking
The Pretenders -Human
Robert Palmer – Bad case of loving you
The Bangles – Manic Monday
A-Ha – Summer moved on
The Pretenders – I´ll stand by you

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Vem tranquilidade


Vem tranquilidade e leva-me mentiras da fé, os derrotados
que se arrastam como sombras esquálidas por entre hinos e
incensos, pagando promessas na floresta do instinto sáfaro.

Leva-me deste abúlico abandono azul na concha do sono.
Deste labirinto de colunas, vitrais, escadarias e arcos góticos.
Tira-me deste agnóstico peito bíblico de silêncio e vergonha,
para longe das emudecidas sentinelas marmóreas dos mitos.

Leva-me a conhecer velhos tripulantes insanos que buscam
a eternidade e que eles me façam crente além das doenças que
arrastam como fado inevitável que lhes foi deixado ao nascerem.

Vem tranquilidade e leva-me contigo como erradio cigano de
sorriso aberto e violino raro. Da poesia em busca dos versos
dourados de imagem serena. Leva-me com os meus lábios
que chegam à altura dos beijos e enreda-me com a
maciez dos ventres das moças, com a alvura de uma oração.

Vem tranquilidade e envolve-me com a doçura das cerejas encarnadas
e faz-me vibrar com o frémito das virgens,
com a tolerância de quem permite aos lábios um espaço absoluto.
Vem, e desponta originária dos mares pérola das noites errantes.
Torna regular o caminho cardíaco das visões de novos nomes,
Novas naus, novas velas, novos ventos, novos pulsos.

Vem tranquilidade com força e vertigem do redemoinho tantálico,
mas permite-me beber do vinho, da água e comer dos frutos.
Faz ninho nas flores que se abrem nas mãos das namoradas.
Deixa outras vozes se comoverem com os anjos dourados que
fugiram da lua e escrevem na manhã do nevoeiro letras minhas.

Barco Ancorado 05/09/2008


Annie Lennox vai adiar o lançamento do seu novo best-of, "The Annie Lennox Collection", por se encontrar a recuperar de uma intervenção cirúrgica à coluna.
A cantora foi operada na semana passada, depois de ter sofrido um acidente, e embora esteja a recuperar, conforme revela o comunicado da sua editora, decidiu adiar o lançamento do registo para a Primavera de 2009.
"The Annie Lennox Collection" reúne algumas das composições a solo da cantora, como 'Why' e 'A Whiter Shade of Pale' e uma versão de 'Shining Light', dos Ash.

Depois de, em 1991, os Eurythmics terem chegado ao fim da linha, Annie Lennox seguiu o seu percurso musical a solo. Natural de Aberdeen, na Escócia, onde nasceu no dia 25de Dezembro de 1954, a cantora teve um contacto muito próximo com a música desde muito cedo.
Aprendeu piano e flauta quando era criança, e nos tempos do liceu ganhou uma bolsa de estudos que lhe serviu de passe para entrar na Royal Academy of Music, em Londres, de onde saiu, no entanto, antes de fazer os exames finais. Passou então a cantar à noite, conciliando a música com uma série de empregos.

Foi na década de 70, que através de um amigo Annie Lennox conheceu Dave Stewart, que por sua vez convidou a cantora para integrar a formação dos Tourists, uma banda que estava prestes a formar com a ajuda do escritor de canções Peet Coombes. Entre 1979 e 1980, a banda fez chegar às lojas três álbuns, produzindo inclusivamente o êxito "I Only Wanna Be With You", um original de Dusty Springfield.
A relação entre Lennox e Stewart evoluiu entretanto, e as tensões no seio do grupo começaram a crescer, pelo que o duo abandonou os Tourists em 1980, ano que marcou a formação dos Eurythmics, um dos projectos synth-pop mais populares da década de 80, que produziu uma série de êxitos, quer no Reino Unido, quer nos Estados Unidos, tais como "Sweet Dreams (Are Made Of This)", "Love Is A Stranger", "Who's That Girl" e "Here Comes The Rain Again".

No início dos anos 90, Lennox foi mãe, pelo que abandonou a banda por um período de dois anos. Durante o seu afastamento, os Eurythmics foram-se dissolvendo a pouco e pouco, e a cantora começou a trabalhar no seu primeiro álbum a solo, intitulado "Diva", que viu a luz do dia em 1992. O disco vendeu cerca de dois milhões de unidades só no mercado norte-americano, apoiado nos singles "Walking On Broken Glass" e "Why", para além de que foi nomeado para três Grammys.
Em 1995, Annie Lennox fez chegar às lojas mais dois álbuns, nomeadamente o platinado "Medusa", que incluiu o êxito "No More I Love You's", e a versão de "Train In Vain" (de Bob Marley).

Alinhamento
Annie Lennox - Why
Annie Lennox – No more I love you´s
Tracy Chapman – Telling stories
Seal – Love´s divine
Eurythmics – Sweet dreams
Simply Red – If you don´t know me by now
Chris Isaak – Wicked game
Annie Lennox – A whiter shade of pale

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Ansiando por Deus


Um sábio estava a meditar na margem de um rio quando um homem jovem, um tanto entusiasmado, o interrompeu:
"Mestre, desejo ser seu discípulo!", disse o jovem.
"Por quê?", replicou o sábio.
O jovem era uma pessoa que desde sempre ouviu falar dos caminhos espirituais e tinha uma ideia fantasiosa e romântica deles. Na sua imaturidade, achava que ser "espiritual" era algo como participar de um movimento, de uma crença, de uma moda, sem grandes consequências. Então pensou numa resposta bem "profunda" e disse:
"Porque eu quero encontrar DEUS!"
O sábio saltou de onde estava, agarrou o rapaz, arrastou-o até ao rio e mergulhou-lhe a cabeça na água. Manteve-o lá durante praticamente um minuto, sem permitir que este respirasse, enquanto o terrificado rapaz lutava para se libertar.
Finalmente, o mestre puxou-o da água e arrastou-o de volta à margem. Largou-o no chão, enquanto o jovem cuspia água e engasgava-se, lutando para retomar a respiração e entender o que acontecera. Quando se acalmou, o sábio perguntou-lhe:
"Diz-me: quando estavas na água, sabendo que poderias morrer, o que mais desejaste acima de tudo?"
"Ar!", respondeu o jovem, amuado.
"Muito bem", disse o mestre. "Vai para casa, e quando souberes ansiar por um Deus tanto quanto acabaste de ansiar por ar, podes voltar a procurar-me".

Barco Ancorado 04/09/2008


A cantora Colbie Caillat vai actuar no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, no próximo dia 21, pelas 22:00 horas, no âmbito dos concertos@optimus.
A cantora natural da Califórnia, de 23 anos, tem-se destacado nos tops de vendas em diversos países desde o lançamento do seu álbum de estreia «Coco».
Os bilhetes estão à venda nos locais habituais. O preço do bilhete para a primeira plateia é de 30€; para a segunda plateia é de 27€ e ao balcão é 22,50€. Na orquestra o custo é de 35€.

Colbie Caillat nasceu em Newbury Park, na Califórnia, a 28 de Maio de 1985. Colbie é filha do produtor musical Ken Caillat, que canta e compõe canções desde a adolescência. O álbum Coco, que marcou a estreia da cantora e compositora, trouxe um pop que ora lembra artistas como Dido e Norah Jones ora o estilo acústico popularizado por Jack Johnson. Colbie traz canções com tonalidade pop, suaves, calmas e quase acústicas, e com ele não esperou pelo convite para entrar nos tops musicais dos Estados Unidos.

Sem contrato com grandes gravadoras, Colbie Caillat começou a fazer sucesso com a cara, a coragem e a força do MySpace.
Colocou algumas músicas no site, entre elas "Bubbly", que se tornou uma das mais ouvidas. Esse single encabeçou o álbum "Coco" e chegou à quinta posição do ranking da revista "Billboard". Antes de se tornar um grande sucesso, a música esteve disponível temporariamente de forma gratuita no iTunes.

Colbie Caillat começou a cantar profissionalmente aos 11 anos. Declara-se fã de Lauryn Hill e dos Fleetwood Mac. Numa entrevista à Revista Capricho, quando o seu empresário lhe perguntou onde queria tocar na turné internacional, o primeiro lugar de que falou foi o Brasil.
Colbie Caillat vem a Lisboa no dia 21 deste mês, para uma actuação no Coliseu dos Recreios.

Alinhamento
Colbie Caillat – The little things
Colbie Caillat - Realize
Mandy Moore – Walk me home
Duffy – Stepping stone
Amy Winehouse – You know I´m no good
Colbie Caillat - Bubbly
Dido – White flag
Norah Jones – Come away with me
Colbie Caillat - Oxygen

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A voz do vale (II)


O som do rio do vale aumenta, diminui, desaparece, mas não é o rio que muda. Quando as ondas da nossa mente se acalmam, podemos ouvir o sermão sem palavras da água, das gotas, da erva, das árvores, dos seixos e das montanhas, que nos ensinam a transitoriedade de todas as coisas. Quando surgem pensamentos, todos se calam. Na verdade, eles não deixam de falar; nós é que perdemos a capacidade de ouvi-los.
O que acontece com os nossos ouvidos também acontece com os nossos olhos. Quando o olhar da mente é límpido, vemos tudo como realmente é, de modo natural. Mas assim que os olhos se distraem com objectos externos, não vemos mais. Perdemos a capacidade de ver correctamente. Sons e imagens atacam-nos, arrastam-nos, puxam-nos. Coisas que deveríamos ver, não vemos. Coisas que deveríamos ouvir, não ouvimos.
Se escutarmos o rio sem atenção, a água que corre parece ter um ritmo constante e ininterrupto. Entretanto, nenhuma gota d'água passa duas vezes sobre a mesma pedra. Não é nunca a mesma gota que forma o leito do rio ou o murmúrio da correnteza. A imutabilidade é apenas uma ilusão dos olhos e dos ouvidos humanos. Uma vez que tenha passado, a água não corre nunca mais no mesmo ponto do rio.
A vida humana não é diferente. Acreditar que ontem é igual a hoje é resultado da nossa ignorância e insensibilidade. Os olhos iluminados vêem claramente a imagem das coisas em eterno movimento e reconhecem que um instante é diferente de qualquer outro.

Barco Ancorado 03/09/2008


O novo álbum dos Snow Patrol, "A Hundred Million Suns" vai dar acesso a conteúdos extra, no iPhone e no iPod Touch.
A banda é a primeira a recorrer às vantagens tecnológicas deste suporte, permitindo aos seus fãs descarregar capas diferentes, imagens de bastidores e as letras das músicas, usando o sistema touchscreen.
"A Hundred Million Suns" tem lançamento marcado para 27 de Outubro. Aproveitando esta notícia, hoje falamos dos Snow Patrol no Barco Ancorado.

Os Snow Patrol, enquanto banda de rock alternativo, são originários da Irlanda do Norte mas seriam formados em Dundee, na Escócia, criando depois a sua base em Glasgow, onde assinaram contrato com a Polydor Records.
Run", "Chasing Cars" e "Signal Fire", da banda sonora de “Homem Aranha 3”, trouxeram-nos à ribalta. Os primeiros três álbuns da banda - “Starfighter Pilot”, “Songs for Polarbears” e “When it's All Over We Still Have to Clear Up” – não obtiveram sucesso comercial, tanto mais que foram produzidos por uma gravadora independente. Quando os Snow Patrol assinaram com a Polydor Records, apareceu o seu primeiro álbum a sério. “Final Straw” arrecadou imediatamente quatro discos de platina no Reino Unido.
Depois veio o sucesso mundial graças ao álbum “Eyes Open”, com vendas na ordem das 4,7 milhões de cópias. Os Snow Patrol eram então nomeados para três Brit Awards e venceram cinco Meteors. A banda já vendeu mais de 7 milhões de discos em todo o Mundo.

Os Snow Patrol apareceriam em 1994 como "Shrug", formados por Gary Lightbody e Mark McClelland na Universidade de Dundee, na Escócia. A banda começou a apresentar-se exactamente na Universidade e em pubs da cidade, antes de alteraram o nome para Polar Bear em 1995. Nos anos seguintes, curiosamente, foi intenção dos membros do que viriam a ser os Snow Patrol de integrarem os “Belle & Sebastian”.
Em meados de 1997, surge finalmente a denominação “Snow Patrol” e aparece “Starfighter Pilot”, com a participação de Richard Colburn, dos Belle & Sebastian, na bateria, e de Stuart Murdoch, da mesma banda, a cantar um dos temas do lado B do disco.
Estavam formados os Snow Patrol, a quem se juntaria, nessa altura, o baterista permanente Jonny Quinn.

Um dos maiores sucessos dos Snow Patrol nasceu do álbum “Eyes Open”, de Dezembro de 2005. "Chasing Cars" tornou-se quase um fenómeno depois de ter sido ouvida na 2ª temporada da série norte-americana “Anatomia de Grey”. A popularidade foi tanta que em Dezembro de 2006 a canção seria votada pelos ouvintes da Virgin Radio como a nº1 de sempre.
Nesse mesmo ano, já os Snow Patrol tinham aparecido a interpretar "Chasing Cars" na BBC, no programa Top of the Pops.
Ainda em 2006, a banda gravou ao vivo nos Abbey Road Studios na companhia de Madeleine Peyroux e dos Red Hot Chili Peppers.

Alinhamento
Snow Patrol - Run
Snow Patrol – How to be dead
Coldplay - Clocks
Keane – This is the last time
Snow Patrol – Signal fire
James Blunt – Carry you home
Snow Patrol – Chasing cars

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Barco Ancorado 02/09/2008


O novo álbum dos Verve, "Forth", entrou directamente para a liderança do top britânico esta semana. O registo marca o regresso do colectivo às gravações, depois de um interregno de 11 anos. Apesar de ser o número um na contagem dos álbuns mais vendidos na última semana no Reino Unido, o tema de apresentação ao disco, 'Love Is Noise', não foi além de um nono lugar na tabela de singles.
No Barco Ancorado desta terça-feira vamos ouvir o novo trabalho dos Verve.

Além de 'Love is Noise', o sucessor de "Urban Hymns" (1997) é composto por mais nove canções, entre as quais 'Sit And Wonder' e 'Rather Be'.
"Fourth" é, como o nome indica, o quarto álbum dos Verve e tem sido bem recebido pela imprensa internacional especializada.
Quinze anos depois do auge, o britpop recusa-se a morrer. Oasis e Verve, dois dos maiores nomes do bem-sucedido movimento de bandas de rock inglesas de meados dos anos 90, tentam manter a relevância musical em pleno 2008, o primeiro com Dig Out Your Soul, que sai em Outubro, e o segundo com Forth, quarto álbum de estúdio, lançado esta semana na Europa e nos Estados Unidos.
Na verdade, o caso dos Verve é mais de morte e ressurreição do que de persistência. O grupo surgiu em 1989, separou-se em 1995, voltou em 1997, terminou de novo em 1999 e está de volta agora. Quando toda a gente acha que as suas baladas grandiosas são coisa do passado, quando aparece o vocalista Richard Ashcroft com a sua cara de caveira levantada da tumba, causando catarse com Bittersweet Symphony e outros clássicos, como fez nos festivais de música deste ano na Europa.

Além da nostalgia, o que deu força a este regresso dos Verve foi o novo single, Love is Noise, que consegue ser tão bom quanto as melhores músicas do grupo - e tem o mesmo sucesso também, visto que foi directamente para o topo das paradas britânicas.
A faixa é uma ponte entre as duas pedras fundamentais do grupo: as melodias marcantes do disco Urban Hymns (1997) e o rock potente e psicadélico de A Northern Soul (1995). Os gritos primais de Ashcroft no início da música são um sinal da energia e da autoconfiança do regresso.
Com o refrão "Love is noise/Love is pain/Love is this blues that I'm singing again" (Amor é barulho/Amor é dor/Amor é esse blues que eu canto de novo), os Verve chegam a mais um dos seus hinos de amor sombrios.
Depois de Love is Noise, Forth segue muito mais para o lado do barulho do que do amor - mais parecido com A Northern Soul do que com Urban Hymns, portanto. O contraponto à música de trabalho é Noise Epic, oito minutos de distorção e versos aleatórios que chegam a lembrar os americanos Sonic Youth.
As faixas restantes mantêm esse clima de "jam psicodélica" de Noise Epic, apenas trocando a distorção por efeitos de reverber e delay. A faixa já foi chamada por críticos de "épico vazio". Não deixa de ser verdade, mas parece ser exactamente o que a banda queria, o que fica mais claro ainda em Numbness.

Nos minutos iniciais de Noise Epic, o contrabaixo de Simon Jones é o instrumento que predomina, mais alto até do que a voz de Ashcroft. Enquanto todos esperavam o reencontro do vocalista com o guitarrista Nick McCabe, é Jones que acaba por ser a figura mais importante desse trabalho. As suas linhas de baixo marcantes e hipnóticas dão o tom de Forth, um disco de arranjos, mais do que de canções.
É possível ouvir as novas músicas buscando outra Love is Noise e chegar a outros bons momentos em Sit and Wonder e Valium Skies. Mas é melhor desistir de uma sucessão de hits, afinal os Verve estão muito velhos para esse papel (mais adequado para bandas mais jovens, como os Kaiser Chiefs, por exemplo). No fim das contas, Forth não é um CD para ser ouvido no rádio, de mãos dadas com a namorada, e sim no som do quarto, sozinho e no escuro.

Alinhamento
Verve – Love is noise
Verve – Sit and wonder
Blur – Coffee and TV
Oasis – Stand by me
Verve - Numbness
Keane - Bedshapped
Verve – Valium skies

A voz do vale (I)


A água do rio flui sempre, sem cessar. Flui rápida, não pára um só instante e vai-se.
O seu murmúrio evoca em mim o eco do tempo. A água do tempo brilha no leito do Universo, sempre a correr, a fluir. Pedras, árvores, casas e cidades também fluem vagarosamente nesta correnteza, assim como os seres.
Tudo isso pode parecer imutável, mas na verdade essa ideia não passa de uma ilusão.
Apenas nós, seres humanos, acreditamos erradamente que tudo é imutável. Esforçamo-nos para não sermos levados pela correnteza e lamentamos por tudo o que se vai. No entanto, mesmo sofrendo e desdobrando-nos, caindo sete vezes e nos levantando oito, não há como parar o fluir, que envolve também a nossa dor e a nossa luta.
É melhor ver as coisas como são e nos juntarmos a essa correnteza, com suavidade. Apenas assim poderemos encontrar prazer na fugacidade das coisas, uma vez que é justamente essa fugacidade que tece as mais diversas figuras na tapeçaria da vida.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Barco Ancorado 01/09/2008


Os Nouvelle Vague regressam a Portugal em Novembro. O grupo francês, que teve de cancelar o concerto na última edição do Optimus Alive! devido a problemas no voo, actua a 7 de Novembro no Campo Pequeno, em Lisboa, e no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, um dia depois.
As actuações servem de apresentação ao novo e vindouro álbum do colectivo, com edição marcada para Março do próximo ano.
Além dos temas que farão parte do registo, os Nouvelle Vague trarão também consigo mais duas (novas) vozes femininas: Nadeah e Marianne Elise.
Os bilhetes para os espectáculos de Lisboa e Porto já se encontram à venda e custam entre 24 e 30 euros, para a capital, e 24 euros (preço único) para a Invicta.
Ambos os concertos têm hora de início prevista para as 21h30.

Nouvelle Vague é um colectivo musical francês arranjado por Marc Collin e Olivier Libaux. O nome deles é um jogo de palavras, referindo-se simultaneamente à "francesidade" deles, ao movimento artístico do cinema francês Nouvelle Vague, dos anos 60, à fonte das suas canções (todas são covers de músicas punk e new wave dos anos 80) e ao uso do estilo Bossa nova, também dos anos 60.

No primeiro álbum, Nouvelle Vague, o grupo ressuscitou clássicos da era da música New Wave dos anos 80 e reinterpretou-as num estilo Bossa nova picante. As canções receberam um aspecto mais acústico com ritmos flexíveis e agitadores executados de forma a colectar uma parada de chanteuses de todo o mundo (seis francesas, uma brasileira e uma nova-iorquina). Os covers incluem canções dos Joy Division, Dead Kennedys, The Clash e Depeche Mode. As várias cantoras dos Nouvelle Vague apenas executaram canções com as quais não estava familiarizadas anteriormente, com a finalidade de garantir que cada cover tivesse uma qualidade única.
O segundo álbum, Bande à Part, inclue versões de "Ever Fallen in Love?, dos Buzzcocks, "Blue Monday" dos New Order, "The Killing Moon" dos Echo & the Bunnymen e "Heart of Glass" de Blondie.

Muitas das canções dos Nouvelle Vague, tais como "In a Manner of Speaking", "Just Can't Get Enough" e "Teenage Kicks", têm sido usadas na série Sugar Rush, da rede de televisão Channel 4. As versões de "Just Can't Get Enough" e "Teenage Kicks" também têm sido usadas em anúncios no Reino Unido. Em 2005, o cover de "I Melt with You", canção da banda Modern English, foi usado como banda sonora do filme Mr. and Mrs. Smith. Já o cover de "Too Drunk to Fuck", da banda Dead Kennedys, pode ser escutado no filme de 2007 Grindhouse.
Membros, ex-membros e contribuidores (a maioria artistas franceses) dos Nouvelle Vague, são considerados parte do que se chama "Renouveau de la chanson française". Anaïs Croze, Camille Dalmais, Phoebe Killdeer, Mélanie Pain e Marina são algumas delas.

Alinhamento
Nouvelle Vague – Love will tear us apart
Nouvelle Vague – Sweet & tender hooligan
Goldfrapp – Caravan girl
Massive Atack – Five man army
Moby – Lift me up
Nouvelle Vague – Dancing with myself
Radiohead – No surprises
Aimmee Mann – Lost in space
Bjork – Hidden place
Nouvelle Vague – This is not a love song